Teorema 4.20. Suponha as condições:
(B7) h é Lipschitz em relação à segunda variável com κ₃ como a constante de Lipschitz sobre bNa+1×K3bN^{a+1} \times K_3;

(B8) Tome maxh(t,0)=P3\max |h(t, 0)| = P_3, para tNa+1bt \in N^b_{a+1} e maxh(t,y)=Q3\max |h(t, y)| = Q_3, para (t,y)Nb×K3a+1(t,y) \in N^b \times K^{a+1}_3;
(B9) κ3Ξ1<1\kappa_3 \Xi_1 < 1, com σ+P3Ξ1r311κ3Ξ1\| \sigma \| + P_3 \Xi_1 r_3 \geq \frac{1}{1 - \kappa_3 \Xi_1} ou r3Q3Ξ1r_3 \geq Q_3 \Xi_1, são condições suficientes. Então, a equação (1.3) tem uma solução única em K3K_3.
Prova. A prova é semelhante à do Teorema 4.18, portanto, a omitimos.

Teorema 4.21. Suponha as condições:

(D1) f é Lipschitz em relação à segunda variável com L₁ como a constante de Lipschitz sobre bNa+2×BbN^{a+2} \times B;
(D2) L1Υ1<1L_1 \Upsilon_1 < 1, que é suficiente. Então, a equação (1.1) tem uma solução única em BB.
Prova. Claramente, S1:BBS_1 : B \to B. Para mostrar que S1S_1 é uma aplicação de contração, tomamos u,yBu, y \in B, tbNat \in bN^a e consideramos

(S1u)(t)(S1y)(t)=H(t,s)[f(s,u(ρ(s)))f(s,y(ρ(s)))].| | (S_1 u)(t) - (S_1 y)(t) | | = H(t, s) [f(s, u(\rho(s))) - f(s, y(\rho(s)))].

A desigualdade

s=a+2bH(t,s)f(s,u(ρ(s)))f(s,y(ρ(s)))\sum_{s = a+2}^{b} | H(t, s) | | f(s, u(\rho(s))) - f(s, y(\rho(s))) |

pode ser controlada pela constante de Lipschitz L1L_1, levando a uma estimativa geral que confirma que S1S_1 é uma aplicação de contração, o que implica que, pelo Teorema 4.17, a equação (1.1) tem uma solução única em BB.

Teorema 4.22. Suponha as condições:

(D3) g é Lipschitz em relação à segunda variável com L₂ como a constante de Lipschitz sobre bNa+2×BbN^{a+2} \times B;
(D4) L2Θ1<1L_2 \Theta_1 < 1, que é suficiente. Então, a equação (1.2) tem uma solução única em BB.
Prova. A prova é semelhante à do Teorema 4.21, portanto, a omitimos.

Teorema 4.23. Suponha as condições:

(D5) h é Lipschitz em relação à segunda variável com L₃ como a constante de Lipschitz sobre Na+1b×BN^b_{a+1} \times B;
(D6) L3Ξ1<1L_3 \Xi_1 < 1, que é suficiente. Então, a equação (1.3) tem uma solução única em BB.

  1. Positividade e Outras Propriedades das Funções de Green

Neste segmento, apresentamos algumas propriedades importantes das funções de Green derivadas na Seção 3.

Lema 5.1. Suponha que α,β,γ,δ0\alpha, \beta, \gamma, \delta \geq 0 e βα\beta \geq \alpha tal que ξ0\xi \neq 0. Então, a função de Green H(t,s)H(t, s), definida por (3.5), satisfaz as seguintes propriedades:

  1. H(t,s)0H(t, s) \geq 0, para (t,s)Nb×Na+2(t, s) \in N^b \times N^{a+2};

  2. maxH(t,s)=H(s1,s)\max H(t, s) = H(s-1, s), para sNa+2s \in N^{a+2};

  3. minH(t,s)Υ2H(s1,s)\min H(t, s) \geq \Upsilon_2 H(s-1, s), para sNa+2s \in N^{a+2}, onde

Υ2=βδHν2(t,a)αγ(Hν1(t,a))2+αδHν1(t,a)+(βα)γHν1(t,a)+(βα)δ.\Upsilon_2 = \frac{\beta \delta H_{\nu-2}(t, a)}{\alpha \gamma (H_{\nu-1}(t, a))^2 + \alpha \delta H_{\nu-1}(t, a) + (\beta - \alpha) \gamma H_{\nu-1}(t, a) + (\beta - \alpha) \delta}.

