A construção de obstáculos no espaço de configurações, conhecidos como .C-obstáculos, representa um dos aspectos mais complexos do planejamento de movimento em robótica. Quando se trata de manipuladores robóticos compostos por elos rígidos conectados por juntas, surgem dois tipos principais de .C-obstáculos: aqueles que representam colisões entre partes do robô e obstáculos externos no espaço de trabalho, e aqueles que se referem a autocolisões, isto é, interferência entre diferentes elos do próprio manipulador.
Mesmo quando se negligenciam as autocolisões, a construção da região .COi correspondente à interseção entre o manipulador e um obstáculo .Oi exige cálculos de cinemática inversa para determinar todas as configurações em que qualquer parte do robô entra em contato com .Oi. Essa tarefa, apesar de baseada em obstáculos simples no espaço de trabalho, resulta em .C-obstáculos com fronteiras altamente complexas. O espaço de configurações é, muitas vezes, representado como um subconjunto quadrado de .ℝ², mas essa representação é apenas uma projeção simplificada: o espaço correto é um toro bidimensional, no qual as bordas opostas do quadrado coincidem. Essa topologia implica que obstáculos que aparecem separados no espaço de trabalho podem originar regiões .CO interconectadas ou múltiplas componentes conexas em .Cfree, dependendo da posição relativa dos obstáculos e do robô.
A representação precisa de .CO requer modelos algébricos dos obstáculos, frequentemente obtidos a partir de modelos CAD do ambiente. No entanto, esses métodos são viáveis apenas em casos elementares, pois sua complexidade algorítmica cresce rapidamente com o número de graus de liberdade e a geometria envolvida. Em cenários práticos, recorre-se frequentemente a representações aproximadas de .CO. Uma abordagem consiste em amostrar o espaço de configuração .C segundo uma malha regular, calcular a ocupação espacial do robô por meio de cinemática direta e identificar, através de verificação de colisões, os pontos da malha que resultam em interseções com obstáculos. Essa amostragem fornece uma discretização de .CO cuja precisão pode ser ajustada aumentando a resolução da malha.
Nem todos os métodos de planejamento requerem a computação explícita de .CO. Métodos probabilísticos ou baseados em campos potenciais artificiais operam diretamente sobre amostras do espaço de configurações, evitando a necessidade de representar .CO de forma explícita. No entanto, métodos baseados em retração, como o que se descreve a seguir, dependem de uma representação do espaço livre por meio de um grafo de caminhos — o chamado roadmap.
A ideia fundamental da retração é construir um roadmap .R ⊂ .Cfree, que preserve a conectividade do espaço livre e sirva como estrutura para planejar trajetórias. Dados uma configuração inicial .qs e uma final .qg, conecta-se cada uma delas ao roadmap através de um procedimento de retração, e busca-se um caminho dentro do grafo resultante. Quando .C é um subconjunto limitado de .ℝ² com fronteira poligonal, o que implica que .CO também o é, a retração pode ser baseada na construção de um diagrama de Voronoi generalizado.
A função de afastamento ou margem de segurança de uma configuração .q é definida como γ(q) = min ‖q − q′‖, onde q′ pertence à fronteira de .CO. O conjunto dos pontos q′ que atingem esse mínimo define os vizinhos de .q. Quando existem dois ou mais vizinhos, diz-se que .q pertence ao diagrama de Voronoi generalizado .V(Cfree). Esse diagrama representa os pontos do espaço livre equidistantes de duas ou mais feições da fronteira de .CO, e sua estrutura revela a conectividade topológica de .Cfree.
Cada arco de .V(Cfree) é ou retílineo (quando delimitado por dois lados ou dois vértices) ou parabólico (quando delimitado por lado e vértice), permitindo uma formulação analítica precisa a partir das feições da fronteira. Assim, .V(Cfree) pode ser interpretado como um grafo cujos nós são os pontos de interseção entre arcos, e as arestas são os próprios arcos. Essa estrutura é particularmente útil porque, por construção, maximiza localmente a distância às regiões de colisão, proporcionando caminhos seguros com margem de manobra significativa.
