O movimento BDS (Boicote, Desinvestimento e Sanções) tem sido alvo de intensos debates, muitas vezes distorcidos por uma série de mitos que dificultam a compreensão de sua verdadeira missão. Ao examinar a realidade por trás desses mitos, podemos perceber que o BDS não é apenas uma forma de protesto, mas uma resposta legítima à contínua violação dos direitos humanos dos palestinos.

Um dos mitos mais comuns é a alegação de que o BDS é antissemita. Esse argumento se baseia na ideia falaciosa de que o movimento ataca os judeus como um todo, o que é categoricamente falso. O BDS não tem como alvo os indivíduos judeus, mas sim as instituições e corporações israelenses que perpetuam a ocupação e os abusos contra os palestinos. A acusação de antissemitismo só faz sentido se aceitarmos que as ações do Estado de Israel representam toda a comunidade judaica. Essa linha de raciocínio, além de errônea, implicaria em afirmar que a cultura judaica é inerentemente violenta, o que é uma falácia completa. O BDS é, na verdade, um movimento contra a opressão e as políticas de ocupação israelenses, e não contra um grupo étnico ou religioso específico.

Outro mito amplamente disseminado é o de que o BDS está sendo injusto ao “singularizar” Israel. A realidade, no entanto, é bem diferente. O BDS não está punindo Israel de maneira isolada; ele é uma resposta a um apelo da sociedade civil palestina, que busca justiça diante das práticas opressivas do Estado de Israel. Ao contrário do que muitos afirmam, o BDS visa exatamente o oposto: ele busca acabar com a impunidade de Israel, que, apesar de violar diversas resoluções da ONU e perpetuar crimes de guerra, continua a receber apoio irrestrito de potências ocidentais. Esse apoio cria um ambiente de imunidade que permite a Israel agir sem grandes repercussões internacionais, o que coloca a ocupação palestina em uma situação única de impunidade.

Há também aqueles que afirmam que o BDS busca destruir Israel, uma acusação que desvia a discussão do verdadeiro objetivo do movimento. O BDS não exige a destruição de Israel, mas sim que o Estado de Israel cumpra com as normas internacionais de direitos humanos, incluindo o direito dos palestinos à autodeterminação e o retorno dos refugiados. A acusação de que o BDS busca a destruição de Israel é uma tentativa de deslegitimar o movimento e redirecionar a atenção para questões irrelevantes. Israel, como qualquer outro estado, deve ser responsabilizado por suas ações, especialmente quando essas ações envolvem a repressão de uma população inteira.

Além disso, muitos questionam a moralidade do boicote a estados e governos, argumentando que tal prática é inconsistente. No entanto, ao longo da história, boicotes a estados têm sido uma ferramenta crucial na luta contra a opressão e a injustiça. O boicote é uma forma de pressão pacífica e legítima, utilizada para desafiar práticas discriminatórias e abusivas de governos. A ideia de que boicotar um estado é uma ação moralmente errada desconsidera o fato de que, muitas vezes, o próprio estado em questão é o agente da injustiça.

Outro mito recorrente é que o boicote acadêmico prejudica estudantes e acadêmicos israelenses. Essa alegação ignora o fato de que as políticas discriminatórias de Israel afetam profundamente os estudantes e acadêmicos palestinos, que enfrentam restrições severas em sua educação e liberdade acadêmica. O BDS, ao contrário, protege os direitos dos indivíduos, incluindo os acadêmicos e estudantes israelenses que se opõem ao regime de ocupação, ao mesmo tempo que denuncia as instituições que são cúmplices da opressão. Ao focar nas instituições que perpetuam a injustiça, o movimento não atinge os indivíduos inocentes, mas visa, sim, aqueles que se beneficiam diretamente da opressão dos palestinos.

