No contexto atual das redes sem fio, a implementação de veículos aéreos não tripulados (UAVs) para otimizar a transferência de energia sem fio (WPT, do inglês Wireless Power Transfer) tem se mostrado uma área promissora. O conceito de usar UAVs para fornecer energia de forma eficiente a nós de rede no solo, especialmente em topologias lineares, é uma das propostas mais inovadoras e vantajosas para a transmissão de dados e recarga de dispositivos em áreas remotas ou de difícil acesso.
O desafio central é o design da trajetória do UAV, que precisa ser otimizado para maximizar a transferência de energia entre o UAV e os dispositivos terrestres, ao mesmo tempo em que respeita as limitações operacionais, como a velocidade máxima do UAV. Nesse cenário, a proposta tradicional de soluções heurísticas ou de otimização local não é suficiente para garantir um desempenho ideal, sendo necessária uma abordagem que considere uma solução globalmente ótima.
Uma solução eficiente para o design da trajetória consiste em uma abordagem unidimensional (1D), onde o UAV voa a uma altitude constante, o que simplifica o problema sem perder a generalidade. A otimização do percurso do UAV em uma trajetória 1D visa maximizar a energia recebida pelos nós terrestres, levando em consideração a restrição de velocidade máxima do UAV. A chave para a eficiência está em um modelo que não apenas considere trajetórias locais, mas um processo de otimização global que atenda a todos os nós de maneira eficaz.
Para isso, a trajetória do UAV é modelada como uma combinação entre uma trajetória de velocidade máxima e uma trajetória sem restrição de velocidade, que juntas, são capazes de fornecer a mesma quantidade de energia para os nós terrestres. Esse modelo simplificado permite reformular o problema original, transformando-o em uma otimização sem restrição de velocidade, o que pode ser resolvido com métodos clássicos, como o método dual de Lagrange. O resultado desse processo é uma estrutura de trajetória chamada "hover-and-fly sucessiva" (SHF), na qual o UAV paira por um tempo em locais específicos, otimizado para durações, e entre esses pontos, voa à velocidade máxima.
Apesar de ser uma solução globalmente ótima, essa abordagem pode resultar em alta complexidade computacional, especialmente em cenários com redes grandes. Para contornar esse problema, uma solução de menor complexidade computacional foi proposta. A técnica de aproximação convexa sucessiva (SCA) pode ser aplicada, reformulando o problema de forma não convexa e utilizando as localizações e durações de pairamento como variáveis de otimização. Isso permite uma solução subótima de baixa complexidade, sem sacrificar a eficiência, e com garantia de convergência para uma solução viável em cenários de maior escala.
A validação numérica dos métodos propostos demonstra que o desempenho das trajetórias projetadas melhora significativamente em comparação com soluções convencionais, especialmente em termos de eficiência na distribuição de energia. Além disso, a abordagem de otimização reduz consideravelmente a necessidade de recursos computacionais, facilitando a implementação prática do sistema, mesmo em ambientes de rede com grandes dimensões.
É importante compreender que, além de maximizar a transferência de energia, o design de trajetórias de UAVs também deve considerar a viabilidade operacional do UAV em termos de durabilidade da bateria, condições ambientais (como ventos e obstáculos) e a interferência entre múltiplos UAVs, quando aplicáveis. A interação entre os UAVs e a rede de dispositivos terrestres, juntamente com o impacto de fatores como a densidade da rede e as características do terreno, pode afetar diretamente a eficiência do sistema.
Endtext
Como garantir a sustentabilidade de redes de sensores sem fio utilizando UAVs e transferência de energia sem fio?
O avanço da Internet das Coisas (IoT) impulsiona a criação de aplicações inovadoras em diversos setores, desde cidades inteligentes até fábricas automatizadas e sistemas de transporte sofisticados. Redes IoT de baixo consumo energético, compostas por dispositivos de sensores alimentados por baterias, são fundamentais para monitoramento e detecção de eventos importantes. No entanto, a capacidade limitada das baterias torna a vida útil desses dispositivos um desafio, já que suas baterias se esgotam rapidamente, comprometendo a continuidade da operação da rede. Isso torna a gestão eficiente de energia um aspecto crítico para garantir a sustentabilidade da rede.