Como um corolário do Teorema 4.14, mostramos que quando ff é não negativa, então a equação (1.1) tem soluções positivas.

Corolário 5.1.1. Considere a equação (1.1) com A=B=0A = B = 0. Suponha que α,β,γ,δ0\alpha, \beta, \gamma, \delta \geq 0 e βα\beta \geq \alpha tal que ξ0\xi \neq 0. Além disso, suponha que f:Na+2b×[0,)[0,)f: N^b_{a+2} \times [0, \infty) \to [0, \infty) seja contínua e tenha limrf(t,r)=0\lim_{r \to \infty} f(t, r) = 0 para todo tNbt \in N^b. Então, a equação (1.1) tem uma solução não negativa uu em BB e, além disso, uu é uma solução positiva quando f(t,0)0f(t, 0) \neq 0 para todo tNa+2t \in N^{a+2}.

Lema 5.2. Suponha que α,β,γ,δ0\alpha, \beta, \gamma, \delta \geq 0 e αβ\alpha \geq \beta tal que Λ0\Lambda \neq 0. Então, a função de Green G(t,s)G(t, s), definida por (3.23), satisfaz as seguintes propriedades:

  1. G(t,s)0G(t, s) \geq 0, para (t,s)Nb×Na+2(t, s) \in N^b \times N^{a+2};

  2. maxG(t,s)=G(s1,s)\max G(t, s) = G(s-1, s), para sNa+2s \in N^{a+2};

  3. minG(t,s)Θ2G(s1,s)\min G(t, s) \geq \Theta_2 G(s-1, s), para sNa+2s \in N^{a+2}, onde

Θ2=min(ω(a),ω(b)Λ)[1ω(b1)].\Theta_2 = \min \left( \omega(a), \omega(b) - \Lambda \right) \left[ \frac{1}{\omega(b-1)} \right].

Como um corolário do Teorema 4.15, mostramos que quando gg é não negativa, então a equação (1.2) tem soluções positivas.

Corolário 5.2.1. Considere a equação (1.2) com A=B=0A = B = 0. Suponha que α,β,γ,δ0\alpha, \beta, \gamma, \delta \geq 0 e αβ\alpha \geq \beta tal que Λ0\Lambda \neq 0. Além disso, suponha que g:Na+2b×[0,)[0,)g: N^b_{a+2} \times [0, \infty) \to [0, \infty) seja contínua e tenha limrg(t,r)=0\lim_{r \to \infty} g(t, r) = 0 para todo tNbt \in N^b. Então, a equação (1.2) tem uma solução não negativa vv em BB e, além disso, vv é uma solução positiva quando g(t,0)0g(t, 0) \neq 0 para todo tNa+2t \in N^{a+2}.

Lema 5.3. Suponha que η+ϑHν1(b,ρ(a))0\eta + \vartheta H_{\nu-1}(b, \rho(a)) \neq 0 e que seja negativo. Então, a função de Green R(t,s)R(t, s), definida por (3.41), satisfaz as seguintes propriedades:

  1. R(t,s)>0R(t, s) > 0 para todo (t,s)Nab×Na+1b(t, s) \in N^b_a \times N^b_{a+1}.

Como um corolário do Teorema 4.16, mostramos que quando hh é não negativa, então a equação (1.3) tem soluções positivas.

Corolário 5.3.1.

Como determinar a estabilidade de equações diferenciais fracionárias?

