A pericardectomia é o tratamento mais eficaz para a pericardite constritiva crônica, uma condição rara em crianças, que exige uma abordagem cuidadosa por parte de toda a equipe médica, com ênfase na compreensão clara da causa subjacente da doença. Esta abordagem permite uma gestão adequada durante o processo cirúrgico, minimizando riscos e otimizando a recuperação pós-operatória.

Neste caso, um paciente pediátrico de sete anos, com 31 kg, foi admitido devido a uma distensão abdominal de origem desconhecida, persistente por um ano. Durante a avaliação inicial, o paciente relatou dificuldade para deitar devido a dor no peito após esforços, bem como edemas nas pálpebras pela manhã e edema discreto nos membros inferiores. Exames de imagem mostraram distensão da veia cava inferior, espessamento irregular de partes do intestino e aumento do fígado, além de líquido pleural em ambas as cavidades torácicas.

A análise de gases sanguíneos revelou um pH de 7.35, com PaCO2 de 42 mm Hg, e níveis elevados de NT-proBNP, sugerindo uma sobrecarga cardíaca. A ultrassonografia revelou espessamento irregular na parede do esôfago inferior e veias hepáticas, com efusão pleural mais pronunciada do lado direito. A biópsia hepática indicou alterações no parênquima hepático, como aumento de densidade e edema celular, complementando o quadro clínico.

A condição foi diagnosticada como pericardite constritiva crônica, com a necessidade urgente de intervenção cirúrgica para aliviar a pressão no coração e nas estruturas vasculares adjacentes. O paciente estava sendo tratado com medicamentos diuréticos como furosemida e espironolactona, e medicamentos vasodilatadores como ambrisentan, com monitoramento rigoroso da função renal e balanceamento de fluidos.

Na gestão anestésica, a preparação envolveu a administração de dexmedetomidina intranasal (1,0 μg/kg) para indução do paciente e propofol intravenoso, junto com sufentanil e rocurônio para proporcionar uma anestesia geral eficaz e segura. A monitorização intraoperatória incluiu pressão arterial invasiva, monitoramento hemodinâmico contínuo, e uso de Bispectral Index (BIS) para avaliar a profundidade anestésica, com objetivo de manter valores entre 45-50 durante a cirurgia.

Foi necessária uma vigilância rigorosa dos parâmetros hemodinâmicos, incluindo a pressão venosa central, pressão da artéria femoral e da veia cava, com administração de norepinefrina e dobutamina para manter a estabilidade cardiovascular. Fluídos foram administrados para corrigir a queda do índice cardíaco e das pressões arteriais, e a diurese foi intensificada, com uso de furosemida.

Após a liberação do pericárdio e da entrada da veia cava, a pressão venosa foi aliviada, resultando na normalização do índice cardíaco e da pressão arterial. Durante o procedimento, não houve necessidade de transfusão de sangue, e os testes de gases sanguíneos foram monitorados a cada 30 minutos para garantir o equilíbrio ácido-base e a perfusão tecidual adequada.

Além dos cuidados intraoperatórios, a gestão da temperatura corporal também foi uma prioridade, com o uso de cobertores aquecidos e fluido térmico para evitar hipotermia, uma complicação comum durante cirurgias prolongadas em crianças. O controle rigoroso da suplementação de eletrólitos, como o cálcio, também foi importante para evitar arritmias e outros distúrbios eletrolíticos durante o procedimento.

Embora a pericardectomia seja uma intervenção de alta complexidade, o sucesso do tratamento depende não apenas da habilidade cirúrgica, mas também da gestão anestésica precisa e da monitorização contínua dos parâmetros hemodinâmicos e metabólicos do paciente. A colaboração interdisciplinar entre a equipe médica e anestésica é crucial para garantir a estabilidade do paciente antes, durante e após a cirurgia.

Em termos de cuidados pós-operatórios, é fundamental que a vigilância sobre os parâmetros respiratórios e circulatórios continue, com ênfase na recuperação gradual da função cardíaca e na prevenção de complicações respiratórias e renais. A reavaliação da função hepática e a manutenção de um equilíbrio adequado de fluidos são essenciais para a recuperação completa do paciente. A observação rigorosa nos primeiros dias pós-operatórios pode evitar complicações tardias e garantir a eficácia do procedimento a longo prazo.

