Em estudos observacionais, os pesquisadores frequentemente enfrentam desafios em controlar variáveis que podem distorcer os resultados. Para mitigar esses efeitos, algumas variáveis potenciais são registradas e analisadas. Por exemplo, em um estudo agrícola, os pesquisadores registraram fatores como "se a fazenda era orgânica", "a elevação do pomar" e "se fungicidas gerais foram utilizados", a fim de gerenciar os efeitos potenciais de variáveis de confusão. Essas variáveis ajudam a isolar a relação entre as variáveis de interesse, aumentando a validade interna dos resultados. Entretanto, mesmo em estudos bem controlados, as distorções podem ocorrer se os grupos comparados não forem alocados aleatoriamente.
A alocação aleatória, que é um princípio fundamental em estudos experimentais, é um processo que busca distribuir de forma equitativa as características entre os grupos de estudo, minimizando a chance de viés. Este processo é crucial para garantir que quaisquer diferenças observadas entre os grupos possam ser atribuídas à intervenção em estudo, e não a características preexistentes dos participantes. Embora a alocação aleatória seja exclusiva de estudos experimentais, ela desempenha um papel crucial na validade interna dos estudos. Por outro lado, a amostragem aleatória, que é um procedimento utilizado tanto em estudos observacionais quanto experimentais, tem o objetivo de melhorar a validade externa, ou seja, garantir que a amostra estudada seja representativa da população mais ampla.
Considerando o exemplo de um estudo observacional que comparou os níveis de ferro em mulheres ativas e sedentárias, o grupo de mulheres ativas era, em média, mais jovem e mais pesado que o grupo de mulheres sedentárias. Embora os grupos fossem comparáveis em várias características, pequenas diferenças como essas podem influenciar os resultados, pois os grupos não foram alocados aleatoriamente. Em contraste, estudos experimentais que utilizam a alocação aleatória têm maior controle sobre essas variáveis, o que torna os resultados mais robustos.
Outro fator importante que pode comprometer a validade interna de um estudo é o efeito Hawthorne, que descreve a tendência dos indivíduos de mudarem seu comportamento quando sabem que estão sendo observados. Esse fenômeno foi observado em um estudo sobre a higiene das mãos em um hospital, onde a conformidade dos funcionários foi maior quando os observadores estavam visíveis, sugerindo que a percepção de ser observado influenciava diretamente o comportamento. Para reduzir o impacto do efeito Hawthorne, os pesquisadores podem optar por "cegar" os participantes, ou seja, mantê-los desinformados sobre o estudo, seus objetivos e qual grupo de comparação eles pertencem. Contudo, em estudos experimentais, os participantes geralmente sabem que estão sendo observados, devido a exigências éticas, embora não saibam qual tratamento estão recebendo, o que ajuda a minimizar esse efeito.
Nos estudos observacionais, o cegamento é menos comum, pois os participantes podem estar cientes da observação. Em um estudo sobre hipertensão, por exemplo, os participantes sabiam que seus níveis de pressão arterial estavam sendo medidos, o que pode ter causado alterações no comportamento, como o aumento da tensão – fenômeno conhecido como "hipertensão de jaleco branco". Para reduzir essa interferência, os pesquisadores devem procurar maneiras de diminuir a percepção da observação, ou até utilizar observadores disfarçados.
Além do efeito Hawthorne, o efeito do observador também pode afetar a validade de um estudo. O efeito do observador ocorre quando os pesquisadores, conscientes das características dos participantes, inconscientemente alteram seu comportamento ou sua interpretação dos dados de acordo com suas expectativas. Este viés pode ser reduzido utilizando técnicas de cegamento dos próprios pesquisadores, como a utilização de assistentes que aplicam os tratamentos e avaliam os resultados sem saber qual tratamento foi atribuído a cada participante.
Por exemplo, em um estudo de analgesia pós-operatória, os pesquisadores poderiam designar dois tratamentos para aliviar a dor, A e B, e um assistente cega administraria as intervenções e avaliaria os efeitos, sem saber qual substância estava sendo utilizada. Apenas os pesquisadores saberiam qual substância era qual. Esse tipo de cegamento, em que as expectativas do pesquisador não influenciam os resultados, é fundamental para garantir que as conclusões do estudo sejam baseadas em dados imparciais.