A teoria da estabilidade para equações diferenciais fracionárias (EDFs) representa um campo sofisticado da matemática aplicada, que responde à necessidade crescente de modelar sistemas com memória e dinâmicas anômalas. A natureza não local das derivadas fracionárias, que incorporam o histórico do sistema, oferece uma estrutura mais realista para diversos fenômenos, mas também impõe novos desafios teóricos. Ao longo das últimas décadas, o desenvolvimento de uma teoria sistemática da estabilidade para essas equações tornou-se indispensável, impulsionado por aplicações nas ciências físicas, biológicas, econômicas e de engenharia.

O ponto de partida para se entender a estabilidade em EDFs é o estudo das equações lineares, especialmente na forma introduzida por Caputo. Esta versão da derivada fracionária permite manter a interpretação física das condições iniciais, o que a torna preferida em contextos aplicados. A estabilidade nesse contexto é analisada principalmente em termos de soluções que permanecem limitadas ou convergem para o equilíbrio quando submetidas a pequenas ou grandes perturbações iniciais.

A abordagem clássica de Lyapunov continua sendo central, mesmo no âmbito fracionário. O método direto de Lyapunov, ao não depender da linearização do sistema, é particularmente poderoso em contextos onde a linearização falha em capturar a complexidade global da dinâmica. A construção de funções de Lyapunov apropriadas para EDFs requer uma adaptação significativa das técnicas convencionais, dada a presença de integrais de ordem não inteira e a ausência de algumas propriedades fundamentais das derivadas clássicas, como as regras do produto e da cadeia.

O uso do Princípio de Comparação é uma ferramenta auxiliar que permite inferências sobre estabilidade através da comparação com sistemas cuja estabilidade já é conhecida. Esta técnica é fundamental para o desenvolvimento de critérios de estabilidade práticos, especialmente quando se lida com EDFs não lineares ou com atrasos constantes.

Além disso, surgiram conceitos mais recentes e refinados de estabilidade para lidar com situações específicas. A estabilidade prática, por exemplo, foca em garantir que soluções permaneçam suficientemente próximas do equilíbrio, mesmo que não convirjam exatamente a ele — conceito valioso em aplicações onde erros de modelagem ou perturbações inevitáveis impedem a estabilidade assintótica tradicional.

Outra evolução importante diz respeito à estabilidade no sentido de Ulam-Hyers e suas variantes, como a Ulam-Hyers-Rassias. Estas noções consideram a robustez das soluções das EDFs face a pequenas perturbações na equação em si, e não apenas nas condições iniciais. Assim, oferecem uma estrutura para avaliar a confiabilidade de modelos fracionários em ambientes incertos ou sujeitos a ruídos estruturais.

Com o objetivo de estender a aplicabilidade das EDFs, várias generalizações de derivadas fracionárias foram propostas. Além das clássicas de Riemann-Liouville e Caputo, surgiram definições com núcleos não singulares, como as de Caputo-Fabrizio e Atangana-Baleanu. Tais definições buscam contornar limitações como a ausência de continuidade no ponto zero ou a dificuldade de interpretar fisicamente certas propriedades. Em paralelo, a derivada fracionária conformável foi introduzida com o objetivo de recuperar propriedades perdidas, como as regras de produto e cadeia, tornando-a mais alinhada com o cálculo clássico e, portanto, mais acessível para algumas análises qualitativas.

A estabilidade em termos de duas medidas é outro avanço notável. Trata-se de uma abordagem que permite tratar sistemas cujas soluções podem ser avaliadas por múltiplos critérios simultaneamente, como distância e energia, o que é relevante para sistemas multifísicos.

Casos específicos também têm recebido atenção detalhada, como as equações diferenciais fracionárias impulsivas de Caputo com momentos fixos de impulso e as equações generalizadas de Hattaf. Esses modelos consideram, respectivamente, sistemas com mudanças abruptas programadas e estruturas matemáticas que unificam várias definições fracionárias conhecidas.

É fundamental que o leitor compreenda que, apesar da complexidade técnica, o objetivo último dessas teorias é garantir previsibilidade e controle sobre sistemas cuja evolução depende não apenas do presente, mas também do passado. A teoria da estabilidade de EDFs é, nesse sentido, não apenas uma generalização da teoria clássica, mas uma ampliação epistemológica da própria noção de dinâmica.