Gestão Anestésica de Crianças com Miocardiopatia Dilatada e Hipertensão Pulmonar

A miocardiopatia dilatada (DCM) é uma condição cardíaca grave que afeta a função do ventrículo esquerdo, com impacto significativo na hemodinâmica e na perfusão de órgãos vitais. Em crianças, a DCM pode ser exacerbada por fatores como a hipertensão pulmonar (PAH) e outras complicações associadas à disfunção ventricular. Em particular, a combinação de resistência vascular pulmonar aumentada e diminuição da contratilidade miocárdica pode levar a um quadro clínico instável, tornando a anestesia em pacientes com essa condição um desafio considerável durante o período perioperatório.

A elevação da resistência vascular pulmonar pode causar um aumento súbito da pós-carga do ventrículo direito, resultando em insuficiência cardíaca direita aguda devido à obstrução da ejeção ventricular direita e congestão do sistema venoso. Por outro lado, o ventrículo esquerdo frequentemente apresenta sintomas de baixo débito cardíaco devido à diminuição repentina no retorno venoso, o que leva a uma perfusão sistêmica insuficiente, com risco de hipoxia tecidual. Esses aspectos tornam a gestão anestésica crítica, pois os fatores que induzem a crises hipertensivas pulmonares (PHC) devem ser rigorosamente evitados para prevenir complicações fatais.

A anestesia em crianças com DCM e insuficiência cardíaca deve ser cuidadosamente planejada e executada. O objetivo principal é estabilizar a hemodinâmica, melhorar a função do bombeamento cardíaco e garantir a perfusão dos órgãos vitais durante o período perioperatório. Durante a indução da anestesia, medicamentos com impacto mínimo sobre a função cardíaca, como midazolam, etomidato, fentanil e rocurônio, podem ser utilizados, seguidos pela manutenção com sevoflurano, cuja concentração deve ser ajustada para manter a estabilidade hemodinâmica e a profundidade adequada da anestesia. A monitorização constante, incluindo ECG, SpO2, pressão arterial (ABP), temperatura corporal e diurese, é essencial. Além disso, a monitorização da pressão arterial pulmonar e do débito urinário deve ser feita com maior vigilância.

Em situações de crise hipertensiva pulmonar (PHC), o tratamento de emergência deve ser prontamente implementado. O uso de oxigênio puro para ventilação, anestesia mais profunda, administração de analgésicos e vasodilatadores pulmonares como iloprost ou milrinona intravenosa, além de relaxantes musculares, são estratégias comuns. Além disso, é importante manter a pressão expiratória positiva final (PEEP) mais baixa durante a ventilação para garantir uma boa oxigenação e prolongar a fase de exalação, evitando pressão excessiva nas vias aéreas. A correção da acidose com bicarbonato de sódio, o controle rigoroso da perfusão coronariana e a manutenção do ritmo sinusal são também essenciais para o manejo adequado do paciente.

Outro ponto crítico durante a gestão anestésica é o monitoramento constante dos volumes e a resistência sistêmica. Em crianças com DCM, a reserva de pré-carga costuma estar exaurida, tornando impossível aumentar significativamente o volume sistólico através do aumento da pré-carga. A bradicardia, além de reduzir o débito cardíaco, pode levar a uma perfusão subendocárdica prejudicada, enquanto a taquicardia pode prejudicar a perfusão sem uma redução significativa do enchimento ventricular esquerdo. Para melhorar o débito sistólico e o volume sistólico, é necessário otimizar a contratilidade miocárdica e reduzir a resistência circulatória sistêmica.

No que tange às complicações perioperatórias, uma das maiores preocupações é a manutenção de um débito cardíaco estável e de uma carga de volume adequada, o que só pode ser alcançado por meio de uma gestão anestésica precisa e monitorada. A ausência de monitoramento adequado, como a utilização de monitoramento de pressão venosa central (CVP) ou variação do volume sistólico (SVV), pode prejudicar a gestão de volume e a função cardíaca, exacerbando o quadro de insuficiência cardíaca e aumentando o risco de complicações graves.