É crucial, portanto, que tanto o efeito Hawthorne quanto o efeito do observador sejam compreendidos e minimizados em estudos de pesquisa, pois ambos podem introduzir viés e comprometer a validade interna dos resultados. O cegamento – tanto de participantes quanto de pesquisadores – emerge como uma ferramenta central para reduzir essas influências e garantir que os resultados reflitam a verdadeira relação entre as variáveis investigadas, sem distorções causadas por expectativas ou pelo conhecimento de que se está sendo observado.
Como Utilizar Razão de Chances e Diferença de Proporções na Comparação de Grupos
A razão de chances (OR) e a diferença entre proporções ou porcentagens são ferramentas poderosas utilizadas para comparar dois grupos em termos de uma variável binária. Embora ambos os métodos sejam formas de comparar frequências de eventos entre diferentes grupos, cada um traz uma perspectiva distinta. A razão de chances (OR) compara a "chance" de um evento ocorrer em dois grupos, enquanto a diferença de proporções mede a diferença direta entre as proporções de eventos observados em cada grupo. A escolha entre usar OR ou diferença de proporções depende do objetivo do estudo e da interpretação desejada.
A razão de chances é particularmente útil quando se quer avaliar o risco relativo entre dois grupos. Ela é calculada como a razão entre os odds (chances) de um evento ocorrer em dois grupos diferentes. Para ilustrar, se comparamos dois grupos — um urbano e um rural — que estão usando redes sociais, podemos calcular os odds de uso em cada grupo e então calcular a razão de chances. Por exemplo, se em uma amostra de residentes urbanos, 416 de 984 usaram redes sociais, a chance de uso seria 416/568. Para os residentes rurais, com 89 de 167 usando redes sociais, a chance de uso seria 89/78. A razão de chances entre esses dois grupos seria a razão entre essas duas chances.
Em alguns casos, a razão de chances pode ser interpretada de maneira mais direta, enquanto a diferença de proporções pode oferecer uma visão mais clara do impacto absoluto de uma intervenção ou característica em cada grupo. Ao calcular a diferença de proporções, comparamos as porcentagens de um evento entre os dois grupos, o que pode ser mais intuitivo em contextos onde o impacto de um fenômeno precisa ser comunicado de forma clara.
Por exemplo, ao comparar o uso de redes sociais entre residentes urbanos e rurais, podemos calcular a diferença de proporções de usuários: (416/984) - (89/167), que nos dará um valor que representa a diferença percentual entre os dois grupos. Essa medida não leva em conta as chances relativas de ocorrência do evento, mas sim a diferença direta nas taxas de ocorrência.
No entanto, ao analisar o comportamento de consumo de álcool, como no estudo de Köchling et al. [2019], a razão de chances pode ser mais útil. Neste estudo, ao comparar as chances de uma pessoa vomitar após consumir diferentes combinações de bebidas alcoólicas, a razão de chances permite uma avaliação mais clara das diferenças nas probabilidades relativas de o evento ocorrer entre os grupos. A razão de chances pode revelar, por exemplo, se é mais provável que alguém que consome cerveja seguida de vinho vomite em comparação com alguém que consome apenas vinho.
A diferença de proporções, por outro lado, pode ser mais esclarecedora quando o objetivo é identificar a magnitude da diferença entre as proporções observadas em cada grupo. Se queremos saber a diferença exata no comportamento de duas populações, como no caso de duas regiões ou dois tipos de consumo, a diferença de proporções pode ser mais acessível ao público em geral.
Em muitos casos, a escolha entre esses dois métodos dependerá do tipo de dado disponível e da questão de pesquisa. A razão de chances tende a ser mais apropriada para estudos onde as odds e as probabilidades relativas são de maior interesse, enquanto a diferença de proporções pode ser mais útil em cenários onde a ênfase está na comparação direta das proporções absolutas de ocorrência de eventos.
Além disso, é importante considerar que as duas medidas podem levar a conclusões diferentes, especialmente quando as proporções dos eventos são desiguais entre os grupos. Enquanto a diferença de proporções pode ser sensível a pequenas variações em grupos com grandes discrepâncias nas proporções, a razão de chances pode suavizar essas diferenças, pois ela depende da razão entre as odds e não das proporções absolutas.
