No tratamento do impingimento posterior do tornozelo em atletas, especialmente durante a temporada ativa, iniciamos frequentemente com injeções de lidocaína e/ou homeopáticas. Se a resposta for favorável, permitindo que o atleta continue a jogar, cerca de 10 dias depois, é planejada uma injeção de PRP (Plasma Rico em Plaquetas) ou PRF (Plasma Rico em Fibrina). Esses tratamentos visam promover a regeneração celular e reduzir a inflamação local, acelerando a recuperação. Uma alternativa interessante é a Terapia de Eletrolise Percutânea (PET), que aplica uma corrente elétrica modulado diretamente nos tecidos danificados, utilizando uma agulha de acupuntura. Esse tratamento pode ajudar a induzir a recuperação dos tecidos moles afetados. Além disso, a terapia por ondas de choque também se apresenta como uma opção válida, atuando na recuperação rápida dos tecidos moles e no alívio da dor. No entanto, essas modalidades, embora promissoras, carecem de estudos prospectivos que comprovem sua eficácia de forma robusta.
Quando não obtemos sucesso com esses tratamentos, a decisão de seguir para uma abordagem cirúrgica é tomada em conjunto com a equipe técnica, treinadores e o próprio atleta. A questão que sempre surge, especialmente no caso de dançarinos, é: devemos ou não injetar corticoides? Embora o uso de corticoides seja uma prática comum, é importante ressaltar que eles devem ser usados com cautela. Primeiramente, muitos esportes consideram o uso de corticoides como doping. Além disso, os efeitos adversos locais, como rupturas tendinosas, problemas na pele e aderências locais, são riscos importantes a serem considerados. Portanto, é preferível utilizar alternativas como a terapia por ondas de choque, injeções de ácido hialurônico, PRP ou PRF, e até substâncias homeopáticas como Arnica Montana. A PET e a terapia por ondas de choque podem também ser opções não cirúrgicas eficazes.
A abordagem endoscópica para o tratamento do impingimento posterior do tornozelo tem mostrado uma boa relação custo-benefício. Estudos demonstram que o tratamento endoscópico oferece uma baixa morbidade, tempo de recuperação curto e bons resultados, com cerca de 80% dos pacientes apresentando resultados excelentes a dois anos de acompanhamento. As vantagens teóricas dessa abordagem incluem uma melhor visualização do tornozelo posterior e da articulação subtalar, um retorno mais rápido às atividades devido a incisões menores e menor taxa de complicações. Contudo, essa técnica exige grande habilidade, com uma curva de aprendizado acentuada e tempos operatórios mais longos.
Quando comparada à excisão aberta do osso trigonum, a excisão endoscópica não apresenta diferenças significativas nas pontuações de dor avaliadas pela American Orthopaedic Foot and Ankle Society (AOFAS). No entanto, a recuperação dos pacientes submetidos à técnica artroscópica ocorre cerca de seis semanas mais cedo, o que é um grande benefício, especialmente para atletas que buscam retornar às suas atividades de forma mais ágil. A taxa de complicações após a endoscopia do tornozelo posterior, incluindo casos como síndrome do os trigonum, tendinite do FHL (Flexor Hallucis Longus) e fraturas do processo de Stieda, varia entre 3,8% e 8,5%. Em comparação, a taxa de complicações na cirurgia aberta é mais alta, variando de 10% a 24%.
O risco de lesão nervosa é semelhante tanto para a técnica aberta quanto para a artroscópica. Estudos comparativos indicam que a taxa de lesões nervosas em casos abertos é de 4,2%, enquanto nos casos artroscópicos essa taxa é ligeiramente inferior, 3,7%. Além disso, a taxa de complicações como infecções e problemas na ferida cirúrgica é significativamente menor na abordagem artroscópica (0,96%) em comparação à técnica aberta (2,8%).
A abordagem endoscópica tem se mostrado particularmente eficaz em pacientes com lesões por uso excessivo, como dançarinos e jogadores de futebol, cujas atividades frequentemente envolvem movimentos de flexão plantar. A neuropraxia do nervo sural é a principal complicação associada a essa técnica, mas pode ser minimizada com a colocação correta dos portais e o uso adequado dos instrumentos. A chave para o sucesso no tratamento do impingimento posterior do tornozelo é o diagnóstico preciso e a escolha do tratamento adequado, especialmente para atletas que desejam retornar rapidamente às suas atividades.
Embora o tratamento endoscópico seja uma opção promissora e minimamente invasiva, que permite aos atletas e não atletas um retorno mais rápido aos esportes e uma menor taxa de complicações, a decisão sobre a abordagem terapêutica deve ser tomada com base no quadro clínico individual de cada paciente e nas necessidades específicas de sua recuperação.
