Eu sou. Uma vez transformado em borboleta, suportarei todas as minhas dificuldades e sofrimentos em silêncio, como um verdadeiro homem. Além disso, eu simplesmente não tinha forças para repreender Malinin – eu estava com uma fome terrível naquele momento.
Kostya e eu, depois de termos aguardado até que o pardal estivesse em um lugar seguro, saímos debaixo do telhado e voamos em direção a um canteiro de flores abaixo, em busca de néctar. “Pássaros são perigosos lá em cima, no céu”, disse Kostya. “Mas perto do chão não são tão perigosos. Se o pior acontecer, se esconda ao ver um pardal.” Eu queria perguntar a Malinin, “E se você for devorado enquanto come néctar?”, mas me calei.
O canteiro estava repleto de flores – vermelhas, brancas e azuis – todas exalando um cheiro maravilhoso de néctar. Era como o aroma dos bolos que saíam da cozinha de minha mãe. O simples cheiro me fazia salivar e minha cabeça rodava. Já não ouvia mais o que Kostya dizia. Escolhi uma flor grande e bonita para mim e comecei a girar ao seu redor, procurando um lugar para pousar.
De repente, ouvi uma voz estridente por trás de mim. “Mate-a!” Virei-me no ar e vi dois meninos com pás nas mãos. Eles balançavam seus chapéus e corriam em minha direção com passos pesados. “É uma mariposa cigana. Mate-a! Eu conheço essa praga!” gritou um deles, e colocou os dedos na boca, assobiando alto.
Sendo, como Kostya havia dito, uma borboleta repolho, que nada tinha em comum com a mariposa cigana, ignorei os gritos dos meninos. Continuei a girar no ar em torno da flor que exalava aquele delicioso cheiro de néctar. Foi então que uma enorme sombra me cobriu e um forte sopro de vento me lançou ao chão. “Conseguimos! Conseguimos!” gritou um dos meninos, balançando o chapéu sobre a cabeça.
O som da voz me era familiar. Era Venka Smirnov – aquele que havia atirado pedras em Kostya e em mim quando éramos pardais – e seu companheiro Genka Koromyslov. “Você vai ver, Venka!” pensei comigo. “Se eu não fosse uma borboleta agora, já teria me vingado de tudo o que você fez!”
Venka e Genka começaram a me procurar entre as flores e na grama. Mas eu mantive a calma. Assim que caí no chão, dobrei minhas asas e finquei-me no solo, fingindo ser uma folha seca de bétula. Eles andaram ao meu redor, e um deles até me deu um chute sem saber. Esperei até que se virassem, então voei para longe, para o ar. “Lá está ela!” gritaram os caçadores de mariposas, mas já era tarde demais. Eu havia subido alto e me posicionado ao lado de Malinin.
“Eu estava gritando para você, ‘Voe!’” Kostya me gritou com voz apavorada. “E você estava tentando se esconder numa flor!”
“Mas eles estavam gritando, ‘Mate a mariposa cigana!’ e você disse que eu era uma borboleta repolho.”
“Esses idiotas não sabem nada sobre borboletas e mariposas,” disse Kostya, pousando em um relógio elétrico que estava pendurado em um poste acima do canteiro. Olhei para o relógio e cocei a cabeça. Já eram doze horas, e nossas vidas não estavam indo como Kostya havia dito que iriam.
Eu estava cada vez mais faminto, mas Venka e Genka não saíam do canteiro. Eles me acenavam, faziam gestos com os braços e ficavam ali, esperando pacientemente que eu pousasse novamente para tentar me pegar. “Acha que sou tolo, né!” pensei, esperando que eles desistissem e fossem embora, mas os bobos começaram a assobiar novamente, acenando e me chamando de todos os nomes possíveis.
“Pragas!” eu gritei irritado. “Aquela garota Fokina está esperando por vocês no jardim para plantar árvores, e vocês estão aqui brincando com borboletas!”
Após isso, Genka atirou o chapéu em nossa direção, e Venka tentou subir no poste, mas escorregou. “Não vamos conseguir almoçar aqui,” disse Kostya, como se tivesse lido meus pensamentos.
Então, eu disse a Kostya: “Vamos voar para algum jardim de vegetais. Está ótimo agora, tudo está maduro – nabos, cenouras, repolhos. E lá também tem flores, sem tantas pessoas.”
