Os estudos numéricos mais antigos sobre a transferência de calor em tubos helicoidais com fluxo de nanofluidos datam de 2011, quando Sasmito et al. realizaram uma das primeiras investigações sobre esse tema. Desde então, diversas pesquisas, em grande parte utilizando softwares comerciais como ANSYS CFX e Fluent, têm contribuído para o entendimento das características de fluxo e transferência de calor de nanofluidos. A maioria desses estudos assume que o nanofluido se comporta como um fluido de fase única, especialmente em concentrações de nanopartículas inferiores a 4%, onde não ocorre aglomeração nem sedimentação, facilitando a análise e a modelagem numérica.

A escolha do tipo de nanopartícula e a sua concentração têm um impacto significativo no desempenho dos sistemas de troca térmica. As nanopartículas de CuO, por exemplo, têm demonstrado proporcionar melhorias notáveis no coeficiente médio de transferência de calor, até 7% em relação a outras nanopartículas como Al2O3 e ZnO, quando comparados sob as mesmas condições. Isso sugere que as propriedades térmicas das nanopartículas, como a condutividade térmica, desempenham um papel essencial na otimização do processo de transferência de calor em tubos helicoidais.

Entretanto, o aumento da concentração de nanopartículas em alguns casos pode resultar em uma diminuição do coeficiente de transferência de calor. Isso ocorre devido ao efeito da concentração excessiva, que pode aumentar a viscosidade do nanofludo, causando uma redução no fluxo e, consequentemente, na eficiência térmica. Esse fenômeno foi observado em estudos de Khairul et al., que indicaram que concentrações superiores a 2% de CuO em água podem prejudicar a performance do sistema, ao contrário do que ocorre com concentrações mais baixas.

Outros estudos apontam que a geometria do tubo e o design do trocador de calor têm uma influência considerável no desempenho global. O diâmetro do tubo e o raio da hélice são fatores-chave na determinação da pressão de fricção e na eficiência do processo de transferência térmica. Ao reduzir o diâmetro da hélice, o sistema apresenta um aumento no coeficiente de transferência de calor, devido à maior turbulência induzida no fluxo. Por outro lado, um aumento no diâmetro do tubo pode reduzir a pressão de fricção, melhorando a eficiência do sistema, como demonstrado pelos estudos de Mohammed e Narrein.

Ademais, a aplicação de nanofluidos também está relacionada ao efeito das propriedades das nanopartículas, como o diâmetro delas. Estudos como os de Bahremand et al. e Tohidi et al. mostraram que nanopartículas menores aumentam a área de superfície disponível para a troca de calor, resultando em um desempenho melhorado do sistema. A presença de nanopartículas menores facilita a melhoria do transporte de calor, especialmente em concentrações mais elevadas. No entanto, o aumento do diâmetro das partículas pode levar a uma diminuição do desempenho térmico, devido à menor mobilidade das partículas, o que compromete o efeito de mistura e diminui o fluxo secundário, que é crucial para a eficiência térmica.

Por fim, a aplicação de nanofluidos em sistemas de troca térmica com tubos helicoidais também é influenciada pelas condições do fluxo. A maioria das pesquisas realizadas focou em condições de fluxo laminar, mas os efeitos dos nanofluidos em regimes turbulentos estão sendo cada vez mais estudados, especialmente com o uso de diferentes tipos de nanopartículas como Ag, CuO e Al2O3. Isso se deve ao fato de que os nanofluidos podem melhorar não apenas a eficiência térmica, mas também o desempenho do sistema sob diferentes condições de fluxo.

Um ponto crítico que deve ser observado é a controvérsia em relação à relação entre a concentração de nanopartículas e o aumento da pressão de fricção nos tubos helicoidais. Enquanto alguns estudos indicam que um aumento na concentração de nanopartículas resulta em um aumento na perda de carga e pressão de fricção, outros sugerem que, em baixas concentrações, esse efeito é mínimo e até benéfico. Isso ocorre porque as nanopartículas podem modificar as propriedades de viscosidade do fluido, influenciando diretamente a dinâmica de fluxo.

Além disso, é importante compreender que a aplicação de nanofluidos em troca de calor não se limita ao simples aumento da transferência de calor, mas também está ligada a uma otimização mais ampla do sistema. A melhoria no desempenho térmico deve ser considerada junto com o aumento das perdas de carga, que pode afetar a eficiência global do sistema. O equilíbrio entre esses dois fatores é essencial para a implementação eficaz de nanofluidos em sistemas reais de troca térmica.

Como a Impressão 3D e as Tecnologias de Fabricação Avançada Estão Transformando a Indústria Farmacêutica

A evolução das tecnologias de fabricação e impressão 3D tem transformado radicalmente diversos setores, e a indústria farmacêutica não é exceção. Nos últimos anos, o desenvolvimento de técnicas avançadas, como a impressão 3D de medicamentos, e o uso de nanopartículas e materiais funcionais têm permitido uma revolução na produção de fármacos, especialmente na personalização e no controle da liberação de medicamentos. A fabricação de formas farmacêuticas com estrutura mais eficiente, como as cápsulas de liberação controlada e os comprimidos 3D, surge como uma das maiores inovações da medicina moderna.