Além disso, ao interpretar esses índices, deve-se ter em mente que a razão de chances não é intuitiva para muitas pessoas, pois lida com probabilidades e odds. Por exemplo, um OR de 1,5 pode parecer pequeno, mas significa que o grupo com o evento tem uma chance 50% maior de experimentar o evento do que o outro grupo, o que pode ter um impacto significativo dependendo do contexto.
Quando se trata de diferenças de proporções, a compreensão é geralmente mais direta, já que se trata de uma diferença simples entre porcentagens. Por exemplo, se 50% dos habitantes urbanos e 30% dos habitantes rurais usam redes sociais, a diferença de 20% é facilmente compreendida como a discrepância entre os dois grupos.
Em termos práticos, quando se comparam duas populações, como meninos e meninas ou diferentes faixas etárias, os métodos de cálculo das odds e das proporções devem ser combinados com a interpretação do contexto dos dados. Em alguns estudos, a diferença de proporções pode ser mais significativa, enquanto em outros, a razão de chances pode fornecer uma explicação mais detalhada das relações entre as variáveis.
Adicionalmente, a análise de odds e proporções é uma excelente forma de quantificar os efeitos de uma variável sobre outra, mas deve ser acompanhada de uma reflexão crítica sobre as possíveis confusões ou vieses que podem surgir em amostras não aleatórias. A interpretação dos resultados sempre dependerá da qualidade dos dados e das limitações metodológicas do estudo.
Como a Truncagem de Eixos Pode Afetar a Interpretação de Gráficos e Tabelas
Quando trabalhamos com gráficos e tabelas, é essencial ter atenção especial à forma como os dados são apresentados, especialmente no que diz respeito ao uso de eixos e escalas. A distorção visual, muitas vezes provocada pela truncagem de eixos, pode levar a interpretações incorretas dos dados. Isso é particularmente relevante em gráficos de barras, gráficos de pontos e histogramas, onde a frequência das observações está frequentemente representada de forma que a altura das barras ou a posição dos pontos transmite uma quantidade de interesse. A truncagem intencional dos eixos pode tornar as diferenças mais visíveis, mas deve ser usada com cautela, pois pode dar uma impressão errônea da magnitude dos dados.
Um exemplo clássico de truncagem inadequada pode ser observado na análise de casos de câncer de pulmão em Fredericia, onde os dados são apresentados em dois gráficos de barras. No primeiro gráfico, o eixo vertical começa em zero, e as barras apresentam alturas que são visualmente consistentes com os dados. No segundo gráfico, no entanto, o eixo vertical é truncado a partir de 9, o que distorce a percepção das diferenças entre as faixas etárias, dando a impressão de que existem grandes variações quando, na realidade, as diferenças são muito mais sutis. Esse tipo de truncagem, quando não é bem explicado, pode enganar o leitor, levando-o a tirar conclusões precipitadas.
Por outro lado, em algumas situações, a truncagem de eixos pode ser apropriada. Um exemplo disso pode ser encontrado na análise de dados de temperatura corporal de 130 pessoas. Em um histograma que mostra a distribuição das temperaturas corporais, a truncagem do eixo horizontal para excluir valores abaixo de 35,5°C não prejudica a visualização dos dados, pois a distância a partir de zero não carrega um significado relevante para a interpretação da distribuição das temperaturas. No entanto, se o eixo horizontal fosse iniciado em 0°C, isso dificultaria a leitura do histograma, tornando-o praticamente irreconhecível.
Ao utilizar gráficos de pizza, outra ferramenta comum de visualização de dados, deve-se ter cuidado redobrado, especialmente quando os dados incluem categorias com poucos ou nenhum valor. Gráficos de pizza podem ser especialmente difíceis de ler quando representam categorias com frequências muito pequenas ou nulas. Em situações como a observada em um estudo sobre o uso de ginkgo para o aprimoramento da memória, as categorias com valores nulos ou muito pequenos tornam-se invisíveis ou pouco perceptíveis, o que compromete a clareza da análise. Em tais casos, um gráfico de barras ou de pontos seria muito mais eficaz, pois as variações nos dados seriam mais facilmente observadas.
