Druid, sendo uma ferramenta de código aberto, oferece diversos recursos para entender a fundo o comportamento do sistema. A configuração do processo de depuração remota, em conjunto com suas ferramentas de desenvolvimento, é uma excelente maneira de explorar a arquitetura interna dessa aplicação. No entanto, a análise de código, especialmente em ambientes complexos como o Kubernetes ou quando se trabalha com sistemas distribuídos, exige uma compreensão profunda das ferramentas e abordagens necessárias para evitar impactos indesejados no desempenho.
A primeira questão a ser abordada é o uso de perfis de flame graph, que permitem minimizar o overhead enquanto ainda possibilitam a coleta de dados para análise. Esse processo não requer a execução contínua de agentes como daemon, sendo útil quando se precisa de uma análise pontual. Para a plataforma Java, um perfil resulta em um trace de pilha (stack trace) que pode afetar os serviços em execução. Contudo, uma maneira eficiente de obter tais traces sem sobrecarregar o sistema é utilizar utilitários temporários, como o comando sjk.jar, que permite capturar e gerar arquivos de flame graph. A partir desses dados, é possível analisar o comportamento do código, identificando os pontos críticos de latência ou falhas.
Além disso, a operabilidade de sistemas que rodam em Kubernetes pode se tornar desafiadora, especialmente em clusters compostos por microserviços. O gerenciamento desses sistemas exige atualizações não disruptivas e manutenção contínua, o que pode ser complexo sem o uso adequado de operadores. O Druid, por ser uma plataforma mais robusta e complexa que o Presto, exige uma abordagem mais detalhada na sua análise. Em ambientes distribuídos, o foco em observabilidade, utilizando ferramentas como Java Mission Control ou VisualVM, torna-se crucial para mapear o funcionamento interno e os gargalos da aplicação.
Em relação à observabilidade, entender como o kernel interage com os recursos do sistema (CPU, memória, disco e rede) é essencial para qualquer análise. No caso específico do Java, é necessário monitorar o carregamento de classes, o compilador JIT (Just-In-Time), além de questões relacionadas aos perfis, threads e coroutines. As duas principais situações em que os perfis se tornam indispensáveis são: quando não se tem um entendimento completo da estrutura interna da aplicação e quando, mesmo com esse entendimento, é necessário aprofundar a análise. Essa abordagem se torna fundamental no processo de análise de causas-raiz (root cause analysis), permitindo uma compreensão detalhada do comportamento da aplicação e possibilitando a identificação de falhas.
Diferente de ferramentas comerciais, que tendem a esconder o overhead de dados, o Druid permite acessar métricas detalhadas sobre processos internos, tornando-se uma excelente fonte de informações para o diagnóstico. No entanto, é importante observar que, em sistemas complexos como o Druid, os logs de sistema convencionais não oferecem uma visão clara da estrutura interna. Eles se limitam a informações mais superficiais, sem fornecer o contexto necessário para identificar a origem dos problemas. Em ambientes de código aberto, a melhor prática é focar em métricas e perfis, já que os logs, por mais detalhados que sejam, raramente ajudam a entender as interações de baixo nível.
Porém, mesmo com as métricas e os perfis, a depuração pode ser uma tarefa árdua, especialmente em níveis mais profundos de recursos do sistema. A utilização de perfis de amostragem, que oferecem uma visão geral do comportamento do código sem um grande impacto no desempenho, é uma abordagem eficiente para esse tipo de análise. Dependendo da situação, perfis mais detalhados podem ser necessários, especialmente quando a amostragem não fornece informações suficientes. Se a aplicação estiver travada ou em um estado não funcional, a criação de dumps múltiplos se torna imprescindível para entender o estado dos threads e, assim, diagnosticar problemas críticos.
