Os inibidores de corrosão se destacam como uma das soluções mais eficazes e econômicas no controle da corrosão, especialmente em setores críticos como a indústria de petróleo e gás. Esses compostos podem ser classificados em diferentes tipos, como anodicamente, catodicamente ou mistos, e, com base na sua natureza química, são ainda divididos em inibidores orgânicos ou inorgânicos. O mecanismo básico de ação dos inibidores de corrosão envolve a adsorção desses compostos na superfície metálica, criando uma fina camada protetora que impede o contato direto do metal com os agentes corrosivos do ambiente. Além disso, os inibidores podem aumentar o potencial da superfície metálica, favorecendo a formação de uma película protetora natural de óxido, ou reagir com componentes corrosivos, removendo-os do ambiente e assim prevenindo a corrosão.

Na indústria de petróleo e gás, muitos inibidores comerciais são formulações complexas, compostas por uma combinação de aditivos e o inibidor principal. Esses aditivos desempenham papéis cruciais na prevenção e no controle da corrosão, podendo incluir surfactantes, melhoradores de película, demulsificantes e sequestradores de oxigênio. Dentre os inibidores, as moléculas que contêm nitrogênio são as mais comuns devido à sua eficácia na inibição dos processos corrosivos. Esses inibidores podem ser classificados em diversos grupos, como amidas/imidazolina, sais de moléculas nitrogenadas com ácidos carboxílicos, nitrogênio quaternário, aminas polioxialquiladas e heterociclos nitrogenados. Cada um desses compostos possui características distintas que os tornam eficientes na formação de filmes protetores e na adesão à superfície metálica, proporcionando proteção eficaz contra a corrosão.

Apesar dos inibidores nitrogenados serem os mais utilizados, existem também inibidores não nitrogenados, contendo átomos de fósforo, enxofre ou oxigênio em sua estrutura molecular. Embora eficazes em algumas aplicações, esses inibidores são menos frequentes quando comparados aos inibidores à base de nitrogênio. Em resumo, os inibidores de corrosão desempenham um papel vital na proteção das estruturas metálicas na indústria de petróleo e gás. A utilização de formulações complexas contendo diversas adições, como as moléculas nitrogenadas, garante a prevenção e o controle da corrosão, estendendo a vida útil das infraestruturas críticas e reduzindo os custos de manutenção.

Para o uso adequado dos inibidores de corrosão na indústria de petróleo e gás, vários fatores devem ser considerados. O primeiro é a viabilidade econômica do inibidor, que deve ser acessível, funcionar bem nas condições ambientais esperadas e fornecer uma proteção superior ao metal. Além disso, é importante que o inibidor não tenha efeitos colaterais significativos que possam interferir no meio ambiente ou nos processos operacionais. As características da formulação do inibidor, como a compatibilidade com outras substâncias como dispersantes, biocidas, demulsificantes e inibidores de incrustação, também são determinantes. Quando o inibidor é compatível com esses compostos, ele pode ser incorporado com sucesso aos processos existentes sem causar reações adversas ou prejudicar sua eficácia.

Outro aspecto essencial a ser considerado é a estabilidade térmica do inibidor. O comportamento do inibidor em relação à solubilidade, à tolerância à água, à formação de emulsões ou espumas, e às propriedades físicas, como viscosidade, ponto de fluidez e densidade, são cruciais para o seu desempenho. Manter a viscosidade do inibidor baixa é fundamental para garantir a taxa de bombeamento ou fluxo adequada. Em climas frios, por exemplo, os inibidores frequentemente são diluídos antes da injeção para melhorar sua mobilidade. A longevidade dos equipamentos, a prevenção da contaminação dos produtos, a manutenção da eficiência na transmissão de calor e a prevenção de falhas catastróficas são fundamentais para a operação segura da indústria de petróleo e gás. A análise financeira dos custos envolvidos no uso dos inibidores de corrosão deve considerar não só o custo de aquisição, mas também os custos relacionados à injeção e manutenção dos dispositivos de injeção, ao monitoramento das dosagens, à modificação dos sistemas, à limpeza das estruturas e à segurança dos operadores.

