A osteoartrite (OA) canina é uma condição progressiva e dolorosa que afeta a qualidade de vida dos animais, comprometendo suas funções motoras e aumentando a dor nas articulações. Embora o tratamento da OA envolva diversas abordagens, um dos pilares fundamentais na gestão da doença é o controle do peso corporal. Estudos indicam que programas de perda de peso resultam em melhorias significativas nos sinais clínicos da OA (Pye et al., 2024). A redução do excesso de gordura corporal, portanto, desempenha um papel crucial na diminuição da pressão sobre as articulações afetadas, aliviando a dor e aumentando a mobilidade.
A monitorização do peso corporal é frequentemente realizada em programas de perda de peso, mas é limitada por não discriminar entre gordura, músculo ou fluido. Nesse contexto, o índice de condição corporal (BCS) pode oferecer informações adicionais. Este índice é mensurado por meio de uma escala de 5 ou 9 pontos, onde valores como 3/5 ou 5/9 indicam uma condição corporal ideal. Quando o BCS aumenta, pode indicar obesidade, enquanto uma redução no escore pode sugerir perda muscular progressiva. No entanto, a limitação do BCS é que ele não distingue entre o excesso de gordura e a perda de massa muscular. Para uma avaliação mais detalhada da saúde corporal do animal, muitos veterinários recomendam o uso combinado do BCS e do escore de condição muscular (MCS). O MCS, desenvolvido pela Associação Mundial de Veterinários de Pequenos Animais (WSAVA), é uma ferramenta que avalia a massa muscular de um animal através de palpação e visualização, considerando a espinha, as escápulas, o crânio e as ilíacas. A perda muscular pode ser observada inicialmente nos músculos epaxiais, ao longo da espinha, e em outras áreas de forma mais variável.
Em cães geriátricos, a sarcopenia, que é a redução da massa muscular relacionada ao envelhecimento, pode ser observada. Essa condição ocorre sem a presença de doenças concomitantes, ao contrário da caquexia, que é uma perda de massa muscular associada a doenças crônicas como neoplasias ou insuficiências renais e cardíacas. Esses dois fenômenos contribuem para a fragilidade do animal e pioram a dor das articulações, especialmente quando a dor articular interfere nas funções neuromusculares. A dor das articulações leva à disfunção neuromuscular, criando um ciclo vicioso: a dor articula provoca inibição reflexa dos músculos ao redor, resultando em atrofia muscular e perda de suporte para as articulações. Isso aumenta ainda mais o sofrimento articular e limita a mobilidade do animal.
A atividade física regular é essencial para combater esse ciclo de dor e atrofia muscular. O exercício não só ajuda a aumentar a massa muscular, mas também reduz a percepção da dor por meio da liberação de endorfinas, serotonina e do sistema endocanabinoide (Lesnak & Sluka, 2020). Contudo, é importante que o exercício seja ajustado às necessidades e limitações do animal, já que o exercício excessivo pode aumentar a percepção da dor. Exercícios não intensos e frequentes não são tão benéficos quanto exercícios intermitentes e intensos. O treinamento que leva o animal à exaustão, por outro lado, tende a aumentar a dor, devendo ser evitado.
Manter uma dieta adequada, com a ingestão mínima de 3g de proteína por kg de peso corporal diariamente, é fundamental para preservar a massa muscular. Animais com atrofia muscular ou sarcopenia têm necessidades proteicas ainda maiores, e o uso de suplementos como o Fortetropin® pode ser indicado em casos mais graves (Hetricke et al., 2022).
Em relação à modificação do exercício e ao treinamento de força, a prática de atividades físicas deve ser abordada de maneira cuidadosa e personalizada. O exercício terapêutico (TherEx) pode ser uma ferramenta fundamental na prevenção de lesões e no manejo da OA, oferecendo benefícios como melhora na qualidade de vida, saúde da cartilagem, flexibilidade e até mesmo na expectativa de vida (Duncan et al., 2020). No entanto, atividades de alto risco, como mudanças bruscas de direção ou corridas rápidas, devem ser evitadas em cães com OA. Em vez de proibir completamente atividades como o “pegar a bolinha”, é possível modificar a prática para reduzir o risco, jogando a bola em terrenos mais suaves, como a água ou grama alta, onde o foco se desloca para a busca, e não para a corrida.