Além do que foi apresentado, é crucial reconhecer que a estabilidade fracionária frequentemente depende não só da ordem da derivada, mas também da função núcleo envolvida. Isto significa que a escolha da definição de derivada fracionária impacta diretamente nos resultados de estabilidade, exigindo do pesquisador ou engenheiro um critério rigoroso de modelagem. A análise espectral de operadores fracionários, a construção de funções de Lyapunov específicas para diferentes ordens e a investigação numérica cuidadosa são todos elementos indispensáveis para uma compreensão plena. Além disso, a interação entre estabilidade fracionária e controle ótimo, ainda em desenvolvimento, promete abrir novas frentes de pesquisa aplicável.

Como Resolver Equações Funcionais Integro-Diferenciais Aleatórias Fuzzy Usando Derivadas Fracionárias Temperadas Ξ-Hilfer

O estudo das equações diferenciais fracionárias (FDEs) tem avançado de forma significativa nos últimos anos, mostrando grande aplicabilidade em diversas áreas da engenharia, matemática, física e bioengenharia. O campo da cálculo fracionário (FC) tem sido particularmente útil para modelar fenômenos com memória longa ou efeitos hereditários, comuns em sistemas dinâmicos não-lineares. Dentro dessa linha, a introdução de operadores fracionários com ordem variável e temperados, como a derivada Ξ-Hilfer, tem possibilitado novos avanços teóricos e práticos.

A derivada Ξ-Hilfer, desenvolvida por Sousa e Oliveira, generaliza a famosa derivada fracionária de Hilfer, sendo uma das mais recentes adições ao estudo de operadores fracionários. Este operador incorpora uma ampla gama de derivadas bem conhecidas, como as derivadas de Caputo e Riemann-Liouville, sendo, portanto, uma ferramenta poderosa para modelar sistemas dinâmicos que não seguem comportamentos clássicos. A principal vantagem do uso de derivadas temperadas é a capacidade de modelar sistemas em que as respostas dinâmicas dependem de uma combinação de processos históricos e reações a perturbações instantâneas.

Quando aplicada a equações diferenciais, a derivada Ξ-Hilfer tem sido particularmente útil na modelagem de fenômenos em que a memória do sistema desempenha um papel crucial, como na difusão anômala e em sistemas oscilatórios não-lineares. Além disso, a teoria fracionária tem sido estendida para abordar equações diferenciais fuzzy, que lidam com sistemas afetados pela incerteza e imprecisão.

Essas equações funcionais integro-diferenciais aleatórias fuzzy são uma extensão importante do estudo tradicional de FDEs, pois introduzem não apenas a imprecisão nas condições iniciais e nas funções, mas também um grau de aleatoriedade que é essencial para modelar sistemas complexos e incertos. A introdução de tais equações permite a modelagem de sistemas dinâmicos que não seguem uma trajetória determinística, mas sim uma abordagem probabilística e fuzzy, onde as soluções podem ser interpretadas em termos de conjuntos difusos ou probabilidades.

A análise da existência e unicidade das soluções dessas equações, um dos problemas fundamentais no estudo de equações diferenciais, pode ser conduzida por meio de aproximações sucessivas, uma técnica bem estabelecida em análise matemática. Por meio dessa abordagem, é possível garantir que, sob certas condições, as soluções das equações funcionais integro-diferenciais fuzzy existem e são únicas. Esses resultados são fundamentais para garantir a aplicabilidade prática das soluções encontradas, permitindo que os modelos matemáticos baseados em FDEs sejam utilizados de maneira confiável em áreas como controle de sistemas, modelagem de difusão, e simulação de processos estocásticos.

Além disso, o estudo de modelos fracionários temperados oferece uma compreensão mais profunda dos sistemas que exibem um comportamento dinâmico não convencional, onde a variação da ordem fracionária pode ser ajustada conforme as condições do sistema. Isso é especialmente útil em sistemas onde a resposta à perturbação não é instantânea, mas sim mediada por uma memória temporal, que pode ser descrita por uma ordem fracionária variável.