“Ugh, você, miserável repolho,” disse Kostya, “por sua causa não podemos ir a um jardim de vegetais agora.”
“Por quê?”
“Porque estão envenenando pragas como você em todos os jardins de vegetais.”
Essa notícia desanimadora me deu um grande choque. “Maldição!” gritei, irritado. “Na rua, suas asas podem ser arrancadas a qualquer momento, nos jardins nos envenenam, e no céu os pardais nos devoram. Por que diabos viramos borboletas, então? Para morrer de fome?”
“Não fique assim, Barankin,” disse Kostya. “Eu vou te dar néctar, não se preocupe. Vamos lá!”
“Para onde?” perguntei.
“Para o jardim da escola.”
“Mas as crianças estão plantando árvores lá!”
“Melhor ainda! Vamos aproveitar o néctar no jardim das flores e ver nossos amigos ao mesmo tempo.”
Kostya parecia estar com saudades dos nossos colegas de classe. De repente, eu também senti uma vontade de ver nossos antigos colegas de escola. Não sei por que, mas aquele desejo cresceu em mim com uma força inesperada. E, embora estivesse morrendo de fome naquele momento, de repente, senti um desejo ainda mais forte de simplesmente voar perto da nossa escola, de passar pelo nosso antigo classe, onde tantas boas lembranças se acumulavam. Será que eu disse “boas”? Está acontecendo algo comigo? Acho que estou começando a enlouquecer de fome.
Para me controlar, sacudi-me como um cachorro que sai da água. E que bom que fiz isso, porque esse movimento dissipou meus pensamentos sombrios como se fosse spray, e eu me senti muito melhor. Agora eu podia pensar sobre aquele encontro de uma forma mais racional, sem muitas emoções, ao contrário de Kostya, cujos olhos se encheram de lágrimas assim que ele começou a falar sobre nossos colegas de escola.
“Vamos almoçar lá,” disse Kostya, sonhador.
“E jantar e tomar o lanche também, enquanto estamos nisso,” eu disse, mais animado, sentindo que o almoço sozinho não seria suficiente para me satisfazer.
Nós voamos do relógio e partimos em direção ao jardim da escola em alta velocidade. Pela primeira vez em nossas vidas, Kostya e eu estávamos indo para a escola no ritmo que normalmente reservávamos para voltar para casa depois das aulas. Eu estava convencido de que chegaria primeiro, claro. Mas minha surpresa foi grande quando percebi que estava ficando para trás, três casas atrás de Malinin. No começo, mal acreditei nos meus próprios olhos. Kostya sempre foi considerado o mais fraco da nossa turma, e nas aulas de educação física ninguém sequer tentava competir comigo. Minha ficha sempre mostrava notas excelentes em educação física (mas minha mãe, por algum motivo, não dava muita importância a isso).
Decidi dar um impulso e comecei a mexer minhas asas amarelas triangulares o mais rápido que pude. Mas não adiantou. Kostya, com suas asas elegantes, voava como uma flecha, enquanto eu caía em buracos de ar, tropeçando, virando de cabeça para baixo, e me movendo como uma mosca atolada em mel.
Ao me ver ficando para trás, Kostya, para minha vergonha, voltou e me disse palavras que nunca vou esquecer enquanto viver. Ele disse: “Ei, você, repolho! Não consegue voar mais rápido do que isso? O que é isso, hein?”
O que acontece quando você se transforma em uma formiga?
A sensação de ser uma formiga, de viver no diminuto universo que elas habitam, era ao mesmo tempo intrigante e desconcertante. Para Kostya Malinin, a transformação parecia uma oportunidade para experimentar uma vida nova, com um frescor até entusiasmado. Ele saltava de alegria, como se a sua escapatoria da morte iminente fosse uma redenção. "A sirene de ataque aéreo acabou, tudo claro!" exclamou ele, como se tivesse sobrevivido a algo grandioso. Mas para mim, a realidade era bem diferente. Eu não compartilhava da empolgação de Kostya, porque sabia o que nos aguardava na vida de uma formiga: uma existência regida pela obediência ao instinto e ao trabalho incessante.