Para utilizar .V(Cfree) como roadmap, é necessário definir um procedimento de retração que conecte qualquer configuração .q ∈ .Cfree ao diagrama. Quando .q não pertence a .V(Cfree), ela possui exatamente um vizinho .N(q) na fronteira de .CO. O gradiente ∇qγ aponta na direção de maior aumento da margem de segurança, coincidindo com a semirreta que parte de .N(q) e passa por .q. A interseção dessa semirreta com .V(Cfree) define o ponto de conexão .r(q), que deve ser escolhido de modo contínuo em todo o domínio, atribuindo-se .r(q) = q sempre que .q já pertença a .V(Cfree). Esse procedimento garante conexões suaves ao grafo, permitindo a construção de trajetórias por partes: da configuração inicial à sua projeção em .V(Cfree), uma sequência de arcos no diagrama, e da projeção da configuração final até ela.
É essencial entender que essa construção depende criticamente da definição precisa da fronteira de .CO e da análise geométrica das distâncias no espaço de configuração. Ainda que restrita ao caso plano e poligonal, essa abordagem generaliza-se conceptualmente para espaços de configuração de dimensão superior, embora com incremento substancial da complexidade algorítmica.
Essa complexidade não é meramente técnica: ela reflete a profundidade topológica e métrica do problema de planejamento. A escolha da representação do espaço de configuração, a abordagem adotada para modelar colisões, a estratégia de construção do roadmap e o método de conexão entre pontos são todos elementos interdependentes, cuja coerência determina a eficácia e a robustez do planejador.
A modelagem precisa da configuração livre, mesmo quando aproximada por amostragem, exige um equilíbrio entre resolução e custo computacional. A construção do diagrama de Voronoi exige conhecimento local da geometria da fronteira, enquanto a retração impõe continuidade nas conexões. O projeto de planejadores eficazes não pode prescindir desse entendimento profundo da estrutura geométrica de .Cfree, sendo esse o verdadeiro núcleo da engenharia algorítmica em planejamento de movimento.
Quais são as propriedades de um sistema de apreensão e como a análise matemática pode determinar sua eficiência?
Em sistemas de apreensão com múltiplos dedos, como os utilizados em robôs manipuladores, a análise das matrizes jacobiana e da matriz de apreensão revela aspectos cruciais sobre a redundância, defeitos, ou estaticidade do sistema. Quando um sistema é redundante, isso significa que há mais graus de liberdade disponíveis para movimentar os dedos sem alterar a força aplicada ao objeto, o que pode ser benéfico para a flexibilidade e estabilidade do controle. No entanto, um sistema pode ser considerado defeituoso ou hipostático dependendo da maneira como a força de contato é distribuída entre os pontos de contato e as articulações dos dedos.
No caso de sistemas hiperestáticos, por exemplo, alguns componentes de força de contato internos não podem ser gerados apenas pelos torques nas articulações. Esses componentes, que não são computáveis utilizando o modelo de corpo rígido, são cruciais para entender a dinâmica do sistema. A análise das dimensões dos espaços nulos das matrizes Jacobianas (J) e de apreensão (G) permite classificar o sistema como redundante, defeituoso, ou indeterminado. Por exemplo, se o posto da Jacobiana for menor que o número total de articulações (n), o sistema possui movimentos internos dos dedos que não afetam a posição do objeto, mas que podem alterar suas orientações.
Quando se considera a interação entre as forças de contato e os torques aplicados ao objeto, um sistema é descrito como "apreensível" quando existe a possibilidade de realizar uma compressão interna sem que isso cause movimentos no objeto. As componentes internas de força, por exemplo, podem ser distribuídas de maneira a manter o objeto estático, mesmo que forças internas entre os dedos sejam transmitidas de forma não ideal. Este tipo de comportamento é o que caracteriza um sistema como sendo hiperestático, no qual as forças internas não podem ser geradas apenas pelas articulações, exigindo uma análise mais profunda dos espaços nulos das matrizes.
