A análise de confiabilidade desempenha um papel crucial na engenharia estrutural, particularmente quando se trata da segurança de sistemas de escavação. O comportamento das pressões de apoio e o assentamento do solo, embora frequentemente considerados independentes em muitos modelos, podem, na realidade, apresentar interdependências significativas que afetam os resultados da avaliação de risco. A escolha da função copula adequada, que descreve a dependência entre essas variáveis, é fundamental para garantir uma avaliação precisa da probabilidade de falha de uma face de escavação.
Quando a pressão de apoio e o assentamento do solo são modelados como variáveis independentes, os resultados da análise podem ser significativamente distorcidos. O método de simulação de Monte Carlo (MCS), utilizando quatro diferentes funções copula, permite simular 105 amostras para estudar as características de dependência entre as variáveis. A análise das amostras simuladas revela que todas as quatro copulas apresentam tendências semelhantes ao longo da diagonal de 135°, mas é a copula Frank que melhor representa os dados, conforme indicado pelos critérios de AIC e BIC. Este resultado sugere que a escolha de uma copula errada pode levar a estimativas de probabilidade de falha imprecisas, afetando diretamente a segurança do sistema e os custos do projeto.
Quando se introduzem condições de falha para a face de escavação — como uma pressão de apoio mínima de 70 kPa e um assentamento do solo máximo de 30 mm — a área de falha pode ser identificada no gráfico de dispersão, com pontos fora dessas áreas representando falhas. A probabilidade de falha é calculada pela razão entre o número de pontos dentro da área de falha e o total de pontos simulados. Nos modelos de copula, a escolha da função copula pode alterar consideravelmente essa probabilidade. Entre as copulas analisadas (Plackett, Gaussiana, No. 16, Frank e Independência), a copula Frank oferece a menor probabilidade de falha, sendo vista como o modelo de referência.
Ao se comparar as probabilidades de falha com base nas diferentes copulas, observa-se que a falha probabilística sob o modelo de independência é significativamente maior do que a dos modelos de copula, com uma probabilidade de 0,0198 contra uma média de 0,0094 nos modelos de copula. Esse desvio, que pode superar 100%, indica que assumir a independência entre as variáveis pode subestimar amplamente a confiabilidade do sistema, resultando em uma análise excessivamente conservadora e, por consequência, em custos de projeto mais elevados. A utilização de funções copula para modelar a dependência entre as variáveis permite uma avaliação mais precisa da probabilidade de falha, evitando superestimações ou subestimações e contribuindo para uma análise de risco mais realista.
A variação nas probabilidades de falha com base na escolha da copula é evidente. Por exemplo, a copula Gaussiana tende a subestimar a probabilidade de falha em comparação com a Frank, o que pode levar a conclusões erradas, como a subestimação do risco. Por outro lado, copulas como a Frank e No. 16 mostram resultados mais robustos e consistentes, apresentando diferenças mínimas em suas estimativas de falha. A escolha da copula correta, portanto, não deve ser negligenciada, pois impacta diretamente a análise de confiabilidade e, por fim, a segurança da estrutura.
A análise da probabilidade de falha também pode ser influenciada pelos limites impostos nas variáveis de entrada, como a pressão de apoio e o assentamento do solo. A probabilidade de falha diminui à medida que os limites para o assentamento do solo aumentam, com uma redução mais acentuada quando o limite de assentamento ultrapassa 32 mm. Quando o limite de assentamento é inferior a 26 mm, há um aumento significativo na probabilidade de falha, indicando um risco elevado. Essas dinâmicas ressaltam a importância de ajustar dinamicamente os valores limites de falha com base nas condições reais de operação, para garantir que a análise de confiabilidade reflita com precisão as condições do projeto.
Além disso, a simulação de Monte Carlo e o tamanho da amostra de dados medidos são fatores essenciais para garantir a precisão da análise de confiabilidade. O aumento no tamanho da amostra de MCS melhora a precisão das estimativas da probabilidade de falha, mas também aumenta o tempo de cálculo, o que pode ser um desafio de eficiência. Para garantir uma análise robusta, é necessário um equilíbrio entre o tamanho da amostra e a capacidade computacional, a fim de obter resultados confiáveis sem sobrecarregar o sistema.