Zina Fokina, com seus olhos marejados, procurava freneticamente algo nas proximidades. A frustração em sua voz não era difícil de detectar. "Não tem nada aqui. Nada!" A comédia do momento, que Kostya parecia achar deliciosa, me deixava desconfortável. A nossa transformação em formigas não me parecia nada promissora, ainda mais quando o próprio Kostya sugeria que, ao invés de voar como drones, deveríamos nos contentar em rastejar sob a terra. Eu me sentia desolado, sabendo que a vida das formigas estava condenada à servidão do trabalho.
A explicação de Kostya, alegando que o instinto das formigas era algo que as fazia trabalhar até nos domingos, me fez refletir sobre a vida sob as regras de um mundo natural implacável. "Não existe isso de Instinto", disse Kostya, desafiando uma ideia que era ensinada nas escolas. Ele sugeria que as formigas, como nós, precisavam de um descanso, talvez até de um domingo livre. Essa dúvida sobre o instinto das formigas gerou uma mudança no meu pensamento. Seria mesmo necessário que as formigas trabalhassem sem descanso? A ideia de um domingo para elas, uma pausa na rotina, foi algo que comecei a desejar.
Mas a realidade logo se impôs novamente. Quando começamos a andar pela terra, vi as formigas em plena atividade. Elas carregavam galhos, folhas e pedaços de terra como se não houvesse amanhã. "Não estão passeando, estão trabalhando!", exclamei, mas Kostya continuava a argumentar que tudo aquilo fazia parte de uma espécie de "costume", como se as formigas tivessem, de fato, um descanso ritualizado. Mas mesmo assim, algo em meu interior não conseguia deixar de sentir que tudo aquilo era uma farsa. O trabalho das formigas parecia interminável e, apesar de todas as tentativas de Kostya de suavizar a situação, a verdade era inegável.
A ideia de buscar um formigueiro, como se pudéssemos simplesmente entrar e encontrar um refúgio confortável, foi logo desfeita pela dura realidade da vida em colônia. Um formigueiro não é um lugar onde se possa simplesmente descansar. Ele é um espaço de constante movimento, onde todos, sem exceção, são guiados pelo império do instinto. Quando olhei para as formigas trabalhando, carregando objetos que pareciam pesados para seus corpos diminutos, a noção de "folga" se dissipou. Elas estavam em uma rotina sem fim, sempre em busca de alimento, ou realizando alguma outra tarefa fundamental para a sobrevivência da colônia.
A verdade é que, em muitas formas de vida, o trabalho não se limita a um dia da semana. O ciclo da vida continua incessantemente, e o descanso, embora desejado, se torna uma exceção e não a regra. Para as formigas, cada dia é uma batalha, uma corrida contra o tempo e a natureza. Elas não se questionam sobre a necessidade de trabalhar; elas apenas fazem o que o instinto as obriga a fazer.
Ainda assim, a transformação que experimentamos, por mais desconcertante que fosse, nos ensinou algo fundamental: nem todo trabalho é visível, nem toda tarefa é reconhecida por quem está de fora. Para as formigas, cada ação, por mais insignificante que pareça, tem um propósito dentro do grande esquema da vida. Isso é algo que, como seres humanos, frequentemente esquecemos. Pensamos que temos o luxo de decidir quando descansar, mas a natureza nos lembra que até no mundo das formigas, o descanso é uma utopia que raramente se torna realidade.
Como lidar com as expectativas e pressões em uma jornada escolar: o papel das relações sociais e o impacto emocional
A pressão no ambiente escolar pode se manifestar de diversas formas, seja através de expectativas de notas, comportamentos dos colegas ou até mesmo as exigências externas dos próprios professores. A dinâmica entre os estudantes, em particular a interação de Yura e seus colegas, reflete a luta interna de muitos jovens diante de uma realidade cheia de julgamentos e comparações. O diálogo entre eles é carregado de frustrações e cobranças, especialmente quando se trata das notas baixas de Yura e Kostya. A luta por aceitação, a busca pela superação e o medo da reprovação são temas universais para aqueles que enfrentam a rigidez de um sistema escolar.