A adaptação do exercício e a modificação das atividades diárias podem ser um desafio, especialmente para cães idosos ou com OA avançada, mas essas mudanças são essenciais para manter um bom nível de funcionalidade e bem-estar. O papel do veterinário é essencial para orientar os tutores sobre como ajustar a rotina de atividades físicas de maneira a promover a saúde articular sem causar mais danos.
Além disso, os cuidados diários do animal com OA incluem atividades básicas que garantem a manutenção da qualidade de vida, como a capacidade de se levantar, comer, beber e se locomover pelo ambiente. Para cães com OA avançada ou problemas neurológicos, o foco deve ser em atividades de vida diária que atendam às necessidades mais essenciais e evitem o agravamento da condição.
A relação entre atividade física, nutrição e controle de peso é complexa e exige uma abordagem holística, onde cada aspecto do cuidado do animal com OA é levado em consideração para garantir sua saúde e bem-estar a longo prazo.
Como a Luxação Patelar e Lesões do Ligamento Cruzado Afetam o Movimento Canino?
A reparação completa do ligamento foi observada em nove casos (Canapp et al., 2016). Apenas 19,4% dos 36 cães tratados necessitaram de cirurgia TPLO nos dois anos seguintes ao tratamento (Canapp et al., 2016). Estudos com acompanhamento a longo prazo ainda não estavam disponíveis na época da redação. A seleção adequada do paciente é fundamental ao considerar essa opção terapêutica. Produtos de medicina regenerativa exigem uma matriz para facilitar a reparação ligamentar, sendo provavelmente ineficazes em rupturas completas do ligamento cruzado ou em casos de instabilidade grave da articulação do joelho (Canapp et al., 2016). Como discutido anteriormente, a etiologia da doença do ligamento cruzado cranial (DLCC) é multifatorial e complexa, ocorrendo frequentemente sem um evento traumático evidente, como queda ou colisão em alta velocidade. Nessas situações, a durabilidade do tratamento ortobiológico é incerta, pois não se sabe por quanto tempo o ligamento permanecerá funcional antes de um novo rompimento. Portanto, a terapia ortobiológica isolada pode não ser a melhor escolha para pacientes com evidência de DLCC bilateral ou ausência de história de claudicação imediata após trauma conhecido. É importante distinguir entre um evento traumático significativo e atividades rotineiras, como correr no parque ou pular em um veículo, que não constituem trauma. O paciente ideal para terapia ortobiológica seria aquele com ruptura parcial unilateral, sem instabilidade articular, associada a um evento traumático conhecido, e sem sinais palpáveis de fibrose ou alterações degenerativas crônicas visíveis em radiografias.
A luxação patelar ocorre quando a anatomia da musculatura do quadríceps se encontra desalinhada, provocando a migração parcial ou total da patela para fora da tróclea femoral (L’Eplattenier & Montavon, 2002b; Bevan & Taylor, 2004). Alguns autores sugerem que a nomenclatura mais adequada seria “luxação da tróclea femoral”, pois a patela tende a encontrar sua posição natural a partir da origem e inserção do quadríceps, e a alteração anatômica resulta, na verdade, em uma posição errônea da tróclea em relação ao mecanismo do quadríceps. Essa distorção óssea pode envolver o fêmur ou a tíbia. Na luxação medial da patela (LMP), acredita-se que o crescimento assimétrico da fise distal do fêmur seja um fator determinante que perpetua a deformidade, aumentando a torção femoral distal e o varo distal do fêmur, e promovendo a luxação medial da patela. A ausência de desenvolvimento adequado do sulco femoral e as forças medialisantes sobre a tuberosidade tibial contribuem para anomalias do crescimento tibial.