A utilização de inibidores de corrosão envolve uma série de custos que devem ser analisados de forma criteriosa para garantir a viabilidade financeira de um programa de controle de corrosão. As despesas adicionais, como os custos operacionais de manutenção, os custos com pessoal e equipamentos de segurança, devem ser calculadas com base nas experiências anteriores e na coleta de dados operacionais.

Porém, os desafios da indústria de petróleo e gás relacionados à corrosão são numerosos e complexos, sobretudo devido às condições ambientais adversas nas quais esses sistemas operam. Temperaturas extremas, como as do Ártico congelante ou as do calor intenso das perfurações em poços profundos, apresentam desafios únicos para o controle da corrosão. A presença de substâncias agressivas como sulfeto de hidrogênio (H₂S), dióxido de carbono (CO₂) e cloretos acelera ainda mais os processos corrosivos. A infraestrutura envelhecida de muitas instalações de petróleo e gás, que foram construídas há várias décadas, também representa um grande desafio para garantir a integridade e a segurança desses sistemas. A escolha de materiais capazes de resistir a ambientes corrosivos, mantendo suas propriedades mecânicas, é um problema complexo e dispendioso. A escassez e o alto custo de materiais avançados resistentes à corrosão tornam a tarefa ainda mais difícil.

O monitoramento precoce e contínuo da corrosão é crucial para prevenir falhas catastróficas. Contudo, as tecnologias atuais muitas vezes carecem da sensibilidade, precisão e confiabilidade necessárias para uma avaliação em tempo real em ambientes tão hostis. Além disso, a indústria precisa lidar com normas ambientais cada vez mais rigorosas, o que impõe a necessidade de encontrar soluções ainda mais eficazes e sustentáveis para o controle da corrosão.

Como a Corrosão Afeta Materiais Metálicos em Ambientes Industriais e Nucleares

A corrosão localizada, como a corrosão por pite e a corrosão por fendas, é um fenômeno bem conhecido na indústria. Ambas envolvem a decomposição de filmes passivos protetores, sendo a corrosão por pite caracterizada pela formação de pequenas, mas profundas, cavidades, enquanto a corrosão por fendas afeta preferencialmente os metais ao redor de volumes confinados de eletrólitos. Esses tipos de corrosão são induzidos por ânions agressivos, como cloretos (Cl⁻), brometos (Br⁻), iodetos (I⁻), sulfatos (SO₄²⁻) e nitratos (NO₃⁻), que rompem a camada protetora passiva do metal. A mecânica do rompimento do filme passivo envolve uma série de processos, como a competição entre íons agressivos e aqueles formadores de filmes, a formação de íons complexos ou solúveis, e a passagem dos íons agressivos pela camada passiva, comprometendo a aderência entre o metal e o filme. Além disso, variações no estresse mecânico, como tensões superficiais e a concentração de vacâncias de cátions na interface metal/filme, também podem acelerar o processo de corrosão.

A corrosão assistida mecanicamente, como a fissuração por corrosão sob tensão (SCC) e a fadiga por corrosão sob cargas cíclicas, ocorre quando tensões mecânicas se combinam com processos de corrosão, levando ao desenvolvimento de fraturas catastróficas. O estresse mecânico desempenha um papel crucial, pois materiais que normalmente apresentariam alta resistência à corrosão podem falhar em condições práticas de carga. A corrosão assistida mecanicamente pode ocorrer com tensões pequenas, inferiores ao limite de escoamento macroscópico, e esses estresses podem ser tanto aplicados externamente quanto causados por tensões residuais, que também têm sido reportadas como causadoras de falhas.

Outro fenômeno importante é a corrosão acelerada por fluxo, em que a velocidade do fluxo de um eletrólito fundido, como o sal fundido, aumenta a taxa de corrosão. A movimentação do eletrólito pode minimizar a depleção de reagentes catódicos e acelerar a remoção dos produtos de corrosão solúveis. A erosão das camadas protetoras e a deterioração do material base podem ser exacerbadas por altas velocidades de fluxo, onde o ângulo de impacto e a turbulência do fluxo são elementos determinantes. Estudo sobre o Inconel 690 em eletrólitos de MgCl₂–KCl mostrou que o aumento da velocidade de fluxo acelera a oxidação seletiva do Cr, agravando o problema em sistemas CSP com convecção forçada.