Quando os colegas começam a vocalizar suas insatisfações, a situação se intensifica. Frases como "Eles são um escândalo para a turma" ou "Deveriam ser expulsos da escola", direcionadas a Yura e Kostya, revelam não apenas um desprezo, mas também uma pressão para que se comportem de acordo com o que é esperado. Em resposta, Yura e Kostya, sentindo-se isolados e injustiçados, tentam defender suas ações, mas as vozes ao redor se tornam mais intensas e as críticas mais cortantes. As constantes comparações com Misha Yakovlev, um aluno exemplar da turma, fazem com que eles se sintam como alvo fácil para os julgamentos dos outros.
O momento em que Venka Smirnov se envolve na discussão, tentando argumentar que ninguém deveria ser chamado à lousa após as férias, revela uma tentativa de aliviar a tensão de um ambiente que, aos olhos dos estudantes, está carregado de expectativas desmedidas. Mas a solução proposta, que envolve discutir a melhoria de notas e um trabalho extra, não faz senão ampliar a sensação de desconforto. A pressão para "melhorar amanhã" surge como um fardo difícil de carregar, especialmente quando é dita de maneira ríspida e impessoal, sem considerar o contexto individual de cada aluno.
A verdadeira luta emocional começa quando, após o tumulto, Zina Fokina se aproxima de Yura, exigindo que ele "seja um homem" e recupere suas notas no dia seguinte. A cobrança não é apenas acadêmica, mas se transforma em um desafio moral e psicológico: ser alguém "melhor", fazer parte da expectativa social sem questionar. A resposta de Yura, "E se eu estiver cansado de ser um homem?", simboliza um grito de desespero diante de uma pressão que não só exige desempenho acadêmico, mas também uma conformidade com as normas sociais que podem ser desumanas. A pressão psicológica que ele sente, de querer escapar dessa luta constante, é uma realidade que muitos enfrentam durante os anos de escola, onde a identidade pessoal muitas vezes é perdida em meio às exigências coletivas.
Finalmente, o momento em que Yura e Kostya são enviados para uma tarefa aparentemente simples, como plantar árvores no jardim da escola, exemplifica a tentativa de impor a "disciplinaridade" por meio do trabalho físico. O fato de que esse trabalho é visto como uma "recompensa" ou uma forma de "relaxamento" após o esforço mental reflete uma visão reducionista do aprendizado, onde a ação prática serve para compensar ou melhorar a performance acadêmica. Para Yura e Kostya, no entanto, essa tarefa parece mais uma punição do que uma oportunidade de crescimento. Esse cenário ilustra a desconexão entre o que é visto como "trabalho necessário" e o que realmente é produtivo para o desenvolvimento emocional e educacional de um aluno.
Além disso, a crítica velada a Misha Yakovlev, que aparentemente está sempre à frente, completa o quadro de uma escola onde apenas os "melhores" são visíveis, enquanto os outros, como Yura e Kostya, são deixados à margem, constantemente pressionados a alcançar os padrões de excelência estabelecidos. A constante comparação entre os alunos não apenas enfraquece a autoestima de quem se encontra abaixo da linha de sucesso, mas também intensifica o sentimento de inadequação.
É fundamental entender que o ambiente escolar deve ser um espaço de aprendizado, mas também de apoio emocional e social. A pressão para alcançar resultados, embora legítima em certos contextos, precisa ser balanceada com a compreensão das limitações individuais. A educação não deve ser vista apenas como uma preparação para o futuro, mas também como um espaço onde o estudante possa amadurecer emocionalmente, aprendendo a lidar com frustrações e expectativas de uma maneira saudável. O fato de a sociedade, incluindo professores e colegas, muitas vezes verem os alunos apenas como resultados de suas avaliações, e não como indivíduos com experiências únicas, é uma questão que precisa ser enfrentada para criar um ambiente educacional mais justo e humano.
Como se Transformar em um Pardal: Reflexões sobre a Imaginação e a Realidade
Sentado no banco, eu não sentia nada de especial no começo. Pensamentos humanos se infiltravam na minha mente, pensamentos sobre notas baixas, sobre aritmética, sobre Misha Yakovlev. Mas eu me forcei a ignorá-los. Pensando que, se eu decidira me tornar um pardal, deveria pensar apenas nas coisas dos pardais. Aos poucos, percebi que pensamentos não-humanos começaram a invadir minha mente, afastando os humanos. Por exemplo, de repente, senti a necessidade de cantar alguns trilos na língua dos pardais. Outros desejos estranhos começaram a surgir, como a vontade de saltar do banco e voar por aí, ou até me acomodar no topo de um pé de bétula, ou experimentar a vida em uma caixa de ninho.