Por fim, a aplicação dessas ferramentas matemáticas em problemas reais é ilustrada por meio de exemplos numéricos que demonstram a eficácia das técnicas de aproximação e os resultados obtidos nas equações fracionárias fuzzy. Esses exemplos servem não apenas para validar os métodos teóricos, mas também para ilustrar como as soluções podem ser aplicadas em simulações e previsões de comportamento dinâmico de sistemas reais.

É importante que o leitor compreenda que, além dos resultados matemáticos apresentados, a escolha do tipo de derivada fracionária e da técnica de resolução pode variar dependendo das características do sistema que está sendo modelado. Os sistemas com memória longa, não-linearidades complexas e aleatoriedade intrínseca exigem uma análise cuidadosa das condições do problema, uma vez que soluções diferentes podem ser obtidas dependendo das suposições feitas sobre a ordem e as propriedades da função geradora.

Como as Equações Diferenciais Funcionais Fuzzy com Derivadas Fracionárias Temperadas Influenciam a Análise de Soluções e Estabilidade

As equações diferenciais funcionais fuzzy (FFDEs) têm se consolidado como um campo de estudo essencial nas áreas de matemática aplicada e teoria das equações diferenciais. Em particular, a incorporação de variáveis aleatórias e fuzzy nos modelos de FFDEs tem levado a novos desafios e descobertas em relação à existência, unicidade e estabilidade das soluções. Estas equações não apenas consideram incertezas e variações nos parâmetros das funções, mas também integram os conceitos de derivadas fracionárias, o que amplia ainda mais a complexidade dos sistemas modelados.

Uma classe importante de FFDEs envolve o uso de derivadas fracionárias fuzzy do tipo Riemann-Liouville e Caputo, que são fundamentais para estudar as soluções de problemas envolvendo fenômenos com comportamento não-linear e irregular. A introdução dessas derivadas fracionárias em um contexto fuzzy permite a modelagem de sistemas mais gerais e complexos, refletindo melhor a realidade de muitos problemas na engenharia e ciências aplicadas.

A combinação da aleatoriedade e da imprecisão das variáveis fuzzy leva à formação das chamadas equações diferenciais fracionárias fuzzy aleatórias (FFDEs). Nessas equações, variáveis aleatórias fuzzy são usadas para modelar incertezas tanto nas distribuições de probabilidade quanto nos próprios parâmetros das funções envolvidas. O conceito de variável aleatória fuzzy foi introduzido por Puri e Ralescu, e sua aplicação se expande à análise das soluções de FFDEs, onde os parâmetros como a média e o desvio padrão das distribuições são representados por números fuzzy. Esses números fuzzy, por sua vez, proporcionam uma representação mais flexível e precisa dos fenômenos que não podem ser descritos adequadamente por distribuições probabilísticas convencionais.

Estudos de existência e unicidade das soluções de FFDEs têm sido abordados por diversas abordagens matemáticas. A técnica de aproximação sucessiva, por exemplo, tem se mostrado útil para investigar as soluções dessas equações com a aplicação de derivadas fracionárias fuzzy temperadas. O uso da derivada fracionária temperada Ξ-HFD (derivada de ordem ζ1 e tipo ζ2 com índice µ) permite lidar com a complexidade adicional de sistemas dinâmicos cujos parâmetros mudam ao longo do tempo e estão sujeitos a diferentes tipos de incerteza.

Por exemplo, a solução da equação de Hilfer-Ξ fuzzy, que leva em consideração a presença de retardos de tempo, tem sido estudada com um foco particular na estabilidade e na unicidade das soluções. Estes modelos são especialmente relevantes em áreas como a engenharia de controle, onde o tempo de atraso e as incertezas no sistema podem afetar diretamente o desempenho e a previsibilidade dos sistemas modelados.