Outro ponto relevante é a propriedade de "form closure" (fechamento de forma), que se refere à capacidade do sistema de apreensão em balancear todas as forças externas que atuam sobre o objeto. Quando essa propriedade é alcançada, a geometria da apreensão, isto é, o número e a posição dos pontos de contato no objeto, torna-se suficiente para manter o objeto imóvel. Para um objeto rígido em 3D, é necessário um mínimo de sete pontos de contato para garantir o fechamento de forma. Esse conceito pode ser expandido para sistemas com contato em 2D, onde três pontos de contato podem ser suficientes, dependendo da configuração do objeto e do sistema de apreensão.
Entender as propriedades do sistema de apreensão não é apenas uma questão de calcular as forças envolvidas, mas também de analisar a distribuição dessas forças e a capacidade dos dedos de gerar os movimentos necessários sem comprometer a estabilidade do objeto. Para isso, é fundamental a compreensão da interação entre a geometria do sistema e as características dinâmicas dos pontos de contato. Além disso, a análise da redundância e dos defeitos no sistema de apreensão permite otimizar os movimentos e garantir que as forças aplicadas sejam eficazes na realização das tarefas desejadas, seja em um contexto robótico ou em interações humanas com objetos manipuláveis.
Como os Sistemas Lineares Respondem às Perturbações: Estudo da Evolução do Estado e da Estabilidade
Os sistemas lineares possuem propriedades que são essenciais para a compreensão de como os estados evoluem ao longo do tempo em resposta a entradas externas. Em um sistema linear, a evolução do estado, , e a correspondente saída, , podem ser descritas de forma elegante usando uma série de equações que ilustram o comportamento do sistema em função do tempo. A notação de estados é fundamental para capturar a dinâmica do sistema, sendo que a evolução do estado é dada por , onde representa o estado inicial e a entrada aplicada ao sistema.
Uma das propriedades notáveis dos sistemas lineares é a superposição, que afirma que a evolução do estado de um sistema linear a partir da soma de duas entradas e é a soma das evoluções individuais causadas por cada entrada separadamente. Essa propriedade também se aplica à saída do sistema. Em termos mais simples, a evolução do estado de um sistema linear devido a uma combinação de entradas pode ser decomposta nas evoluções individuais, que, por sua vez, são somadas. Este é um princípio crucial no estudo dos sistemas dinâmicos e no desenvolvimento de técnicas de controle.
Além disso, a evolução do sistema pode ser separada em dois componentes principais: a evolução livre (quando ) e a evolução forçada (quando ). A evolução livre descreve o comportamento do sistema em função de seu estado inicial, enquanto a evolução forçada descreve como o sistema responde à entrada externa, partindo de um estado inicial nulo.
Uma maneira eficiente de calcular a evolução do estado ao longo do tempo é utilizando a transformada de Laplace, uma ferramenta poderosa no domínio da análise de sistemas lineares. A transformada de Laplace converte as equações diferenciais do tempo em equações algébricas no domínio da frequência , facilitando o cálculo da resposta do sistema. A expressão resultante para a evolução do estado é dada por:
onde e são as transformadas de Laplace do estado e da entrada, respectivamente, e e são as matrizes do sistema.
A matriz de transição de estado, , desempenha um papel crucial na determinação da evolução temporal do estado. O comportamento assintótico da matriz , isto é, seu comportamento à medida que o tempo tende ao infinito, depende das propriedades dos autovalores da matriz . Quando todos os autovalores de têm partes reais negativas, o sistema é considerado assintoticamente estável e a evolução do estado converge para zero.
Em termos práticos, a estabilidade de um sistema linear pode ser verificada por meio do critério de Routh-Hurwitz, que fornece condições necessárias e suficientes para a estabilidade, sem a necessidade de calcular explicitamente os autovalores do sistema. As condições para a estabilidade podem ser expressas em termos dos coeficientes do polinômio característico do sistema, e a análise das raízes desse polinômio permite determinar se o sistema é estável ou não.