Estudos tridimensionais com tomografia computadorizada demonstraram que Toy Poodles com luxação patelar medial grau 4 apresentam deformidades significativas dos membros pélvicos, incluindo varo femoral, deslocamento medial da tuberosidade tibial, torção interna da tíbia proximal e hipoplasia patelar (Yasukawa et al., 2016). Já casos de luxação grau 2 nesses cães não exibem deformidades ósseas, mas sim alterações posturais do membro, como rotação externa do fêmur, rotação interna da tíbia e do pé, rotação externa do tarso, aumento do ângulo de convergência do joelho, genu varum e postura com os dedos voltados para dentro, que se normalizam com a redução da patela (Tomo et al., 2022). A associação da patela alta com o desenvolvimento da LMP é controversa.
A LMP é mais comum do que a luxação patelar lateral (LPL) em todas as raças, especialmente em cães de pequeno porte, com caráter hereditário em algumas raças. Cães de grande porte, como os Labradores Retrievers, também são comumente afetados (Gibbons et al., 2006). Cerca de 50% dos cães afetados apresentam luxação bilateral, sendo as fêmeas mais predispostas. A luxação patelar é classificada em quatro graus, do leve ao severo, variando desde uma patela que pode ser manualmente luxada e reduzida até uma patela permanentemente luxada com deformidades ósseas significativas (L’Eplattenier & Montavon, 2002b).
Clinicamente, cães com luxação graus I a III apresentam episódios intermitentes de claudicação e relutância para saltar. A luxação grau IV costuma causar deformidade significativa do membro e claudicação moderada a grave. A piora súbita da claudicação deve alertar para possível ruptura do ligamento cruzado cranial (CCLR) associada (Campbell et al., 2010). O diagnóstico baseia-se no exame físico e na confirmação radiográfica para avaliação de alterações degenerativas e planejamento cirúrgico. A tomografia computadorizada é considerada padrão-ouro para avaliação do alinhamento femoral e tibial em casos complexos.
O manejo não cirúrgico é indicado para luxações grau I e grau II assintomáticas. Entretanto, estudos indicam que 50% dos casos com luxação grau II subclínica desenvolvem claudicação e requerem cirurgia em um período mínimo de 4 anos (Hamilton et al., 2020). A decisão cirúrgica considera a frequência e a gravidade da claudicação, limitações funcionais e a possibilidade de prevenir rupturas do ligamento cruzado. Técnicas cirúrgicas demonstram melhora significativa na claudicação pós-operatória (DiGiovanni et al., 2023).
É essencial compreender que tanto a luxação patelar quanto as lesões do ligamento cruzado são patologias interligadas, que frequentemente coexistem e agravam mutuamente a função articular. A identificação precoce dos sinais clínicos e a escolha adequada da terapia são decisivas para o prognóstico a longo prazo. O entendimento aprofundado da conformação óssea e das alterações biomecânicas permite intervenções mais precisas e eficazes. Além disso, a importância da genética e do crescimento ósseo no desenvolvimento dessas condições sugere que medidas preventivas, como o controle de peso, exercício moderado e acompanhamento veterinário regular, são cruciais para evitar a progressão da doença.
Como o Envelhecimento Afeta a Saúde e Bem-Estar dos Cães: Implicações Clínicas e Estratégias de Cuidados
O envelhecimento é um processo inevitável que impacta todas as espécies, incluindo os cães. Em animais idosos, as mudanças fisiológicas e metabólicas afetam diversos sistemas do corpo, resultando em condições específicas que exigem uma abordagem cuidadosa e individualizada. A compreensão dessas alterações e a aplicação de estratégias terapêuticas adequadas são cruciais para garantir uma vida longa e saudável para nossos companheiros caninos.
À medida que os cães envelhecem, o sistema musculoesquelético é um dos mais afetados, com o desenvolvimento de osteoartrite e a perda de massa muscular, características comuns do envelhecimento. A osteoartrite, especialmente nas articulações dos membros, pode ser observada em cães mais velhos e frequentemente é associada à dor e à redução da mobilidade. Estudos demonstram que a restrição alimentar pode atenuar os sinais radiográficos da osteoartrite, sugerindo que um controle adequado do peso, além de uma alimentação balanceada, desempenha papel vital na saúde articular dos cães idosos. A combinação de exercícios moderados e reabilitação física pode ajudar a aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida, minimizando a dor e promovendo o fortalecimento muscular.
