A análise de desempenho de aplicações é um aspecto essencial para qualquer desenvolvedor, especialmente quando se trata de identificar gargalos e otimizar processos. Muitas vezes, não basta saber qual código está sendo executado; para realmente entender a lógica, é necessário ter mais informações sobre como e quando esses métodos são chamados. Uma das ferramentas mais poderosas nesse sentido é o profiling, que, embora seja um recurso intensivo, pode fornecer insights valiosos, desde que seja usado de maneira eficiente e com foco no que realmente precisa ser investigado.
O profiling é uma tarefa que demanda muitos recursos e pode consumir uma quantidade enorme de tempo. Em vez de analisar o código de uma aplicação inteira, é mais inteligente limitar o escopo do perfilado, focando apenas nas partes do código que são essenciais para a investigação. Para isso, ao realizar o perfilamento de uma aplicação, é importante definir um filtro para as classes a serem analisadas e sempre restringir o número de pacotes que serão monitorados. Isso não só otimiza os recursos da aplicação, como também acelera o processo de análise, permitindo que você identifique rapidamente pontos críticos sem a sobrecarga de examinar toda a base de código.
O JFR (Java Flight Recorder), integrado ao Hotspot JVM, é uma ferramenta particularmente útil nesse processo. Sua principal vantagem é o baixo impacto no desempenho da aplicação, sendo descrito frequentemente como um processo sem sobrecarga de performance, ou com menos de 1% de impacto. Além disso, o JFR pode ser ativado e desativado a qualquer momento, sem a necessidade de reiniciar a aplicação, o que o torna uma excelente escolha para ambientes de produção. A coleta de dados é feita de forma transparente, sem que seja necessário modificar o código da aplicação ou usar agentes específicos. Esses dados são armazenados em memória ou em arquivos log, permitindo a análise posterior de eventos que ocorreram recentemente.
No entanto, ao usar o perfil de uma aplicação, é fundamental entender que uma grande quantidade de chamadas no perfil pode ser um problema. Não basta observar o número de vezes que um método é chamado; é essencial analisar a latência associada a cada chamada. Às vezes, mesmo que um método tenha uma latência significativa, ele pode ser chamado uma única vez, o que não justifica uma investigação aprofundada. É necessário, portanto, correlacionar o número de chamadas com o tempo de resposta para identificar corretamente onde estão os problemas de desempenho.
Em um cenário de rede, por exemplo, ao realizar o profiling de uma chamada HTTP, podemos observar eventos como o estabelecimento de uma conexão, a resolução de DNS e o processo de autenticação via HTTPS. Essa abordagem ajuda a identificar rapidamente se o problema está no código da aplicação ou se é causado por algum fator externo, como problemas de rede. Usando perfis, é possível monitorar eventos em camadas específicas da rede, como as camadas 3, 4 e 7, o que ajuda a isolar a origem do problema.
Uma análise completa de perfis também envolve o estudo de transações em banco de dados. É possível interceptar consultas antes que elas sejam enviadas para o banco, o que permite monitorar seu desempenho. Preprocessar os logs de execução pode ajudar a identificar consultas lentas, mesmo em cenários em que uma aplicação gera um grande número de queries complexas, com múltiplos parâmetros.
Um ponto importante a ser notado é que os perfis não apenas indicam a duração de um método, mas também fornecem dados cruciais sobre a quantidade de vezes que esse método é chamado. Esse tipo de informação é extremamente útil para detectar métodos que, embora possam ter um desempenho aceitável individualmente, são chamados de forma excessiva, o que resulta em um impacto negativo no desempenho geral da aplicação. Além disso, a análise de stack traces e árvores de chamadas ajuda a entender melhor a relação entre os objetos e as chamadas de métodos, facilitando a identificação de trechos de código ineficientes.
Outro aspecto importante a ser analisado é a relação entre threads e bloqueios. Perfis avançados permitem verificar quais threads estão bloqueando outras, o número de vezes que uma thread foi bloqueada, bem como o tempo total em que uma thread ficou inativa. Esse tipo de análise ajuda a entender se um método está esperando por outro ou se está preso devido a um bloqueio interno, o que pode prejudicar o desempenho. Em alguns casos, é possível que um método esteja "esperando por si mesmo", o que indica um bloqueio mútuo (deadlock) entre threads. Esse tipo de problema, se não identificado a tempo, pode levar a um congelamento completo da aplicação.
Para investigar esses cenários, uma das abordagens mais eficazes é a coleta de thread dumps. Essa ferramenta grava informações sobre o estado das threads, permitindo identificar qual thread está afetando o desempenho e causando o congelamento da aplicação. Além disso, um thread dump pode fornecer informações valiosas, como a prioridade da thread, o tempo de CPU gasto por ela e o tempo total de execução. Essas informações ajudam a entender se uma thread está sendo mal priorizada pelo sistema operacional ou se está sendo afetada por outras threads.
Importante ressaltar que a análise de thread dumps é essencial para casos de deadlock, onde um ciclo de espera infinita entre threads impede a execução normal da aplicação. Nesse contexto, ao capturar e analisar as informações de estado das threads, é possível entender qual thread está aguardando o que e como resolver o impasse.
Quando se trata de investigar problemas de desempenho em aplicações complexas, como aquelas que envolvem múltiplas camadas de infraestrutura, redes e bancos de dados, o uso de profiling é uma técnica essencial. Além de fornecer uma visão detalhada das interações entre os componentes da aplicação, essa abordagem permite uma análise mais precisa e eficaz dos pontos críticos de desempenho, tornando mais fácil a identificação e correção de problemas.
