O exercício terapêutico representa uma abordagem fundamental dentro da medicina esportiva e da reabilitação veterinária, desempenhando um papel crucial não apenas no fortalecimento dos sistemas musculoesquelético e cardiovascular, mas também na analgesia, no manejo de doenças crônicas, na perda de peso e na melhora da função cognitiva. Independentemente da condição, todos os cães deveriam participar regularmente de atividades físicas, sendo essa prática ainda mais imprescindível para aqueles em processo de recuperação pós-trauma, cirurgia ou declínio associado à idade avançada. Cães de trabalho e de competição, em especial, beneficiam-se imensamente do condicionamento terapêutico, que visa manter o desempenho e reduzir o risco de lesões.
A prescrição do exercício deve ser feita com criteriosa avaliação da capacidade funcional e do nível de dor do paciente, levando em consideração também as expectativas do tutor ou condutor. Um plano seguro e eficaz fundamenta-se no conhecimento profundo das propriedades cicatriciais dos tecidos e na aplicação progressiva de carga fisiológica, garantindo assim ganhos funcionais sem causar lesões adicionais. Esse processo demanda avaliações frequentes, não podendo ser baseado em protocolos padrão ou fórmulas prontas. Para atingir a máxima efetividade, o programa de exercícios deve ser equilibrado e incluir aspectos como estabilidade, equilíbrio, postura, mobilidade, flexibilidade, resistência cardiopulmonar, desempenho muscular e controle neuromuscular.
A utilização do exercício como modalidade terapêutica remonta a tempos ancestrais, com registros históricos que remontam à China antiga e ao mundo greco-romano, nos quais médicos já recomendavam atividades físicas para prevenção e tratamento de enfermidades. Nos últimos cem anos, a ciência consolidou os benefícios do exercício para a saúde humana, destacando a melhora no bem-estar geral, o retardamento da progressão de doenças crônicas e a redução da morbidade e mortalidade. Dentre esses benefícios estão a redução da gordura abdominal, o aumento do fluxo sanguíneo cardíaco, a melhora dos níveis de triglicerídeos e colesterol, o aprimoramento da regulação glicêmica e da sensibilidade à insulina, além do fortalecimento da saúde mental, incluindo a redução da ansiedade e depressão, a melhora cognitiva, a qualidade do sono e a mitigação do declínio mental associado à idade. No campo veterinário, embora os dados ainda sejam emergentes, os modelos laboratoriais confirmam efeitos semelhantes em animais, com avanços crescentes na pesquisa em cães.
A obesidade é um problema crescente entre os animais de companhia, especialmente nos Estados Unidos, onde mais da metade dos cães apresenta sobrepeso ou obesidade. Esse excesso de peso exerce pressão aumentada sobre as articulações, acelerando a degeneração da cartilagem, o desenvolvimento da osteoartrite e o aparecimento da dor. Além disso, cães obesos estão mais suscetíveis a doenças cardíacas, câncer, diabetes mellitus e hipertensão. A perda de peso é, portanto, um pilar fundamental para restaurar a mobilidade e o conforto dos pacientes. Atividades como caminhadas com coleira, exercícios em esteiras terrestres e hidroginástica em esteiras aquáticas se mostram eficazes na redução do peso corporal dos cães. A influência do tutor também é notável, já que a obesidade do proprietário tende a refletir no animal, o que reforça a importância da educação para a manutenção do peso ideal de ambos.
No que tange ao manejo da dor, o exercício atua como um modulador analgésico tanto no sistema nervoso central quanto no periférico. Mecanismos fisiológicos envolvidos incluem a modulação dos níveis endógenos de serotonina e opioides, a ativação do sistema endocanabinoide e o efeito sobre os receptores NMDA. Estudos em roedores demonstram que o exercício regular e moderado promove alívio da dor ao aumentar os opioides e a serotonina endógenos e reduzir a ativação dos receptores NMDA, ao passo que exercícios intensos ou prolongados podem exacerbar a dor. Esse conhecimento é essencial para que o clínico evite sobrecarregar o paciente, prevenindo o aumento da dor que poderia comprometer a adesão ao tratamento. Animais ativos tendem a manejar a dor de maneira mais eficaz do que aqueles sedentários, o que é reforçado por evidências de redução dos mediadores inflamatórios locais e sistêmicos em modelos experimentais.