Muitos críticos também afirmam que o BDS carece de um propósito claro e definido. A realidade é que o movimento tem um objetivo fundamental: a libertação do povo palestino da ocupação militar. O BDS não se limita a um plano linear de ação, mas representa uma tentativa de romper com as narrativas dominantes e a lógica da ocupação. Ele busca criar alternativas ao poder militar e corporativo que oprime os palestinos e, ao mesmo tempo, desafiar as narrativas que tentam justificar a ocupação como uma política legítima.

Apesar de todos esses mitos, a verdade é que o BDS tem demonstrado eficácia. A quantidade de recursos que o governo israelense e organizações sionistas dedicam para deslegitimar o movimento é uma prova disso. A resistência ao BDS não é uma resistência a uma ideologia radical, mas sim a um movimento que reflete a vontade do povo palestino. O BDS escuta os colonizados, entende suas demandas e os apoia. Essa é a essência da descolonização: ouvir e apoiar os que estão sob opressão.

Por fim, o movimento BDS não é apenas uma resposta à violência direta de Israel, mas uma luta contra o status quo de colonização e repressão. Ele representa a única forma de resistência pacífica e simbólica que muitos têm diante da enorme máquina militar e econômica israelense, apoiada por potências internacionais. Embora pareça um movimento sem grandes recursos, o BDS tem o potencial de desmantelar um império colonial e oferecer aos palestinos a possibilidade de recuperar sua dignidade e direitos, algo que continua sendo negado por aqueles que perpetuam a ocupação.

A Mitologia da Colonização: Jabotinsky e a Resistência Indígena

A colonização não se constrói sem mitos. A própria narrativa da colonização frequentemente recorre a versões distorcidas ou idealizadas dos eventos, criando histórias que justificam a apropriação e a violência contra os povos originários. Vladimir Jabotinsky, um dos mais influentes pensadores sionistas, exemplifica como a narrativa colonial pode ser embasada não em dados ou fatos históricos, mas em uma versão mítica e extremamente simplificada da história. A sua visão sobre a colonização americana, embora profundamente falha em termos históricos, revela a forma como os colonizadores precisam imaginar o passado para legitimar suas ações no presente.

Jabotinsky, em seus escritos sobre a colonização da Palestina, faz um paralelo com a colonização dos Estados Unidos. Ele se refere à resistência dos povos indígenas americanos como algo irracional e primitivo, descrevendo-a não como uma reação lógica ou uma defesa de direitos, mas como uma resposta instintiva, um ato de resistência que não tem motivação clara ou justificativa. Para ele, a luta dos índios contra os colonizadores brancos não passava de um comportamento atávico, quase biológico, sem qualquer fundamento racional. Essa perspectiva revela um dos maiores mitos da colonização: a ideia de que os povos colonizados resistem simplesmente porque sim, e não porque suas terras estão sendo tomadas, seus direitos violados, e suas culturas destruídas.

Este tipo de raciocínio é comum em muitos discursos coloniais, onde os povos originários são reduzidos a uma abstração de "selvageria" ou "primitivismo", sendo sua resistência considerada algo incompreensível, sem um verdadeiro entendimento das suas razões históricas e sociais. Jabotinsky usa esse estereótipo para justificar a violência e a expropriação de terras, tanto no contexto da colonização americana quanto na defesa do projeto sionista na Palestina.

Para ele, os palestinos, assim como os indígenas americanos, estão imersos em um passado distante e irrelevante. A ideia de que a terra tenha um valor imenso para os povos originários é desconsiderada. Jabotinsky não vê os palestinos como sujeitos históricos, mas como uma parte de um cenário arcaico que deve ser deslocada para que um novo projeto — o de colonização sionista — se realize. Ele se refere aos árabes como “culturalmente 500 anos atrás” e espiritualmente inferiores, criando uma diferença civilizacional entre judeus e árabes que é utilizada para justificar uma ocupação e dominação que se baseia em uma narrativa de superioridade cultural e moral.

