Nos últimos anos, tem surgido uma nova onda de empresas que estão democratizando o acesso ao coaching, não mais limitando esse recurso apenas aos altos executivos, mas oferecendo-o para todos os colaboradores, independentemente de seu nível hierárquico. Empresas como a Bravely, a Terawatt e a Torch estão quebrando barreiras tradicionais ao promoverem o coaching como uma ferramenta acessível para o desenvolvimento pessoal e profissional dentro das organizações. Por exemplo, a Bravely adota uma abordagem inclusiva de “baixo para cima”, proporcionando aos colaboradores acesso ilimitado a coaches, enquanto a Terawatt oferece sessões em grupo para todos os níveis da empresa, com o objetivo de fomentar um ambiente de aprendizado coletivo.
Este movimento está sendo acompanhado por outras plataformas inovadoras, como a Torch, que utiliza dados para ajudar os departamentos de RH a oferecer coaching e mentoria personalizados, e a Modern Health, que combina inteligência artificial e coaching de vida para personalizar o tipo de apoio que cada funcionário recebe, incluindo até terapia. O impacto dessas novas abordagens é significativo, como demonstrado pelo fato de empresas com uma cultura de coaching mais desenvolvida estarem diretamente associadas a um aumento no desempenho, engajamento dos funcionários e retenção.
O coaching pode, de fato, levar os indivíduos a um novo patamar de desenvolvimento, tanto pessoal quanto profissional. Como aponta o estudo da Deloitte, as organizações com uma cultura de coaching são aquelas que mais se destacam em termos de desempenho e retenção de talentos, gastando entre 1,5 a 3 vezes mais em desenvolvimento de gestão do que seus concorrentes. E o que essas empresas estão oferecendo aos seus colaboradores? A possibilidade de um desenvolvimento contínuo no próprio ambiente de trabalho, o que não apenas atrai novos talentos, mas também retém os existentes, tornando o local de trabalho mais satisfatório e recompensador para todos os envolvidos.
É preciso entender, no entanto, que as prioridades da força de trabalho estão mudando de forma drástica. A pandemia acelerou um processo de transformação no qual muitos colaboradores estão reavaliando suas carreiras e suas vidas pessoais. A falta de oportunidades para o crescimento profissional dentro de uma organização é um dos principais motivos para que os funcionários busquem novos horizontes. Assim, mais do que nunca, a oferta de coaching corporativo é vista como uma chave para o sucesso na gestão de equipes.
A integração do coaching no ambiente corporativo não é apenas uma vantagem competitiva; é uma necessidade para empresas que desejam se destacar no mercado. E ao oferecer oportunidades de coaching para todos, não só os executivos, as organizações estão criando uma cultura de crescimento contínuo que beneficia tanto o indivíduo quanto a empresa como um todo.
Além disso, é essencial que as conversas sobre desenvolvimento de carreira com os colaboradores aconteçam de maneira constante e bem-timed. Como revelado em um estudo realizado em empresas da área de ciências da vida, o momento ideal para iniciar conversas de desenvolvimento de carreira é entre o 12º e o 18º mês de trabalho. Quando essas conversas acontecem cedo, antes que o colaborador comece a procurar novas oportunidades, o tempo médio de permanência na empresa pode aumentar significativamente. No entanto, é necessário que essas conversas não sejam esporádicas. A frequência é fundamental. Ao invés de se limitar a uma vez por ano ou por trimestre, o ideal é que o gestor promova uma verificação mensal sobre o desenvolvimento de cada colaborador. Mesmo que seja uma conversa breve de 15 minutos, a consistência e o momento de cada reunião podem fazer toda a diferença na retenção de talentos.
Porém, muitos gestores ainda enfrentam dificuldades em estruturar essas conversas. É importante lembrar que a chave não está apenas em uma conversa formal sobre metas de carreira, mas em compreender as aspirações individuais dos colaboradores. O desenvolvimento de carreira de cada um é único e, muitas vezes, vai além de promoções e aumentos salariais. Muitos colaboradores buscam um trabalho significativo, que ofereça um senso de propósito, pertencimento e contribuição. Portanto, os gestores devem ser capazes de adaptar suas abordagens para cada membro da equipe, tratando o desenvolvimento de forma personalizada.