Um exemplo significativo de aplicação prática desses conceitos é a introdução das equações diferenciais funcionais fuzzy aleatórias com temperamento de derivadas fracionárias Ξ-HFD, que combinam incertezas de variáveis fuzzy com o comportamento não linear e a fracionalidade das equações diferenciais. Isso leva a modelos mais gerais, que podem ser usados para investigar sistemas cujos parâmetros estão sujeitos a flutuações estocásticas, como em problemas de controle e otimização.

O estudo da estabilidade dessas soluções também merece destaque. Análises de estabilidade baseadas no conceito de estabilidade fuzzy de Ulam-Hyers têm sido fundamentais para garantir que, mesmo com incertezas, as soluções se comportem de maneira controlável e previsível ao longo do tempo. Essa abordagem é essencial para a modelagem de sistemas onde pequenas mudanças nas condições iniciais podem ter efeitos significativos, como em sistemas financeiros ou na previsão de fenômenos naturais.

Em uma análise mais detalhada, as equações diferenciais funcionais fuzzy com derivadas fracionárias temperadas permitem um tratamento matemático sofisticado, considerando não apenas o comportamento aleatório e fuzzy das variáveis, mas também a interação dinâmica entre as variáveis de estado e os efeitos de memória temporal no sistema. Esse tipo de modelagem é especialmente útil em situações onde as interações complexas entre diferentes componentes do sistema não podem ser capturadas por modelos tradicionais.

É importante observar que as soluções dessas equações não se limitam a um conjunto restrito de modelos matemáticos. Pelo contrário, elas abrem a possibilidade de se trabalhar com uma gama mais ampla de funções e operadores, o que amplia a aplicabilidade dos resultados para diferentes áreas da matemática e suas aplicações. A flexibilidade proporcionada pelas derivadas fracionárias fuzzy permite que esses modelos sejam adaptados a uma série de contextos e problemas práticos, abrangendo desde a previsão de dados em sistemas complexos até o controle de processos industriais.

Além disso, a introdução de condições de contorno não locais, como as condições de contorno do tipo Ξ-Hilfer, oferece uma nova perspectiva para o estudo da dinâmica de sistemas com condições iniciais e temporais imprecisas. Esses tipos de problemas de contorno são frequentemente encontrados em modelos de sistemas biológicos e econômicos, onde os efeitos de variáveis não observáveis influenciam a evolução do sistema ao longo do tempo.

Em resumo, a teoria das equações diferenciais fuzzy com derivadas fracionárias temperadas oferece um campo rico para a modelagem matemática de sistemas complexos, onde tanto a imprecisão quanto a aleatoriedade desempenham um papel crucial. A técnica de aproximação sucessiva, juntamente com as análises de estabilidade e unicidade das soluções, torna possível a obtenção de resultados robustos e aplicáveis a uma variedade de problemas interdisciplinares. A contribuição deste campo para a matemática aplicada é inestimável, proporcionando uma base teórica sólida para o desenvolvimento de modelos cada vez mais precisos e flexíveis.

Como Resolver Equações Integro-Diferenciais Funcionais Estocásticas com Variáveis Fuzzy

O conceito de variáveis aleatórias fuzzy e seus processos estocásticos tem ganhado atenção no contexto das equações integrais e diferenciais, particularmente quando as incertezas e a variabilidade dos sistemas não podem ser totalmente descritas com números precisos. O papel fundamental das variáveis fuzzy aleatórias é modelar essa incerteza, permitindo que as soluções de sistemas complexos, especialmente aqueles descritos por equações integrais diferenciais funcionais, sejam mais flexíveis e robustas em face das incertezas associadas aos parâmetros do sistema.

Consideremos a equação do tipo:
u(t)v(t)+w(t)st(Ξ(t)Ξ(s))ζ11eμ(Ξ(t)Ξ(s))u(s)ds,u(t) \leq v(t) + w(t) \leq \int_{s}^{t} (\Xi(t) - \Xi(s))^{\zeta_1 - 1} e^{ -\mu (\Xi(t) - \Xi(s))} u(s) ds,

onde a função w(t)w(t) é uma variável fuzzy aleatória, e o seu comportamento é determinado por uma integral funcional estocástica com certos parâmetros e condições iniciais.