Ao fazer isso, Jabotinsky recorre à ideia de uma “muralha de ferro” — um conceito que, ao contrário de uma solução pacífica ou de convivência, promove a ideia de que a única forma de estabelecer a paz é por meio de força e repressão contínuas. Ele, assim como outros colonizadores, não está interessado em criar um entendimento genuíno da história dos povos com os quais interage, mas em moldar a realidade para que ela se ajuste ao seu próprio projeto de poder. A resistência à colonização é, na visão de Jabotinsky, apenas uma etapa passageira, algo que eventualmente será superado pela força.

A visão de Jabotinsky sobre a colonização está imersa em uma lógica de destituição e subordinação dos outros, que é comum aos discursos coloniais em várias partes do mundo. A ideia de que a resistência dos colonizados é algo irracional ou mesmo "instintivo" não é apenas uma falácia histórica; ela é uma ferramenta usada para legitimar e perpetuar a violência e a exclusão. O que muitos colonizadores, como Jabotinsky, ignoram ou desconsideram é que, ao desumanizar o outro, eles criam uma narrativa que permite a continuidade da opressão.

Ao tentar entender a relação entre colonização e resistência, é fundamental compreender que a resistência não é um fenômeno desconectado ou trivial. Ela é uma resposta lógica a uma ameaça real e palpável à sobrevivência, à cultura e à dignidade dos povos colonizados. Ignorar isso é, na prática, tentar apagar a história desses povos e desconsiderar suas identidades e agências.

No caso da Palestina, por exemplo, Jabotinsky não reconheceu que os palestinos resistem ao sionismo não por algum impulso irracional, mas porque a criação do Estado de Israel implica na perda de suas terras, na destruição de suas comunidades e na violação de seus direitos humanos. A resistência, portanto, não é um capricho ou um obstáculo sem razão, mas uma luta pela sobrevivência. Essa dinâmica é muito parecida com o que ocorreu nas Américas, onde os povos indígenas lutaram não apenas contra os colonizadores, mas contra a destruição de suas formas de vida e seu próprio modo de existência.

Os paralelos entre a colonização americana e a palestina são evidentes, mas há algo mais profundo na história dos povos originários que também deve ser considerado. A luta contra o colonialismo não é apenas uma questão de territórios ou de poder, mas também de reconhecimento. Reconhecimento da humanidade, da cultura, da história, e, principalmente, da dignidade desses povos. Jabotinsky, ao ignorar a complexidade da resistência indígena e palestina, faz parte de uma tradição colonial que busca reduzir esses povos a estereótipos, impedindo que suas lutas sejam compreendidas em seus próprios termos.

Em última análise, a ideia de que a colonização é uma inevitabilidade natural, como Jabotinsky sugere, é uma falácia perigosa. A verdadeira questão está em como os colonizadores e os colonizados podem, e devem, se engajar em um diálogo que respeite a história, a cultura e os direitos de todos os envolvidos. A narrativa colonial não pode mais ser aceita como uma verdade única e incontestável. A resistência à colonização é um ato legítimo, fundamentado em uma história de opressão e injustiça que ainda está em processo de construção.

A Presença Invisível: Reflexões sobre o Colonialismo e os Processos de Desaparecimento Psicológico e Físico

Os processos de colonização e as práticas de extermínio não se restringem apenas às fronteiras físicas de territórios invadidos. Eles moldam, de maneira sutil e profunda, as mentalidades daqueles que se vêem como colonizadores. A ideia de desaparecimento, tanto físico quanto psicológico, é central para entender a dinâmica colonial, como bem exemplificado pela reflexão de Sanbar sobre o processo de construção de identidade por parte dos colonos. Sanbar destaca uma diferenciação crucial entre a exclusão física do outro, o que é evidente no ato de invasão territorial, e o desaparecimento psicológico, que opera nas mentes dos colonizadores. Esta segunda forma de apagamento é vital para que se estabeleça um novo “eu” em um território expropriado.

