Um dos codificadores mais comuns é aquele que converte o BCD (código decimal codificado em binário) para o formato de display de 7 segmentos. Os displays de 7 segmentos são onipresentes na eletrônica moderna, encontrados em LEDs, cristais líquidos ou plasma. Eles consistem em sete segmentos selecionáveis (A, B, C, D, E, F e G), além de um ponto decimal (DP). Existem duas versões desse display: cátodo comum e ânodo comum. No display de cátodo comum, todos os cátodos dos LEDs são conectados em conjunto e devem ser aterrados. Cada LED é então acionado por um nível lógico "1". Já no display de ânodo comum, todos os ânodos dos LEDs são conectados em conjunto e ao Vcc positivo, e os cátodos dos LEDs são selecionados por um nível lógico "0". Para controlar esses displays, circuitos integrados como o TTL 7447 e CMOS 4511 são comumente utilizados. Além disso, é necessário inserir um resistor limitador de corrente entre a saída do driver e o LED. O valor desse resistor depende da corrente do LED e da queda de tensão, que normalmente é fornecida pelo fabricante.

Em sistemas de comunicação de dados, a detecção de erros é um componente crítico. Em particular, em sistemas de barramento, a detecção de erros é essencial para garantir a integridade dos dados transmitidos. No caso de sistemas paralelos, que utilizam o código XS3, os métodos simples de verificação de erros não são altamente precisos. Em sistemas modernos de barramento, frequentemente seriais, os dados precisam ser recebidos e armazenados antes de serem verificados quanto à precisão. Para esses fins, várias técnicas estão disponíveis, como o cálculo de paridade e a verificação por soma de verificação (checksum).

O conceito de verificação de paridade é frequentemente utilizado em sistemas de transmissão de dados. Um caractere ASCII pode ser codificado como sete bits, com o oitavo bit reservado para o controle de paridade. No caso de paridade par, o bit de paridade é usado para garantir que o número total de bits 1 seja sempre par. Já na paridade ímpar, o bit de paridade garante que o número total de bits 1 seja ímpar. O remetente configura a paridade antes da transmissão, e o receptor verifica o bit de paridade ao receber os dados. Se o bit de paridade estiver incorreto, o caractere foi corrompido durante a transmissão. Embora a verificação de paridade seja eficaz para detectar um erro de bit isolado (alteração de um zero para um ou vice-versa), ela não consegue identificar erros simultâneos que se cancelam mutuamente, como quando dois bits são alterados ao mesmo tempo.

Para mitigar essas limitações, pode-se utilizar uma verificação de bloco de dados, onde o cálculo de paridade é feito para todo o bloco de dados, em vez de para cada caractere individualmente. Este método envolve a verificação de paridade horizontal para cada caractere e a paridade vertical para todas as posições de bits no bloco de dados, formando o que é chamado de "Caráter de Verificação de Bloco" (BCC). Embora a verificação de paridade coordenada em duas dimensões possa ser útil para a transmissão de dados, ainda existem possibilidades de erros não detectados e um aumento significativo no número de bits adicionais de paridade que precisam ser transmitidos.

Uma alternativa mais robusta aos bits de paridade é a verificação de redundância cíclica (CRC), que é comumente usada em ambientes de comunicação moderna. Nesse caso, o bloco completo de dados é tratado como um único número binário, e uma divisão inteira por uma constante é realizada, gerando um quociente e um resto. O resto é transmitido juntamente com o bloco de dados e comparado com o valor obtido pelo receptor após realizar o mesmo cálculo. Se os restos coincidirem exatamente, a transferência dos dados ocorreu sem corrupção.

O sistema de codificação de Manchester também é uma forma eficaz de garantir a detecção de erros, com uma taxa de segurança significativamente maior em comparação à paridade. Na codificação Manchester, as transições binárias são convertidas em códigos únicos de 4 bits, resultando em 16 possibilidades, das quais apenas 12 são válidas, indicando um erro de transmissão se uma das possibilidades não for reconhecida. Além disso, a codificação Manchester permite derivar o sinal de relógio a partir do próprio código, sem a necessidade de um gerador de relógio adicional, e também garante isolamento galvânico, sendo útil em sistemas industriais onde o ruído e altas tensões estão presentes.

Contudo, a codificação Manchester exige uma largura de banda maior para a transmissão de dados, já que cada bit é representado por dois sinais, o que reduz a taxa de bits em relação à taxa de baud. Essa limitação pode ser compensada em muitas aplicações, especialmente quando a segurança e a integridade dos dados são mais importantes que a largura de banda disponível.