O impacto da seleção do tamanho da amostra de MCS é notável em casos de probabilidades de falha extremamente pequenas, onde um número maior de amostras é necessário para obter previsões precisas. No entanto, um número excessivamente grande de amostras pode tornar a simulação computacionalmente intensiva e demorada. Portanto, escolher o tamanho de amostra adequado é crucial para uma análise de confiabilidade eficiente e precisa, que evite tanto erros de estimativa quanto ineficiências computacionais.
Como Realizar Análise de Sensibilidade no Processo de Tomada de Decisão em Projetos de Escavação de Túneis
A avaliação das alternativas para a escavação de túneis, como o método TOPSIS, é amplamente utilizada para selecionar a solução ótima em cenários complexos de múltiplos critérios. Um dos passos cruciais após a aplicação do método TOPSIS é a análise de sensibilidade, que examina a robustez dos resultados obtidos ao considerar pequenas variações nos dados de entrada. Esse processo permite verificar como pequenas mudanças nas entradas podem influenciar os resultados finais e qual o impacto de cada critério na decisão final. A análise de sensibilidade não apenas valida a precisão do modelo, mas também revela quais critérios são mais determinantes para a escolha final, o que pode ser crucial para o gerenciamento e otimização de processos em projetos de engenharia.
A equação (19) apresenta a fórmula utilizada para calcular os coeficientes de proximidade , sendo CC_h_i o coeficiente de proximidade da i-ésima alternativa na h-ésima iteração. O objetivo é classificar todas as alternativas comparando esses coeficientes, sendo a alternativa com o maior valor de considerada a melhor solução. Este processo é fundamental para a escolha da alternativa mais eficiente com base em múltiplos critérios e nas especificidades de cada projeto de escavação.
Após completar o processo de decisão com o método TOPSIS, uma análise de sensibilidade é realizada para estudar os efeitos de variações menores nos dados de entrada sobre os resultados obtidos. Além disso, a contribuição de cada critério para o resultado final será revelada ao comparar a medição das sensibilidades. Isso pode auxiliar na atribuição de pesos aos critérios e na identificação dos critérios mais críticos no processo de decisão. No método proposto, as sensibilidades globais da alternativa ótima determinada na última etapa em relação às variações nas pontuações de avaliação dos critérios são calculadas utilizando o coeficiente de correlação de postos de Spearman, conforme exposto na equação (20).
A equação (20) descreve o cálculo da sensibilidade do critério em relação ao coeficiente de proximidade da alternativa . A análise de sensibilidade baseada nos dados de avaliação de especialistas fornece informações valiosas sobre como cada critério impacta a decisão final. Esse tipo de análise não apenas oferece uma visão mais detalhada dos efeitos das incertezas, mas também ajuda a identificar quais critérios são mais críticos para a escolha final da alternativa. A aplicação do coeficiente de correlação de Spearman permite medir a sensibilidade dos critérios em relação às variações nas avaliações, proporcionando uma análise mais precisa das incertezas no processo de tomada de decisão.
Em um estudo experimental realizado no projeto do túnel da Linha 2A do Metrô de Wuhan, na China, foram avaliadas cinco alternativas de métodos de escavação, levando em consideração 16 critérios relevantes. As alternativas analisadas incluem o método Hard-rock TBM (A1), o método de escavação New Austrian Tunneling Method (A2), o método de mineração (A3), o Shield TBM (A4) e o Soft-rock TBM (A5). A escolha desses métodos foi baseada em fatores como segurança, custo, eficiência e a adaptação ao tipo de solo e geologia local.