Além disso, muitos desses dispositivos são colocados em locais de difícil acesso, como florestas tropicais ou montanhas íngremes, tornando o recarregamento manual das baterias ou via cabos uma tarefa inviável. Embora tecnologias existentes busquem reduzir o consumo de energia e melhorar a eficiência energética, estas não conseguem garantir uma operação sustentável a longo prazo. Isso leva à necessidade de novas soluções. A transferência de energia sem fio (WPT) baseada em sinais de radiofrequência (RF) surge como uma solução promissora para fornecer uma fonte de energia sustentável para essas redes.
Entretanto, a transferência de energia RF enfrenta desafios significativos, como a perda de sinal RF à medida que a distância aumenta. Isso reduz a eficiência da transferência de energia, especialmente quando os dispositivos estão distantes da fonte de energia. Além disso, quando múltiplos dispositivos estão dispersos, aqueles mais próximos da fonte de energia tendem a receber mais energia do que os que estão mais afastados, criando um problema de justiça entre os dispositivos. O uso de veículos aéreos não tripulados (UAVs) para transferência de energia sem fio tem ganhado atenção como uma solução para esses desafios.
Graças à flexibilidade e mobilidade dos UAVs, estes podem servir como fontes aéreas de energia, voando até os dispositivos no solo para recarregá-los de forma mais eficiente. Ao ter uma linha de visão direta com os dispositivos no solo, o UAV consegue minimizar a distância de transmissão e melhorar a eficiência da transferência de energia. Além disso, sua trajetória de voo pode ser ajustada dinamicamente em tempo real, garantindo que a energia seja distribuída de maneira mais justa entre os dispositivos.
Contudo, a maioria das pesquisas existentes em sistemas de WPT baseados em UAVs assume uma fase de operação estática e foca no planejamento de curto prazo. Essas abordagens não garantem a operação sustentável da rede ao longo do tempo, ignorando as limitações da capacidade de bateria dos dispositivos e os efeitos do processo não linear de colheita de energia. Para garantir uma operação sustentável, é necessário projetar um sistema que considere esses fatores de maneira sistêmica.
Propomos duas abordagens para o design sustentável de redes de sensores sem fio alimentadas por UAVs: o Design Sustentável e o Design Sustentável Baseado em Transição. O primeiro visa otimizar a trajetória do UAV ao longo do tempo, garantindo que a energia seja distribuída de forma eficiente, com um consumo mínimo de energia, e mantendo a operação da rede por um período prolongado. A estratégia de Design Sustentável Baseado em Transição melhora ainda mais o desempenho, incorporando uma fase de transição antes de cada ciclo de operação, o que aumenta significativamente a vida útil da rede.
Essas abordagens oferecem uma solução para o problema da vida útil limitada das redes IoT alimentadas por baterias, tornando-as mais sustentáveis a longo prazo. Através de simulações, foi possível confirmar a eficácia das abordagens propostas. As melhorias no desempenho da rede dependem da capacidade do UAV de ajustar sua trajetória de voo para minimizar a perda de energia e garantir que todos os dispositivos, independentemente da sua posição, recebam energia de forma justa e eficiente.
Além das considerações técnicas sobre o design sustentável das trajetórias dos UAVs, é importante notar que a eficiência do sistema também depende de uma gestão dinâmica da rede. Isso envolve não apenas a otimização do consumo de energia, mas também o monitoramento contínuo das condições do ambiente e das necessidades de energia dos dispositivos, adaptando as operações conforme as mudanças nas condições do terreno, clima ou demanda de energia. As tecnologias emergentes, como a coleta de dados em tempo real e os algoritmos de otimização baseados em aprendizado de máquina, também têm o potencial de melhorar significativamente a eficácia das abordagens propostas, tornando os sistemas mais adaptáveis e robustos.
Como o Design de Trajetória e Alocação de Potência Afeta a Comunicação Encoberta em Redes com Veículos Aéreos Não Tripulados (VANTs)
A comunicação encoberta tem se mostrado uma das tecnologias mais promissoras para garantir a privacidade e a segurança das transmissões em redes de comunicação modernas, especialmente quando são utilizados veículos aéreos não tripulados (VANTs). Os VANTs, devido à sua flexibilidade, longa autonomia e capacidade de operar com canais de linha de visão (LoS) de alta qualidade, são ferramentas poderosas para a melhoria do desempenho das redes de comunicação. No entanto, as características abertas dos canais de comunicação Aéreo-para-Terra (A2G) criam uma vulnerabilidade significativa, expondo as transmissões a possíveis interceptações por "guardas" (termo utilizado para se referir aos agentes adversários tentando detectar ou bloquear a comunicação). Nesse contexto, a combinação do design de trajetória dos VANTs com técnicas de comunicação encoberta visa reduzir a probabilidade de detecção, garantindo maior segurança.
