Exercícios para melhorar a força muscular são fundamentais tanto para a recuperação de lesões quanto para cães geriátricos ou cães de desempenho que buscam aprimorar suas capacidades. Esses exercícios começam com o nível de força atual do paciente, ou ligeiramente acima dele, e vão progredindo para proporcionar uma sobrecarga controlada. A combinação de diferentes tipos de exercícios permite a reabilitação gradual e eficaz, considerando sempre o estado clínico e as necessidades específicas de cada paciente.
O objetivo principal dos exercícios de fortalecimento é aumentar a capacidade dos músculos de suportar o peso e melhorar a estabilidade. Exercícios como a caminhada para trás, utilizando um petisco para guiar o paciente (como ilustrado na Figura 13.4), são eficazes na melhoria da propriocepção, incentivo ao suporte de peso e fortalecimento dos músculos isquiotibiais, glúteos e tríceps. Outros exemplos incluem os exercícios de suporte com três patas, os apoios elevados das patas torácicas ou pélvicas, os passos laterais e a realização de exercícios em superfícies inclinadas ou declinadas.
Os exercícios de amplitude de movimento ativa (ROM ativo) são essenciais para melhorar a flexibilidade das articulações e a mobilidade muscular. A manutenção ou aumento da amplitude de movimento ativa (AROM) é vital para a realização de atividades cotidianas, como a transição do cão de uma posição de deitado para em pé, a subida e descida de escadas e a biomecânica normal da locomoção. Exercícios de AROM incluem alongamentos com biscoitos, transições funcionais (deitado-para-em pé), postura de "play bow", e caminhada sobre barras de cavaletti.
Exercícios de resistência são importantes para o desenvolvimento da resistência muscular e cardiopulmonar, sendo necessários para atividades mais prolongadas, como caminhadas ou corridas contínuas. Para cães de trabalho, como os cães de trenó, a resistência pode ser mais exigente, e o treinamento em esteiras aquáticas ou em terra, com inclinação, é uma forma eficaz de aumentar essa capacidade.
Exercícios de potência têm o objetivo de realizar contrações musculares rápidas, o que é crucial para melhorar o desempenho atlético em termos de velocidade e força. Exemplos de exercícios de potência incluem saltos sobre caixas, saltos sobre barras de cavaletti, sprints e recuperações rápidas.
Para cães de trabalho e de serviço, os exercícios devem ser formulados de acordo com as tarefas específicas que o cão precisa realizar. A comunicação com o dono ou treinador é essencial para entender as funções diárias que o cão deve cumprir, adaptando os exercícios de forma a melhorar essas funções. Além disso, os eventos esportivos em que cães de competição estão envolvidos devem ser levados em consideração para aprimorar a performance.
Os exercícios de controle neuromuscular combinam vários elementos, como propriocepção, equilíbrio, estabilidade, ROM passivo, força, AROM, resistência, potência e especificidade da tarefa. Esses exercícios são projetados para desafiar a coordenação e estimular a recuperação do paciente, promovendo a reabilitação completa e o retorno ao esporte. Exemplos incluem a posição em bola fisioterápica, o "high-five" no fit bone, e a caminhada com os membros torácicos sobre a bola fisioterápica.
No entanto, é crucial ter em mente que alguns cuidados e precauções devem ser tomados ao iniciar um programa de exercícios terapêuticos, principalmente em pacientes não condicionados. Exercícios intensos e abruptos podem causar dor e aumentar o risco de lesões em tecidos moles. A inflamação, a dor aguda e a presença de condições clínicas, como doenças cardiopulmonares ou fraturas instáveis, devem ser monitoradas de perto. Em alguns casos, como nos cães braquicefálicos, o exercício pode precisar ser adaptado para reduzir o risco de complicações respiratórias.
É importante reconhecer quando o exercício terapêutico não é indicado, como durante a fase inflamatória da cicatrização, em casos de dor aguda, instabilidade vertebral ou doenças sistêmicas com febre. A avaliação do paciente deve ser completa, incluindo um histórico médico detalhado, uma conversa com o proprietário sobre os objetivos terapêuticos e uma análise clínica minuciosa. A avaliação da dor, o nível de carga suportada, a força funcional e a necessidade de dispositivos assistivos são aspectos fundamentais para o planejamento eficaz de qualquer intervenção.
Ao prescrever exercícios, é fundamental considerar o tipo de exercício, a intensidade, a duração e a frequência. A dosagem correta do exercício é essencial para evitar sobrecarga ou insuficiência. Pacientes com força limitada não devem ser submetidos a exercícios de alta intensidade, enquanto cães atléticos necessitam de atividades mais exigentes para se recuperar e retornar ao esporte.
Entender os princípios fundamentais dos exercícios terapêuticos, como a progressão gradual, a adaptação às necessidades individuais e a monitorização contínua do estado físico do cão, é essencial para um tratamento eficaz e seguro. Adaptar os exercícios às condições específicas de cada cão e respeitar os limites de recuperação e resistência garantirá resultados mais rápidos e seguros.