Outro ponto crucial é a diferença entre os diversos tipos de análise que podem ser aplicadas aos sistemas. Para microserviços, as métricas e os traces desempenham um papel central; já para sistemas legados ou de caixa preta, os logs são fundamentais. Em sistemas de código aberto como o Druid, a análise de baixo nível por meio de métricas e perfis se mostra a abordagem mais eficaz. Os traces, embora úteis para entender os fluxos de aplicação, não são adequados para analisar recursos de sistema mais profundos.
É essencial que o profissional compreenda as distinções entre amostragem, perfis e dumps. Cada um desses métodos tem seu papel específico e deve ser utilizado conforme a necessidade. A amostragem, embora útil para entender o comportamento geral do código, não é suficiente quando se busca uma análise profunda da latência ou do uso de recursos. Nesse caso, os perfis fornecem mais detalhes, enquanto os dumps, que capturam o estado dos threads, são fundamentais para situações em que a aplicação não está funcionando corretamente.
Por fim, mesmo quando se utiliza ferramentas de perfilamento de código aberto, como o Druid, é importante lembrar que elas têm limitações em termos de funcionalidades, especialmente quando se trata de análise avançada de redes ou bancos de dados NoSQL. Nesse caso, pode ser necessário recorrer a ferramentas comerciais que oferecem um conjunto mais robusto de recursos, adequados para lidar com as complexidades de sistemas distribuídos e de grande escala.
Como Analisar e Diagnosticar Latência e Falhas em Infraestruturas Distribuídas
A observabilidade da infraestrutura e a análise de latência são fundamentais para garantir a continuidade e a eficiência dos serviços em sistemas complexos e distribuídos. Identificar o ponto e o método onde a latência ocorre em uma infraestrutura, no entanto, é uma tarefa desafiadora. Ao contrário dos serviços voltados para o usuário, como a observabilidade de aplicativos, a latência na infraestrutura pode estar associada a falhas internas de sistemas que operam com latências tão pequenas quanto nanosegundos. O diagnóstico eficaz requer uma compreensão detalhada das ferramentas e métodos adequados.
Para entender e analisar a latência em métodos do kernel, a utilização de instrumentação do kernel Linux, pontos de rastreamento e eBPF são essenciais. Essas ferramentas permitem monitorar e detectar problemas de latência no kernel de forma precisa. O PCP (Performance Co-Pilot) também desempenha um papel crucial na análise de latência, medindo e visualizando o desempenho da infraestrutura. A configuração adequada do eBPF ajuda a superar as limitações dos rastreamentos de sistema tradicionais, proporcionando uma visão mais detalhada do comportamento do código no nível do kernel.
É igualmente importante compreender a observabilidade de redes e a ferramenta Cilium, que permite melhorar o monitoramento do Kubernetes, enfrentando as limitações do rastreamento distribuído focado em aplicativos. Após a execução do rastreamento do sistema e a análise com eBPF, o próximo passo é correlacionar a observabilidade de aplicativos com a da infraestrutura. É fundamental perceber que os sinais da infraestrutura não são independentes e estão mais próximos da causa raiz do que os sinais da camada de aplicativo. Basear-se apenas na observabilidade do aplicativo torna difícil a identificação de problemas, especialmente quando a origem do erro reside na infraestrutura. Por isso, é necessário estreitar o escopo do problema a partir dos resultados de análise do aplicativo e continuar a investigação com sinais da infraestrutura.
O rastreamento distribuído envolve três tipos de spans: servidor, cliente e rede. Quando a latência é observada em um span de rede, pode-se utilizar ferramentas como o kubeshark para filtrar pacotes por sessão, permitindo uma visualização detalhada da latência dentro do span de rede. Para spans de servidor e cliente, é necessário verificar os atributos do span que se correlacionam com os perfis e os rastreamentos de pilha, além de checar os logs quanto aos IDs de trace e de thread.