A osteoartrite é uma das condições mais comuns tratadas na reabilitação veterinária, com alta prevalência em cães jovens e idosos. Essa doença degenerativa afeta a musculatura de suporte e a função articular, prejudicando o controle da força muscular, os padrões de ativação motora, a propriocepção e o equilíbrio. Sintomas como inchaço, dor, claudicação e perda de amplitude articular são frequentemente observados. O exercício se mostra tão eficaz quanto anti-inflamatórios não esteroides no manejo da dor e mobilidade por até seis meses após a conclusão de programas estruturados. O fortalecimento muscular, especialmente dos quadríceps e isquiotibiais, é crucial para retardar a progressão da doença, em especial no joelho. Portanto, a prescrição deve ser cuidadosamente adaptada para evitar sobrecarga articular, privilegiando o alívio da dor e a melhora funcional progressiva.
É imprescindível compreender que o exercício terapêutico deve ser parte de um programa multifatorial, que inclui medicamentos, suplementação, ajustes alimentares, tratamentos físicos e modificações na atividade diária. O paciente necessita executar a terapia corretamente para obter os benefícios esperados, e o acompanhamento contínuo é fundamental para ajustar as cargas e modalidades conforme a evolução clínica. O exercício, quando bem orientado e individualizado, promove não só a recuperação mas a manutenção da saúde em longo prazo, favorecendo uma melhor qualidade de vida para os cães.
Além do que foi exposto, é relevante entender que o impacto positivo do exercício extrapola a mera reabilitação física, influenciando aspectos emocionais e comportamentais do animal. A prática regular auxilia na prevenção de alterações comportamentais decorrentes do tédio e da dor, contribuindo para o bem-estar mental e emocional. Ademais, o papel do tutor é decisivo, pois seu comprometimento e entendimento sobre a importância do exercício aumentam as chances de sucesso terapêutico. A individualização do programa deve sempre considerar fatores ambientais, estilo de vida e preferências do paciente para garantir engajamento e efetividade. Por fim, o exercício terapêutico não é um recurso isolado, mas parte de uma abordagem integrativa que visa restaurar a funcionalidade plena e a qualidade de vida do animal.
Como a Artroscopia e Outras Técnicas Cirúrgicas Afetam o Tratamento de Doenças Osteoarticulares em Cães
A artroscopia, devido à sua natureza minimamente invasiva, tem se tornado cada vez mais a técnica preferida em comparação com a artrotomia para o tratamento de lesões articulares em cães. Esse procedimento permite uma visualização detalhada da articulação, minimizando a necessidade de grandes incisões e consequentemente reduzindo o tempo de recuperação pós-cirúrgica. Em casos de defeitos maiores ou quando a artroscopia não é eficaz, uma opção viável pode ser a implantação de um plugue sintético ou o uso de autotransplante osteocondral, uma técnica que visa restaurar a integridade da articulação afetada.
Após a cirurgia, a recuperação é um processo importante e que demanda restrição de atividades e terapias de reabilitação, como indicado por diversos estudos. A reabilitação tem como objetivo restaurar a mobilidade e força da articulação, minimizando os efeitos colaterais da cirurgia. Um estudo realizado por Marcellin-Little et al. (2007) sugere que a terapia pós-operatória é fundamental para o retorno das funções normais ou quase normais da articulação, principalmente em cães que passaram por intervenções articulares complexas.
Embora os resultados cirúrgicos sejam, em geral, satisfatórios, é importante destacar que complicações podem surgir a longo prazo. Um estudo de Zann et al. (2023) revelou que, após a desbridagem cirúrgica, todos os cães avaliados apresentaram atrofia e mudanças degenerativas progressivas na articulação do ombro, com uma média de 3,5 anos após a cirurgia. Esses cães também exibiram uma claudicação discreta, embora a mobilidade percebida pelos donos fosse considerada satisfatória. Este estudo, no entanto, não avaliou se os cães passaram por terapias de reabilitação ou tratamentos adicionais, como a aplicação de terapias intra-articulares, o que poderia influenciar os resultados a longo prazo.
