O problema da trajetória ótima de um VANT (Veículo Aéreo Não Tripulado) para a transferência de energia sem fio envolve a definição de uma sequência de pontos de pairamento, onde o VANT faz uma pausa para fornecer energia, intercalados com segmentos de voo entre esses pontos. Este processo deve ser otimizado de maneira a maximizar a distribuição de energia para os nós de recepção no solo, respeitando, ao mesmo tempo, as restrições de tempo e movimento do VANT.

A solução ideal para esse problema segue uma estrutura conhecida como SHF (Flying-Hovering-Flying), onde a trajetória é composta por segmentos de voo a velocidade máxima entre pontos de pairamento e períodos de pairamento em si, com durações específicas que maximizam a transferência de energia. A posição inicial e final do VANT são determinadas dentro de um conjunto de localizações possíveis, e o número de pontos de pairamento não deve exceder K + 2, onde K representa o número de nós de recepção no solo.

A estrutura SHF garante que o VANT voe a sua velocidade máxima entre os pontos de pairamento, aproveitando ao máximo os tempos de pausa para maximizar a transferência de energia. A trajetória ótima não apenas garante que o VANT comece em uma posição inicial e termine na posição final correta, mas também assegura que a energia seja distribuída de forma eficaz aos nós do solo, sem desperdício de tempo ou energia. Esse modelo de trajetória é uma forma eficiente de se atingir um ótimo global, respeitando as condições de contorno do problema e, ao mesmo tempo, mantendo a viabilidade prática do projeto.

O processo de solução do problema é realizado por meio de uma busca exaustiva sobre todas as possíveis combinações de posições iniciais e finais dentro de um intervalo viável. A posição inicial xI deve estar dentro de uma faixa que vai de w1 a wK, e a posição final xF deve ser limitada entre xI e wK. Para otimizar esse processo, é introduzida uma discretização da distância com uma resolução mínima dmin, garantindo que as posições possíveis para xI e xF possam ser avaliadas de maneira eficiente.

A modelagem do problema (P1) pode ser reformulada com a estrutura SHF para simplificar ainda mais o processo. Assim, a solução do problema passa a envolver a escolha de até K + 2 pontos de pairamento e a definição das durações de pausa associadas a cada um desses pontos. O desafio aqui é determinar a melhor configuração de pontos e durações de pausa de modo a maximizar a energia transferida para os nós do solo, enquanto a trajetória do VANT é mantida dentro dos limites de tempo e velocidade permitidos.

Em termos de energia recebida, a totalidade da energia entregue durante a missão pode ser expressa como a soma das energias transferidas durante os períodos de pairamento e voo. A equação que descreve essa energia total leva em consideração os diferentes fatores que influenciam tanto o voo quanto a pausa, incluindo a distância entre os pontos e a duração das pausas.

A solução ótima para o problema (P1) pode ser obtida através da formulação matemática baseada na maximização da energia total transferida. Contudo, esse problema é não-convexo, o que significa que uma abordagem de otimização convencional pode não ser eficaz. Nesse caso, é sugerido o uso de métodos alternativos de otimização, como o método SC (Simulated Annealing), para resolver a equação de maneira mais eficiente. Embora o método de otimização alternada, amplamente utilizado em outros contextos de design de trajetórias de VANTs, não seja adequado para este problema devido à natureza não-convexa, o SC oferece uma maneira de explorar as soluções de forma mais robusta.

No entanto, apesar da complexidade do problema, há uma necessidade contínua de reduzir a carga computacional envolvida na determinação da trajetória ótima. Ao buscar alternativas que mantenham o desempenho próximo à solução ótima, mas com menor custo computacional, as abordagens subótimas se tornam uma área promissora de pesquisa. A solução de baixa complexidade envolve, portanto, técnicas que aproveitam a estrutura SHF, aplicando aproximações adequadas para reduzir o número de cálculos necessários, sem comprometer substancialmente os resultados.

Além disso, ao projetar tais trajetórias, é fundamental considerar as condições práticas de operação dos VANTs, como a limitação de combustível, o alcance e as condições meteorológicas. A teoria por trás da otimização da trajetória deve ser aplicada de forma que leve em conta a variabilidade do ambiente e a necessidade de ajustes dinâmicos durante a execução da missão. Isso implica em garantir que os modelos matemáticos sejam flexíveis o suficiente para lidar com incertezas e mudanças nas condições externas.

Como a CNN Pode Revolucionar a Detecção de Intrusões em Drones e Veículos Aéreos Não Tripulados

A crescente dependência de drones e veículos aéreos não tripulados (VANTs) para diversas aplicações, desde entregas até missões militares e monitoramento ambiental, tem gerado uma preocupação crescente com a segurança dessas tecnologias. A vulnerabilidade de tais sistemas a ataques cibernéticos, como interferências de sinais, sequestro de drones e roubo de dados, é uma questão de grande relevância. Um dos avanços mais promissores para enfrentar essas ameaças é a implementação de sistemas de detecção de intrusões (IDS) baseados em aprendizado de máquina, especificamente através de Redes Neurais Convolucionais (CNNs), que têm se mostrado eficazes em reconhecer padrões de ataques cibernéticos e outras anomalias no tráfego de redes dos UAVs (Unmanned Aerial Vehicles).