Como as Doenças Osteocondrosas Afetam os Ossos do Pé e a Importância do Diagnóstico Precoce
O fenômeno das osteocondroses, que afetam os ossos do pé, tem gerado preocupação no campo ortopédico, especialmente pela dificuldade de diagnóstico precoce e pela variedade de manifestações clínicas. Um dos principais mecanismos que explicam essas condições é a interrupção do fornecimento sanguíneo ao cartilágio de crescimento. Tal interrupção, quando ocorre de forma focalizada, pode levar à necrose das células cartilaginosas nas proximidades da metáfise da fise, onde a isquemia seria mais pronunciada. Este processo resulta na formação de uma placa óssea anormal, que impede a penetração dos capilares do front de ossificação, criando uma barreira que isola um grupo de condrócitos hipertrofiados do lado da epífise, levando a um acúmulo de cartilagem fisiológica anômala, dificultando a ossificação normal da área afetada.
Além disso, uma segunda teoria vascular propõe que microtraumas repetidos nos vasos sanguíneos da metáfise possam prejudicar a irrigação do front de ossificação. Isso resultaria na falha de diferenciação da cartilagem hipertrofiada e no espessamento anômalo da cartilagem da fise. Ambas as teorias são respaldadas por estudos experimentais e observações em modelos animais. No entanto, o diagnóstico preciso e a identificação precoce dessas condições continuam a ser um desafio.
A classificação proposta por Siffert em 1981 divide as osteocondroses em três grupos distintos. O primeiro grupo afeta a cartilagem do complexo epifisário articular, geralmente como resultado da necrose da cartilagem hialina articular ou do núcleo epifisário. Exemplos incluem a doença de Köhler, que afeta o navicular do tarso, e a doença de Freiberg, que envolve o segundo metatarso. O segundo grupo envolve a cartilagem de crescimento das apófises, que são zonas de inserção tendínea, caracterizando a osteocondrose por tração, como a doença de Sever (calcâneo) e a doença de Iselin. Finalmente, o terceiro grupo abrange alterações da fise da coluna vertebral e dos ossos longos, como a doença de Blount e a doença de Scheuermann.
O diagnóstico clínico é crucial para o reconhecimento precoce dessas doenças, especialmente quando há dor no pé em crescimento. Os exames de imagem, embora desafiadores nas fases iniciais, podem revelar sinais importantes nas fases mais avançadas. Em estágios iniciais, as radiografias podem mostrar edema nos tecidos moles e aumento do espaço articular. À medida que a doença progride, sinais de necrose tornam-se evidentes, com esclerose, irregularidade nas bordas dos núcleos de ossificação, fragmentação, deformidade e, eventualmente, colapso do osso afetado. O uso de tomografia computadorizada (TC) pode auxiliar na avaliação da extensão tridimensional do envolvimento ósseo, bem como na diferenciação de outros tipos de lesões ósseas. A ressonância magnética (RM) é uma ferramenta útil para o diagnóstico diferencial, especialmente nas fases iniciais, onde imagens de baixa intensidade de sinal em sequências T1 e T2 indicam necrose avascular.
A medicina nuclear também tem se mostrado eficaz no diagnóstico dessas doenças, especialmente a cintilografia óssea em três fases. Essa técnica permite identificar áreas de baixo acúmulo radiativo nos ossos necróticos e observar o processo de recuperação durante a fase de cicatrização. No entanto, a RM continua sendo superior em termos de sensibilidade e especificidade.
Entre as osteocondroses mais comuns, a doença de Sever, que causa dor no calcanhar de crianças e adolescentes, é um exemplo clássico. Inicialmente descrita por Haglund em 1907 e caracterizada por Sever em 1912, essa condição afeta crianças entre 6 e 13 anos, particularmente aquelas envolvidas em atividades físicas intensas. A doença de Sever é uma apofisite do calcâneo, sendo a causa mais frequente de dor no calcanhar em adolescentes. A teoria mais aceita sobre sua etiologia é que ela resulta de um síndrome de uso excessivo, com microtraumas repetitivos causados pela tração do tendão de Aquiles na apófise calcânea.
Fatores intrínsecos, como aumento da pressão plantar, maior índice de massa corporal, pé plano, pé cavo e tendão de Aquiles curto, assim como fatores extrínsecos, como prática esportiva intensa e o uso de calçados inadequados, são frequentemente associados à condição. O diagnóstico clínico é baseado na localização da dor, que tipicamente se apresenta na parte posterior e plantar do calcanhar durante a atividade física, aliviando com o descanso. O exame físico geralmente não revela edema ou sinais de inflamação local, e a dor tende a ser ausente à noite. O tratamento, geralmente conservador, é focado no alívio dos sintomas e na prevenção de sobrecarga.
Além disso, é fundamental que o diagnóstico de osteocondroses seja feito o mais cedo possível para evitar complicações a longo prazo. O acompanhamento regular com exames de imagem apropriados permite a monitorização da progressão da doença e a adequação do tratamento, prevenindo deformidades ósseas permanentes.
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