Além disso, a questão do grau de claudicação persistente e da atrofia muscular precisa ser considerada de forma mais aprofundada, especialmente para cães que desempenham atividades esportivas ou trabalham de maneira intensa. A presença de dor ou disfunção residual pode ter um impacto significativo nessas funções, influenciando não só a qualidade de vida do animal, mas também sua performance em tarefas específicas.
Adicionalmente, ao se abordar os transtornos do membro torácico, é importante considerar outras condições menos comuns, mas igualmente relevantes, que podem contribuir para a claudicação, como a tendinopatia do músculo infraespinhoso, as distensões do músculo redondo maior, a displasia glenoidal, fraturas da glenoide, luxações do ombro, capsulite adesiva (ombro congelado), osteossarcoma e sarcoma de células sinoviais. A avaliação detalhada de cada uma dessas condições é essencial para um diagnóstico completo e uma abordagem terapêutica eficaz.
Em relação às displasias do cotovelo, uma causa comum de claudicação em cães de companhia, é importante entender que essas condições englobam três distúrbios principais relacionados ao crescimento anormal do cotovelo: a doença do processo coronóide medial (MCorD), osteocondrose (OC) e o processo anconal não unido (UAP). Essas doenças são frequentemente associadas a um crescimento assíncrono entre o rádio e a ulna, com origem genética, o que as torna comuns em raças como o Labrador Retriever, Bernese Mountain Dog e Rottweiler. A incidência da MCorD em Labradores pode variar entre 18% e 50%, o que indica uma forte base genética.
A MCorD geralmente se manifesta entre 4 a 18 meses de idade, com um início insidioso de claudicação que piora com a atividade. O animal frequentemente evita o uso da pata afetada, podendo apresentar atrofia muscular e alteração na distribuição do peso, com uma compensação das patas traseiras. Com a progressão da doença, a articulação pode se tornar rígida, com perda do movimento e presença de estalidos articulares.
Diagnósticos precisos podem ser difíceis de obter apenas com radiografias, uma vez que a fragmentação do processo coronóide medial pode não ser visível em exames convencionais. Exames de imagem avançados, como a tomografia computadorizada ou ressonância magnética, são frequentemente necessários para um diagnóstico definitivo.
Em casos de MCorD, o tratamento pode incluir cirurgia para remover fragmentos ósseos ou corrigir a incongruência articular. Em muitos casos, a abordagem cirúrgica precisa ser acompanhada por terapias pós-operatórias específicas, incluindo fisioterapia e controle da dor, para otimizar a recuperação do animal. Mesmo com o tratamento adequado, a progressão de alterações degenerativas na articulação pode ocorrer, o que exige um acompanhamento constante para garantir que o animal recupere sua mobilidade e qualidade de vida.
Como a Reeducação Neuromuscular e o Controle Motor Contribuem para a Reabilitação Neurológica em Cães
A reabilitação neurológica canina envolve uma série de abordagens terapêuticas, das quais a reeducação neuromuscular (RNM) e o controle motor são fundamentais para promover a recuperação funcional. O objetivo principal dessas terapias é restaurar a função neuromusculoesquelética normal, o que se traduz em melhorias nas posturas, movimentos, equilíbrio, coordenação, propriocepção e consciência sensorial do paciente.
A RNM é uma aplicação coordenada de técnicas sensoriais e atividades motoras, com a intenção de restaurar o controle motor e promover a independência no movimento. Essas atividades terapêuticas são estruturadas para desenvolver o controle motor através de exercícios que combinam mobilidade, estabilidade e mobilidade controlada. O conceito de mobilidade-controlada é evidenciado nas progressões do paciente, de posturas mais estáveis para outras mais instáveis, ajustando a posição do centro de massa (COM) e base de apoio, como no exemplo do cão passando de uma posição de decúbito esternal para uma postura de apoio sobre três patas. A resistência ou assistência, seja gravitacional, manual, mecânica ou aquática, é muitas vezes necessária para apoiar essas mudanças progressivas no comportamento motor.
Essas intervenções têm como objetivo não apenas melhorar a estabilidade, mas também desafiar o movimento do COM fora da base de apoio, um componente essencial para o fortalecimento da propriocepção e coordenação motora. A integração de técnicas sensoriais, como a estimulação tátil e de vibração, é crucial para otimizar a neuroplasticidade e a aprendizagem motora. O uso de dispositivos proprioceptivos, como tábuas de equilíbrio ou superfícies texturizadas, ajuda a estimular os interoceptores, enquanto o uso de roupas especializadas ou fita de kinesiotaping visa proporcionar um feedback sensorial aprimorado.