A impressão 3D, em especial, se destaca devido à sua capacidade de criar formas farmacêuticas complexas, que não seriam viáveis através dos métodos tradicionais de fabricação. A utilização de técnicas como a estereolitografia (SL) e a fusão de deposição (FDM) para a produção de comprimidos e cápsulas abre novas possibilidades para o controle da dosagem e da liberação de substâncias ativas. A personalização da forma e da composição dos medicamentos tem o potencial de oferecer tratamentos mais eficazes, atendendo às necessidades individuais dos pacientes.

Nos últimos estudos, a produção de comprimidos 3D que incorporam diferentes porcentagens de preenchimento e múltiplas camadas de liberação tem sido um dos maiores avanços. Estes dispositivos farmacêuticos, conhecidos como "printlets", permitem uma liberação mais eficiente e controlada de medicamentos, como a teofilina, e podem ser adaptados para tratamentos específicos de acordo com o perfil de cada paciente. Este avanço não só melhora a eficácia dos medicamentos, mas também reduz efeitos colaterais, proporcionando uma experiência mais personalizada ao paciente.

No campo das nanopartículas, o uso de nanopartículas magnéticas e de óxido de ferro (Fe3O4), por exemplo, tem sido essencial para melhorar a entrega de medicamentos e a terapia de hipertermia. As nanopartículas podem ser projetadas para direcionar o medicamento diretamente à área de interesse, otimizando a eficiência da terapia. Quando usadas em conjunto com a impressão 3D, essas nanopartículas podem ser incorporadas em dispositivos farmacêuticos de liberação controlada, aumentando ainda mais as perspectivas terapêuticas.

A pesquisa sobre materiais nanocompósitos também tem ganhado destaque. Os materiais poliméricos, como filamentos à base de PLA (ácido poliláctico), são comumente utilizados na impressão 3D de medicamentos. Além disso, o uso de materiais como a celulose e os polímeros de metacrilato na fabricação de comprimidos e cápsulas farmacêuticas permite uma maior personalização nas propriedades mecânicas e térmicas dos dispositivos, o que influencia diretamente o perfil de liberação do fármaco. A combinação de tecnologias como a modelagem por elementos finitos (FEM) e a impressão 3D ajuda na simulação e otimização do desempenho desses dispositivos.

Outro aspecto importante da impressão 3D na farmacêutica é o potencial de reduzir os custos de produção e aumentar a acessibilidade a tratamentos personalizados. As tecnologias de fabricação de baixo custo, como a impressão 3D a partir de polímeros termoplásticos, podem ser adaptadas para produzir medicamentos de forma mais eficiente, com menos desperdício de material e mais controle sobre as características do produto final. Esse aspecto é especialmente relevante quando se pensa na produção de medicamentos sob demanda ou para populações com necessidades específicas, como crianças ou idosos.

Além disso, a fabricação de dispositivos farmacêuticos utilizando impressão 3D não se limita aos comprimidos e cápsulas. Outras formas, como as camadas de polímeros para liberação prolongada, os sistemas de microcápsulas e até dispositivos implantáveis para liberação controlada de medicamentos estão sendo exploradas. A impressão 3D permite não só uma melhor adaptação do dispositivo ao corpo do paciente, mas também a criação de dispositivos inovadores para o controle da liberação de medicamentos no local exato onde são necessários.

Em termos de aplicação prática, tecnologias como a impressão de filamentos de HME (extrusão de medicamentos) estão ganhando terreno, permitindo a produção de medicamentos sólidos diretamente em um formato que se encaixa nas necessidades do paciente. A adaptação de dispositivos farmacêuticos à terapia personalizada, com liberação de múltiplos fármacos em um único comprimido ou cápsula, está se tornando uma realidade, melhorando a adesão ao tratamento e a eficácia terapêutica.

A personalização é, portanto, o ponto central dessa revolução. A capacidade de fabricar medicamentos sob medida, com a combinação exata de ingredientes ativos e excipientes, e controlar sua liberação no corpo humano de forma precisa é uma das maiores promessas da impressão 3D e outras tecnologias emergentes. Porém, embora os benefícios sejam imensos, é crucial que a indústria farmacêutica continue explorando e desenvolvendo padrões de segurança e eficácia rigorosos para garantir que essas novas tecnologias possam ser utilizadas de forma confiável e segura.

No futuro, é esperada uma maior integração entre as tecnologias de impressão 3D, as nanopartículas e a personalização da medicação. Isso permitirá que a farmacologia evolua de tratamentos padronizados para tratamentos completamente individualizados, melhorando a eficiência, reduzindo efeitos adversos e tornando os tratamentos mais acessíveis.

