A integração entre o AS/400 e sistemas de PC se mostra cada vez mais essencial em ambientes corporativos, permitindo que dados sejam transferidos de forma eficiente e segura, e possibilitando o acesso a dados corporativos de maneira simplificada, sem comprometer a segurança e a integridade das informações armazenadas. O DB2 para OS/400, o banco de dados robusto da IBM, desempenha um papel fundamental nessa integração, fornecendo uma interface visual que facilita a construção e execução de consultas, além de permitir que os dados sejam analisados usando ferramentas como o Microsoft Word ou o Lotus 1-2-3, tornando o processo mais acessível a um maior número de usuários.
O Client Access, uma ferramenta essencial para a comunicação entre sistemas AS/400 e PCs, possibilita o uso de funções avançadas, como a transferência de arquivos entre os dois sistemas. Essa função pode ser acessada por meio de interfaces de comando ou gráficos, permitindo que dados em diversos formatos sejam transferidos para o AS/400, que armazena esses arquivos como fluxos de bytes. Essa flexibilidade é ampliada por meio do uso do DRDA (Distributed Relational Database Architecture), que permite realizar transferências seguras, incluindo o uso de procedimentos armazenados, regras e gatilhos.
Além disso, uma das grandes vantagens da integração com PCs está no uso do ODBC (Open Database Connectivity), um conjunto de comandos SQL padronizados que facilita a conexão com diferentes bancos de dados. O Client Access oferece suporte completo para o ODBC, permitindo que aplicações baseadas em Windows, como o Microsoft Visual Basic, acessem os dados do AS/400 com facilidade. Para os sistemas Apple, a integração é feita por meio da Database Access Language (DAL), que, embora atualmente não seja parte do Client Access, futuramente será compatível à medida que o suporte ao cliente Apple seja ampliado.
A capacidade de utilizar a linguagem SQL no AS/400 é outra característica chave. Com SQL, os usuários podem realizar consultas consistentes e manipulativas em dados distribuídos em sistemas heterogêneos. A funcionalidade de SQL remoto é de extrema importância, pois permite que aplicativos em PCs emitem comandos SQL para serem executados no AS/400. Entre as operações oferecidas pelo Client Access, estão o SELECT, INSERT, DELETE, COMMIT e ROLLBACK, além de funções que melhoram a performance, como o fetch de blocos de dados e transformações a nível de campo.
A flexibilidade do SQL se estende com a inclusão de SQL dinâmico e estático. O SQL dinâmico possibilita a construção de consultas de forma flexível, enquanto o SQL estático oferece consultas predefinidas, otimizando a experiência do usuário final. Também são fornecidas funções adicionais para agrupar declarações ODBC, melhorando o desempenho no acesso ao banco de dados. O Client Access ainda proporciona suporte para a chamada de procedimentos armazenados e a manipulação de bibliotecas de servidor, recursos essenciais para aplicações que exigem alta performance e escalabilidade.
No que diz respeito à comunicação entre programas, o AS/400 oferece o conceito de "filas de dados", que são amplamente utilizadas para passar informações entre programas, como ilustrado no exemplo do GroupShare para AS/400. O uso de filas de dados facilita a troca de informações entre sistemas host e aplicações em PCs, mesmo que essas aplicações estejam escritas em linguagens diferentes, como RPG no servidor e C++ no cliente. Esse tipo de integração é especialmente útil em ambientes corporativos onde diferentes departamentos utilizam tecnologias variadas.
O acesso remoto e a execução de comandos também são viabilizados por meio de interfaces como a chamada de programas distribuídos (Distributed Program Call). Isso permite que uma aplicação no AS/400 seja iniciada a partir de um PC, ou vice-versa, oferecendo flexibilidade no controle das aplicações em ambos os lados. A arquitetura MPTN (Multi-Protocol Transport Networking) garante que essas interações sejam independentes do tipo de rede utilizada, seja ela SNA (Systems Network Architecture), TCP/IP ou outras tecnologias de rede.
Em relação às interfaces de mensageria, a comunicação entre as partes é essencial. O Client Access oferece suporte a vários sistemas de mensageria, como VIM (Visual Interactive Messaging), que é amplamente utilizado por sistemas de e-mail em PCs, e MAPI (Messaging Application Programming Interface), o sistema de mensageria utilizado no Windows. Também há suporte para o Ultimedia Mail da IBM, uma solução de correio eletrônico multimídia, permitindo a troca de mensagens de forma mais rica e interativa.
É importante compreender que, ao integrar o AS/400 com sistemas PC, a complexidade das operações de TI aumenta, exigindo que os profissionais da área possuam um entendimento profundo não apenas da funcionalidade de cada interface, mas também das possíveis implicações de segurança e desempenho. A transferência de dados entre plataformas distintas requer que se considere o formato e a integridade dos dados, bem como o uso de protocolos que garantam uma comunicação segura e eficiente. A utilização do SQL e do ODBC, por exemplo, pode parecer simples à primeira vista, mas envolve uma série de nuances que exigem cuidado para que a integração ocorra sem falhas. Além disso, a implementação de soluções como DRDA e o suporte para operações distribuídas implicam em um gerenciamento contínuo e em uma monitoração constante das atividades do sistema.
Como a Arquitetura de Processadores AS/400 Evolui para Atender às Exigências de Desempenho
A evolução da linha de processadores AS/400 ilustra como a tecnologia de processadores tem se adaptado para atender a crescentes demandas de desempenho em ambientes comerciais. Ao longo dos anos, a IBM tem desenvolvido novas arquiteturas de processadores para garantir que seus sistemas, tanto de entrada quanto de alto desempenho, possam atender às necessidades de seus clientes, mantendo a escalabilidade e a eficiência necessárias para um mercado competitivo.