Como as Fraturas Malunidas e o Desenvolvimento de Osteoartrite Pós-Traumática Afetam as Articulações em Cães: Uma Investigação Biomecânica
As fraturas malunidas do rádio distal em cães jovens, assim como as lesões associadas a disfunções nas articulações do ombro, têm sido temas de várias investigações biomecânicas. Tais fraturas podem desencadear complicações crônicas, como a osteoartrite pós-traumática, resultando em problemas persistentes nas articulações envolvidas. Este tipo de lesão não só altera a estrutura óssea, mas também a biomecânica das articulações, levando ao desenvolvimento de estabilizadores estáticos sintomáticos da articulação glenoumeral. A condição pode evoluir para um quadro debilitante, especialmente em cães de raças grandes, que têm predisposição a esse tipo de complicação devido à carga excessiva sobre as articulações.
Estudos indicam que a osteoartrite pós-traumática é um fator significativo na progressão da disfunção articular. A biomecânica das fraturas malunidas no rádio distal é crucial para entender como as forças são distribuídas nas articulações vizinhas, afetando sua integridade e levando ao desgaste das superfícies articulares. Isso resulta, muitas vezes, em dor crônica, limitação de movimento e até mesmo incapacidade funcional, principalmente quando o tratamento conservador não é eficaz.
Além disso, a presença de lesões nos músculos e ligamentos, como o músculo infraespinhoso, pode agravar ainda mais a situação. Contraturas simultâneas bilaterais, que afetam ambos os lados do corpo, são frequentemente observadas em cães com fraturas malunidas, o que dificulta a recuperação. A resposta inflamatória gerada por essas lesões pode prejudicar a recuperação completa da função articular, exigindo intervenções terapêuticas mais complexas, incluindo cirurgias reconstrutivas ou terapias regenerativas.
Nos casos em que o tratamento conservador falha, o uso de células-tronco mesenquimatosas derivadas do tecido adiposo tem sido uma abordagem inovadora. Essas células podem ser aplicadas para tratar a osteoartrite crônica das articulações humerorradiais, promovendo a regeneração dos tecidos danificados. No entanto, o sucesso dessa terapia depende da gravidade das lesões e da resposta individual do animal ao tratamento. Outro aspecto relevante é a utilização de terapias complementares, como a laserterapia de baixo nível, que demonstrou ser eficaz na redução da dor e na melhora do funcionamento das articulações afetadas.
Além das abordagens convencionais, o uso de plasma rico em plaquetas (PRP) tem mostrado bons resultados no tratamento de tendinopatias e lesões musculares em cães. A injeção de PRP no tendão supraespinhoso pode ajudar na reparação das fibras tendinosas danificadas, diminuindo a inflamação e promovendo a cicatrização mais rápida das lesões tendinosas. Embora as técnicas de imagem, como a ultrassonografia, sejam essenciais para o diagnóstico preciso, a eficácia do tratamento depende, em última instância, da rapidez e da precisão com que as intervenções são realizadas.
Além disso, os pesquisadores têm observado que a realização de artroplastia minimamente invasiva, como a artroscopia, oferece vantagens significativas em relação à abordagem tradicional de artrotomia aberta, especialmente quando se trata de lesões do ligamento cruzado cranial e outras condições traumáticas que afetam o cotovelo canino. O uso dessas técnicas avançadas contribui para uma recuperação mais rápida e uma menor taxa de complicações pós-operatórias.
Ao considerar o tratamento de lesões ósseas e articulares em cães, deve-se levar em conta a complexidade das estruturas envolvidas. A interação entre os ossos, ligamentos e músculos, aliada à resposta inflamatória do corpo, cria um ambiente desafiador para a reabilitação. O papel de cada elemento na biomecânica articular e muscular deve ser entendido para se estabelecer um plano terapêutico eficaz.
A análise de fraturas, como as do osso carpal e as avulsões do tendão tríceps, também exige uma compreensão detalhada das forças mecânicas que atuam sobre o corpo do animal. O tratamento dessas fraturas pode variar de acordo com a localização da lesão e a gravidade da deformação óssea. A cirurgia pode ser necessária para restabelecer a anatomia funcional da articulação afetada, mas, em alguns casos, o acompanhamento conservador com monitoramento regular pode ser suficiente.
Além disso, ao planejar tratamentos para distúrbios como a tendinopatia do bíceps braquial, é essencial considerar não apenas o alívio dos sintomas, mas também a prevenção de futuras lesões e a manutenção da mobilidade a longo prazo. O controle da carga de trabalho e a reabilitação progressiva têm um papel fundamental na preservação das articulações e na promoção de uma recuperação bem-sucedida.
Esses tópicos reforçam a complexidade do tratamento de fraturas malunidas e outras condições ortopédicas em cães. A evolução da pesquisa e o desenvolvimento de novos tratamentos terapêuticos, incluindo o uso de células-tronco e terapias de regeneração tecidual, oferecem novas perspectivas para a recuperação funcional dos animais afetados por doenças articulares e fraturas.
