A administração de adrenalina, especialmente em casos de anafilaxia, é crucial e não deve ser retardada pela colocação de uma linha intravenosa. É fundamental que os profissionais de saúde conheçam a dosagem correta da adrenalina, assim como os erros potenciais relacionados à disponibilidade de várias concentrações da substância. A adrenalina está disponível em concentrações de 1:10.000 (0,1 mg por mL) e 1:1.000 (1 mg por mL). Para a administração intramuscular em anafilaxia, utiliza-se a concentração de 1:1.000, com a dosagem de 0,01 mg por kg (0,01 mL por kg, com dose máxima de 0,5 mL) para minimizar o volume injetado. Caso seja necessário o uso intravenoso, deve-se administrar a adrenalina em uma dosagem de 0,005 mg por kg (0,05 mL por kg) da concentração de 1:10.000.
Entre os efeitos adversos comuns da adrenalina estão taquicardia, arritmias, hipertensão, tremores e cefaleia. Todos os pacientes que apresentaram uma reação anafilática devem receber, ao receber alta, uma prescrição para um autoinjetor de adrenalina, junto com as instruções adequadas de uso. Os autoinjetores estão disponíveis em doses de 0,15 mg para crianças com menos de 8 anos (pesando menos de 30 kg) e 0,3 mg para aquelas com 8 anos ou mais (pesando ao menos 30 kg).
Além da adrenalina, outros agentes utilizados no tratamento de anafilaxia incluem os antagonistas H1. Esses medicamentos bloqueiam a ligação da histamina aos receptores nas células do trato gastrointestinal (GI), nos vasos sanguíneos e nas vias respiratórias, inibindo a vasodilatação, a permeabilidade capilar aumentada e a formação de edema. O difenidramina é o agente mais comumente utilizado para reações alérgicas, disponível tanto em forma intravenosa quanto oral (PO). A dosagem usual é de 1,25 mg por kg, com a dose máxima de 50 mg, administrada a cada 6 horas durante 24 a 48 horas. O efeito do difenidramina intravenoso começa em cerca de 1 hora, e sua duração de ação é de aproximadamente 6 horas. Os efeitos adversos incluem sedação, hipotensão e taquicardia.
Os corticosteroides também desempenham um papel importante no tratamento das reações alérgicas e da anafilaxia, embora seja importante notar que o pico de ação desses medicamentos é retardado, ocorrendo de 4 a 6 horas após a administração intravenosa. Os corticosteroides ajudam a mitigar tanto a fase imediata quanto a fase tardia da reação de hipersensibilidade. A quimiotaxia de células brancas do sangue (WBCs) e mediadores inflamatórios circulantes, como histamina, quininas, prostaglandinas e leucotrienos, são reduzidos após a administração de corticosteroides. Esses medicamentos também diminuem a vasodilatação e a permeabilidade dos vasos, resultando na redução do edema. Para anafilaxia, a dose inicial de metilprednisolona sódica succinato é geralmente de 2 mg por kg, seguida por doses de 0,5 a 1 mg por kg a cada 6 horas durante 24 horas. Quando o paciente já consegue tolerar medicações orais, a metilprednisolona pode ser convertida para prednisona ou prednisolona via oral, a uma dose de 1 mg por kg a cada 6 a 12 horas.
Embora os corticosteroides possam ser eficazes no tratamento da anafilaxia, devido à sua possível natureza bifásica, esses medicamentos geralmente são continuados por 24 a 48 horas, mesmo que a eficácia em prevenir a recorrência dos sintomas seja discutível. Efeitos adversos incluem mudanças de humor, alterações eletrolíticas e hipertensão.
Os antagonistas H2 também podem ser incluídos no regime terapêutico. Esses medicamentos antagonizam os receptores H2 da histamina, principalmente no trato gastrointestinal, e incluem ranitidina, famotidina, nizatidina e cimetidina. A ranitidina é administrada intravenosamente a uma dose de 1 mg por kg (máximo de 50 mg por dose) a cada 8 horas e pode ser convertida para a administração oral a uma dose de 2 mg por kg a cada 12 horas. Já a famotidina é administrada a uma dose de 0,5 mg por kg (máximo de 40 mg por dose) tanto intravenosamente quanto oralmente, a cada 12 horas. Cimetidina, que é um potente inibidor de várias enzimas do citocromo P450, pode causar interações medicamentosas significativas. Os efeitos adversos mais comuns incluem dor de cabeça, tontura, intolerância gastrointestinal e, raramente, trombocitopenia.