O que é importante compreender além do que foi descrito?

É fundamental que os profissionais de saúde envolvidos no manejo de crianças com DCM e PAH tenham uma compreensão profunda das limitações hemodinâmicas dessa condição e da importância de um plano anestésico detalhado que minimize os riscos e melhore a função cardiovascular. A estabilização da função ventricular direita e esquerda, a otimização do fluxo sanguíneo coronariano e a monitorização contínua são essenciais. Além disso, os anestesistas devem estar preparados para responder rapidamente a qualquer alteração na dinâmica hemodinâmica, com estratégias que envolvem desde a modulação do débito cardíaco até a intervenção em crises hipertensivas pulmonares.

Em termos de complicações perioperatórias, a falta de reservas hemodinâmicas, o risco de arritmias e a necessidade de ajustar constantemente a profundidade da anestesia são questões que exigem atenção constante. A colaboração estreita entre a equipe de anestesia e a equipe cardiológica é crucial para garantir a melhor abordagem possível em cada fase do processo, desde a avaliação pré-operatória até o pós-operatório.

Gestão Anestésica de Crianças com Doença Cardíaca Congênita

A anestesia em crianças com doenças cardíacas congênitas (DCC) exige monitoramento rigoroso e uma abordagem cuidadosamente planejada devido às complexas interações entre a função cardíaca e pulmonar. A indução da anestesia deve ser adaptada às condições de cada paciente, especialmente nas situações em que a criança está em risco elevado, como em casos de infantes ou pacientes com complicações graves. Para minimizar o estresse e o impacto fisiológico, é importante que a indução da anestesia aconteça de forma gradual, com a monitoração mínima de SpO2 e ECG durante as fases iniciais.

Nos casos em que a condição do paciente está estável, pode-se permitir que a criança ingira líquidos claros até duas horas antes da indução da anestesia, ajudando a reduzir os níveis de desidratação clínica. A avaliação das condições de ventilação e o controle da via aérea durante a indução são fundamentais, sendo o gerenciamento da ventilação a base da anestesia nesses pacientes. O monitoramento da função respiratória deve ser contínuo, abrangendo parâmetros como o volume corrente, frequência respiratória, pressão nas vias aéreas e concentração de dióxido de carbono no final da expiração (ETCO2).

O manejo da ventilação é um aspecto crucial, pois deve garantir um equilíbrio ideal entre a ventilação pulmonar e o fluxo sanguíneo pulmonar. A análise de gases sanguíneos deve ser realizada o mais cedo possível para avaliar a eficácia da ventilação, incluindo a pressão parcial de oxigênio (PaO2) e a pressão parcial de dióxido de carbono (PaCO2). O monitoramento de SpO2 é realizado com o uso de sensores colocados em membros superiores ou inferiores, com a adição de outros dispositivos de monitoração conforme necessário, uma vez que o paciente esteja sedado ou após a indução.

Além disso, o monitoramento de pressão arterial invasiva com cateterização arterial é uma técnica comum, permitindo a monitorização contínua e a coleta de amostras de sangue para a análise de gases sanguíneos. Em crianças mais jovens, cateteres de 22 G ou 24 G são frequentemente utilizados nas artérias radiais, enquanto cateteres de 20 G podem ser necessários para crianças maiores. Deve-se evitar a punção da artéria braquial devido ao risco aumentado de isquemia nos membros distais.

Para a avaliação da função cardiovascular, o uso de ECG é imprescindível. Os eletrodos devem ser posicionados nas extremidades do tórax e nos membros para fornecer uma visão abrangente da atividade elétrica cardíaca. A análise da segmentação ST do ECG pode ser crucial para detectar arritmias ou isquemia miocárdica durante o procedimento. A monitorização invasiva com cateteres venosos centrais (CVC) permite um controle mais eficaz da pressão venosa central (PVC), o que é particularmente relevante em crianças com DCC, pois essas condições frequentemente resultam em variações significativas nas pressões hemodinâmicas.