Cada alternativa foi avaliada por cinco especialistas utilizando uma abordagem baseada no modelo de nuvem, que permitiu representar as incertezas associadas às avaliações linguísticas dos especialistas. As avaliações de cada especialista foram convertidas em matrizes de avaliação de nuvem, e os dados gerados foram usados para realizar a análise TOPSIS. O método de entropia foi utilizado para atribuir pesos aos critérios de avaliação, considerando a importância relativa de cada um para a decisão final. A partir desses pesos, a distância de cada alternativa em relação ao PIS (Posição Ideal de Solução) e NIS (Posição Não Ideal de Solução) foi calculada, e os coeficientes de proximidade foram determinados.
O estudo mostrou que a alternativa com o maior coeficiente de proximidade era considerada a melhor opção, o que implica que ela está mais próxima da solução ideal. A classificação das alternativas foi realizada com base nos coeficientes de proximidade, e uma simulação de 1000 iterações foi realizada para modelar o processo de tomada de decisão. O valor médio das iterações foi então selecionado como o resultado esperado, fornecendo uma estimativa precisa da alternativa ótima.
Além da análise de sensibilidade, é essencial considerar outros fatores que podem afetar a escolha da alternativa ideal, como o impacto ambiental, os custos indiretos (como tempo de construção e custos de manutenção), e a adaptação das tecnologias às condições locais. Esses aspectos, embora muitas vezes difíceis de quantificar diretamente, podem ser fundamentais para garantir o sucesso a longo prazo do projeto.
Como controlar os riscos na construção de túneis usando modelos inteligentes de interação túnel-solo-edificação?
O planejamento para mitigar riscos na construção de túneis depende fundamentalmente das propriedades do solo e dos parâmetros operacionais das máquinas escavadoras, sendo esse aspecto crucial para avaliar os potenciais danos causados pelos movimentos verticais e laterais da superfície. A análise do recalque do solo ganha destaque, especialmente em projetos de túneis rasos, onde sua correta avaliação se torna um passo imprescindível para o controle dos riscos envolvidos na escavação. Diversos estudos têm sido dedicados a prever e avaliar esses recalques, visando aprimorar a segurança e desenvolver estratégias que minimizem os assentamentos dentro dos limites aceitáveis.
O desafio torna-se ainda mais complexo pelo fato de que as rotas planejadas para novos túneis frequentemente passam em áreas já ocupadas por edificações superficiais e redes subterrâneas, muito próximas entre si. Esse contexto implica que o recalque excessivo inevitavelmente poderá desencadear danos estruturais nos edifícios e infraestruturas adjacentes. Essas deformações estruturais significativas podem gerar uma cascata de patologias, como deslocamentos, fissuras, vazamentos e outros problemas, comprometendo até mesmo o desempenho operacional desses sistemas, especialmente quando suas fundações são rasas.
Diante dessa estreita interação entre as atividades de escavação e as estruturas vizinhas, a investigação da interação túnel-solo-edificação sob múltiplos fatores se torna uma prioridade. Tal abordagem visa reduzir a incerteza e a aleatoriedade na gestão da segurança durante a construção, protegendo tanto as instalações subterrâneas quanto as superficiais. Contudo, o monitoramento, a estimativa e o controle rigoroso do recalque e das taxas de dano nas edificações em fases iniciais do projeto permanecem como desafios significativos.
Neste cenário, a construção de modelos inteligentes que capturem as complexas interações entre túnel, solo e edificação é um problema central a ser resolvido. Modelos baseados em redes neurais profundas, combinados com técnicas de otimização por descida de gradiente, têm demonstrado um desempenho promissor tanto na previsão multioutput quanto na otimização multiobjetivo. As redes neurais profundas (DNN) são especialmente eficazes na regressão não linear de forma end-to-end, entregando previsões de alta qualidade. Já a otimização por descida de gradiente (GDO) agrega interpretabilidade ao processo, possibilitando identificar numericamente a contribuição de cada variável para a redução do risco, além de destacar os fatores mais influentes. Isso viabiliza recomendações práticas alinhadas às condições reais da obra para melhorar a segurança operacional.
