Originalmente, o suporte para PC no AS/400 foi concebido para permitir que o computador pessoal emulasse o terminal 5250, funcionando como uma etapa preliminar para a estação de trabalho. Com o tempo, o sistema e suas aplicações passaram a explorar a interface de máquina de alto nível, proposta inicialmente para o System/38, demonstrando que um sistema desse tipo era possível e extremamente valioso ao ter um cliente inteligente conectado. Muito cedo, os profissionais de Rochester identificaram o potencial do AS/400 em um ambiente distribuído cliente/servidor. Nomes como Gene Jurrens, responsável pela arquitetura DDM, e Dick Kiscaden, líder da estratégia para computação distribuída e conexão de PCs, traziam ampla experiência em atender clientes que demandavam esse tipo de computação distribuída. Eles uniram forças com outros visionários para mostrar aos desenvolvedores como o AS/400 poderia ser transformado. Logo, o sistema passou a oferecer produtos cliente/servidor e servidores para satisfazer as necessidades crescentes dos clientes.
Duas soluções principais suportam a computação cliente/servidor no AS/400: o Client Access para OS/400 e o File Server I/O Processor. Além disso, modelos especiais de servidores AS/400 foram criados para o mercado emergente de servidores. O Client Access, lançado em 1994 para substituir o PC Support/400, trouxe uma reestruturação necessária após mais de uma década de sucesso. Embora o PC Support/400 tenha sido instalado em quase 80% dos AS/400, a tecnologia precisava ser atualizada para suportar novos clientes e sistemas operacionais.
Client Access é uma família de produtos que suporta clientes variados, incluindo os clientes originais do PC Support/400 (DOS, DOS com memória estendida e OS/2 16 bits) e os novos clientes Windows 3.1 e OS/2 32 bits. A versão otimizada para OS/2 utiliza tecnologia orientada a objetos, semelhante àquela usada no SLIC, permitindo adicionar clientes otimizados com maior agilidade, sem necessidade de uma grande nova versão do AS/400. Clientes adicionais, como Windows 95, AIX, Apple e Taligent, também são contemplados com suporte conforme suas versões ficam prontas. Cada produto Client Access é um pacote integrado, que oferece conectividade com independência de protocolo, emulação 5250, serviços de impressão, correio e escritório, segurança, gestão de sistema, acesso a banco de dados e interfaces para programação de aplicações.
A emulação 5250 continua sendo um componente fundamental, pois muitos aplicativos AS/400 esperam a transmissão dos dados no formato específico da estação 5250. Client Access oferece três emuladores diferentes, ajustados para diversos sistemas operacionais clientes. O Workstation Function (WSF) atende usuários DOS com suporte a múltiplas sessões e protocolos variados, enquanto o RUMBA para OS/400 é um emulador gráfico para Windows e OS/2, capaz de atualizar automaticamente aplicações em janelas, como planilhas. O PC 5250, também para Windows e OS/2, atrai clientes que utilizam simultaneamente emulação 5250 e 3270, oferecendo suporte a caracteres de dupla byte para línguas nacionais.
No que diz respeito à impressão, o AS/400 possibilita que usuários de PC acessem qualquer impressora na rede, independentemente de sua conexão física. A funcionalidade Host Print Transform permite que o AS/400 controle a impressora diretamente, suportando mais de 120 modelos de fabricantes diversos. Isso garante flexibilidade e eficiência na gestão de impressão distribuída.
Quanto às soluções de correio eletrônico e escritório, o Client Access oferece duas vertentes: uma centrada no host, que suporta terminais e PCs (exemplificado pelo Office Vision para OS/400), e outra voltada exclusivamente para PCs, como o Lotus Notes. Padrões de APIs emergentes, como Vendor Independent Messaging (VIM) e Messaging Application Programming Interface (MAPI), possibilitam interoperabilidade entre diferentes sistemas de e-mail. O Client Access suporta ambos, facilitando a integração de soluções. Além disso, opções como AnyMail para OS/400 e Ultimedia Mail para OS/400 ampliam as capacidades de distribuição, diretórios, armazenamento de mensagens e até comunicação multimídia, permitindo troca de textos, imagens, áudio e vídeo de forma integrada.
No ambiente cliente/servidor, o acesso a dados no AS/400 pode ocorrer tanto como banco de dados quanto como sistema de arquivos. O Client Access oferece serviços para ambos, permitindo consultar, inserir, atualizar e deletar registros via interfaces gráficas e APIs especializadas. Internamente, os dados são armazenados em formatos codificados, o que assegura consistência e compatibilidade com diversos sistemas.
A evolução do AS/400 para um sistema cliente/servidor ilustra como a combinação de um hardware robusto com uma arquitetura orientada a objetos e protocolos flexíveis viabilizou a adaptação às necessidades crescentes de conectividade, interoperabilidade e produtividade. É essencial compreender que a infraestrutura subjacente, baseada em padrões abertos e modularidade, permite que novas tecnologias e clientes sejam integrados de forma contínua, sem ruptura dos serviços existentes. Além disso, a atenção à experiência do usuário final — seja via emulação fiel do terminal tradicional ou interfaces gráficas modernas — mostra um compromisso com a transição tecnológica suave, respeitando legados ao mesmo tempo em que impulsiona inovação.