Como a Integração de LLMs e Agentes pode Melhorar a Busca e Análise de Dados em AIOps
A busca por soluções para otimizar a análise de dados e melhorar a detecção de anomalias nos sistemas de AIOps (Inteligência Artificial para Operações) envolve o uso de tecnologias avançadas como agentes, ferramentas e bancos de dados vetoriais. Esses componentes, integrados adequadamente, são fundamentais para a construção de sistemas capazes de identificar rapidamente causas raízes de problemas complexos em ambientes de TI. A seguir, vamos explorar como esses sistemas funcionam e como os LLMs (Modelos de Linguagem de Grande Escala), como os do LangChain, são usados para alcançar respostas mais precisas e rápidas.
Quando se utiliza um modelo de linguagem como o LangChain, a abordagem para obter respostas eficazes não é simplesmente enviar uma pergunta direta ao modelo. Ao contrário, utiliza-se de templates de prompts que orientam o modelo sobre como deve processar a entrada do usuário. A ideia é preparar a entrada para que o LLM produza uma resposta que seja o mais útil e relevante possível. Esses templates ajudam o modelo a criar respostas melhores ao incluir instruções claras, perguntas e exemplos de respostas. Em vez de apenas passar a entrada do usuário diretamente, o desenvolvedor insere essa entrada em frases pré-estabelecidas, testadas para gerar as melhores respostas.
Além disso, para tarefas mais complexas, as soluções são frequentemente encadeadas. Isso é feito por meio de chains (cadeias) de modelos, prompts e métodos arbitrários, que são conectados para proporcionar uma resposta mais detalhada e precisa. Ao trabalhar com chains, conseguimos criar fluxos que conectam múltiplos modelos de LLM ou diferentes prompts, permitindo uma abordagem mais integrada e eficiente para resolver problemas em tempo real.
Outro componente essencial para o funcionamento de sistemas AIOps eficazes são os agentes. Agentes não são simples módulos que executam funções predefinidas; eles têm a capacidade de decidir quais funções executar e em que ordem, com base nas solicitações dos usuários. Eles podem alternar entre inferir razões para comportamentos observados e agir conforme essas inferências. O fluxo de trabalho de um agente segue algumas etapas claras: primeiro, ele recebe a entrada do usuário; em seguida, faz uma inferência sobre o que deve ser feito; determina qual ferramenta usar e como essa ferramenta deve ser utilizada, observa o resultado da ação e repete o processo até que a tarefa esteja concluída. Essa capacidade de atuar de maneira flexível, respondendo a mudanças dinâmicas no ambiente de operação, é crucial em sistemas de AIOps.
Para realizar tarefas complexas, o agente precisa de ferramentas específicas. As ferramentas, como buscadores na web ou módulos de cálculo, são utilizadas para fornecer ao agente o conhecimento necessário ou para realizar computações específicas. Esses recursos são configurados em LangChain por meio do módulo load_tools(), onde podemos definir as ferramentas que o agente usará. A utilização de ferramentas no fluxo do agente é fundamental para expandir as capacidades do modelo de linguagem e para que ele possa interagir de maneira mais profunda com os dados externos e internos ao sistema.
A memória, um dos elementos-chave do LangChain, também desempenha um papel importante. Ela permite que o agente ou o modelo de linguagem se lembre das interações anteriores, melhorando a capacidade de fornecer respostas mais contextualizadas. A memória armazena informações relevantes para futuras inferências, tornando o sistema mais inteligente e capaz de se adaptar a novas situações com base em conversas anteriores. Esse componente é especialmente útil em operações que exigem uma continuidade no raciocínio, como no caso de chatbots ou assistentes virtuais que precisam recordar o histórico de uma interação para oferecer respostas mais coerentes.
No contexto do AIOps, a busca e análise de dados são tarefas fundamentais. A implementação de um banco de dados vetorial é essencial para realizar buscas semânticas eficientes, permitindo a pesquisa por significado, e não apenas por palavras-chave tradicionais. O uso de tecnologias como Promscale para análise de dados de observabilidade, Druid para agregação de dados e bancos de dados vetoriais para buscas semânticas forma uma base sólida para otimizar a busca e análise de dados de monitoramento.
A busca semântica, por sua vez, utiliza embeddings – representações matemáticas de dados em um espaço vetorial de baixa dimensionalidade. Esses embeddings capturam os relacionamentos subjacentes e padrões dentro dos dados, o que permite ao modelo fazer previsões mais precisas, baseadas em padrões complexos que seriam difíceis de identificar manualmente. Esses modelos, à medida que treinam com grandes conjuntos de dados, aprendem a identificar padrões complexos, ajudando na tomada de decisões mais acertadas.
A integração de agentes, ferramentas, e memória com o uso de LLMs e bancos de dados vetoriais transforma o processo de busca e análise de dados em sistemas de AIOps, tornando-o mais ágil e eficiente. No entanto, para que essa integração seja bem-sucedida, é necessário entender a complexidade envolvida e como diferentes componentes interagem entre si. Essa compreensão profunda, aliada ao desenvolvimento e teste contínuo dessas soluções, é essencial para que a solução final seja eficaz e capaz de resolver os problemas operacionais em tempo real.
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