No entanto, ao realizar buscas em logs por ID de trace, muitas vezes muitos registros são excluídos. Agentes diferentes geram diferentes contextos de trace em seus logs, o que pode gerar confusão. As ferramentas OpenTelemetry e as soluções comerciais de observabilidade apresentam diferentes contextos de trace, e é necessário ter cautela ao buscar logs, levando em consideração os IDs de threads, nomes de threads e a correção da escrita do contexto de trace nos logs. Embora os logs sejam uma excelente ferramenta para preencher as lacunas dos rastreamentos distribuídos, na prática, muitas vezes nos deparamos com limitações técnicas, o que torna os rastreamentos de sistema mais recomendados em certos casos.
Em situações onde se suspeita que o problema reside na infraestrutura, é essencial primeiro obter uma visão geral das métricas da infraestrutura e, em seguida, realizar uma análise detalhada da causa raiz utilizando rastreamentos de sistema. É necessário identificar a seção exata onde ocorre a latência a partir desses rastreamentos. Ferramentas como o strace e ftrace, embora úteis, apresentam grande sobrecarga e são difíceis de usar em produção. Ao utilizar essas ferramentas, é importante verificar o ID da thread nos logs de chamadas de sistema, ftrace e strace, para identificar o nome do método no espaço do kernel que é processado durante o intervalo registrado no log do ftrace.
Além disso, a utilização do eBPF e de pontos de rastreamento permite entender o percentil 99 de latência, a pilha de chamadas e a frequência de chamadas de métodos no código. Com isso, é possível realizar uma análise detalhada do problema. Ferramentas como o PCP permitem criar histogramas, mapas de calor e gráficos de chamas, facilitando a combinação da observabilidade de aplicativos com a da infraestrutura, e proporcionando uma visualização clara dos dados e de possíveis gargalos.
Uma consideração adicional que merece atenção é a propagação de falhas e como pequenas latências podem se transformar em falhas significativas, propagando-se por componentes críticos do sistema. Mesmo latências pequenas podem afetar serviços essenciais, como a autenticação de usuários e servidores de APIs, gerando impactos em toda a infraestrutura. Embora o SOA (Arquitetura Orientada a Serviços) e microserviços pareçam similares, suas abordagens para falhas são diferentes. O SOA, sendo centralizado, pode afetar todo o serviço se houver uma falha ou um aumento de latência em um componente crítico. Por outro lado, os microserviços foram introduzidos para evitar a falha de ponto único (SPOF), mas sua natureza distribuída pode facilitar a propagação de falhas entre diferentes partes do sistema.
É crucial entender como uma falha no downstream pode afetar o upstream. Um exemplo real ilustra como a latência no downstream pode resultar em falhas sérias no upstream devido a limitações de threads e configurações de tempo limite inadequadas. A análise do estado da thread, utilizando perfis e dumps, é essencial para diagnosticar corretamente o problema, já que a observabilidade por si só não fornece informações detalhadas sobre o estado das threads. Um caso comum é o aumento do tempo limite de espera em 9 segundos, que pode criar uma latência de 18 segundos, causando a indisponibilidade do serviço.
Em outro exemplo, problemas de resposta no downstream podem causar falhas frequentes e timeouts no upstream. Embora o desenvolvedor possa acreditar que a configuração de timeout protege o upstream, a verdadeira causa do problema pode ser o acúmulo de conexões TIME-WAIT no upstream, o que exige uma análise detalhada das configurações de rede, como parâmetros de kernel e utilitários de rede. É necessário realizar testes e ajustes de configurações, como TIME-WAIT, keepalive, número de arquivos descritores e sessões, entre outros, para evitar que as falhas se propaguem.
Esses exemplos demonstram a importância de uma observabilidade robusta e de uma compreensão profunda das ferramentas e das interações entre os componentes do sistema. Identificar falhas antes que elas se tornem críticas, por meio da análise detalhada de latência e do rastreamento de falhas, é essencial para garantir a resiliência da infraestrutura distribuída.
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