O controle motor, por sua vez, é a capacidade de planejar, executar e regular os movimentos, sendo essencial para realizar ações coordenadas e direcionadas. O controle motor, embora tradicionalmente visto como originado no sistema nervoso central (SNC), é influenciado por uma interação complexa entre as percepções interoceptivas e exteroceptivas. A neurofisiologia por trás do controle motor não é completamente compreendida, mas diversas abordagens terapêuticas, como o Método PNF (Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva), têm sido adaptadas para integrar os conceitos de neuroplasticidade e promover uma recuperação mais eficaz, especialmente em cães com lesões neurológicas.
Quando a reabilitação neurológica é implementada, é importante entender que o processo de recuperação envolve três aspectos interligados: cicatrização e regeneração, substituição e compensação, e neuroplasticidade. A cicatrização dos tecidos afetados, como músculos, articulações e nervos, é essencial para a recuperação da função. A regeneração nervosa e a restauração da circulação são elementos cruciais nesse processo. No entanto, para otimizar os resultados, é necessário equilibrar o estresse terapêutico e a proteção dos tecidos lesionados, especialmente nas fases iniciais da reabilitação.
À medida que o cão é motivado a se mover, ele tende a adotar estratégias compensatórias, utilizando partes do corpo não afetadas ou caminhos neurais alternativos para realizar tarefas. Embora essas estratégias possam permitir a realização de movimentos, elas podem resultar em neuroplasticidade maladaptativa. Isso pode gerar consequências como dor neuropática, assimetria, negligência espacial e falhas biomecânicas que comprometem ainda mais a recuperação funcional do animal. Assim, a reabilitação deve ser cuidadosamente planejada para evitar que essas compensações se tornem permanentes, potencializando a recuperação sem criar novas limitações.
A neuroplasticidade, que se refere à capacidade do sistema nervoso de se adaptar e reorganizar suas conexões, é o mecanismo central na recuperação funcional após lesões neurológicas. Ela depende da interação contínua entre estímulos sensoriais e atividades motoras, que facilitam a reconfiguração das redes neurais. A neuroplasticidade pode ser tanto benéfica quanto prejudicial, dependendo de como é direcionada. Quando estimulada de maneira adequada, ela pode levar à recuperação de funções motoras perdidas. Por outro lado, uma neuroplasticidade mal direcionada pode resultar em padrões de movimento disfuncionais que comprometem a qualidade de vida do paciente.
Para uma reabilitação bem-sucedida, é crucial que os profissionais adotem estratégias baseadas em evidências, alinhadas com as necessidades específicas de cada paciente, monitorando de perto as respostas motoras e sensoriais. Isso inclui a combinação de atividades terapêuticas que promovam a mobilidade controlada e a estabilidade, ao mesmo tempo que estimulam a consciência corporal e a coordenação sensorial. A progressão das atividades deve ser cuidadosamente dosada para evitar sobrecarga, enquanto o feedback sensorial contínuo deve ser integrado ao processo de aprendizagem motora.
Como a Termografia Pode Ajudar no Diagnóstico e Monitoramento de Lesões Musculares em Cães?
A termografia é uma ferramenta diagnóstica não invasiva e não radiativa que vem ganhando cada vez mais importância na medicina veterinária, especialmente em cães atletas. Este método utiliza a radiação de calor emitida pelo corpo, decorrente dos processos metabólicos, para fornecer imagens térmicas que podem ser analisadas para identificar alterações patológicas ou inflamatórias nos tecidos do animal.
A função básica da termografia é monitorar a temperatura das superfícies corporais. O aumento da temperatura local pode indicar inflamação ou lesões, enquanto uma redução na temperatura pode estar relacionada a uma constrição vascular associada à redução da circulação sanguínea. A técnica permite identificar essas variações de temperatura, as quais são indicativas de condições fisiológicas anormais como distúrbios circulatórios, inflamações ou até processos degenerativos. Em termos práticos, a termografia pode ser utilizada para detectar distúrbios como distensões musculares, tendinites, artrites e outras condições que envolvem os tecidos moles do cão.