Esses desejos estavam se tornando cada vez mais intensos e começaram a tomar conta de minha mente, até que uma sensação estranha percorreu meu corpo. As sensações subiam pelas minhas pernas e logo invadiam meus braços e minha espinha, até que uma vontade inexplicável de comer aveia surgiu, aveia crua, do chão, com casca, tal como um pardal faria. Comecei a refletir sobre essa sensação, tentando entender sua origem. Aveia? Como isso poderia ser? Minha mãe costumava fazer mingau de aveia com leite e geléia, mas nunca tive prazer nisso. Por que então, de repente, essa necessidade de aveia crua?
O mais estranho foi quando, ao abrir os olhos com cautela, percebi que meus pés não eram mais os meus, mas sim os pés nus de um pardal. Confuso, olhei para os meus braços e, ao invés de braços, vi asas. Ao olhar para trás, notei que tinha uma cauda. Era isso! Eu me transformara em um pardal! Agora, a aveia fazia sentido: eu era um pardal, e como tal, meus desejos e pensamentos tinham mudado para refletir minha nova natureza.
Ao perceber isso, pensei que minha mãe estava certa: se você deseja algo com muita força, pode realmente conseguir. A descoberta foi tão grandiosa que quase me sentia compelido a anunciar aos quatro ventos que qualquer pessoa poderia se transformar no que desejasse, bastava acreditar e desejar com todo o coração. Com isso, espalhei minhas asas, olhei para Kostya Malinin e, como um verdadeiro pardal, emiti um som: "Tweet-tweet! Peep-peep!"
Kostya, que ainda estava no banco como uma pessoa comum, ficou surpreso e tentou se transformar também. Ele tentou de todas as formas, mas nada acontecia. Ele se desesperava, gritando para apressar o processo: "Vamos, vamos virar pardais juntos!" Mas, por alguma razão, ele não conseguia. Nesse momento, comecei a me sentir culpado. Havíamos combinado de nos transformar juntos, e agora eu o havia deixado para trás. Ser um pardal sozinho não era tão divertido quanto ser pardais juntos. Mas, mesmo assim, dei uma batida nas minhas asas, levantei voo e me empoleirei no muro, com um olhar orgulhoso.
A diversão foi interrompida quando Misha Yakovlev apareceu de bicicleta. Com isso, percebi que Kostya não teria tempo para completar sua transformação. Eu gritei para ele, avisando que era tarde demais. Mas, para minha surpresa, quando Misha chegou, Kostya, finalmente, havia se transformado também. Ele estava ali, em forma de pardal, parado no banco, sem que ninguém percebesse a mudança. Misha, sem notar nada de estranho, continuou procurando por ele.
O que aconteceu foi, portanto, uma simples questão de força de vontade. Kostya, ao contrário de mim, não havia acreditado o suficiente no poder do desejo. Porém, no final, ele também conseguiu realizar sua transformação. Esse fenômeno, que no começo parecia quase mágico e misterioso, revelou-se apenas a consequência de um desejo profundo e genuíno. A magia não estava em algum poder externo ou sobrenatural, mas no ato de realmente acreditar em algo com todas as forças.
Esse conto, aparentemente simples e fantasioso, revela uma reflexão sobre a natureza da mente humana e o poder do desejo. Quando nos entregamos completamente ao que desejamos, nossos pensamentos e ações podem se transformar, moldando nossa realidade de uma maneira que muitas vezes não conseguimos entender. O que precisamos entender, no entanto, é que a força do desejo não é mágica, mas uma questão de foco e crença interior.
É importante notar que a transformação de Kostya, que aconteceu tardiamente, pode representar a ideia de que a mudança real requer tempo e convicção. Nem sempre estamos prontos para abraçar nossas verdadeiras aspirações, mas isso não significa que o desejo não vá, eventualmente, nos levar aonde queremos. Assim como Kostya, todos nós temos o potencial de realizar nossas transformações internas, mas é preciso persistir, mesmo quando parece que os resultados não aparecem imediatamente.

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