A estabilidade do sistema também está diretamente relacionada ao comportamento de sua resposta transiente e estacionária. A resposta transiente reflete a adaptação do sistema ao novo estado imposto pela entrada, enquanto a resposta estacionária descreve o comportamento de longo prazo do sistema, que reflete a relação do sistema com a entrada, após a eliminação das flutuações iniciais. Por exemplo, no caso de uma entrada senoidal, a evolução estacionária do sistema também será senoidal, com a mesma frequência da entrada.
Outro aspecto relevante da análise dos sistemas lineares é a resposta a um impulso de degrau. Um sistema de controle pode ser testado observando como ele responde a uma mudança abrupta na entrada, o que é conhecido como resposta ao degrau. A resposta ao degrau fornece informações valiosas sobre o comportamento transiente e estacionário do sistema. Para sistemas de primeira e segunda ordens, os parâmetros da resposta, como o tempo de assentamento e o sobressalto, podem ser usados para caracterizar a rapidez com que o sistema alcança o estado estacionário e se o sistema apresenta oscilações.
A função de transferência de um sistema, , descreve a relação entre a entrada e a saída no domínio de Laplace. A função de transferência é um conceito fundamental na análise de sistemas de controle, pois ela fornece uma maneira de entender como a saída do sistema responde a entradas variadas.
Em sistemas de controle que exigem um comportamento transiente e estacionário rigoroso, é comum modelar o sistema como um sistema de primeira ou segunda ordem. Para sistemas de maior ordem, é possível identificar um pólo dominante, ou um par de pólos complexos conjugados, que têm a maior contribuição para a resposta transiente. Este pólo dominante é responsável pela forma geral da resposta do sistema, e a análise de seu comportamento permite otimizar o desempenho do sistema.
O tempo de assentamento, o sobressalto e o tempo de pico são parâmetros essenciais para avaliar o desempenho de sistemas de controle. Estes parâmetros fornecem uma visão clara sobre a rapidez com que o sistema atinge seu valor de equilíbrio e a magnitude das oscilações durante o processo de ajuste.
A compreensão desses conceitos é vital para a construção e análise de sistemas de controle eficientes, pois permite antecipar a resposta do sistema a diferentes tipos de entradas e projetar controladores que garantam um desempenho desejado. Além disso, ao estudar a evolução do estado e os parâmetros do sistema, é possível identificar oportunidades para melhorar a estabilidade e a precisão do sistema de controle, ajustando os parâmetros do controlador de acordo com as características específicas do sistema em questão.
Quais são as singularidades e representações mais eficientes para orientações em espaços tridimensionais?
As ângulos de Euler do tipo ZYX (equivalente aos ângulos Roll-Pitch-Yaw no padrão XYZ) apresentam singularidades nos valores extremos do ângulo intermediário, ou seja, quando . Essas singularidades limitam a aplicabilidade desses parâmetros para algumas configurações de orientação, dificultando sua utilização contínua. Por outro lado, os ângulos de Euler do tipo ZYZ apresentam suas próprias singularidades para ou . De fato, analisando as seis possíveis tripletas de ângulos de Euler, metade delas sofre com as singularidades do primeiro tipo, enquanto a outra metade está sujeita às do segundo tipo. Isso evidencia a inevitabilidade das singularidades quando se usa parametrizações minimais de orientações com três ângulos.
Uma alternativa mais robusta, porém não minimalista, é a representação eixo-ângulo, que descreve uma rotação por meio de quatro parâmetros: um vetor unitário que define o eixo da rotação no espaço, e um ângulo que determina a magnitude da rotação ao redor desse eixo. A construção da matriz de rotação pode ser obtida por meio de uma sequência de três rotações: primeiro, alinha-se o eixo com o vetor ; depois aplica-se a rotação desejada em torno do eixo (agora coincidente com ); e por fim desfaz-se a primeira rotação para retornar ao referencial original. Essa abordagem generaliza o conceito clássico de rotações em torno dos eixos coordenados, permitindo a descrição de rotações arbitrárias.