Além disso, alterações cognitivas também são frequentemente observadas em cães mais velhos, com um quadro clínico semelhante à síndrome de disfunção cognitiva em seres humanos. Os cães podem apresentar perda de memória, confusão, alteração nos padrões de sono e maior irritabilidade. O diagnóstico precoce dessas condições permite a implementação de estratégias terapêuticas, incluindo a utilização de medicamentos anti-inflamatórios e suplementos nutricionais específicos, para retardar o avanço do quadro e melhorar o bem-estar geral do animal.
Outro ponto importante é o impacto da obesidade no envelhecimento canino. Cães com sobrepeso ou obesidade têm maior propensão a desenvolver doenças ortopédicas, além de sofrerem com maiores níveis de inflamação sistêmica. A intervenção precoce com dietas controladas, exercícios e, quando necessário, programas de reabilitação, pode reduzir a incidência de doenças relacionadas à obesidade, como a osteoartrite, além de promover uma melhor saúde geral.
A avaliação contínua da saúde física e mental do cão idoso deve ser feita por meio de testes de função cognitiva, escore de mobilidade e exames clínicos regulares. Ferramentas como escalas de dor visual, goniômetros digitais e acelerômetros podem ajudar a monitorar a progressão da doença e ajustar os tratamentos conforme necessário. Isso é particularmente útil em cães com problemas de mobilidade ou que necessitam de acompanhamento de longo prazo.
Além de aspectos físicos, a saúde mental dos cães idosos não pode ser negligenciada. A ansiedade e a impulsividade são comumente observadas em cães mais velhos, e estudos indicam que esses fatores podem acelerar o processo de envelhecimento, manifestando-se em quadros de estresse crônico e até em dificuldades comportamentais. O manejo adequado da ansiedade, por meio de modificações ambientais e terapias comportamentais, além do uso de medicamentos ansiolíticos quando indicado, é fundamental para garantir o bem-estar psicológico dos cães.
Em termos de cuidados nutricionais, a escolha de uma dieta balanceada, rica em antioxidantes e ácidos graxos essenciais, pode retardar o envelhecimento celular e reduzir o risco de doenças inflamatórias. A suplementação com ômega-3, por exemplo, tem mostrado efeitos benéficos na redução de mediadores inflamatórios e na promoção da saúde articular. Além disso, a monitorização constante do peso e da condição corporal é essencial para ajustar a dieta e evitar a obesidade, um fator de risco significativo para várias condições de saúde.
Por fim, a longevidade dos cães também está intimamente ligada à genética e ao tamanho da raça. Cães de raças maiores geralmente vivem menos do que cães de raças pequenas, e isso pode influenciar a forma como o envelhecimento se manifesta. Assim, é importante considerar a raça, o histórico médico e os fatores ambientais ao elaborar um plano de cuidados para o cão idoso.
A adaptação do ambiente doméstico para acomodar as necessidades físicas e psicológicas de cães mais velhos também desempenha um papel crucial. A criação de um espaço seguro, livre de obstáculos, e a introdução de terapias alternativas, como a fisioterapia e o uso de dispositivos de apoio à mobilidade, podem contribuir significativamente para o conforto do animal.
Estratégias Nutricionais para Atletas Caninos: Impacto no Desempenho e Recuperação
A alimentação adequada desempenha um papel fundamental no desempenho de atletas caninos, assim como nos seus processos de recuperação. A frequência e o horário das refeições são aspectos que influenciam diretamente o rendimento físico e a saúde digestiva dos cães atletas. A forma como os cães se alimentam antes, durante e após o exercício pode otimizar sua performance, prevenir desconfortos e promover a recuperação muscular, elementos cruciais em esportes como agilidade, corrida de resistência e outros treinos intensivos.
Em competições que exigem sprints curtos, com durações de até 10 minutos, a restrição moderada de alimentação nas 24 horas anteriores ao exercício é recomendada. Reduzir a quantidade da refeição em 20% pode diminuir o volume fecal e melhorar a performance do cão. Para cães que realizam atividades intensas de curta duração, como corridas de velocidade, não há evidências suficientes que provem que refeições ricas em carboidratos antes do exercício melhorem o desempenho, sendo, portanto, uma prática questionável. Contudo, os cães de agilidade ou aqueles envolvidos em provas de campo, que realizam múltiplos exercícios no mesmo dia, podem se beneficiar de carboidratos após uma série de atividades, caso se preparem para mais uma sessão de exercício em até 2-3 horas. Porém, em situações onde os treinos são muito próximos uns dos outros, a ingestão de carboidratos pode ser desaconselhada para evitar episódios de vômito ou regurgitação.