Essa complexa relação de identidade e negação também é visível na construção do Estado de Israel, que, ao se formar, operou com um processo semelhante ao de outras potências coloniais, como os Estados Unidos. Os colonizadores não apenas reivindicam a terra fisicamente, mas buscam eliminar a ideia de um “outro” que possa questionar sua ocupação. O território ocupado, assim, se torna um vazio que precisa ser preenchido pela presença de um novo sujeito – o colonizador, que se vê construído pela própria exclusão do outro. Este processo de negação não é apenas físico, mas envolve um complexo movimento psicológico, onde o colonizador não pode se imaginar sem a ideia do povo colonizado, pois sua identidade depende disso.

Em comparação com as análises de Deleuze sobre as consequências materiais da colonização, Sanbar traz à tona uma reflexão mais profunda sobre o papel da imaginação e da construção simbólica nos processos de colonização. Enquanto Deleuze se concentra nas dimensões materiais da colonialidade, Sanbar oferece um insight crucial: o colonizador não apenas submete o colonizado fisicamente, mas também projeta sobre ele uma inexistência que serve para afirmar a própria existência do colonizador. A colonização, portanto, não é apenas uma ocupação territorial, mas uma luta constante pela negação do outro, uma dinâmica que molda a própria consciência do colonizador.

A situação dos nativos americanos e dos palestinos, como analisado por Gyasi Ross, revela um padrão histórico de sofrimento compartilhado, que transcende as fronteiras nacionais. A história de opressão e destruição de culturas nativas nos Estados Unidos, por exemplo, tem paralelos claros com o tratamento dos palestinos em Israel. Ross argumenta que o sofrimento de um grupo o torna sensível à dor de outros grupos oprimidos. Essa perspectiva, embora simplificada, oferece uma conexão moral entre as lutas de diferentes povos sob o jugo do colonialismo, destacando a universalidade do sofrimento causado pela violência sistemática.

Em uma análise mais aprofundada, é importante perceber como o apoio incondicional de países como o Canadá a Israel se relaciona com o imperialismo neoliberal. A defesa de Israel pelo governo canadense, longe de ser uma questão meramente geopolítica, está ligada a interesses econômicos globais, onde o colonialismo é sustentado por um complexo sistema de alianças políticas e econômicas. O apoio a Israel, portanto, se alinha com uma ideologia global que busca perpetuar a violência contra os povos colonizados, seja em Israel, seja nas comunidades indígenas do Canadá.

A analogia feita por Miri Regev, membro do Knesset, que compara a situação dos palestinos à dos índios americanos, oferece uma chave para entender como a narrativa colonial é muitas vezes manipulada para justificar ações injustas. Regev, ao aprovar as ações dos Estados Unidos contra os nativos, imagina que a história do genocídio e deslocamento indígena chegou ao fim. No entanto, como demonstrado pelos movimentos indígenas contemporâneos, a luta pela autodeterminação dos povos nativos continua, desafiando a visão de uma história "concluída". Esta ideia de que os povos colonizados são um "absenteísmo histórico", uma ausência a ser ocasionalmente lembrada, revela uma das maiores falácias do discurso colonial: a negação de uma resistência contínua.

A permanência dessa mitologia colonial serve não apenas para justificar ações passadas, mas para reforçar a ideia de que o colonialismo é um processo que se completou, um ciclo que pode ser fechado. Contudo, a resistência dos povos nativos e palestinos, longe de ser uma relíquia do passado, é uma força viva que continua a desafiar a narrativa dominante. Em última instância, a persistência dessas lutas expõe a fragilidade do discurso de "cumprimento divino" ou da "missão histórica" que legitima as práticas coloniais. A história da colonização não é um conto de triunfos consumados, mas uma história de resistência e sobrevivência contínua, que desafia a compreensão simplista da colonização como um processo finalizado.

Como o Boicote se Torna um Instrumento de Descolonização e Resistência

O boicote, em suas diversas formas, se estabelece como uma ferramenta de resistência e subversão contra a opressão estrutural. Sua prática, que pode se manifestar em boicotes culturais, econômicos, diplomáticos e até acadêmicos, não é apenas uma reação ao imperialismo ou colonialismo, mas uma resposta estratégica à injustiça sistemática. No contexto das lutas por descolonização, o boicote surge como uma forma de delegitimar e desestabilizar regimes ou sistemas que perpetuam a desigualdade e a exploração de povos colonizados.