Matematicamente, a matriz de rotação pode ser expressa como
onde é a matriz antissimétrica associada ao produto vetorial com . Essa forma destaca que a matriz é composta por uma combinação linear das componentes do eixo de rotação e da matriz identidade, moduladas pelo ângulo . Importante salientar que a representação eixo-ângulo não é única, pois a rotação por em torno de é indistinguível da rotação por em torno de .
Para resolver o problema inverso, ou seja, determinar o eixo e o ângulo de uma matriz de rotação dada, é usual utilizar a matriz antissimétrica para extrair e depois pelo arco tangente. Todavia, existem dois conjuntos de soluções que diferem apenas pelo sinal do ângulo e da direção do eixo, confirmando a não unicidade da representação. Nos casos particulares onde (rotação nula ou rotação de ), a decomposição requer um tratamento especial, visto que o eixo torna-se arbitrário ou a equação se torna singular.
Para superar essa ambiguidade, a representação por quaternions unitários , onde é a parte escalar e a parte vetorial, oferece uma alternativa elegante e computacionalmente estável. O quaternions unitário satisfaz a restrição , garantindo uma parametrização sem singularidades para todo . Além disso, resolve o problema da não unicidade do eixo-ângulo ao identificar que , eliminando ambiguidade na representação.
A matriz de rotação associada a um quaternion unitário pode ser expressa em função das componentes de modo explícito e sem singularidades, permitindo computações robustas para transformações tridimensionais. O cálculo do quaternion inverso, correspondente à matriz transposta da rotação, é simples e consiste em inverter o sinal da parte vetorial mantendo a parte escalar, .
A multiplicação de quaternions, que corresponde à composição de rotações, é dada por uma operação algébrica clara e direta, preservando a estrutura de grupo das rotações espaciais. Essa propriedade torna os quaternions particularmente úteis para aplicações em cinemática, robótica e gráficos computacionais.
Outra representação alternativa são as coordenadas exponenciais, que expressam a matriz de rotação como a exponencial da matriz antissimétrica associada ao eixo de rotação multiplicado pelo ângulo . Essa formulação se beneficia das propriedades da série de potências e da álgebra matricial para descrever rotações de forma contínua e diferenciável, facilitando análises matemáticas e numéricas, especialmente em contextos como planejamento de trajetórias e controle de manipuladores robóticos.
Para o leitor é importante compreender que todas essas representações — ângulos de Euler, eixo-ângulo, quaternions unitários e coordenadas exponenciais — são distintas maneiras de parametrizar o mesmo grupo matemático de rotações tridimensionais, . Cada uma possui vantagens e limitações, sendo crucial a escolha da mais adequada ao problema específico, considerando singularidades, continuidade, facilidade computacional e interpretação física. Ademais, a relação entre as representações, suas transformações mútuas e propriedades algébricas formam a base para o desenvolvimento de algoritmos robustos em sistemas que envolvem orientações espaciais.
O domínio dessas parametrizações é fundamental para o correto entendimento e implementação de soluções que envolvam movimentos e orientações tridimensionais, desde a robótica até a computação gráfica e a navegação espacial. Saber quando uma representação apresenta singularidades, como interpretá-las e como evitá-las ou contorná-las, é uma habilidade essencial para o profissional e pesquisador que trabalha com cinemática e controle de sistemas tridimensionais.
Como o Controle Adaptativo e Robusto Asseguram Estabilidade e Precisão no Controle de Robôs
As implementações eficientes de controladores adaptativos para robôs são frequentemente baseadas em versões adequadas do algoritmo recursivo NE, que permitem não só a adaptação de parâmetros estáticos, mas também dinâmicos do sistema. Um avanço notável nesse campo é a formulação explícita de leis adaptativas que focam na regulação global atualizando exclusivamente os coeficientes dinâmicos presentes no termo de gravidade do modelo dinâmico. Essa abordagem reduz a complexidade da adaptação e mantém a robustez do sistema, mesmo diante de variações inesperadas nas características dinâmicas do robô.