Em um contexto mais industrial, os Controladores Lógicos Programáveis (PLCs) desempenham um papel fundamental na automação. Eles são computadores independentes projetados para controlar equipamentos automatizados e possuem características distintas dos computadores convencionais, como entradas e saídas com isolamento. Este isolamento elétrico é crucial em ambientes industriais, onde o ruído, altas tensões e correntes elevadas estão presentes. Para entradas, o método mais comum de isolamento é óptico, enquanto para saídas, são frequentemente utilizados relés eletromecânicos. Embora a programação de PLCs não envolva sistemas operacionais tradicionais como o Windows ou Linux, eles podem ser programados de forma semelhante ao código de assembly, o que facilita a implementação de sistemas de controle em ambientes industriais.

Como os Componentes Digitais Definem os Sistemas Eletrônicos Modernos?

A evolução da eletrônica digital, com suas inovações tecnológicas, é um marco essencial para o entendimento de como os sistemas modernos de computação e comunicação funcionam. Embora frequentemente a eletrônica analógica seja abordada antes ou paralelamente à digital, entender os componentes fundamentais da eletrônica digital é imprescindível para compreender as bases de dispositivos cada vez mais complexos.

Nos primeiros dias da eletrônica digital, a simplicidade de dispositivos mecânicos facilitou a compreensão das ideias fundamentais, mas com o tempo, os componentes passaram a ser mais complexos. À medida que as tecnologias se desenvolveram, o mundo da eletrônica digital foi se distanciando da mecânica, fazendo com que os circuitos baseados em semicondutores fossem predominantemente usados para controlar sinais digitais, limitados a dois estados: ligado e desligado. Esses dois estados são representados pelos números binários "1" e "0". A chave para entender o funcionamento de um computador moderno começa com a compreensão desses dois estados e dos componentes que os gerenciam.

Entre os principais componentes que permitiram a transição da eletrônica analógica para a digital, os diodos são fundamentais. Um diodo é um dispositivo eletrônico que permite a passagem de corrente elétrica em apenas uma direção. Os primeiros diodos, usados em rádios de cristal, eram feitos de cristais de quartzo ou galena e operavam com a ideia de que a corrente só passaria quando a condição do cristal fosse ideal. No entanto, o conceito de unidirecionalidade da corrente elétrica foi mantido e aprimorado com os diodos semicondutores modernos.

É importante destacar que, apesar de muitos dispositivos analógicos poderem ser forçados a operar de maneira digital (ao serem "levados ao extremo"), eles não são eficientes quando comparados aos componentes digitais puros, que são projetados para lidar rapidamente com sinais binários. Isso ocorre porque a natureza das tensões analógicas exige uma série de ajustes, enquanto a natureza binária simplifica a arquitetura dos circuitos, tornando-os mais rápidos e eficientes.

Com o avanço dos sistemas digitais, o conceito de memória foi introduzido, sendo uma das peças-chave que permite o armazenamento e a manipulação de informações. A memória, em suas diferentes formas, é essencial para o funcionamento dos computadores, sendo dividida em memória volátil (RAM) e não volátil (como os discos rígidos e SSDs). A compreensão do funcionamento dos dispositivos de memória ajuda a explicar como os dados são armazenados, lidos e processados em alta velocidade.

Além disso, o desenvolvimento das Unidades Aritméticas e Lógicas (ALUs) foi outro marco. Essas unidades são responsáveis por realizar todas as operações aritméticas e lógicas que um computador precisa para processar informações. A arquitetura desses componentes foi projetada para otimizar o desempenho do computador, tornando-os capazes de realizar milhões de operações por segundo.

O papel dos compiladores e dos interpretadores também é crucial. Os compiladores traduzem os códigos escritos por programadores para uma linguagem que os computadores podem entender e executar, enquanto os interpretadores fazem isso em tempo real. Essa diferenciação permite a criação de softwares que são capazes de rodar de forma eficiente em sistemas de diferentes arquiteturas, gerando o código adequado para a execução do processo.

Em termos de aplicações, os sistemas digitais têm várias implementações práticas, sendo uma das mais notáveis a codificação de Gray. Esse tipo de codificação é especialmente importante em sistemas onde a minimização de erros de leitura é crucial, como em circuitos de comunicação digital. A conversão entre códigos binários e Gray pode ser observada em sistemas como contadores incrementais, onde a mudança de estado ocorre de forma gradual e sem interrupções abruptas.

É fundamental compreender também os sistemas de barramento paralelo, que permitem a transmissão simultânea de múltiplos sinais. Esses sistemas são usados, por exemplo, em displays de 7 segmentos e em detecção de erros, como na verificação de paridade. A capacidade de detectar e corrigir erros em sinais digitais é essencial para a confiabilidade dos sistemas computacionais, e técnicas como a codificação de Manchester diferencial ou o uso de controladores lógicos programáveis (PLCs) são empregadas para garantir que os dados transmitidos sejam íntegros.