No entanto, a termografia não deve ser vista como um substituto para exames físicos detalhados, mas como uma ferramenta complementar importante. Sua utilização, aliada a métodos de imagem anatômica, como radiografias, ultrassonografia, ressonância magnética ou tomografia computadorizada, proporciona uma visão mais abrangente do estado de saúde do animal. Assim, a termografia é capaz de fornecer dados que ajudam o veterinário a tomar decisões mais informadas sobre o tratamento e a reabilitação de lesões.
A tecnologia de câmeras térmicas tem evoluído significativamente, com dispositivos agora disponíveis até para uso em smartphones. No entanto, é essencial que o profissional da saúde veterinária tenha cuidado ao usar essas câmeras, pois muitas delas ainda não atingiram a resolução necessária para diagnósticos médicos confiáveis. A resolução das câmeras deve ser adequada, e as paletas de cores utilizadas precisam ser apropriadas para a aplicação médica, a fim de evitar interpretações errôneas.
Uma das limitações da termografia é a sensibilidade a fatores ambientais. Fontes de calor, luzes intensas, exposição ao sol e até mesmo os trajes usados no cão podem interferir nas imagens térmicas, gerando artefatos. Além disso, fatores como umidade, ventos ou variações na espessura do pelo também podem afetar a precisão da termografia. Assim, é importante controlar o ambiente antes de realizar a captura das imagens. Em condições de frio extremo, por exemplo, a vasoconstrição causada pela resposta do corpo à baixa temperatura pode mascarar sinais inflamatórios mais sutis, dificultando a análise precisa.
A termografia tem demonstrado sua utilidade na identificação de lesões musculares. Um exemplo claro disso pode ser visto em um cão de corrida de trenó, onde a técnica foi usada para detectar inflamação no carpo medial direito antes de uma competição. A lesão foi confirmada através da palpação, e o cão não foi autorizado a participar da corrida. Além disso, a termografia pode ser utilizada para identificar problemas relacionados ao uso de equipamentos de suporte, como arnês e outros dispositivos, que podem causar desconforto e sobrecarga muscular, resultando em padrões térmicos anormais.
A utilização de termografia também é útil em casos de avaliação pós-tratamento, permitindo ao veterinário acompanhar a evolução das lesões durante o processo de recuperação. O monitoramento contínuo da temperatura de áreas específicas do corpo do cão pode fornecer dados valiosos sobre a resposta ao tratamento e o progresso da reabilitação. Isso é particularmente útil em cães que praticam esportes de alta intensidade, onde o risco de lesões musculares e articulares é elevado.
Embora a termografia seja uma ferramenta poderosa, ela ainda exige interpretação experiente e cuidadosa. A tecnologia está em constante desenvolvimento, e novos avanços podem aprimorar sua eficácia e acessibilidade nos próximos anos. Por enquanto, os veterinários devem ser cautelosos ao utilizar câmeras térmicas de baixo custo ou de qualidade inferior, garantindo que os resultados obtidos sejam válidos e significativos.
Para os profissionais que desejam adotar a termografia como uma ferramenta diagnóstica, é fundamental investir em treinamento e familiarização com as melhores práticas, garantindo que o exame seja realizado de maneira precisa e eficiente. Além disso, deve-se manter o conhecimento atualizado, pois as diretrizes para o uso de termografia médica em animais, como as orientações fornecidas pela American Academy of Thermology, continuam a evoluir.
A Prevenção e Gestão da Dor em Cães: Abordagens Farmacológicas e Terapêuticas
A dor em cães, como em qualquer outro ser vivo, tem um impacto profundo na qualidade de vida. No entanto, o manejo adequado dessa condição nem sempre é simples, principalmente porque os cães não podem comunicar verbalmente suas queixas. Assim, o entendimento profundo das opções terapêuticas disponíveis, incluindo farmacológicas e intervenções não farmacológicas, é crucial para garantir o bem-estar dos animais. A dor em cães pode ser de diversas origens, como inflamações, lesões musculoesqueléticas, doenças crônicas como osteoartrite, ou condições neurológicas, como a mielopatia e a síndromes associadas à malformação de Chiari.
