O câncer de tireoide é um dos tipos de câncer mais comuns, com sua prevalência aumentando nos últimos anos. Compreender os fatores de risco, os tipos de câncer e as abordagens terapêuticas é fundamental para o diagnóstico e tratamento eficazes. Diversos fatores, como exposição à radiação, histórico familiar e doenças tireoidianas pré-existentes, aumentam a probabilidade de desenvolvimento dessa patologia.
Mais de 90% dos cânceres de tireoide são classificados como câncer de tireoide diferenciado (CTD). Dentro dessa categoria, os tipos histológicos mais comuns são o papilífero, que responde por cerca de 80% dos casos, e o folicular, que corresponde a aproximadamente 10% a 15% dos casos. O câncer medular de tireoide representa cerca de 3% a 5%, enquanto o linfoma e o carcinoma anaplásico somam entre 1% a 3% dos casos.
Entre os tipos de câncer de tireoide, o carcinoma papilífero é o mais prevalente e tem uma evolução geralmente favorável. No entanto, a sua evolução pode ser influenciada por fatores como a variante clássica e a variante celular alta. Fatores de risco associados a um comportamento agressivo incluem mutações genéticas como a BRAF V600. O câncer medular, por sua vez, está frequentemente associado ao síndrome MEN2 (neoplasia endócrina múltipla tipo 2), sendo essencial identificar a mutação no gene RET para o diagnóstico e acompanhamento.
A determinação do nível de tiroglobulina no sangue tem se mostrado útil no monitoramento do câncer de tireoide diferenciado. A tiroglobulina funciona como um marcador tumoral que ajuda a avaliar tanto a resposta ao tratamento quanto o risco de recorrência da doença. Contudo, a presença de anticorpos contra a tiroglobulina pode interferir nos resultados, resultando em um falso baixo. Nessas situações, os anticorpos contra a tiroglobulina podem, paradoxalmente, funcionar como marcadores tumorais.
No que se refere ao tratamento cirúrgico, a abordagem inicial varia conforme o tipo de câncer e o estágio da doença. Para os casos mais comuns, como o carcinoma papilífero ou folicular, a tireoidectomia total é frequentemente recomendada, seguida de ablação com iodo radioativo. Em casos de tumores menores, com menos de 10 mm, pode ser suficiente realizar uma hemotireoidectomia, ou seja, a remoção de apenas um lobo da tireoide, desde que não haja exposição prévia à radiação ou histórico familiar positivo.
Porém, no câncer medular de tireoide, a resposta ao tratamento é mais complexa, uma vez que essas células não captam iodo radioativo. O tratamento geralmente envolve uma abordagem cirúrgica mais agressiva, com a remoção total da tireoide e, em muitos casos, dissecção de linfonodos laterais, além de radioterapia externa em certos casos. Nos casos de metástases, a utilização de inibidores da tirosina quinase pode ser considerada para controle sintomático.
Para os tumores anaplásicos de tireoide, que são malignos e agressivos, o tratamento é ainda mais desafiante. A cirurgia muitas vezes não é suficiente, sendo necessária a combinação com radioterapia e quimioterapia para tentar controlar o crescimento rápido da neoplasia. A abordagem cirúrgica geralmente envolve uma dissecção cervical ampla, visando remover os tumores e tecidos adjacentes comprometidos.
Em relação ao estadiamento, o sistema TNM, recentemente atualizado para a 8ª edição (2016), é utilizado para classificar a gravidade do câncer de tireoide. Este sistema se baseia no tamanho do tumor primário, no envolvimento dos linfonodos regionais e na presença de metástases à distância. O câncer papilífero e folicular em pacientes com menos de 55 anos, por exemplo, pode ser classificado no Estágio I, independentemente do tamanho do tumor, desde que não haja metástases.
A avaliação genômica, especialmente a mutação do gene RET no câncer medular, tem se tornado uma ferramenta essencial para o diagnóstico e para a escolha de terapias mais direcionadas. Esses avanços genéticos são críticos para a personalização do tratamento, podendo influenciar as escolhas terapêuticas, como a decisão de realizar dissecções de linfonodos ou tratamentos adicionais.
Além disso, uma abordagem multidisciplinar é fundamental para a gestão do câncer de tireoide. A colaboração entre endocrinologistas, cirurgiões, radiologistas e oncologistas permite um plano de tratamento integrado e a escolha das melhores opções terapêuticas, considerando a evolução individual da doença e as características genéticas de cada paciente.
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Infecções nasais crônicas: diagnóstico, tratamento e considerações adicionais
As infecções nasais crônicas são condições complexas e multifacetadas, que podem ser causadas por uma variedade de patógenos, incluindo fungos, protozoários e microrganismos menos comuns. Embora muitas dessas infecções possam ser tratadas com sucesso quando diagnosticadas precocemente, o curso frequentemente prolongado e os sintomas complexos representam desafios significativos para o diagnóstico e a gestão clínica.