O ecocardiograma transesofágico (TEE) tornou-se uma ferramenta essencial no gerenciamento de cirurgias cardíacas pediátricas. O TEE oferece uma visão detalhada das malformações cardíacas, além de ser fundamental para o acompanhamento intraoperatório, especialmente em situações em que o ecocardiograma transtorácico (TTE) não oferece uma qualidade de imagem satisfatória. O TEE pode ajudar a detectar anomalias estruturais, como defeitos residuais que precisam ser reparados imediatamente, evitando a necessidade de uma nova cirurgia.

Em situações de cirurgia de revascularização ou reparo valvular, o TEE não apenas auxilia na visualização da anatomia cardíaca complexa, mas também pode orientar o ajuste de drogas vasoativas e melhorar a retirada do paciente da circulação extracorpórea (CEC). O monitoramento contínuo do fluxo sanguíneo, pressão arterial e oxigenação é crucial para evitar complicações pós-operatórias graves, como a trombose ou a falência de órgãos.

É importante que a anestesia e o manejo pós-operatório sejam cuidadosamente ajustados, levando em consideração o tipo específico de defeito cardíaco e a intervenção cirúrgica realizada. A avaliação constante do equilíbrio entre o fluxo sanguíneo pulmonar e sistêmico, especialmente antes e após a correção de shunts ou a realização de bandagem arterial pulmonar, é um componente crítico da recuperação do paciente.

Além disso, as variações fisiológicas no espaço morto anatômico e na troca gasosa em crianças com DCC devem ser monitoradas atentamente. A diferença entre os valores de PaCO2 e ETCO2 pode ser significativa, principalmente em pacientes com shunts intracardíacos de direita para esquerda ou em episódios hipoxêmicos, exigindo ajustes rápidos na ventilação e na administração de gases. A precisão na medição dos níveis de oxigênio e dióxido de carbono, bem como a intervenção adequada em caso de desvio dos valores esperados, pode ser a chave para o sucesso da cirurgia e recuperação pós-operatória.

É essencial que a equipe médica tenha uma compreensão detalhada dos diferentes tipos de cateteres venosos e arteriais utilizados em crianças com DCC. Cada tipo de cateter possui características específicas de inserção e monitoramento, e a escolha do local adequado para o cateterismo deve ser cuidadosamente ponderada, levando em conta o risco de complicações como hematomas ou rupturas vasculares. Além disso, a monitorização simultânea da pressão arterial em membros superiores e inferiores pode ser necessária em cirurgias complexas, como aquelas que envolvem a coarctação da aorta ou o fechamento do ducto arterioso patentemente (PDA), para garantir uma avaliação precisa da pressão arterial central.

Ao abordar a gestão anestésica de crianças com DCC, é importante destacar que, além da técnica e do conhecimento, a experiência e a habilidade da equipe de saúde são determinantes para a eficácia do tratamento. Cada paciente é único, e as abordagens devem ser adaptadas às suas necessidades específicas, levando em consideração a gravidade da doença, a complexidade da cirurgia e a resposta do paciente ao tratamento.

Como a Cirurgia de Bandagem da Artéria Pulmonar Pode Melhorar a Função Cardíaca em Recém-Nascidos com Defeitos Cardíacos Congênitos

A bandagem da artéria pulmonar (PAB) é uma técnica cirúrgica empregada para aliviar a insuficiência cardíaca congestiva em bebês com defeitos cardíacos congênitos, especialmente em casos de múltiplos defeitos do septo ventricular (VSDs) e hipertensão pulmonar (HP). Este procedimento, realizado sem a necessidade de circulação extracorpórea, visa diminuir o fluxo sanguíneo pulmonar, permitindo uma melhora progressiva da função cardíaca até que o paciente esteja em melhores condições para um procedimento mais invasivo, se necessário.

O caso discutido envolve um bebê de dois meses com múltiplos VSDs e um defeito do septo atrial (ASD) do tipo ostium secundum. Este paciente, com dificuldades alimentares e respiratórias progressivas, foi encaminhado ao hospital devido à deterioração gradual de seu quadro clínico, que incluía aumento da dificuldade para se alimentar e falta de ar. No exame físico, o bebê apresentava atraso no desenvolvimento, chiado no peito e sinais típicos de sobrecarga circulatória, como a respiração rápida e dificuldade respiratória. Durante a auscultação cardíaca, foi identificado um sopro sistólico de grau III/VI, o que indicou um significativo fluxo sanguíneo através dos defeitos cardíacos.