Historicamente, o boicote tem sido associado a movimentos sociais que buscam desmantelar a violência institucional e estrutural. Um exemplo claro disso é o movimento antiapartheid na África do Sul, que mobilizou boicotes internacionais como uma maneira de enfraquecer o regime opressor. Essa forma de resistência não é exclusiva de um contexto geográfico ou histórico, mas ressoa globalmente, como pode ser observado no caso das críticas ao Estado de Israel e às suas políticas em relação aos palestinos. O movimento Boycott, Divestment, Sanctions (BDS), que apela ao boicote econômico e cultural a Israel, busca colocar pressão internacional sobre um Estado acusado de violar os direitos humanos dos palestinos, refletindo uma tática clássica de descolonização.

O conceito de boicote, especialmente no contexto do BDS, não se limita à mera recusa de interações comerciais ou culturais. Ele se estende à esfera moral e política, questionando a legitimidade de um sistema que nega direitos fundamentais aos povos colonizados. Essa abordagem é profunda e complexa, pois além de ser um ato de resistência, o boicote também carrega consigo uma poderosa mensagem sobre a ética da solidariedade internacional e a responsabilidade coletiva diante das injustiças.

A prática do boicote, portanto, vai além de uma ação direta contra um Estado ou entidade específica. Ela se inscreve dentro de um movimento maior de descolonização, que visa não apenas a contestação da opressão econômica e política, mas também a restauração da dignidade e da autonomia dos povos colonizados. Ao destacar as injustiças, os boicotes muitas vezes chamam a atenção para as narrativas e as realidades historicamente apagadas ou distorcidas, oferecendo uma plataforma para os excluídos e marginalizados se reapropriarem de suas histórias e identidades.

A crítica ao boicote é frequentemente direcionada ao seu impacto nas populações civis. No entanto, é fundamental entender que o boicote é uma resposta direta à violação sistemática de direitos humanos e ao desrespeito à autodeterminação dos povos. Por exemplo, o boicote à cultura israelense não é um ataque à população israelense como um todo, mas uma forma de contestar as políticas do governo israelense em relação aos palestinos. Ao contrário do que muitos podem sugerir, o boicote não tem a intenção de deslegitimar um povo ou sua identidade, mas sim as práticas opressivas que o governo de um Estado específico pode estar adotando.

Dentro deste contexto, a descolonização não é um processo simples ou linear. Ela exige uma reflexão contínua sobre as estruturas de poder, sobre a memória histórica e sobre os legados do colonialismo. O boicote, então, se torna uma forma de reescrever a narrativa colonial, oferecendo uma resistência ativa contra os vestígios e os mecanismos de dominação que continuam a marcar o presente. Essa forma de resistência não está apenas enraizada no passado, mas também é uma luta pela redefinição do futuro, onde as relações de poder são questionadas e transformadas.

Além disso, é importante notar que o boicote não se restringe a uma ação isolada, mas é parte de um movimento social mais amplo, que envolve tanto a denúncia da opressão quanto a construção de alternativas de solidariedade. O boicote se entrelaça com outras formas de ação política, como a promoção de uma economia solidária e a construção de um espaço político global onde as vozes dos marginalizados possam ser ouvidas e atendidas. Não é uma solução rápida ou fácil, mas uma tática que visa alterar as relações de poder profundamente enraizadas.

Em última análise, a prática do boicote dentro do movimento de descolonização deve ser vista como um convite à reflexão sobre o papel que cada um de nós desempenha na perpetuação ou resistência às estruturas de poder e dominação. Ao nos engajarmos em boicotes, estamos afirmando nossa solidariedade com aqueles que lutam pela justiça e pela liberdade, e estamos contribuindo para uma redefinição do que significa viver em um mundo mais justo e equitativo.