Em ambientes nucleares, os materiais metálicos também sofrem tipos específicos de corrosão. A corrosão intergranular e transgranular por estresse (SCC) é particularmente problemáticas. O SCC exige três condições: alta tensão, ambiente agressivo e material vulnerável. As ligas Cr–Ni são particularmente suscetíveis à corrosão sob tensão em água primária, com as regiões de penetração da cabeça do vaso de pressão (RPV), bicos de pressurizadores e falhas de ligas 600, como o caso das falhas nas tubulações geradoras de vapor, sendo exemplos típicos. A introdução de ligas com maior conteúdo de Cr, como 690, 52 e 152, oferece resistência significativamente superior ao SCC, reduzindo falhas estruturais e vazamentos.

No caso da corrosão assistida por radiação, a fissuração induzida por estresse devido à radiação (IASCC) ocorre devido ao embrittlement dos materiais causados pelos nêutrons. Esse tipo de corrosão, diferente da SCC sensível ao ambiente, resulta da fragilização do material por radiação, tornando certos metais, como o aço inoxidável 316, mais vulneráveis à falha. Já a corrosão ambiental induzida por fadiga tem sido amplamente discutida em estudos, com um número significativo de falhas de lâminas de turbinas devido a esse fenômeno.

Um exemplo clássico de corrosão intergranular (IGA) ocorre nas tubulações de geradores de vapor (SGs), onde a troca de materiais para ligas mais resistentes, como a liga 690, pode melhorar significativamente a durabilidade e reduzir o risco de falhas. A corrosão assistida por fluxo (FAC), causada pela impingência de gotas de água ou pela presença de partículas magnéticas abrasivas, é uma das principais responsáveis pelo desgaste de tubulações. Quando não monitorada adequadamente, a FAC pode levar ao afrouxamento ou ruptura das tubulações, podendo ser controlada por ajustes na química da água ou substituindo materiais por ligas mais resistentes.

Em ambientes de plantas nucleares, a corrosão generalizada (GC) é um problema recorrente, afetando diversos tipos de materiais. Entre os mais críticos estão a corrosão do revestimento do combustível, que pode levar ao enfraquecimento e rupturas das camadas de zircônio, especialmente em temperaturas elevadas. Para mitigar isso, ligas de zircônio mais resistentes foram desenvolvidas ao longo do tempo. Além disso, as tubulações de geradores de vapor, feitas de ligas de níquel, podem liberar níquel radioativo, transformando-se em cobalto radioativo e representando um risco à saúde. A condição química da água, portanto, pode ser ajustada para reduzir esses efeitos.

Por fim, a corrosão microbiológica, frequentemente vista em sistemas de proteção contra incêndio compostos por linhas estagnadas a temperatura ambiente, é um problema crescente. Essas condições favorecem o crescimento de bactérias anaeróbicas, exigindo tratamentos com compostos à base de fosfato para impedir o crescimento microbiológico.

A compreensão das diversas formas de corrosão e dos métodos de mitigação, como o controle químico da água e a substituição por materiais mais resistentes, é essencial para prolongar a vida útil dos materiais em ambientes industriais e nucleares. O monitoramento constante e a escolha correta dos materiais desempenham papéis cruciais na redução dos custos com manutenção e falhas estruturais.

Como a Corrosão Afeta a Indústria Química e Processos Industriais

A corrosão industrial, particularmente no contexto da água do mar, ocorre com maior intensidade entre temperaturas de 15°C e 65°C. Embora o dióxido de carbono (CO2) seja amplamente reconhecido por sua natureza não-corrosiva, ele pode, no entanto, causar corrosão quando se combina com a água, formando o ácido carbônico (H2CO3). Esse processo químico acelera a corrosão dos metais, criando uma reação catódica ou evolução de hidrogênio, o que favorece a degradação do material.

A equação geral da reação pode ser expressa da seguinte forma:

Fe+CO2(s)+2H2O(l)Fe2+(aq)+CO32(aq)+H2(g)Fe + CO_2 (s) + 2 H_2O (l) \rightarrow Fe^{2+} (aq) + CO_3^{2- } (aq) + H_2 (g)

Nesse processo, a reação anódica ocorre com a oxidação do ferro, enquanto a reação catódica resulta na formação de hidrogênio gasoso. A interação entre o metal e a solução de ácido carbônico tem um impacto direto no desenvolvimento da corrosão, especialmente em condições onde o dióxido de carbono é presente.

