Na primavera de 1966, Vasili Shukshin escreve uma proposta de roteiro "O Fim de Razin".
POR QUE STEPAN RAZIN FOI PARA OS SOLOVKI?
Vasili Shukshin: "Foi escrito muito sobre Razin. No entanto, tudo o que consegui ler sobre ele na literatura artística me pareceu fraco. Ele caminha com demasiada facilidade e familiaridade pelas páginas dos livros: um destemido, a alma da liberdade, defensor e líder dos pobres, terror dos boyardos, dos voivodas e da nobreza. Isso tudo é verdade. Mas talvez as coisas não sejam tão simples...
Acredite, tudo isso não foi em vão: nossas músicas, nossos contos, nossas vitórias de uma pesanteza inimaginável, nossos sofrimentos, não troque tudo isso por um punhado de tabaco... Nós sabíamos viver. Lembre-se disso. Seja um homem.
Vasili Shukshin. Palavras 39 dias antes de sua morte. 21.08.1974
O filme será de duas partes, widescreen e colorido." (Lev Anninsky. Prefácio do volume 5 da coletânea de obras. Shukshin V.M. Coleção de obras em 5 volumes (vol. 5); — B.: "Venda", 1992. — Reedição — Yekaterinburgo: IPP "Ural Worker").
ZOSIMA DOS SOLOVKI E STEPAN RAZIN
Estepes... O silêncio e a suavidade do mundo foram penetrados de cima, do céu, por fios prateados de trilos. Paz. E ele, Stepan, ainda sem barba, um jovem cossaco, viajava para o Mosteiro dos Solovki para rezar a São Zosima.
— Está muito longe, cossaco? — perguntou-lhe um velho camponês que passava.
— Para os Solovki. Para rezar a São Zosima, pai.
— Boa ação, filho. Coloque uma vela por mim também. — O camponês tirou de seu avental um pedaço de pano, desenrolou-o, pegou uma moedinha e deu ao cossaco.
— Eu tenho, pai. Vou colocar.
— Não pode, filho. Isso é para você colocar, e isso é de mim. Aqui. Coloque para Zosima, e de mim, para São Nicolau, nosso santo.
Stepan pegou a moedinha.
— O que você vai pedir?
— O que me pedirão, vou pedir. Eles sabem o que precisamos.
— Eles sabem, mas eu não sei, — riu Stepan.
O camponês também riu.
— Sabe sim! Como não sabe. Nós sabemos, e eles sabem.
O velho desapareceu, e tudo se misturou, e uma dor imensa apertou sua cabeça. Restou um único desejo angustiante: chegar logo até algum riacho e beber água... Mas até esse desejo já não existia mais, só restava a dor. Senhor, que dor!.. A alma sofria.
Mas de novo — através da dor — parecia que ele lembrava, ou parecia: Stepan chegou ao Mosteiro dos Solovki. E entrou na igreja.
— Qual é o Zosima? — perguntou a um monge.
— Aquele ali! Como você vai rezar e não sabe a quem. Você é cossaco?
— Sou cossaco.
— Aqui está Zosima.
Stepan se ajoelhou diante da imagem do santo. Fez o sinal da cruz... E de repente, o santo gritou contra ele da parede:
— Ladrão, traidor, criminoso, assassino!.. Esqueceu-se da Igreja Católica e da fé cristã ortodoxa!..
Dói! O coração se rasga — se opõe a esse julgamento terrível, não quer aceitá-lo. Aquele julgamento impõe medo, um pavor silencioso. Melhor seria a morte, melhor seria não existir, e ponto.
(Vasili Shukshin, "Eu vim para dar liberdade a você". Romance. Moscovo: Sovremennik, 1982. 383 p.)
Vasili Shukshin
Stenka Razin
Ele era chamado de Vasheka. Vasheka tinha: 24 anos, 1,85 m de altura, um grande nariz de pato... e um caráter impossível. Ele era um rapaz muito estranho – Vasheka.
Quem ele não foi depois do serviço militar! Pastor, carpinteiro, auxiliar, caldeireiro em uma fábrica de tijolos. Em uma época, acompanhava turistas pelas montanhas locais. Nenhum lugar parecia bom. Depois de trabalhar um ou dois meses em um novo local, Vasheka ia à administração e pegava seu pagamento.
— Você é um homem incompreensível, Vasheka. Por que você vive assim? — perguntavam na administração.
Vasheka, olhando para algum ponto acima dos administradores, explicava resumidamente:
— Porque sou talentoso.
Os administradores, educados, viravam o rosto para esconder um sorriso. E Vasheka, jogando o dinheiro no bolso (ele desprezava o dinheiro), saía. E caminhava pela rua com um ar de independência.
— De novo? — perguntavam-lhe.
— O que "de novo"?
— Você pediu demissão?
— Sim, senhor! — Vasheka respondeu militarmente — Alguma outra pergunta?
— Vai fazer bonecos? Heh…
Sobre isso, sobre bonecos, Vasheka não conversava com ninguém.
Em casa, Vasheka dava o dinheiro à mãe e dizia:
— Acabou.
— Senhor! O que eu faço com você, minha cidade colomiana? Um grua você é! E agora?
Vasheka dava de ombros: ainda não sabia o que fazer a seguir, para qual trabalho ir.
Passava uma semana ou outra, e o trabalho surgia.
— Vai aprender contabilidade?
— Pode ser.
— Só... isso é muito sério!
— Para que esse entusiasmo?
"Débito... Crédito... Entradas... Saídas... Chegadas... Vistas... — E dinheiro! Dinheiro! Dinheiro!"
Vasheka resistiu por quatro dias. Depois levantou e saiu direto da aula.
— Isso é uma piada, — disse ele. Ele não entendeu nada sobre a brilhante ciência da contabilidade.
Recentemente, Vasheka trabalhou como martelo. E aqui, depois de balançar um martelo pesado por duas semanas, Vasheka cuidadosamente colocou-o na bancada e disse ao ferreiro:
— Acabou!
— O que?
— Vou embora.
— Por quê?
— Não tem alma no trabalho.
— Falador, — disse o ferreiro. — Sai daqui.
Vasheka olhou com surpresa para o velho ferreiro.
— Por que você imediatamente parte para o pessoal?
— Tagarela, se não falador. O que você entende de ferro? "Não tem alma"... Até me dá raiva.
— E o que há para entender? Eu forjo esses ferros sem entender, quantos quiser.
— Talvez você tente?
Vasheka aqueceu um pedaço de ferro, forjou um ferradura com habilidade, esfriou-a na água e entregou ao velho
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