A gestão adequada dos riscos na construção de túneis, especialmente em ambientes urbanos complexos, é vital para assegurar o andamento contínuo e seguro das obras metroviárias, por exemplo. Métodos tradicionais baseados em julgamento subjetivo e conhecimento limitado são insuficientes para garantir o sucesso, devido à dificuldade em avaliar corretamente os riscos de deformações excessivas e danos potenciais. Por isso, o avanço nas metodologias de análise de dados tem impulsionado a aplicação de modelos analíticos que investigam sistematicamente os riscos associados à escavação por escudo, oferecendo suporte para medidas protetivas e preventivas.
Dois principais grupos de métodos de análise de risco têm sido aplicados: os estatísticos e os de aprendizado de máquina. Os modelos estatísticos tradicionais, embora úteis para identificar e avaliar riscos, têm limitações severas por dependerem fortemente do conhecimento teórico-prático prévio, que muitas vezes é escasso ou difícil de obter em projetos reais, comprometendo sua efetividade. Por outro lado, com o avanço da inteligência artificial, os algoritmos de aprendizado de máquina ganharam destaque pela capacidade de processar grandes volumes de dados multidimensionais, descobrir padrões ocultos e aumentar a precisão das previsões.
Modelos como o de máquinas de vetor de suporte (SVM) integrados a transformações de sinais têm sido empregados para prever recalques diários induzidos pela escavação, contribuindo para a melhoria da segurança. Entretanto, esses modelos sofrem de baixa eficiência computacional e limitada interpretabilidade. Outros, como as florestas aleatórias (random forests), conseguem predizer níveis de risco e identificar variáveis-chave, porém exigem extração manual de características, cujo manejo inadequado pode degradar a qualidade das previsões.
As redes neurais profundas oferecem uma vantagem substancial ao realizar automaticamente a extração de características e a previsão de risco em um único bloco de aprendizado, reduzindo a necessidade de intervenção humana. Elas possuem ainda maior capacidade para aproximar relações não lineares complexas, principalmente quando grandes volumes de dados são coletados. Estudos comparativos mostram que as redes neurais superam outros modelos, exibindo melhor capacidade de extrapolação para prever recalques induzidos pela escavação. Além disso, sua arquitetura permite prever múltiplos riscos simultaneamente, ao contrário da maioria dos estudos que focam em previsões com uma única variável de saída.
Apesar dessas vantagens, o uso das redes neurais profundas ainda é limitado na previsão de riscos em projetos de escavação com escudo. A construção de um meta-modelo DNN que aprenda inteligentemente as variáveis de entrada relacionadas à segurança e realize previsões múltiplas e simultâneas pode representar um avanço significativo. Porém, prever riscos não é suficiente: transformar esses resultados em controle efetivo dos riscos ainda depende muito da interpretação especializada, que pode ser falha diante das variações geológicas. Ajustar automaticamente os parâmetros de entrada para mitigar riscos corresponde a um problema de otimização multiobjetivo, ainda pouco explorado na engenharia de túneis.
Alguns trabalhos aplicam algoritmos de otimização para equilibrar custos, conforto e segurança na fase de planejamento, mas a aplicação em operação é rara. A integração da previsão precisa com a otimização automática pode oferecer soluções objetivas para mitigar riscos, reduzindo perdas e protegendo estruturas, assegurando a continuidade e segurança das obras.
Além dos aspectos técnicos, é fundamental entender que o desenvolvimento de modelos inteligentes para gerenciamento de riscos na construção de túneis depende da qualidade e abrangência dos dados coletados no canteiro de obras, bem como do conhecimento interdisciplinar entre geotecnia, engenharia estrutural e ciência de dados. A interpretação dos resultados desses modelos deve sempre considerar as peculiaridades locais do terreno e da infraestrutura, para que as decisões tomadas tenham embasamento realista e eficiente. O avanço contínuo das tecnologias digitais e sensores em campo possibilita uma coleta cada vez mais precisa e em tempo real, ampliando a eficácia desses modelos e contribuindo para a segurança, economia e sustentabilidade dos projetos subterrâneos.
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