A Rhinosporidiose, uma infecção fúngica, é um exemplo clássico de uma patologia nasal crônica. Causada pelo Rhinosporidium seeberi, um organismo que se encontra entre os fungos e os animais, a infecção tem uma evolução lenta. Os pacientes geralmente apresentam massas polipoides no nariz ou em outras superfícies mucosas, comumente associadas à obstrução nasal, epistaxe e secreção nasal. Essas lesões podem ser identificadas por meio de exames clínicos e exames de imagem, como a tomografia computadorizada, que ajudam a avaliar a extensão da doença. Em casos mais avançados, a doença pode afetar outras áreas, como a conjuntiva, os lábios, o palato e até mesmo a laringe e a traqueia.
Embora a cultura de Rhinosporidium seja difícil e demorada, a reação celular gigante do corpo estranho, visível ao redor dos esporos, é uma característica importante. A transmissão do organismo é normalmente associada ao contato com águas estagnadas, como em poças ou rios, e a infecção ocorre geralmente por meio de epitélio traumatizado. A maneira de transmissão mais aceita é por "infecção transepitelial", que pode ocorrer de forma assintomática por anos antes de a lesão se tornar visível e sintomática.
O tratamento para Rhinosporidiose envolve uma combinação de abordagens médicas e cirúrgicas, com a excisão local ampla do tecido afetado sendo a estratégia de escolha. O uso de eletrocautério pode ajudar na hemostasia e reduzir o risco de recidiva. Além disso, métodos como crioterapia e ablação a laser de dióxido de carbono têm mostrado bons resultados como tratamentos auxiliares. A utilização de endoscópios permite uma remoção mais detalhada, facilitando a erradicação completa da infecção sob visão direta. Caso a excisão cirúrgica seja limitada, terapias médicas pós-operatórias são recomendadas, com antifúngicos sendo usados com resultados variáveis. A dapsona tem se mostrado promissora, especialmente por interromper a maturação dos esporos, promovendo a fibrose estromal.
Outra infecção crônica que pode afetar as vias nasais é a leishmaniose, uma doença parasitária causada pelo protozoário Leishmania. Esta infecção é transmitida pela picada de flebótomos infectados e pode afetar várias partes do corpo, incluindo a mucosa nasal. A leishmaniose nasal, frequentemente associada ao Leishmania braziliensis na América do Sul e ao Leishmania tropica no Oriente Médio, pode causar sintomas como congestão nasal, epistaxe e secreção nasal com crostas, levando a deformidades graves, como a perfuração do septo nasal e a deformidade do nariz tipo sela.
A leishmaniose cutânea também pode se manifestar nas vias aéreas superiores, com lesões semelhantes a úlceras que se formam ao longo do tempo e podem ser acompanhadas de secreções. A principal estratégia de tratamento para a leishmaniose nasal envolve o uso de antimonato de meglumina, um composto que faz parte dos antimoniais pentavalentes. Em casos mais resistentes, combinações de esteroides sistêmicos e laser de CO2 têm sido usadas com resultados variados. Intervenções cirúrgicas podem ser necessárias para corrigir complicações, como perfurações nasais ou deformidades, e a crioterapia tem mostrado alguns benefícios em lesões nodulares persistentes.
A histoplasmose é outra infecção fúngica que, embora rara, pode afetar a cavidade nasal. Causada pelo Histoplasma capsulatum, esse fungo está presente em solos contaminados por fezes de aves ou morcegos. A infecção é mais comumente pulmonar, mas em pacientes imunocomprometidos, como os portadores de HIV/AIDS, as formas mucocutâneas, incluindo lesões nasais, podem ocorrer. A história de exposição a ambientes endêmicos é um fator importante no diagnóstico da histoplasmose nasal. Embora a infecção nasal por Histoplasma seja rara em indivíduos imunocompetentes, a apresentação clínica, incluindo inchaço nasal e obstrução, pode ser sugerida pela endoscopia nasal, que revela úlceras, nódulos ou perfuração septal.
Essas infecções fúngicas e parasitárias podem ser complexas e difíceis de distinguir entre si, dada a sobreposição de sinais e sintomas. Exames laboratoriais, como biópsias teciduais e exames de PCR, podem ser cruciais para o diagnóstico definitivo. No entanto, é essencial um alto índice de suspeição, especialmente em pacientes imunocomprometidos, que podem apresentar formas disseminadas ou mais graves dessas doenças. Além disso, a história clínica detalhada do paciente e a avaliação cuidadosa de sua exposição a ambientes endêmicos são componentes fundamentais para uma abordagem diagnóstica bem-sucedida.
É igualmente importante considerar que muitas dessas condições podem se desenvolver de forma crônica, com sintomas que se arrastam por anos antes de se tornarem sintomáticos. O reconhecimento precoce, aliado a uma gestão integrada que combine intervenções médicas e cirúrgicas, é fundamental para evitar complicações graves e melhorar a qualidade de vida dos pacientes afetados.
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