Nos últimos anos, a tecnologia de Transferência de Energia Sem Fio (WPT, do inglês Wireless Power Transfer) habilitada por veículos aéreos não tripulados (UAVs) tem ganhado destaque por sua capacidade de fornecer energia a dispositivos de rede, ampliando a duração das suas operações e garantindo a sustentabilidade das redes. O uso de UAVs como fontes móveis de energia tem a vantagem de uma grande altitude de voo, facilitando a criação de links de linha de visada (LoS) com os dispositivos no solo, o que reduz a perda de sinal e melhora o desempenho da WPT. No entanto, a otimização da trajetória do UAV e o uso de antenas direcionais ainda são áreas com grande potencial de aprimoramento.

Ao adotar antenas direcionais, o ganho de energia pode ser substancialmente melhorado. A principal vantagem desse tipo de antena é sua capacidade de concentrar o sinal em direções específicas, o que aumenta a eficiência da transferência de energia. O conceito de formação de feixes direcionais, tanto digital quanto analógico, é utilizado para direcionar os sinais de maneira mais eficaz, evitando a dispersão da energia e aumentando o alcance da transmissão. Embora a formação de feixes digitais ofereça mais flexibilidade, a formação analógica apresenta vantagens em termos de custo e simplicidade, sendo uma escolha vantajosa em cenários com recursos limitados.

O modelo considerado para redes WPT habilitadas por UAVs geralmente envolve múltiplos sensores de rede (SNs) no solo e um único UAV atuando como fornecedor de energia. A posição do UAV, que pode variar ao longo do tempo, é crucial para otimizar o processo de transferência de energia. Além disso, a orientação da antena direcional, com um foco no uso de um arranjo linear uniforme (ULA), desempenha um papel fundamental na maximização do ganho do sinal e na minimização da perda de energia.

O uso de um modelo não linear de conversão de energia para descrever a eficiência da colheita de energia é essencial, uma vez que a eficiência não segue um comportamento linear em relação à potência recebida. Estudos anteriores demonstraram que, ao otimizar a trajetória do UAV, utilizando antenas omni-direcionais, a eficiência da transferência de energia é limitada devido à atenuação significativa do sinal. A implementação de uma antena direcional, ao contrário, permite que o feixe de energia seja mais bem direcionado, melhorando a colheita de energia e, consequentemente, a eficiência geral da WPT.

As trajetórias ideais para os UAVs, muitas vezes em padrões de voo sucessivos, são uma forma de otimizar a transferência de energia, mas isso exige um controle refinado da posição do UAV e da direção da antena. A combinação de ambos os fatores – a trajetória do UAV e a orientação da antena direcional – pode resultar em um sistema WPT muito mais eficiente.

Embora muitos estudos tenham abordado a otimização da trajetória do UAV e a melhoria da eficiência da transferência de energia, um desafio persistente é o design conjunto da trajetória do UAV e da orientação da antena, principalmente quando se utiliza um modelo preciso de antena direcional. A capacidade de controlar a direção do feixe da antena, com um ângulo de elevação específico, permite o aumento da eficiência na colheita de energia, ao mesmo tempo em que reduz a largura do feixe, aumentando o ganho da antena.

Além disso, a flexibilidade do UAV em termos de velocidade e mobilidade torna esse modelo mais eficiente para adaptações em tempo real, ajustando sua posição de acordo com as necessidades da rede WPT. Embora os UAVs sejam frequentemente vistos como uma solução eficaz, a implementação de estratégias de otimização conjuntas, considerando tanto a trajetória quanto a orientação da antena, é essencial para maximizar o desempenho das redes WPT.

Por fim, é importante notar que, apesar dos avanços, a otimização da trajetória e da orientação da antena em UAVs ainda enfrenta desafios práticos. A implementação de modelos matemáticos e algoritmos de otimização, como o método iterativo, são necessários para validar e aprimorar o desempenho do sistema. É fundamental também considerar as limitações reais dos sistemas de comunicação e da eficiência dos circuitos de conversão de energia, que podem impactar diretamente a viabilidade da tecnologia em larga escala.

Aproximação de Padrões de Antenas e o Comportamento Convexo no Design de Trajetórias de UAVs

No estudo do design de trajetórias para UAVs (veículos aéreos não tripulados) e suas interações com redes de sensores, a modelagem da antena e a eficiência na colheita de energia são pontos críticos. A análise das antenas direcionais e a otimização do ganho dessas antenas têm um papel central no desempenho do sistema. Neste contexto, um método clássico de aproximação do padrão de antena utiliza uma função cosseno, onde o lóbulo principal do padrão da antena é modelado pelo quadrado de uma função cosseno, desconsiderando-se os lóbulos laterais. Esta aproximação, embora amplamente utilizada, não se aplica diretamente a todos os cenários, especialmente quando consideramos que a potência colhida Pch,k(t)P_{ch,k}(t) exibe um comportamento côncavo em relação ao quadrado da distância (dk(t))2(d_k(t))^2 da antena.

Neste caso, o ganho de antena GA(θk(t),θ0(t))GA(\theta_k(t), \theta_0(t)) se aproxima do infinito quando o ganho se torna zero, o que dificulta o uso de aproximações simples. A fim de lidar com essa complexidade, propomos uma aproximação modificada para o padrão de antena, que leva em consideração tanto o lóbulo principal quanto os lóbulos laterais, além de tirar proveito da convexidade. A função modificada de ganho de antena é dada por:

GAmc(θk(t),θ0(t))={FA(φ(θk(t),θ0(t)))cos2(Ntπθ0(t)2),quando φ(θk(t),θ0(t))<δcos(δπ2),quando φ(θk(t),θ0(t))δGA_{mc}(\theta_k(t), \theta_0(t)) =
\begin{cases} FA(\varphi(\theta_k(t), \theta_0(t))) \cdot \cos^2\left(\frac{N t \pi \theta_0(t)}{2}\right), & \text{quando} \ |\varphi(\theta_k(t), \theta_0(t))| < \delta \\ \sqrt{\cos\left(\frac{\delta \pi}{2}\right)}, & \text{quando} \ |\varphi(\theta_k(t), \theta_0(t))| \geq \delta \end{cases}