Falar sobre desenvolvimento de carreira não deve ser encarado como um “add-on” ocasional, mas sim como uma prioridade constante. Colocar esse tema no início das reuniões demonstra o compromisso genuíno com o crescimento dos colaboradores e ajuda a criar uma atmosfera onde o desenvolvimento contínuo é visto como parte integrante da cultura da empresa. Embora, no início, possa ser desafiador, com o tempo, essas conversas se tornarão mais naturais e facilitarão o entendimento mútuo sobre as expectativas de cada parte.
O coaching, quando integrado de forma estratégica e acessível, cria um ciclo virtuoso: aumenta a satisfação e o engajamento dos colaboradores, impulsionando o desempenho organizacional, e, ao mesmo tempo, promove um ambiente de trabalho mais inclusivo e gratificante. Em um mundo corporativo cada vez mais dinâmico, investir nesse tipo de desenvolvimento é essencial para garantir o sucesso sustentável e a longevidade das organizações.
Como estimular o desenvolvimento da sua equipe sem depender de grandes mudanças organizacionais?
Compreender verdadeiramente cada membro da sua equipe é um dos pilares mais eficazes da liderança moderna. Quando o foco do gestor se desloca do simples controle de desempenho para o apoio individualizado, abre-se um espaço de crescimento que beneficia tanto o profissional quanto a organização como um todo. Nesse contexto, o desenvolvimento de carreira deixa de ser um evento isolado para se tornar uma prática contínua, enraizada no diálogo, na escuta ativa e na experimentação intencional.
A conversa com seu colaborador direto não deve girar apenas em torno de metas e tarefas. Deve ser uma investigação curiosa e respeitosa sobre o que move essa pessoa no ambiente de trabalho. Que tipo de aprendizado a empolga? Quais atividades geram energia ou trazem realização mesmo sendo desafiadoras? Quais habilidades ela deseja usar mais — e quais quer deixar de lado? Essas perguntas, quando feitas com atenção real e sem julgamentos, revelam motivações profundas que muitas vezes passam despercebidas.
O segredo está em escutar com abertura e fazer perguntas que aprofundem a conversa: “Pode me contar mais sobre isso?”, “O que exatamente você quer dizer com…?”, ou “Para você, como seria colocar isso em prática?”. O objetivo não é preencher um formulário de avaliação, mas abrir caminhos para ações futuras mais alinhadas com o que realmente importa para cada pessoa.
Ao reunir essas informações, o líder pode desenhar pequenos experimentos. Não se trata de reestruturar departamentos ou propor mudanças drásticas. São ajustes simples, mas estratégicos, que criam oportunidades concretas de crescimento. Um exemplo: convidar um colaborador para participar de reuniões estratégicas nas quais ele normalmente não estaria presente. Ou incentivar a busca por cursos e eventos externos compatíveis com seus interesses — inclusive oferecendo apoio com recursos institucionais, quando possível.
Outra abordagem poderosa é a delegação baseada em interesses e não apenas em função ou hábito. Quando surge um novo projeto, vale pensar: quem ficaria entusiasmado em liderá-lo? O que parece pequeno — como trocar uma tarefa entre dois colegas para que cada um aprenda algo novo — pode ter impacto profundo. Um colaborador pode desejar desenvolver uma competência que o outro já domina. Essa troca beneficia ambos e eleva o nível de cooperação e engajamento da equipe.
Essa prática, conhecida como task trading, permite que os membros da equipe atuem como canivetes suíços, multifuncionais, embora cada um tenha sua especialização. O colaborador deixa de ser visto apenas como um executor de tarefas fixas e passa a ser um agente do seu próprio crescimento. Isso reduz a sensação de estagnação, fortalece o senso de pertencimento e amplia a utilidade prática do seu papel na organização.
Mesmo com limitações estruturais ou orçamentárias, o gestor que adota essa mentalidade encontra maneiras criativas de desenvolver talentos. Pequenas experiências — quando bem planejadas e alinhadas com os objetivos da pessoa — funcionam como protótipos de carreira. Permitem testar caminhos, corrigir rumos e, acima de tudo, manter a motivação viva. Idealmente, essas conversas e experimentações começam cerca de um ano após a pessoa assumir seu cargo atual, momento em que já domina o básico e busca novos desafios.