Outro aspecto crucial a ser considerado ao construir tabelas é a clareza na apresentação. O uso de computadores facilita a criação de tabelas, permitindo experimentar diferentes orientações ou layouts. No entanto, a função primordial das tabelas é garantir que os dados sejam apresentados de maneira clara e fácil de interpretar. Deve-se sempre usar rótulos claros e informativos nas linhas e colunas, fornecer unidades de medida quando necessário e evitar o uso excessivo de cores e fontes distrativas. A organização dos números, com alinhamento adequado e arredondamento quando necessário, também facilita a comparação de dados e torna a leitura mais intuitiva. Além disso, a escolha entre diferentes tipos de tabelas depende da natureza dos dados; por exemplo, variáveis quantitativas e qualitativas devem ser resumidas de maneiras distintas.
Em um exemplo de estudo sobre o acesso à água em comunidades rurais de Camarões, o resumo dos dados de 85 domicílios mostra como a distribuição de variáveis, como idade, tamanho da casa e a presença de crianças com diarreia, deve ser apresentada de forma organizada e acessível. A tabela resultante permite que o leitor compare facilmente as informações, com destaque para as diferenças nas porcentagens de casos de diarreia em lares que mantêm ou não animais. Esse tipo de análise é fundamental para responder questões de pesquisa sobre populações, e a tabela deve ser construída de modo que facilite essas comparações, considerando que os resultados podem variar dependendo da amostra selecionada.
Para uma interpretação adequada, o leitor deve ser capaz de distinguir as variações reais nos dados, sem ser influenciado por distorções visuais nos gráficos ou tabelas. A escolha da técnica de visualização, seja truncando eixos ou utilizando gráficos específicos, deve sempre ter como objetivo melhorar a compreensão dos dados sem comprometer sua precisão. Além disso, é importante que as escolhas feitas na apresentação dos dados sejam claramente explicadas, para que o público não interprete erroneamente os resultados.
Como Testar a Hipótese de Proporções: O Caso dos Dados Carregados
Os testes de hipótese têm se mostrado ferramentas essenciais na tomada de decisões estatísticas, permitindo determinar se uma determinada suposição sobre uma população pode ser sustentada com base em uma amostra. Em diversas situações cotidianas, essa abordagem é usada para testar alegações e verificar se estas podem ser aceitas ou rejeitadas com base nos dados coletados. Um exemplo interessante desse tipo de teste é ilustrado por um caso simples: a análise de dados lançados de dados viciados (dados carregados).
Suponha que você tenha comprado dois dados em uma loja de brinquedos. O vendedor afirmou que um dos dados é carregado, ou seja, tem uma probabilidade diferente de cair em certos números. O objetivo, então, seria identificar qual dos dados é o carregado. Para isso, seria necessário usar um teste de hipótese para decidir se a probabilidade de um número específico aparecer em cada dado é diferente da expectativa de um dado justo, que é de 1/6 para cada face.
A Proporção Populacional e a Proporção Amostral
Primeiramente, devemos definir o parâmetro de interesse: no caso de um dado justo, a probabilidade de qualquer face específica (digamos, o número 1) aparecer em um lançamento é de 1/6. Esta é a proporção populacional. Se tivermos uma amostra de lançamentos de dados, a proporção observada de lançamentos que resultam no número 1 será nossa proporção amostral. Devido à variação amostral, é improvável que o valor da proporção amostral seja exatamente 1/6, mesmo se estivermos usando um dado justo. Essa variação é natural e é o que torna o processo de amostragem interessante e, muitas vezes, desafiador.
No entanto, se a proporção amostral obtida for significativamente diferente de 1/6, isso pode indicar que o dado não é justo, mas sim carregado. Para entender melhor esse comportamento, imagine que você lance um dado 50 vezes. O número de vezes que o número 1 aparece pode variar, e, ao analisar essa variação, você começa a entender o quão "normal" ou "anômalo" é o comportamento desse dado.