Nos processos químicos industriais, a corrosão pode ser causada por reações químicas diversas, sendo a oxidação uma das mais comuns. Temperaturas elevadas, presença de sais e ácidos são fatores que contribuem para a degradação dos materiais metálicos, especialmente em ambientes onde gases ou líquidos atacam superfícies expostas, como em tubulações, tanques de armazenamento e outros equipamentos industriais.

Os produtos da corrosão, como a ferrugem, geralmente permanecem na superfície do metal, formando uma camada protetora, mas essa camada só impede a corrosão enquanto não for removida. Quando os depósitos de corrosão são removidos, a superfície metálica é novamente exposta ao ambiente agressivo, iniciando o ciclo de corrosão.

Para combater esses efeitos, materiais metálicos podem ser tratados de diversas formas, como por meio de revestimentos, pintura, galvanização ou anodização. Alguns materiais, naturalmente, são mais resistentes à corrosão, mas isso não significa que estejam imunes a todos os tipos de ataque químico.

Além da corrosão generalizada, outro fenômeno que causa sérios problemas na indústria é a corrosão localizada. Essa ocorre quando os locais anódicos permanecem fixos, gerando problemas como pitting (corrosão pontual), lixiviação seletiva, corrosão galvânica e trincas por corrosão sob tensão. O comportamento da corrosão por pitting, por exemplo, pode ser influenciado pela composição do metal, pela construção e pelo estresse aplicado, como demonstrado em estudos sobre aço inoxidável 304, onde o estresse foi responsável por aumentar a sensibilidade do material à corrosão pontual.

A corrosão localizada é particularmente difícil de prever em testes laboratoriais, pois se manifesta de forma irregular e em locais específicos, o que torna seu controle um desafio. Esse tipo de corrosão é favorecido pela presença de íons cloreto em condições de baixa velocidade ou ambientes estagnados. A lixiviação seletiva, outro tipo de corrosão localizada, ocorre quando um dos componentes de uma liga metálica é dissolvido seletivamente. Esse fenômeno é observado em ligas como o latão, onde o zinco pode ser removido da solução sólida, resultando na degradação da liga.

Outro mecanismo relevante é a corrosão galvânica, que ocorre quando dois metais diferentes entram em contato em um ambiente condutor. A diferença de potencial elétrico entre os metais favorece o processo corrosivo, sendo mais intenso quanto maior for a diferença entre eles na série galvânica. Esse fenômeno é particularmente crítico em sistemas de refrigeração e tubulações, onde a interação entre metais distintos pode resultar em danos consideráveis.

As trincas por corrosão sob tensão (stress corrosion cracking - SCC) são outro tipo de problema crítico. Esse fenômeno ocorre quando um metal se quebra sob a combinação de uma tensão constante e um ambiente corrosivo. As trincas podem se expandir ao longo do tempo, comprometendo a integridade estrutural de equipamentos, especialmente em condições de alta pureza de água ou outros líquidos agressivos.

A fadiga por corrosão (corrosion fatigue) é um mecanismo similar, onde o crescimento das trincas é acelerado pela ação combinada de estresses cíclicos e corrosão. Esse tipo de falha é particularmente relevante em ambientes industriais onde o equipamento está sujeito a variações constantes de carga.

Além disso, é importante notar que os processos industriais que envolvem líquidos e gases agressivos são as principais fontes de corrosão. Esses agentes atacam as superfícies metálicas nos equipamentos de processamento e nos tanques de armazenamento, resultando em corrosão interna. A análise do ambiente e das condições de operação pode ajudar a prever e mitigar esses efeitos, tornando essencial o monitoramento constante e a aplicação de estratégias preventivas.

As estratégias para controlar e minimizar a corrosão incluem, entre outras, o uso de ligas metálicas mais resistentes, o desenvolvimento de novos materiais com maior capacidade de resistência à corrosão e a implementação de tecnologias avançadas de revestimento e proteção.