A longo prazo, isso se traduz em maio
Como garantir que os novos colaboradores se sintam parte essencial da empresa desde o primeiro dia?
A integração de novos colaboradores vai além de orientações administrativas e apresentação de slides institucionais. Ela é, na sua essência, um processo estratégico de construção de vínculos, identidade organizacional e engajamento duradouro. E é papel do gestor assegurar que cada conexão, desde o início, esteja orientada para promover pertencimento e desempenho sustentável.
Uma das ações mais subestimadas — mas de impacto profundo — é facilitar a construção de relações significativas logo nas primeiras semanas. O gestor deve ser o elo ativo entre o novo contratado e as pessoas-chave da organização. Mapear previamente os stakeholders relevantes e compartilhar essas informações com o novo colaborador é um primeiro passo: nomes, funções, áreas de influência e como esses atores se conectam à missão da empresa. Esses vínculos não devem ser deixados ao acaso — é responsabilidade do gestor promover encontros, acompanhar a qualidade dessas interações e garantir que redes de apoio estejam se formando.
Entre essas conexões, há uma que se destaca: o encontro com o CEO. Em empresas menores, essa interação pode ocorrer de forma direta, em uma conversa individual ou um café informal com o grupo de novos colaboradores. Em organizações maiores, onde a logística dificulta o contato pessoal, alternativas eficazes incluem encontros virtuais, town halls ou eventos internos exclusivos para integrar novos talentos à liderança executiva. O objetivo é claro: a presença do CEO não é simbólica, ela comunica que o novo colaborador é parte estratégica do futuro da organização. E essa percepção — quando cultivada desde o início — reverbera em níveis mais altos de engajamento, lealdade e motivação de longo prazo.
No entanto, uma boa primeira impressão não é suficiente. O processo de onboarding exige acompanhamento contínuo. A tecnologia se torna uma aliada essencial para garantir que esse percurso seja coeso, mensurável e adaptado à realidade de cada colaborador. Antes mesmo do primeiro dia, a integração deve começar: acesso a portais dedicados, vídeos de boas-vindas, cronogramas personalizados e instruções práticas tornam o início mais fluido e menos sobrecarregado de burocracias.
No primeiro dia, o gestor deve monitorar se os elementos essenciais foram cumpridos: apresentação às equipes-chave, entrega de ferramentas de trabalho, ambientação no espaço físico ou digital e conclusão de um programa introdutório de aprendizagem. Feedback imediato deve ser colhido e analisado. Isso permite intervenções rápidas e demonstra um cuidado genuíno com a experiência do colaborador.
Durante todo o período de onboarding, indicadores objetivos devem ser acompanhados: leitura de materiais críticos, desempenho em módulos de e-learning, participação em interações organizacionais e o impacto dessas ações na evolução de metas individuais e coletivas. Ao final do processo, dashboards analíticos mostram com clareza o que funcionou, o que precisa de ajustes e onde estão as lacunas. Essa análise não deve ser isolada — ela precisa estar integrada ao sistema mais amplo de gestão de pessoas da empresa, permitindo correlações com performance e índices de satisfação.
Esses esforços não são burocráticos nem periféricos: eles são determinantes. Num mercado em que a retenção de talentos é um desafio crescente, cada etapa do onboarding deve ser projetada como uma alavanca estratégica de engajamento e permanência. A confiança não nasce do acaso — ela é cultivada com ações intencionais, relacionamentos significativos e experiências iniciais que afirmam, sem ambiguidade: você importa aqui.
Além disso, é fundamental entender que o onboarding não se esgota no processo técnico de integração. A percepção de pertencimento nasce de conversas autênticas. Muitas vezes, líderes assumem que a ausência de reclamações significa satisfação, mas o silêncio pode ocultar frustração, desânimo ou até o início de um desligamento silencioso. Por isso, além dos dados objetivos, é essencial promover conversas regulares de acompanhamento, que não sejam centradas em desempenho, mas em bem-estar, aspirações e sentido de propósito no trabalho. A retenção começa com escuta.

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