Nos exames de imagem, a ecocardiografia revelou uma significativa dilatação da aurícula e do ventrículo direitos, além de uma dilatação considerável da artéria pulmonar. O defeito do septo atrial era de tamanho considerável, estendendo-se da parte central para a região posterior. O fluxo sanguíneo de esquerda para direita nas áreas afetadas indicava uma sobrecarga cardíaca significativa, típica dos pacientes com múltiplos VSDs. O exame de tomografia computadorizada também revelou um complexo quadro de dilatação das câmaras cardíacas e do vaso pulmonar, com a pressão arterial pulmonar elevada, o que confirmava o diagnóstico de hipertensão pulmonar.

A conduta terapêutica inicial incluiu o uso de diuréticos como furosemida e espironolactona, além de digitálicos e vasodilatadores, como captopril, para controlar os sintomas de insuficiência cardíaca. Após uma semana de tratamento clínico, o bebê foi submetido à cirurgia de PAB, com o objetivo de reduzir a sobrecarga sobre o coração direito, controlando a hipertensão pulmonar e melhorando a oxigenação do sangue.

Durante a cirurgia, foi utilizado um protocolo rigoroso de anestesia, com controle preciso dos parâmetros respiratórios e da ventilação, garantindo que o fluxo de oxigênio fosse mantido dentro de níveis seguros. A indução da anestesia foi realizada com medicamentos como midazolam, etomidato, sufentanil e rocurônio, seguidos pela intubação traqueal e monitoramento contínuo da pressão arterial invasiva e da pressão venosa central. Durante a cirurgia, a pressão arterial pulmonar foi reduzida de forma significativa, contribuindo para a melhora clínica do paciente.

Após a bandagem, o bebê apresentou uma queda nos níveis de saturação de oxigênio e pressão arterial, o que exigiu um manejo cuidadoso com infusão de medicamentos vasoativos, como dopamina e norepinefrina, para estabilizar os parâmetros hemodinâmicos. A monitorização constante dos gases sanguíneos foi essencial para ajustar a ventilação e garantir a oxigenação adequada. Os resultados de gasometria pós-operatória mostraram uma melhora no equilíbrio ácido-base, o que indicava um controle adequado da situação clínica.

É importante destacar que a cirurgia de PAB, embora eficaz na gestão de situações críticas como a hipertensão pulmonar e a insuficiência cardíaca congestiva, não resolve permanentemente o problema subjacente. A bandagem pulmonar reduz temporariamente o fluxo sanguíneo pulmonar e alivia os sintomas, mas a correção definitiva dos defeitos cardíacos deve ser planejada em estágios subsequentes, dependendo da evolução clínica do paciente.

Nos dias pós-operatórios, o paciente apresentou melhora clínica, com estabilização dos parâmetros vitais e diminuição dos sintomas respiratórios. Esse resultado evidenciou a eficácia da bandagem da artéria pulmonar como uma abordagem temporária importante no tratamento de defeitos cardíacos congênitos graves em bebês.

A compreensão dos aspectos patofisiológicos dos VSDs e da hipertensão pulmonar em lactentes é crucial para a abordagem terapêutica adequada. O tamanho e a localização dos VSDs, bem como a presença de múltiplos defeitos, são fatores determinantes para a gravidade da doença e a necessidade de intervenções cirúrgicas precoces. Além disso, o monitoramento contínuo dos parâmetros hemodinâmicos, como a pressão arterial e os níveis de oxigênio, é essencial durante todo o período perioperatório para garantir a segurança do paciente.

Em conclusão, a bandagem da artéria pulmonar é uma ferramenta valiosa na gestão de casos críticos de insuficiência cardíaca congestiva em recém-nascidos com defeitos cardíacos complexos. Contudo, a abordagem terapêutica deve ser sempre individualizada, considerando as condições específicas de cada paciente e os riscos envolvidos. O acompanhamento pós-operatório rigoroso e o planejamento para intervenções cirúrgicas futuras são essenciais para garantir a melhor evolução possível do quadro clínico.