O impacto dessas inovações é vasto e impacta a forma como os sistemas digitais modernos são projetados. Entender os componentes e suas funções dentro de um sistema digital ajuda a compreender a complexidade dos dispositivos que usamos diariamente, desde os computadores pessoais até os sistemas embarcados mais simples.

Quais são as linguagens de programação mais comuns para PLCs e como elas funcionam?

As linguagens de programação para Controladores Lógicos Programáveis (PLCs) são fundamentais para a automação industrial. Elas permitem a implementação de funções complexas e o controle de sistemas mecânicos e eletrônicos em fábricas e outros ambientes industriais. O padrão IEC 61131-3 define cinco tipos principais de linguagens de programação para PLCs, cada uma com suas características e aplicações específicas: Ladder Logic Diagram (LD), Instruction List (IL), Function Block Diagram (FBD), Structured Text (ST) e Sequential Function Charts (SFC).

O Ladder Logic Diagram (LD) é, talvez, a linguagem mais conhecida e tradicional. Ela se assemelha a um diagrama de circuito elétrico, usado por eletricistas para entender e executar funções de controle. No diagrama, componentes como contatos e bobinas são representados de maneira similar a um circuito elétrico real, com a diferença de que a lógica é projetada para um PLC, em vez de um sistema puramente eletrônico. Por exemplo, para implementar uma função AND, é necessário conectar dois interruptores em série, representados no diagrama como dois contatos.

O Instruction List (IL) é uma linguagem semelhante ao código de máquina ou à linguagem Assembly. Seu formato sequencial torna-a um pouco mais difícil de ler para iniciantes, mas oferece grande controle e eficiência para programadores experientes. O código IL basicamente descreve as instruções de baixo nível que o PLC deve executar. Cada linha de código pode corresponder a uma operação simples, como carregar um valor na memória, realizar uma operação lógica ou mover dados entre diferentes variáveis.

O Function Block Diagram (FBD) é uma representação gráfica mais avançada da lógica de controle, onde as funções são representadas por blocos que podem ser conectados entre si. Cada bloco pode realizar uma função específica, como AND, OR, timers ou contadores. Esse tipo de diagrama facilita a visualização de processos complexos e é altamente intuitivo para quem trabalha com automação e sistemas de controle. O FBD é muito usado em sistemas industriais que exigem um alto nível de modularidade e flexibilidade.

A linguagem Structured Text (ST) é mais parecida com as linguagens de programação modernas, como C ou Pascal. Ela permite que o programador escreva códigos mais complexos e legíveis, utilizando variáveis, funções e loops. O ST é adequado para sistemas de controle mais avançados, pois suporta estruturas lógicas e aritméticas mais sofisticadas. Por exemplo, uma instrução simples no ST poderia ser algo como "c := a AND b", que é fácil de entender para quem já tem experiência em programação de computadores.

O Sequential Function Chart (SFC) é uma técnica gráfica usada para descrever processos sequenciais em sistemas automatizados. A lógica é organizada em etapas, representadas por quadrados, e as transições entre essas etapas indicam como o processo se move. O SFC é especialmente útil para processos industriais que envolvem várias etapas e onde a sequência de operações é crucial, como em linhas de produção. A metodologia Grafcet, usada dentro do SFC, facilita a representação de tais processos.

Cada uma dessas linguagens tem seu próprio uso no contexto da automação industrial, e a escolha da linguagem certa depende da complexidade do processo que está sendo controlado. Em muitas plataformas de PLC, é possível alternar entre diferentes tipos de representações, o que oferece flexibilidade para os programadores. Contudo, independentemente da linguagem escolhida, o código será eventualmente transformado em código de máquina para ser executado pelo processador do PLC.

Embora todas essas linguagens se refiram a uma única ideia de controlar máquinas e processos, cada uma delas tem vantagens e desvantagens. O LD e o FBD são mais intuitivos e fáceis de entender para quem tem um conhecimento técnico mais voltado para a parte elétrica, enquanto o ST e o IL oferecem maior flexibilidade e precisão para programadores experientes. O SFC, por sua vez, é ideal para descrever processos sequenciais complexos, embora seja menos comum em sistemas de controle mais simples.

Além disso, é importante ressaltar que, para a execução eficiente dessas linguagens, o código do PLC será traduzido para código de máquina binário, que é o que realmente será executado pelo processador. Isso implica que, independentemente da linguagem utilizada, o objetivo final é o mesmo: controlar o comportamento de um sistema automatizado de maneira eficiente e sem erros.

No entanto, ao trabalhar com PLCs, o programador deve estar atento à importância da detecção e correção de erros. Mesmo os sistemas mais avançados podem apresentar falhas se o código não for cuidadosamente revisado, especialmente em ambientes industriais onde erros podem resultar em falhas de produção ou até mesmo em riscos à segurança. Por isso, é fundamental dominar as técnicas de depuração e testar exaustivamente o código antes de implementá-lo.

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