Embora reações alérgicas mais leves, como as associadas a alimentos, medicamentos ou alérgenos ambientais, geralmente possam ser tratadas com a suspensão do agente causador, em alguns casos, pode ser necessário o uso de um antihistamínico tradicional, como o difenidramina, ou um antihistamínico não sedativo, como loratadina, fexofenadina ou cetirizina. Preparações intranasais de esteroides e colírios com antihistamínicos também podem ser úteis.
No tratamento de infecções graves como sepse e meningite, é importante entender que a sepse é uma resposta inflamatória sistêmica a uma infecção. Sintomas comuns incluem febre, taquicardia, hipotensão ou choque, taquipneia e aumento da contagem de leucócitos. A sepse pode se agravar rapidamente, levando a um choque séptico, onde a hipotensão compromete a perfusão dos órgãos, refletindo em alterações do estado mental, devido à falta de oxigênio e nutrientes no cérebro. A abordagem inicial do tratamento envolve a ressuscitação volêmica e o uso de vasopressores, com a administração precoce de antibióticos de amplo espectro.
Meningite, embora possa ter sintomas semelhantes aos da sepse, apresenta características distintas. Além dos sinais de infecção sistêmica, os pacientes com meningite podem desenvolver rigidez de nuca, cefaleia e fotofobia. A infecção pode ser bacteriana, parcialmente tratada ou asséptica, como a meningite viral, fúngica ou induzida por medicamentos. O tratamento imediato com antibióticos intravenosos é essencial para prevenir complicações graves, como a lesão cerebral.
Quais são os aspectos gerais dos antibióticos glicopeptídeos e lipopeptídeos?
Os glicopeptídeos e lipopeptídeos representam uma classe importante de antibióticos, com destaque para compostos como a vancomicina e teicoplanina, no caso dos glicopeptídeos, e telavancina, dalbavancina e oritavancina, no caso dos lipopeptídeos. Esses medicamentos são primariamente utilizados no tratamento de infecções causadas por bactérias gram-positivas, como Staphylococcus aureus e Enterococcus spp., mas sua relevância clínica se expandiu ao longo do tempo devido à emergência de novas cepas resistentes.
A vancomicina, descoberta nos anos 50, inicialmente foi utilizada para o tratamento de infecções graves causadas por organismos gram-positivos. Contudo, a sua utilização se expandiu significativamente durante as décadas de 1980 e 1990 com o crescimento da resistência ao meticilina por cepas de Staphylococcus aureus (MRSA). No entanto, já na década de 2000, a vancomicina passou a ser foco de preocupação devido à diminuição da sua eficácia contra cepas resistentes de MRSA, além do aumento de toxicidade associada ao uso de doses elevadas, especialmente quando combinada com outros antibióticos, como o piperacilina-tazobactam.
Por sua vez, a teicoplanina, isolada pela primeira vez em 1978 do Actinoplanes teichomyceticus, foi introduzida em 1982. Embora seja bastante utilizada na Europa, Ásia e América Latina, a teicoplanina não está disponível nos Estados Unidos. A teicoplanina compartilha semelhanças estruturais e de espectro de atividade com a vancomicina, mas suas propriedades químicas conferem-lhe maior estabilidade e, em alguns casos, uma potência superior.
Os lipopeptídeos, como a telavancina, dalbavancina e oritavancina, são derivados semissintéticos da vancomicina, com modificações químicas adicionais que visam aumentar a eficácia desses medicamentos. Essas modificações incluem a introdução de cadeias laterais hidrofóbicas e hidrofílicas, que ajudam a melhorar a atividade antimicrobiana, especialmente contra cepas resistentes. Apesar de suas promessas, esses compostos ainda não têm aprovação da FDA para uso pediátrico, embora já tenham sido concluídos estudos de fase 1 e 2 em adultos.