Neste cenário, w(t,ω)w(t, \omega) é uma função fuzzy aleatória contínua que evolui ao longo do tempo de maneira não determinística, mas ainda assim segue certos padrões ou trajetórias w(t,ω)w(t, \omega), dependendo das condições iniciais e das funções associadas a ela. A ideia é que as incertezas podem ser representadas por famílias de conjuntos fuzzy que fornecem uma visão mais ampla do comportamento do sistema, ao invés de um valor fixo.

A análise das soluções para este tipo de equação frequentemente envolve o uso de aproximações sucessivas. Suponhamos que a equação do sistema seja dada por uma função g(t,ϕ)g(t, \phi), que é uma variável fuzzy estocástica, e a busca por uma solução w(t,ω)w(t, \omega) que satisfaça as condições de continuidade e as condições iniciais definidas.

A equação para um processo estocástico fuzzy, muitas vezes, se apresenta como uma integral de Riemann-Stieltjes, onde o integrando é uma função g(t,ϕ)g(t, \phi), que depende da variável de tempo tt e da função ϕ\phi. Para garantir a existência e unicidade da solução de tal equação, é necessário garantir que as funções g(t,ϕ)g(t, \phi) e f(t,s,ϕ)f(t, s, \phi) satisfaçam certas condições de continuidade e de Lipschitz, o que assegura que a sequência de aproximações converja uniformemente para uma solução única.

No processo de resolução, frequentemente se utiliza o método de aproximações sucessivas. Suponhamos que a solução inicial seja dada por w0(t,ω)=ϕ(t,ω)w_0(t, \omega) = \phi(t, \omega). Para n=1,2,n = 1, 2, \dots, as aproximações subsequentes podem ser geradas pela relação recursiva:

wn(t,ω)=0t(Ξ(s)Ξ(t))ζ11eμ(Ξ(t)Ξ(s))Gω(s)ds.w_n(t, \omega) = \int_0^t (\Xi(s) - \Xi(t))^{\zeta_1 - 1} e^{ -\mu (\Xi(t) - \Xi(s))} G_{\omega}(s) ds.

A condição fundamental que garante a convergência das aproximações é que as funções g(t,ϕ)g(t, \phi) e f(t,ϕ)f(t, \phi) satisfaçam as condições de continuidade e as desigualdades de Lipschitz que limitam a taxa de crescimento das diferenças entre as aproximações.

É importante notar que as funções de aproximação também devem respeitar a condição de que as trajectórias de w(t,ω)w(t, \omega) sejam contínuas para quase todos os ωΩ\omega \in \Omega. Isso implica que o processo w(t,ω)w(t, \omega) não deve apresentar descontinuidades, o que é crucial para a validade da solução no espaço C([ρ,0],E)C([-\rho, 0], E).

Para garantir a existência da solução, deve-se ainda considerar a propriedade de continuidade das trajetórias w(t,ω)w(t, \omega), que exige que a função w(t,ω)w(t, \omega) seja uma função contínua no intervalo JJ^*, para quase todo ωΩ\omega \in \Omega. Além disso, deve-se garantir que a solução obtida seja de fato uma solução única, o que é assegurado pelo Teorema de Convergência das Aproximações Sucessivas, que afirma que, sob condições adequadas, a sequência de funções wn(t,ω)w_n(t, \omega) converge uniformemente para uma solução única.

Por fim, é fundamental entender que as variáveis fuzzy aleatórias podem modelar uma gama mais ampla de comportamentos estocásticos do que as variáveis aleatórias tradicionais. Elas não se limitam a valores fixos, mas podem representar conjuntos de possibilidades que descrevem a incerteza associada ao comportamento do sistema ao longo do tempo. Essa modelagem oferece uma flexibilidade adicional na descrição de fenômenos reais que são inherentemente incertos e dinâmicos, como no caso de sistemas com variação não linear e com influências estocásticas complexas.