As Redes Neurais Convolucionais (CNN) têm um papel crucial na análise de imagens e também se destacam na detecção de intrusões em redes de drones. Ao contrário dos métodos tradicionais de análise de dados, as CNNs são capazes de extrair automaticamente informações de alto nível de imagens ou fluxos de dados brutos. Isso é feito sem a necessidade de extração manual de características, o que não só economiza tempo, mas também melhora a precisão, já que o modelo treinado pode aprender a reconhecer novos padrões à medida que novos dados são apresentados.

A estrutura de uma CNN envolve várias camadas ocultas, além das camadas de entrada e saída. As camadas iniciais se concentram na extração de características fundamentais dos dados brutos, enquanto as camadas superiores combinam essas características para identificar padrões mais complexos. O processo de convolução, que utiliza filtros de diferentes tipos, permite que características específicas sejam extraídas dos dados à medida que a "janela" de processamento se move sobre as entradas. Um exemplo claro disso é o uso da função de ativação ReLU (Rectified Linear Unit), amplamente utilizada em CNNs, que, ao contrário de outras funções de ativação como a sigmoide, facilita o aprendizado mais rápido e eficiente, retornando zero para entradas negativas e o valor original para entradas positivas.

Além disso, para reduzir o tempo de treinamento e melhorar a eficiência, as CNNs utilizam técnicas como o downsampling (redução da resolução) por meio de operações de pooling. Essas operações tornam as características extraídas insensíveis à posição dos objetos dentro das imagens ou dados, permitindo que o modelo aprenda a reconhecer padrões independentemente de sua localização. As técnicas mais comuns de pooling incluem o max pooling, que foca nos valores de maior intensidade, e o average pooling, que utiliza a média dos valores. Essas abordagens são particularmente eficazes quando aplicadas em cenários como a detecção de ataques a drones, onde a localização do ataque pode variar, mas o padrão de tráfego ou comportamento da rede permanece consistente.

Na detecção de intrusões em UAVs, a CNN pode ser aplicada para monitorar tráfego de rede em tempo real, identificando tentativas de invasão, como manipulação de sinais de voo, ataques de negação de serviço (DoS), falsificação de mensagens e outros tipos de manipulações maliciosas. Para isso, é essencial que o sistema seja treinado com um vasto conjunto de dados, como os fornecidos por bancos de dados especializados, como CIC-IDS2017, KDD Cup 1999 e ISCX2012. Estes conjuntos contêm informações sobre diversos tipos de ataques, possibilitando que os modelos de CNN aprendam a detectar uma ampla gama de ameaças cibernéticas.

A implementação de IDS baseados em CNNs, no entanto, não está isenta de desafios. A qualidade dos dados de treinamento é um ponto crítico; conjuntos de dados desatualizados ou com deficiências podem comprometer a eficácia do sistema. Além disso, há uma crescente necessidade de melhorar a capacidade de adaptação dos modelos a novos tipos de ataques e condições adversas, como aqueles que ocorrem em ambientes de comunicação em tempo real com drones. Para superar essas limitações, técnicas como a aprendizagem federada e a implementação de modelos de aprendizado profundo em rede distribuída têm sido exploradas.

A evolução de sistemas de IDS baseados em aprendizado profundo também tem sido observada no contexto mais amplo de redes de sensores sem fio e sistemas ciberfísicos. Esses sistemas estão cada vez mais integrados a aplicações de Internet das Coisas (IoT) e sistemas de comunicação críticos, onde a segurança é fundamental. Estudos recentes têm explorado o uso de CNNs juntamente com outras técnicas de aprendizado de máquina, como redes neurais recorrentes (RNNs) e LSTMs (Long Short-Term Memory), para lidar com ataques complexos e de longo prazo, como spoofing de GPS, jamming e até a captura de UAVs.

Além das CNNs, outras abordagens de aprendizado de máquina, como Máquinas de Vetores de Suporte (SVM), K-Nearest Neighbors (KNN) e Redes de Florestas Aleatórias (Random Forests), também têm sido utilizadas na detecção de intrusões. No entanto, cada uma dessas técnicas tem suas próprias vantagens e limitações, e muitas vezes a combinação de várias delas resulta em um modelo mais robusto.

À medida que a tecnologia de UAVs continua a se expandir e a sofisticar, a importância da segurança cibernética se torna ainda mais evidente. A detecção de intrusões é apenas uma das áreas onde o aprendizado de máquina pode oferecer uma proteção mais robusta e eficiente. O uso de CNNs e outras tecnologias de aprendizado profundo não só melhora a detecção de ataques, mas também permite uma resposta mais rápida e eficaz, protegendo não apenas os dados sensíveis, mas também as operações e a segurança dos drones em voo.