Testando a Hipótese
A maneira de testar a hipótese de que o dado é justo é a seguinte: começamos assumindo que o dado é justo, ou seja, que a proporção de vezes que o número 1 aparece é de 1/6. Com base nessa suposição, podemos calcular a distribuição amostral da proporção p̂, que nos dará uma ideia de quais valores de p̂ podemos esperar em um número grande de amostras. Para um dado justo, a distribuição da proporção amostral segue uma distribuição normal aproximada, com uma média de p = 1/6 e uma desvio padrão (erro padrão) calculado pela fórmula:
Onde "p" é a proporção populacional (no caso 1/6) e "n" é o número de lançamentos da amostra.
Se, ao lançar o dado 50 vezes, você observar uma proporção p̂ significativamente maior ou menor do que 1/6, é possível que o dado não seja justo. Isso é um indicativo de que o dado pode ser carregado, alterando a probabilidade de certos números aparecerem.
A Importância do Tamanho da Amostra
Uma questão importante que surge ao realizar esse tipo de teste é o impacto do tamanho da amostra. Por exemplo, se você realizar o mesmo teste com apenas 10 lançamentos, a variação entre as proporções amostrais será muito maior do que se você tivesse uma amostra de 125 lançamentos. A confiabilidade da conclusão de um teste de hipótese depende em grande parte do tamanho da amostra, pois quanto maior a amostra, mais precisa será a estimativa da proporção verdadeira da população. Assim, ao realizar um teste com uma amostra pequena, é possível que você observe uma discrepância que não seja representativa do comportamento real da população.
Portanto, ao interpretar os resultados de um teste de hipótese, é essencial considerar o tamanho da amostra. Uma amostra pequena pode levar a conclusões errôneas devido a uma maior variação aleatória nos resultados, enquanto amostras grandes proporcionam estimativas mais confiáveis.
O Papel da Hipótese Nula
Em todo o processo de teste de hipóteses, existe um conceito crucial: a hipótese nula. A hipótese nula é a suposição inicial que você faz antes de coletar os dados. No caso do dado carregado, a hipótese nula seria de que o dado é justo, ou seja, que a proporção de qualquer face específica (como o número 1) é 1/6. A partir disso, com base nos dados coletados, você pode decidir se a hipótese nula deve ser rejeitada ou não.
Por exemplo, se após 50 lançamentos você observar que a proporção de vezes que o número 1 aparece é 0,38 (uma discrepância significativa de 1/6), isso pode ser suficiente para rejeitar a hipótese nula e concluir que o dado é, de fato, carregado. Por outro lado, se a proporção observada estiver próxima de 1/6, não há evidências suficientes para rejeitar a hipótese de que o dado é justo.
Conclusão
Os testes de hipótese desempenham um papel fundamental na estatística, permitindo que façamos afirmações informadas sobre uma população com base em uma amostra. Seja para analisar alegações de um produto, como no caso de uma pizzaria australiana que alegava que suas pizzas eram "verdadeiras pizzas de 12 polegadas", ou para investigar a integridade de um dado, como no exemplo dos dados carregados, os testes de hipótese fornecem um método robusto para validar ou refutar suposições.
Além disso, ao realizar qualquer teste de hipótese, é importante lembrar que o valor de p̂ que observamos não é uma conclusão definitiva, mas sim uma estimativa com base em uma amostra. O tamanho da amostra, a variabilidade dos dados e a escolha da hipótese nula são todos fatores que influenciam os resultados do teste. A interpretação correta dos dados exige uma análise cuidadosa desses aspectos, garantindo que as decisões sejam tomadas com base em evidências sólidas e não em variações aleatórias que possam ocorrer nas amostras.
Como as Variáveis Interagem: Diferença entre Variáveis Entre Indivíduos e Dentro dos Indivíduos
As variáveis que estudamos em pesquisas científicas podem variar de acordo com diferentes contextos e configurações. Algumas variáveis são específicas para cada indivíduo, enquanto outras mudam ao longo do tempo, dentro do mesmo indivíduo. É essencial compreender a diferença entre as variáveis que se aplicam entre indivíduos e as que se aplicam dentro de um único indivíduo, pois essa distinção afeta diretamente os resultados das análises e a forma como interpretamos os dados.