O controle robusto, por sua vez, se inspira em fundamentos teóricos que permitem garantir a estabilidade e o desempenho do sistema diante de incertezas, incluindo parâmetros dinâmicos não modelados. Dentro das estratégias robustas, destacam-se as que empregam o conceito de alta ganância para garantir a rejeição de perturbações e compensação de erros, assim como as combinações híbridas entre controle adaptativo e robusto, que exploram as vantagens de ambos os métodos para melhorar a precisão e a estabilidade em ambientes desafiadores.
No espaço de tarefa, o controle é concebido para atuar diretamente nas coordenadas do efetor final, utilizando o conceito de controle por aceleração resolvida. Esse paradigma permite que o controlador lide eficientemente com redundâncias cinemáticas e dinâmicas, proporcionando maior flexibilidade na execução de tarefas complexas. Os esquemas de linearização por realimentação no espaço da tarefa são fundamentais para simplificar o controle e garantir o cumprimento de trajetórias desejadas.
Para garantir a estabilidade assintótica do sistema, o uso de leis de controle proporcionais-derivativas (PD) com compensação de gravidade é um método consolidado, especialmente em robôs com graus de liberdade limitados, como braços planares. A compensação adequada do termo gravitacional assegura que o controlador consiga estabilizar a configuração desejada sem oscilações persistentes ou erros em regime permanente. A incorporação de ação integral, em controladores PID, garante a eliminação do erro em regime permanente, mesmo diante de perturbações constantes, como cargas variáveis.
Nos estudos de caso práticos, a implementação dos controladores em tempo discreto com tempos de amostragem da ordem de 1 ms tem se mostrado eficaz para garantir a estabilidade local e global dos movimentos planejados, mesmo com a presença de cargas adicionais e variações dinâmicas imprevistas. A simulação computacional se apresenta como ferramenta essencial para validar os esquemas de controle, permitindo ajustes finos nos ganhos e garantindo a convergência dos estados do sistema para as trajetórias desejadas.
Além disso, o controle por linearização inversa no espaço das juntas, aliado ao modelo dinâmico preciso do robô, possibilita a execução de movimentos complexos com alta fidelidade, mantendo a estabilidade mesmo quando cargas externas não modeladas estão presentes. Comparações entre controladores baseados em dinâmica inversa e em linearização por realimentação mostram que a escolha da técnica mais adequada depende da complexidade do sistema e do nível de incerteza presente.
O desenvolvimento de controladores adaptativos que levam em conta a incerteza na carga útil, ajustando os parâmetros dinâmicos em tempo real, é crucial para aplicações industriais onde a manipulação de objetos variados é frequente. A robustez desses controladores garante a execução segura e precisa das tarefas, minimizando a necessidade de reprogramação frequente.
É fundamental compreender que a estabilidade e a precisão dos sistemas de controle de robôs dependem não só da escolha do algoritmo, mas também da modelagem acurada dos parâmetros dinâmicos, da correta implementação das leis de controle em tempo discreto e da capacidade de adaptação frente a variações externas. O equilíbrio entre robustez e adaptatividade é o ponto central para garantir o desempenho consistente dos sistemas robóticos em ambientes reais.
Além disso, o entendimento profundo do papel dos termos de compensação, como o da gravidade, e da importância do espaço da tarefa na formulação dos controladores, permite ao engenheiro desenhar sistemas que respondam adequadamente às necessidades específicas de cada aplicação, respeitando as limitações físicas e os objetivos de desempenho do sistema.
Formulário Recomendado de Solicitação para Pessoas Físicas Registradas no Registro de Acionistas da PJSC "Aeroflot"
Documento com informações alteradas (corrigidas) publicadas no relatório do emissor referente ao primeiro semestre de 2022
Horário de Atendimento Escola Municipal de Ensino Médio nº 19 com aprofundamento em disciplinas específicas para o atendimento de cidadãos estrangeiros (cidadãos ucranianos) para agendamento de exame
Ao Diretor da Instituição Educacional: Solicitação de Participação na Redação Final por Concluinte do Ano Letivo Atual

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