Do ponto de vista estrutural, os glicopeptídeos, incluindo a vancomicina e a teicoplanina, são compostos complexos que consistem em cadeias peptídicas de sete membros, formadas por grandes anéis cíclicos. Essas estruturas conferem a eles a capacidade de se ligar a proteínas da célula bacteriana, inibindo a síntese da parede celular e, assim, combatendo infecções. A vancomicina, com um peso molecular de 1.448 Da, é hidrofóbica, mas menos do que a teicoplanina, e seu grau de ligação a proteínas varia de 10% a 55% nos adultos. Em neonatos, a ligação proteica é ainda mais alta, alcançando 72% a 81%, mas a interação com a bilirrubina não depende da concentração, o que reduz o risco de aumento dos níveis de bilirrubina livre.
Por outro lado, a telavancina, um derivado semissintético da vancomicina, é caracterizada por uma cadeia lateral decilaminoetila hidrofóbica, que melhora sua atividade contra diversas cepas bacterianas resistentes. Essa modificação química oferece vantagens, como uma maior penetração nas células bacterianas, além de uma maior atividade contra organismos que demonstram resistência a antibióticos glicopeptídeos tradicionais.
É essencial entender que os glicopeptídeos e lipopeptídeos não atuam de forma isolada no tratamento de infecções. Seu uso deve ser monitorado cuidadosamente, principalmente devido aos efeitos adversos que podem surgir, como nefrotoxicidade e ototoxicidade. O acompanhamento adequado dos níveis sanguíneos desses antibióticos, especialmente no caso da vancomicina, pode evitar complicações graves. Além disso, a resistência bacteriana a esses agentes é um problema crescente, o que exige um uso criterioso e baseado em evidências clínicas. A abordagem terapêutica deve considerar o contexto do paciente, as características da infecção e as resistências bacterianas prevalentes na comunidade ou no ambiente hospitalar.
Como a Tamanho das Partículas Afeta a Eficácia dos Dispositivos de Inalação
A entrega de medicamentos por via inalatória depende diretamente do tamanho das partículas geradas pelos dispositivos, sendo que todos eles produzem aerossóis heterodispersos caracterizados pelo diâmetro aerodinâmico mediano da massa (MMAD). Em adultos que respiram espontaneamente, partículas maiores que 10 μm se depositam na orofaringe, aquelas entre 5 e 10 μm se depositam na traqueia e nos grandes brônquios, partículas de 1 a 5 μm atingem as vias aéreas inferiores (conhecidas como fração respirável), e partículas menores que 0,5 μm agem como um gás e podem ser exaladas. A maioria dos dispositivos de entrega de medicamentos não gera aerossóis com o mesmo MMAD, resultando em diferenças significativas na porcentagem da dose de medicamento entregue aos pulmões, tanto entre dispositivos (por exemplo, nebulizador a jato versus inaladores de pó seco - DPI) quanto dentro de um mesmo tipo de dispositivo (como os inaladores de dose medida - MDI). A rotulagem das doses também depende do tipo de dispositivo, mas não reflete a dose realmente entregue aos pulmões.
No caso dos nebulizadores, a dose é determinada pela quantidade de medicamento colocado no aparelho, enquanto para os MDIs e SMIs (Inaladores de Névoa Suave), a dose é calculada com base na quantidade de medicamento que chega à boca do paciente após a ativação, nos Estados Unidos, ou pela quantidade que sai do frasco, no resto do mundo. No caso dos DPIs, a dose disponível para inalação é a quantidade de medicamento que pode ser ativada após o dispositivo ser ativado (como perfurar a cápsula ou quebrar a cápsula de medicamento).
O MDI continua sendo o dispositivo de entrega mais prescrito devido à sua portabilidade e conveniência. Desde 1993, o MDI passou por mudanças significativas devido ao Protocolo de Montreal (1989) sobre Substâncias que Destroem a Camada de Ozônio e à Lei do Ar Limpo de 1990, que visavam a eliminação do uso de clorofluorocarbonos (CFCs) como propelente. Em 2013, os MDIs com CFCs foram totalmente descontinuados, sendo substituídos por hidrofluoroalcanos (HFAs). Essa reformulação, juntamente com a reestruturação do mecanismo de válvula e atuador, resultou em produtos com MMADs significativamente reduzidos, melhorando a entrega do medicamento para as vias aéreas inferiores. Por exemplo, o beclometasona dipropionato, quando propelido por HFA, alcança uma entrega pulmonar de 50% a 60%, enquanto os preparativos mais antigos, com CFC, entregavam apenas de 4% a 10%.