As variáveis entre indivíduos referem-se a características que diferem de uma pessoa ou unidade de estudo para outra. Por exemplo, o sexo de uma pessoa, a cor do cabelo ou a cidade de nascimento são variáveis entre indivíduos. Embora a cidade de nascimento de um indivíduo não mude, ela continua sendo uma variável, pois varia de pessoa para pessoa. Outro exemplo seria a altura dos indivíduos, que também é uma variável entre indivíduos, pois cada pessoa tem uma altura única.
Já as variáveis dentro dos indivíduos são aquelas que mudam ao longo do tempo ou de uma medição para outra, mas dentro do mesmo indivíduo. Por exemplo, em um estudo sobre as variações de temperatura em tocos de árvores ao longo do ano, a temperatura registrada em cada toco seria uma variável dentro dos indivíduos, pois estamos medindo a temperatura do mesmo toco em diferentes estações do ano. Neste caso, a "temporada" (estação do ano) também é uma variável dentro dos indivíduos, pois a mesma unidade (o toco da árvore) é observada em diferentes momentos.
Compreender essa distinção é fundamental quando se analisa um conjunto de dados, pois ela influencia a maneira como as comparações são feitas e como os resultados são interpretados. Por exemplo, em um estudo sobre o peso médio dos possums de Leadbeater, a variável "sexo" é uma variável entre indivíduos, pois varia de possum para possum, enquanto o "peso" também é uma variável entre indivíduos, já que pode variar de um possum para outro.
Outro conceito relevante em qualquer análise estatística é a diferença entre as variáveis explicativas e variáveis de resposta. A variável explicativa é aquela que se supõe influenciar ou explicar as variações na variável de resposta. A variável de resposta, por sua vez, é aquela cujos valores respondem ou reagem a mudanças na variável explicativa. Essa relação é crucial para responder a uma pergunta de pesquisa e entender como as variáveis interagem. Em um estudo sobre o tempo médio de duração de resfriados, por exemplo, a variável de resposta seria a duração do resfriado, enquanto a variável explicativa poderia ser fatores como a idade ou o ambiente do indivíduo.
Na análise de dados, a variável explicativa deve, idealmente, ocorrer antes ou, no máximo, ao mesmo tempo que a variável de resposta. Isso é importante para garantir que a relação causal que se está testando seja válida. No caso do tempo de duração do resfriado, por exemplo, fatores como a exposição ao frio ou o nível de imunidade do indivíduo seriam variáveis explicativas, enquanto a duração dos sintomas de resfriado seria a variável de resposta.
É também importante notar que, ao comparar variáveis, as comparações entre indivíduos e dentro dos mesmos indivíduos podem ser feitas. Em um estudo sobre a temperatura da superfície do solo em parques públicos, por exemplo, diferentes tipos de superfícies de solo seriam comparados entre os parques, fazendo essa comparação ser entre indivíduos (os diferentes parques). A variável explicativa seria o tipo de superfície do solo, enquanto a variável de resposta seria a temperatura da superfície.
Ademais, em pesquisas correlacionais, a busca é por identificar se existe uma relação entre duas variáveis, mas sem que se busque necessariamente determinar uma causalidade. Um exemplo clássico seria a relação entre a altura das plantas e a quantidade de horas de luz solar que elas recebem. A variável explicativa, neste caso, seria a quantidade de horas de luz solar, enquanto a variável de resposta seria a altura das plantas. Neste tipo de pesquisa, a questão é se as duas variáveis estão relacionadas, mas não se afirma que uma causa diretamente a outra.
No entanto, o impacto de uma variável explicativa sobre uma variável de resposta não é uma questão simples. Por exemplo, em um estudo sobre a ingestão de água de corredores de maratona e seus tempos de corrida, a ingestão de água seria a variável explicativa e o tempo de corrida seria a variável de resposta. A relação entre essas duas variáveis pode ser influenciada por muitos outros fatores, como o treinamento, a alimentação e o ambiente no dia da corrida.
Esses conceitos devem ser mantidos em mente ao projetar e interpretar pesquisas científicas. O entendimento claro das diferenças entre variáveis entre indivíduos e dentro dos indivíduos, assim como a relação entre variáveis explicativas e de resposta, proporciona uma base sólida para a realização de análises estatísticas rigorosas e a formulação de conclusões válidas.
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