A importância estratégica do AS/400 no cenário distribuído reside também em sua capacidade de garantir segurança, gerenciamento eficiente e acessibilidade a dados, aspectos que permanecem críticos mesmo diante das rápidas mudanças no panorama tecnológico. Assim, a compreensão profunda das soluções oferecidas pelo Client Access, bem como dos princípios que regem a computação cliente/servidor, é fundamental para qualquer profissional que deseje explorar ao máximo as potencialidades do AS/400 e suas derivações.
Como o AS/400 Gerencia Programas e Objetos na Interface Independente da Tecnologia
No ambiente do AS/400, os programas são tratados como objetos completos dentro do Sistema de Interface de Máquina (MI). Diferente de operar sobre fragmentos de dados, as instruções MI aplicam-se a programas como entidades inteiras, garantindo que somente operações coerentes sejam executadas — por exemplo, é possível criar ou destruir um programa, mas não multiplicá-lo. Essa abordagem preserva a integridade dos objetos, uma das vantagens fundamentais da orientação a objetos.
A criação de um programa inicia-se a partir de um modelo, que é uma estrutura pré-definida contendo todas as características do objeto MI correspondente. Esse modelo é gerado pelos compiladores AS/400 e armazenado em espaços específicos na MI. Cada tipo de objeto possui seu próprio modelo exclusivo, refletindo suas características particulares. A instrução Create Program utiliza um ponteiro para acessar o modelo e executa uma verificação sintática antes de invocar o tradutor, que converte a sequência de instruções MI contida no modelo para a linguagem interna da máquina, seja IMPI ou PowerPC. O resultado é empacotado novamente como um objeto de programa, e seu endereço é retornado ao solicitante na forma de um ponteiro do sistema.
Destruir um programa também é uma operação suportada pela MI, desde que o usuário possua a autorização necessária. O sistema verifica a autoridade do usuário com base em seu perfil, que é um objeto especial que armazena os níveis de acesso para diferentes objetos. Essa verificação protege o sistema contra destruição não autorizada, mantendo a segurança e o controle sobre os objetos gerenciados.
A observação das características de um programa é feita exclusivamente por meio do modelo. O programa em si, encapsulado no objeto MI, contém a sequência de instruções interna, que não é acessível diretamente — um mecanismo que assegura independência tecnológica, ocultando os detalhes da implementação física. No entanto, quando o sistema precisa “materializar” um programa — isto é, recriar o modelo para análise ou modificação — ele utiliza uma cópia do modelo armazenada junto ao objeto, evitando a complexidade e as limitações da engenharia reversa.
Esse método de manter o modelo com o objeto conferiu ao AS/400 e seu antecessor System/38 uma flexibilidade única. Permite alterações no conjunto de instruções internas sem impactar as aplicações existentes. Quando mudanças ocorrem, uma nova versão do tradutor é utilizada para reprocessar os programas existentes a partir de seus modelos, encapsulando novamente as instruções em objetos prontos para uso, tudo isso invisível para o usuário final.
O desenvolvimento histórico do conjunto de instruções IMPI ilustra bem essa dinâmica. Originalmente limitado a 256 códigos de operação devido ao tamanho do op-code de 8 bits, o conjunto precisou evoluir para incorporar novas funções descobertas ao longo do tempo, atendendo melhor às demandas das aplicações. Essa evolução exige equilíbrio entre a simplicidade do conjunto de operações e a capacidade de oferecer instruções mais complexas e otimizadas para tarefas específicas, garantindo desempenho eficiente sem sobrecarregar o sistema.
Além dos conceitos técnicos apresentados, é importante compreender que a arquitetura MI do AS/400 representa uma abstração robusta e orientada a objetos que promove a segurança, a flexibilidade e a longevidade das aplicações no sistema. A existência de modelos como representações dos objetos permite a independência da tecnologia subjacente, protegendo o investimento em software contra mudanças futuras no hardware ou na implementação interna. Esse princípio se reflete na capacidade de atualização sem interrupção, um aspecto crucial para ambientes corporativos que demandam alta disponibilidade.
Outro ponto relevante é a ênfase na autorização e controle de acesso, que garante que apenas usuários legitimados possam alterar o estado dos objetos, protegendo a integridade do sistema. A gestão centralizada de perfis e permissões reforça a segurança e facilita a administração em ambientes complexos.
Por fim, a concepção da MI como um nível intermediário entre o hardware e o software proporciona um ambiente onde programas podem ser manipulados de forma padronizada, independente da arquitetura física, promovendo portabilidade e adaptação contínua ao avanço tecnológico. Isso é fundamental para entender a longevidade e a evolução do AS/400 no cenário dos sistemas empresariais.
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