Quais são os Desafios Físicos e as Lesões Comuns em Cães Atletas?
Os cães atletas, devido à natureza exigente de suas atividades esportivas, enfrentam uma série de desafios físicos que, muitas vezes, resultam em lesões crônicas relacionadas ao estresse repetitivo. O flyball, por exemplo, exige que os cães corram a velocidades superiores a 30 mph, com os cães alcançando o alvo em apenas 3,54 segundos, o que pode provocar sérias consequências para suas articulações e músculos. Participando de até 25 baterias por dia, os cães de flyball estão expostos a lesões nas articulações, ombros e quadris. Lesões comuns incluem tendinopatia nos tendões do bíceps, supraspinato, subescapular, e desmitite do carpo. Em um estudo realizado na internet, 39% dos cães de flyball sofreram pelo menos uma lesão durante suas carreiras, com as extremidades torácicas sendo as mais afetadas. Curiosamente, cães mais jovens e o uso de faixas no carpo estavam associados a um risco maior de lesões.
Nos testes de campo e nas competições de caça, onde os cães devem buscar aves abatidas ou realizar outras tarefas relacionadas à caça, a situação não é muito diferente. Embora os testes de caça sejam mais voltados para a simulação de situações reais de caça, os cães de campo frequentemente enfrentam lesões nos pés, carpos e ombros, como a tendinopatia do bíceps e do supraspinato, além de doenças na região lombossacral e tendinopatia calcânea. Este tipo de esporte exige resistência e precisão, onde as habilidades naturais de caça do cão são constantemente desafiadas.
Os esportes de pastoreio, como o Treibball e as provas de pastoreio, também representam uma forte carga física para os cães, particularmente para aqueles de raças pastoras, que são treinados para mover rebanhos e trabalhar em estreita colaboração com o condutor. Embora o Treibball não seja restrito a raças pastoras, os cães desse esporte estão sujeitos a lesões similares às de cães de pastoreio, como tendinopatias nos ombros e coxofemoral, além de problemas articulares nos pés e nas pernas.
Nos esportes aquáticos, como o Dock Diving, onde os cães saltam em alta velocidade da beira de um cais, a tendência é que eles sofram lesões relacionadas ao esforço físico de impulsão, especialmente na região do iliopsoas e no tendão do bíceps. No entanto, esses esportes também desempenham um papel importante em exibir a habilidade natural dos cães para atividades aquáticas, seja no resgate ou no trabalho aquático, e frequentemente causam sobrecarga muscular e lesões articulares.
Esportes como o Disc Dog, que envolvem o lançamento de discos para que o cão faça capturas a longas distâncias, também geram riscos de lesões. Cães que competem nesse esporte estão sujeitos a problemas articulares nos membros anteriores, como lesões no bíceps, supraspinato, subescapular, e tendinopatias no carpo, além de lesões mais comuns relacionadas ao ligamento medial do ombro.
Nos esportes de tração, como o Mushing e o Skijoring, onde os cães puxam trenós, esquis ou até bicicletas, os riscos de lesões são significativos, particularmente para as articulações das patas e ombros, com problemas como tendinopatia do bíceps e supraspinato sendo comuns. A sobrecarga muscular, a tração constante e os movimentos repetitivos exigem resistência, mas também são um terreno fértil para lesões nas articulações dos cães.
Por fim, esportes de rastreamento e busca, como o Tracking e o Nosework, têm um tipo de exigência física diferente. Embora o foco esteja na habilidade de detecção do cão, ele ainda deve passar por uma série de movimentos e mudanças de direção, o que pode resultar em lesões nos membros, principalmente devido ao esforço contínuo e à busca por objetos escondidos.
Em qualquer esporte canino, é crucial que os donos de cães atletas estejam cientes dos riscos associados ao treinamento intensivo e à competição constante. Manter a saúde articular e muscular do cão requer uma combinação de cuidados preventivos, incluindo alongamentos, controle de intensidade e uma boa nutrição. Além disso, o acompanhamento veterinário regular é essencial para a detecção precoce de possíveis lesões e para o manejo adequado de qualquer condição que possa surgir.
Entender os limites do corpo do cão, respeitar seu ritmo e evitar sobrecarga nas articulações e músculos são fundamentais para preservar a saúde e a longevidade de um atleta canino. Além disso, os donos devem estar atentos ao histórico médico do animal, incluindo qualquer lesão prévia que possa ser exacerbada por treinos intensos, e devem adotar estratégias para mitigar os impactos das atividades esportivas no corpo do cão.
Como Garantir Práticas Éticas na Saúde 4.0: Direitos do Paciente, Privacidade e Equidade em um Mundo Digital
Como a idade gestacional, exposição pré-natal e fatores hemodinâmicos influenciam a taxa de filtração glomerular em neonatos?
Como Lidar com a Progressão de Doenças Respiratórias: Tuberculose e Pneumonia

Deutsch
Francais
Nederlands
Svenska
Norsk
Dansk
Suomi
Espanol
Italiano
Portugues
Magyar
Polski
Cestina
Русский