Método de Ativação a Vácuo para Nanofios de Grafeno Dopados com Boro e Compositos TiO2-Grapheno: Caracterização e Aplicações

O método de ativação a vácuo para a produção de nanofios de grafeno dopados com boro tem sido objeto de estudo devido à sua capacidade de criar defeitos na rede cristalina do grafeno, o que, por sua vez, facilita a captura de átomos de boro. A ativação a vácuo ocorre em um ambiente anóxico, o que favorece a remoção de átomos de oxigênio do grafeno e permite a criação desses defeitos na estrutura. O processo começa com a mistura de óxido de grafeno (GO) e ácido bórico (H₃BO₃), que é então seco a baixa temperatura. Os pós obtidos são aquecidos a 300°C por 3 horas em um forno de tubo a vácuo. Esse método se distingue de outros devido à sua capacidade de manter um ambiente sem oxigênio, essencial para a formação de defeitos na rede e a incorporação de átomos de boro na estrutura do grafeno. Embora os autores do estudo não tenham esclarecido totalmente o mecanismo de formação dos nanofios, eles sugerem que o processo de ativação a vácuo pode ser uma estratégia eficaz para a criação de materiais compostos com propriedades aprimoradas.

Esse método de ativação a vácuo foi também empregado na preparação de fotocatalisadores compostos TiO₂-grapheno dopados com Ti³+. Um estudo de Qiu et al. demonstrou que, ao utilizar esse processo em uma única etapa, foi possível reduzir o óxido de grafeno, dopar o TiO₂ com Ti³+ e carregar nanopartículas de TiO₂ sobre a superfície do grafeno, tudo simultaneamente. A simples ativação a vácuo revelou-se, portanto, uma abordagem eficaz para a síntese de novos fotocatalisadores com alta performance fotocatalítica.

A caracterização dos compósitos TiO₂-grapheno é uma parte essencial para entender seu desempenho. A difração de raios X (XRD) é uma técnica fundamental para investigar a redução do óxido de grafeno no compósito. O GO, após o processo de redução, exibe picos característicos que indicam a formação de grafeno, e esses picos se tornam mais evidentes à medida que a redução ocorre. Em experimentos de XRD, observou-se que o pico do GO a 9,7° desaparecia, sendo substituído por picos que correspondem às planas (002) e (100) do grafeno. Embora a redução de GO seja um fator importante para a atividade fotocatalítica dos compósitos TiO₂-grapheno, os picos de grafeno são muitas vezes difíceis de detectar nas análises, devido à sobreposição com os picos de TiO₂. Isso foi observado em várias pesquisas, onde os picos do grafeno não apareciam claramente nos padrões de difração XRD.

A microscopia eletrônica de transmissão (TEM) é outra técnica essencial para caracterizar as características atômicas do grafeno e do óxido de grafeno reduzido. No estudo de compostos TiO₂-grapheno, o grafeno foi frequentemente utilizado como material de suporte para a deposição de nanopartículas de TiO₂. A interação entre TiO₂ e grafeno é crucial para a melhoria da atividade fotocatalítica do compósito. Imagens de TEM mostraram a dispersão homogênea de nanopartículas de TiO₂ em folhas de grafeno, e a morfologia da superfície foi determinante para a eficiência do fotocatalisador, uma vez que a boa dispersão das nanopartículas reduz a recombinação dos portadores de carga e melhora a eficiência geral.

Além disso, a microscopia de força atômica (AFM) oferece uma análise detalhada da espessura das folhas de grafeno nos compósitos. A técnica é extremamente útil para medir a espessura das folhas de grafeno em escalas nanométricas, permitindo compreender melhor as interações entre o grafeno e as nanopartículas de TiO₂. Estudos utilizando AFM revelaram que as folhas de grafeno podem ter espessuras variando de 0,8 a 2,0 nm, sendo que algumas camadas de grafeno se empilham em estruturas de duas camadas. A análise da distribuição de tamanho das folhas de grafeno, obtida por AFM, também fornece informações cruciais sobre a homogeneidade e a estrutura do compósito.

Esses métodos de caracterização são fundamentais não só para entender a estrutura dos materiais, mas também para avaliar como as modificações na estrutura atômica e na distribuição de partículas afetam as propriedades fotocatalíticas. A escolha das técnicas adequadas de caracterização e a interpretação cuidadosa dos dados obtidos podem ser determinantes para o sucesso na aplicação desses compósitos em sistemas fotocatalíticos.

Em relação aos futuros avanços, é importante destacar que o desenvolvimento de novas metodologias de síntese e caracterização continua a ser um campo de intensa pesquisa. O processo de ativação a vácuo mostra grande potencial não apenas para grafeno dopado com boro, mas também para outros materiais compostos, como fotocatalisadores baseados em TiO₂. A combinação de diferentes métodos de caracterização, como XRD, TEM e AFM, permite uma compreensão mais profunda da estrutura e do comportamento desses materiais, o que é crucial para a criação de novos sistemas com desempenho otimizado em uma variedade de aplicações, desde a purificação ambiental até a produção de energia renovável.