O uso de medicamentos anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), como o carprofeno, e outros analgésicos, como a buprenorfina, são comuns no tratamento da dor em cães. Esses fármacos visam reduzir a inflamação e a dor associada a condições musculoesqueléticas, sendo amplamente utilizados em cirurgias, lesões e doenças degenerativas. A combinação de diferentes classes de medicamentos pode oferecer benefícios adicionais, como o uso combinado de buprenorfina com carprofeno para aliviar a dor pós-operatória após ovariohisterectomia. No entanto, é fundamental que os veterinários monitorem de perto os efeitos colaterais, uma vez que os AINEs e opióides podem ter implicações no sistema gastrointestinal, renal e hepático do animal.
A administração de fármacos como a pregabalina e o gabapentinoide também tem mostrado eficácia no controle de dores neuropáticas em cães. A pregabalina, em particular, tem se mostrado útil no alívio de sinais clínicos relacionados à dor central neuropática associada à mielopatia, como no caso dos cães da raça Cavalier King Charles Spaniel, comumente afetados por síndromes como a syringomielia. Esses medicamentos atuam modulando a liberação de neurotransmissores excitatórios no sistema nervoso central, sendo uma opção importante no controle de dor crônica de difícil manejo.
A utilização de infusões constantes de anestésicos locais, como lidocaína e dexmedetomidina, durante o pós-operatório, também pode ser eficaz no manejo da dor em cães. Estudos têm mostrado que esses fármacos podem reduzir a necessidade de analgésicos adicionais e diminuir o risco de efeitos colaterais associados ao uso prolongado de opioides. A combinação desses agentes com maropitant, um antiemético que também tem propriedades analgésicas, oferece uma abordagem eficaz para o controle da dor, especialmente em situações pós-cirúrgicas, como em mastectomias ou correções ortopédicas.
Além dos tratamentos farmacológicos, outras abordagens terapêuticas devem ser consideradas. A técnica de bloqueio nervoso com bupivacaína, por exemplo, tem mostrado eficácia no controle da dor pós-operatória em cães submetidos a procedimentos abdominais. O uso de bloqueios locais ou regionais pode reduzir significativamente a necessidade de analgésicos sistêmicos e, por conseguinte, minimizar os efeitos adversos do tratamento.
A analgesia também pode ser melhorada com o uso de terapias complementares, como a acupuntura, que tem sido indicada no manejo de dores crônicas e neuropáticas em cães. Essa prática, quando realizada por profissionais qualificados, pode atuar na liberação de endorfinas e na modulação do sistema nervoso periférico, oferecendo uma alternativa eficaz para casos de dor persistente. O tratamento com ozônio e outras formas de terapias físicas também pode auxiliar na recuperação e redução da dor em cães com doenças musculoesqueléticas.
É importante destacar que o manejo da dor em cães não se limita ao controle sintomático. A abordagem deve ser holística, levando em consideração o conforto geral do animal e evitando, sempre que possível, o uso excessivo de fármacos que possam comprometer a saúde do animal a longo prazo. A integração de métodos alternativos, como mudanças no ambiente, exercícios terapêuticos e modificações na dieta, pode melhorar significativamente a qualidade de vida do animal, especialmente em casos de dor crônica associada a doenças degenerativas.
No contexto da cirurgia ortopédica, a escolha do tipo de sutura e a técnica de reparo também são fatores determinantes para o sucesso do tratamento pós-operatório. A utilização de suturas com técnicas de laços ou com o auxílio de plasma rico em plaquetas, como já demonstrado em diversos estudos, pode acelerar a cicatrização e reduzir a inflamação, contribuindo para um manejo mais eficaz da dor.
Deve-se também destacar o papel da monitorização contínua durante o tratamento. Em especial, a avaliação do efeito do fármaco sobre o animal deve ser feita regularmente, levando em consideração sinais como apetite, comportamento, nível de atividade e qualquer manifestação de desconforto. Em alguns casos, ajustes na dosagem ou mudança de medicação podem ser necessários para alcançar um equilíbrio entre alívio da dor e minimização de efeitos adversos.
Por fim, o tratamento adequado da dor em cães exige uma compreensão profunda da fisiologia da dor e do impacto que ela tem no comportamento e na qualidade de vida do animal. Com uma abordagem integrada que combine o uso responsável de fármacos, terapias físicas, intervenções cirúrgicas precisas e acompanhamento constante, é possível proporcionar uma vida mais confortável e saudável para os cães afetados por condições dolorosas.
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