No entanto, o MDI continua sendo o sistema mais complexo de ser utilizado pelos pacientes, exigindo boa coordenação entre a ativação e a inalação profunda e lenta. Muitos pacientes têm dificuldade significativa em coordenar esses passos, o que reduz a entrega de medicamento às vias aéreas inferiores. Para superar isso, foram desenvolvidos dispositivos espaçadores, especialmente as câmaras de retenção com válvula (VHCs). Estas câmaras se conectam ao bocal do MDI e permitem que o medicamento seja inalada de forma mais eficaz, enquanto o paciente pode respirar normalmente. Embora esse método tenha se mostrado eficaz em diversos estudos clínicos, atualmente nenhum dispositivo MDI + VHC foi aprovado pela FDA.
Dispositivos de entrega como o MDI, VHCs, e DPIs mostram diferenças significativas na eficácia da entrega do medicamento, dependendo de vários fatores como o tipo de produto e o design do dispositivo. Por exemplo, um VHC pode melhorar a entrega de um MDI e diminuir a entrega de outro. Além disso, o uso de múltiplas ativações no VHC pode reduzir a entrega do medicamento devido à coalescência das partículas. Já os VHCs mais antigos, quando expostos à eletricidade estática, podem atrair as partículas respiráveis menores, diminuindo a disponibilidade do medicamento. Para evitar isso, é recomendado que os dispositivos sejam lavados regularmente ou que se usem câmaras com revestimento antiestático.
Os DPIs foram desenvolvidos como uma resposta ao Protocolo de Montreal, mas a FDA não os considera uma alternativa aos MDIs com CFC. No entanto, os DPIs continuam a ser desenvolvidos, sendo, provavelmente, o dispositivo mais fácil de ensinar aos pacientes e com menos erros associados ao seu uso. Eles exigem uma técnica de inalação rápida e profunda, o que ajuda a desagregar os aglomerados de partículas maiores, embora o fluxo inspiratório não seja o ideal para a entrega nas vias periféricas dos pulmões. Cada tipo de DPI reage de maneira diferente ao fluxo inspiratório, sendo que dispositivos como o Pulmicort® Flexhaler™ apresentam redução de até 50% nas partículas respiráveis a um fluxo de 30 L/min comparado a 60 L/min. Já o Asmanex® Twisthaler™ mantém uma entrega constante do medicamento em uma faixa maior de fluxo, de 30 a 70 L/min.
O SMI (Soft Mist Inhaler), lançado inicialmente na Europa em 2004, é outro dispositivo aprovado para entrega de medicamentos. Semelhante ao MDI, os SMIs exigem coordenação na ativação durante uma inalação profunda e lenta. A dose é carregada ao girar a base do dispositivo, o que resulta na entrega de uma solução medicamentosa para a câmara de dosagem. Os SMIs podem entregar até 75% do MMAD com partículas menores ou iguais a 5,8 μm a uma velocidade de 0,8 m/s, o que proporciona ao paciente mais tempo para coordenar sua respiração com a administração do inalador.
Finalmente, os nebulizadores, embora aprovados como dispositivos médicos, não apresentam critérios tão rigorosos de aprovação como os medicamentos genéricos. O principal problema dos nebulizadores é que eles são menos portáteis, já que exigem uma fonte de ar comprimido para seu funcionamento. Mesmo com o funcionamento otimizado entre 5 e 12 L/min, seu desempenho ainda depende de fatores como o tipo de nebulizador e o fluxo de ar. Os nebulizadores são mais simples para os pacientes, pois requerem apenas respiração normal, sendo comumente utilizados por bebês e crianças pequenas. No entanto, devido à entrega inconsistente e, muitas vezes, inadequada do medicamento, alguns sugerem que o MDI com VHC seja o método preferido de entrega para crianças pequenas, especialmente para o uso de corticosteroides inalatórios (ICS) com partículas extrafinas, como o beclometasona dipropionato.
Os medicamentos inalados, especialmente os que utilizam propelentes, excipientes como o lactose, e as características do tecido pulmonar, envolvem uma série de interações complexas que dificultam o desenvolvimento de produtos genéricos. No entanto, estudos recentes têm levado ao desenvolvimento de orientações específicas para o desenvolvimento de produtos genéricos de inaladores, como o albuterol, com melhor qualidade e eficiência no mercado.
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