Para entender a importância dessa tecnologia, é crucial observar como a trajetória do VANT e a alocação de potência afetam diretamente a eficiência e a segurança das transmissões. O objetivo principal é maximizar a transmissão de dados de forma que seja eficaz em termos de cobertura e desempenho, enquanto minimiza a probabilidade de que o guarda possa detectar a presença do VANT. Isso pode ser alcançado por meio de um design otimizado da trajetória do VANT, controle preciso de potência de transmissão e técnicas avançadas de alocação de recursos.
No contexto da comunicação encoberta, o design da trajetória dos VANTs não é apenas uma questão de movimentação física pelo espaço, mas envolve uma otimização estratégica que leva em consideração os riscos de exposição a intervenções adversárias. A interação entre a trajetória e o controle de potência de transmissão pode ser modelada matematicamente, com a maximização da taxa mínima de transmissão entre os usuários como um dos principais objetivos. Essa abordagem considera tanto a mobilidade do VANT quanto as restrições de ocultação necessárias para evitar a detecção por parte do guarda.
Ao considerar as questões de ocultação, é possível derivar uma expressão fechada para a potência máxima de transmissão que pode ser utilizada sem comprometer a eficácia da comunicação encoberta. A partir dessa expressão, uma estrutura de voo intermitente — denominada "Hover-and-Fly" (SHF) — pode ser empregada para garantir que o VANT minimize sua exposição enquanto executa sua missão de forma eficiente. A utilização do método de Programação Convexa Sequencial (SCP) permite a construção de aproximações concavas do problema original, facilitando a obtenção de uma solução ótima de forma eficiente e com boa qualidade.
A técnica de "Hover-and-Fly" é particularmente útil para cenários nos quais a detecção precisa ser evitada de maneira contínua e dinâmica, pois combina períodos de imobilização (hover) com movimentação (fly), ajustando a trajetória conforme as condições do ambiente e as possíveis ameaças. Essa abordagem não só reduz a probabilidade de detecção, mas também melhora o desempenho geral do sistema em termos de cobertura e throughput.
Entretanto, o grande desafio dessa abordagem reside na complexidade do design da trajetória, especialmente quando se lida com a incerteza de posição do guarda. Muitas das soluções atuais para problemas de design de trajetória em cenários de comunicação encoberta pressupõem o conhecimento perfeito sobre a posição e os movimentos do guarda, o que nem sempre é viável na prática. Isso torna a aplicação de tais soluções em cenários do mundo real bastante desafiadora, exigindo novas metodologias de design mais flexíveis e adaptáveis a diferentes condições e níveis de incerteza.
A aplicação de comunicação encoberta em redes de VANTs é um campo de pesquisa em constante evolução, onde as tecnologias atuais e as soluções de design precisam ser refinadas para lidar com a complexidade crescente das redes futuras. A redução da complexidade do design, mantendo a eficácia da ocultação e da transmissão, será crucial para a implementação bem-sucedida dessa tecnologia em larga escala. O desenvolvimento de novos algoritmos que possam adaptar-se de maneira inteligente a mudanças no ambiente, como a movimentação de guardas e a variação das condições de propagação, também desempenhará um papel fundamental no sucesso de tais sistemas.
Além disso, é importante notar que a comunicação encoberta não se limita apenas à ocultação de sinais de comunicação, mas envolve uma série de técnicas colaborativas, como o controle de potência adaptativo e a utilização de interferência dirigida para confundir os sistemas de detecção adversária. A sinergia entre o design de trajetória, alocação de recursos e essas técnicas colaborativas será um aspecto essencial para garantir redes de comunicação não apenas seguras, mas também eficientes.

Deutsch
Francais
Nederlands
Svenska
Norsk
Dansk
Suomi
Espanol
Italiano
Portugues
Magyar
Polski
Cestina
Русский