Durante competições que se estendem por vários dias, é essencial reabastecer os estoques de glicogênio muscular rapidamente após cada sessão de exercício, preferencialmente nos 30 minutos seguintes à última série do dia. No caso de atletas intermediários, que praticam atividades entre 20 a 120 minutos, a alimentação deve ser equilibrada, contendo uma quantidade moderada de gordura (50% das calorias totais), carboidratos (20% das calorias) e proteína (30% das calorias). Esse tipo de dieta favorece a recuperação do glicogênio muscular e contribui para o aumento do volume mitocondrial, importante para a produção de energia durante o exercício. Para esses cães, a reposição de glicogênio através de carboidratos após o exercício pode ser benéfica, especialmente em eventos de múltiplos dias. Além disso, a promoção do uso de gordura como combustível pode ser otimizada com a adoção de uma refeição única diária, cerca de 2 horas após o exercício, o que também ajuda a reduzir o volume fecal e a promover a lipólise (queima de gordura).
É importante notar que o hábito de alimentar os cães uma única vez por dia tem se tornado comum entre os donos de cães atletas. No entanto, essa prática pode representar riscos para cães de raças grandes e gigantes, que são mais suscetíveis à dilatação gástrica e torção do estômago (GDV). A questão do risco da GDV e as melhores práticas alimentares nesse contexto ainda precisam ser mais investigadas, dado que a alimentação inadequada pode aumentar as chances de problemas digestivos graves.
Por outro lado, cães de endurance, como os cães de trenó e foxhounds, possuem necessidades energéticas muito maiores, exigindo a ingestão de refeições volumosas, com grande concentração de calorias provenientes de gordura. Nessas modalidades, os cães são alimentados com uma combinação de alimentos ricos em gordura, proteína e com quantidades mínimas de carboidrato. Isso ocorre porque, em atividades prolongadas, a principal fonte de energia utilizada não é o glicogênio, mas sim a gordura, que se torna o combustível primário após os primeiros 20 minutos de exercício. Portanto, a reposição de glicogênio pós-exercício não é uma prioridade para esses cães, que, ao contrário, se beneficiam de dietas com maior teor de gordura e proteína.
Apesar de a alimentação baseada exclusivamente em carne ser prática comum entre alguns donos de cães atletas, ela não é ideal a longo prazo, pois pode ser nutricionalmente incompleta. Embora muitos defensores do modelo de alimentação crua aleguem que ela traz benefícios para o desempenho dos cães, estudos mostram que essa prática pode aumentar o risco de contaminação por patógenos como Salmonella, que representa um perigo tanto para os cães quanto para os donos. O risco de contaminação é significativamente maior com carnes cruas do que com alimentos processados comercialmente, sendo a recomendação de cozinhar a carne uma prática mais segura.
Além disso, a alimentação crua pode favorecer a proliferação de bactérias resistentes a antibióticos, o que pode colocar em risco a saúde pública. Donos de cães devem estar cientes desses riscos e ser educados por profissionais veterinários sobre os perigos dessa alimentação, considerando tanto as implicações nutricionais quanto os riscos sanitários.
Por fim, a gestão nutricional também deve ser uma prioridade durante os processos de reabilitação dos cães, especialmente para aqueles que enfrentam problemas como obesidade, sarcopenia (perda de massa muscular) e inflamações crônicas associadas a doenças ortopédicas. A obesidade, por exemplo, é uma das doenças mais prevalentes entre os cães, especialmente em sociedades ocidentais, e seu controle adequado é fundamental para a saúde a longo prazo. Estratégias alimentares que priorizem a manutenção da massa muscular e a redução da gordura corporal são cruciais para a recuperação de cães em reabilitação.
Qual é o Impacto da Nutrição no Desempenho e Reabilitação de Cães Atletas?
A nutrição desempenha um papel essencial na performance física e recuperação dos cães envolvidos em atividades de alta exigência, como corridas de trenós ou competições de resistência. A compreensão das necessidades nutricionais desses animais, especialmente durante e após eventos que exigem esforço extremo, é crucial para otimizar sua saúde e desempenho.
A dieta de um cão atleta deve ser cuidadosamente equilibrada para garantir que ele tenha energia suficiente para suportar esforços prolongados e, ao mesmo tempo, permitir uma recuperação eficaz. Isso envolve não só o fornecimento de macronutrientes essenciais — como proteínas, carboidratos e lipídios — mas também uma gestão precisa de eletrólitos e minerais, cujas alterações podem ocorrer devido ao exercício intenso.
Pesquisas sobre cães de trenó, por exemplo, demonstram que a composição da dieta tem um impacto direto sobre o metabolismo do cão durante as competições. A ingestão de carboidratos, proteínas e lipídios pode influenciar o desempenho muscular, o uso de glicogênio e a resposta hormonal ao estresse físico. Durante a corrida, os cães tendem a utilizar a glicose armazenada nos músculos como fonte primária de energia. No entanto, quando o esforço é prolongado, o corpo do animal começa a utilizar as reservas de gordura. A ingestão adequada de lipídios pode ajudar a manter os níveis de energia estáveis, prevenindo a fadiga precoce.
Além disso, a relação entre a dieta e a saúde do sistema muscular também é de extrema importância. Alterações nos níveis de eletrólitos, como sódio e potássio, são comuns em cães atletas, especialmente após corridas longas. A hiponatremia, que é a queda excessiva de sódio no sangue, pode ser uma consequência de uma hidratação inadequada e da perda de eletrólitos através do suor e da urina. A reposição adequada desses minerais é fundamental não só para a manutenção da função muscular, mas também para o equilíbrio ácido-base do organismo, que pode afetar diretamente a performance do animal.
O uso de suplementos alimentares, como ácidos graxos de peixe ou glucosamina e condroitina, tem sido investigado para avaliar seu impacto na recuperação pós-exercício e na prevenção de lesões articulares em cães de desempenho. Estudos mostram que a suplementação com certos compostos pode reduzir a inflamação e melhorar a flexibilidade articular, beneficiando os cães que enfrentam desgaste físico devido ao treinamento intenso.
A reabilitação após um esforço extremo também depende de uma dieta bem planejada. Durante o período de recuperação, a ingestão adequada de proteínas é crucial para reparar o dano muscular causado pela atividade extenuante. A proteína de alta qualidade, como aquela encontrada em carnes magras e alguns suplementos específicos, ajuda na regeneração dos tecidos musculares, promovendo a recuperação mais rápida e eficaz.
Além disso, a hidratação é fundamental. A reposição de líquidos, especialmente quando combinada com a adição de eletrólitos, pode acelerar a recuperação e ajudar a prevenir complicações associadas à desidratação. O uso de alimentos ricos em água, como frutas e vegetais, também pode contribuir para a manutenção do equilíbrio hídrico, especialmente em ambientes quentes ou durante esforços prolongados.
A alimentação de cães atletas deve ser personalizada, levando em consideração o tipo de exercício, a intensidade e a duração das competições, bem como a saúde geral do animal. Cada raça, e até mesmo cada indivíduo, pode ter necessidades nutricionais ligeiramente diferentes, que devem ser atendidas para garantir o melhor desempenho possível sem prejudicar a saúde a longo prazo. Além disso, é essencial que os donos de cães de performance consultem regularmente um veterinário especializado em nutrição animal, para ajustar as dietas conforme necessário e acompanhar a saúde do animal de perto.
Compreender a relação entre nutrição e desempenho físico em cães atletas é fundamental para quem busca melhorar os resultados de competições ou simplesmente garantir que o animal tenha uma vida longa e saudável após anos de atividade intensa. A nutrição, aliada a cuidados adequados de treinamento e descanso, oferece a base para um desempenho ideal e uma recuperação eficiente, garantindo que o cão possa manter seu máximo potencial por mais tempo.
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