Nos modelos de baixo e médio porte da linha AS/400, o processador Cobra tem desempenhado um papel fundamental. Sua arquitetura, baseada na tecnologia BiCMOS, permitiu que o desempenho do processador fosse ajustado, mantendo a flexibilidade para diferentes implementações ao longo do tempo. Embora os modelos de entrada e médio porte possam seguir evoluindo até 1997 com versões do processador Cobra, o modelo de alto desempenho enfrentava desafios mais complexos, como a necessidade de melhorar o desempenho global do sistema em até cinco vezes em um período de três anos. Para alcançar esse objetivo, foi necessário um aumento significativo no desempenho do processador e, além disso, nas interações entre os componentes do sistema, como memória e I/O.
No entanto, não seria possível alcançar esse aumento apenas aumentando a velocidade do processador. O ciclo de tempo de 6,5 nanosegundos do processador Muskie, que atingia 154 MHz, já estava próximo de seus limites físicos. A solução para alcançar os objetivos de desempenho foi, então, avançar para designs multiprocessados, além das configurações de quatro processadores, com a possibilidade de alcançar designs com 6, 8 e até 12 ou 16 processadores. No entanto, como a tecnologia BiCMOS, que era rápida, mas gerava muito calor, limitava a escalabilidade, a IBM decidiu buscar uma nova arquitetura de processador para o segmento de alto desempenho, que fosse capaz de lidar com configurações maiores e mais poderosas.
Em 1997, o desenvolvimento do processador Endicott foi confiado à equipe de design de Endicott, uma equipe famosa por nomear seus projetos com nomes de serpentes, uma brincadeira interna que remete a carros esportivos americanos de alto desempenho, como o Cobra original. O processador Endicott foi projetado para ser baseado em um único chip CMOS, com suporte para múltiplos processadores, permitindo configurações de 2, 4, 6, 8 ou até 16 vias. Isso significava que a IBM estava criando um processador capaz de escalar de acordo com as necessidades do cliente e do sistema, proporcionando um aumento substancial de desempenho.
Além de melhorar a arquitetura do processador, o Endicott também trouxe melhorias no barramento de memória, que conecta o processador à memória principal. Esse novo barramento seria compatível com outros processadores PowerPC e permitiria a conexão de complexos de processadores adicionais e diferentes barramentos de I/O. A introdução do protocolo SCIL (Scalable Coherent Interface Link), baseado no padrão IEEE SCI, possibilitou uma conexão duplex assíncrona ponto a ponto, melhorando a integridade dos dados e garantindo maior desempenho para clientes comerciais.
O novo processador Endicott também suportava a arquitetura de barramento de I/O, incluindo a interface PCI, o que tornava possível a conexão de dispositivos de alto desempenho, como periféricos e componentes de outros sistemas. A inclusão do barramento SPD e do barramento PCI foi um grande avanço, permitindo a integração de dispositivos de várias plataformas e garantindo a compatibilidade com a evolução dos periféricos e suas necessidades de I/O.
Enquanto isso, a IBM também estava desenvolvendo um novo processador PowerPC para substituir os modelos existentes a partir de 1998. Esse novo processador seria baseado em um design de chip único e, assim como o Endicott, seria capaz de operar com modos de tags-ativas e tags-inativas, permitindo uma interoperabilidade mais ampla. Esse processador também seria capaz de operar fora do ambiente AS/400, marcando a primeira vez que um processador AS/400 não seria exclusivo da linha. A estratégia da IBM, com a introdução de um processador mais flexível e com capacidade para atender a diferentes requisitos, visava consolidar sua posição no mercado e atender a um leque mais amplo de clientes.
Essas mudanças na arquitetura de processadores não se limitam à evolução dos chips. Elas representam a necessidade de integrar novos padrões e tecnologias de comunicação entre os componentes do sistema, como o SCIL e o PCI, para criar uma infraestrutura robusta e escalável. A implementação de tecnologias como o VLIW (Very Long Instruction Word), que começava a ser explorada por outros gigantes da indústria como a HP, também indicava uma direção futura para os processadores, com a busca por maior paralelismo e otimização de execução de instruções.
O mercado de processadores estava em constante transformação, e a IBM, com sua visão de longo prazo, estava moldando o futuro da linha AS/400 ao introduzir novas arquiteturas e tecnologias que permitiam que seus sistemas permanecessem na vanguarda do desempenho, escalabilidade e confiabilidade.
Como o gerenciamento de memória e os modos de acesso impactam a eficiência e segurança no AS/400?
No sistema AS/400, o gerenciamento de memória utiliza bits específicos, como os bits R (referenciado) e C (modificado), para determinar o comportamento das páginas de memória durante operações críticas, como falhas de página, substituições e tarefas de limpeza. Sempre que uma página é acessada, o bit R é marcado, e quando a página sofre modificação, o bit C é ativado. Esses bits permitem que o sistema identifique quais páginas são candidatas à substituição de maneira eficiente, evitando o uso excessivo de páginas recentemente referenciadas ou alteradas.
A estratégia adotada prioriza a substituição das páginas que não foram acessadas nem modificadas recentemente (R=0, C=0), considerando-as as melhores candidatas para liberação. Quando páginas modificadas mas não acessadas (R=0, C=1) são detectadas, elas são colocadas em uma lista especial para serem gravadas em disco e liberadas posteriormente, prevenindo o consumo excessivo de memória com dados desatualizados ou inativos.
Para otimizar o desempenho, o AS/400 emprega um buffer de tradução rápida, conhecido como Translation Lookaside Buffer (TLB), que armazena entradas recentes da tabela de páginas, reduzindo drasticamente o tempo necessário para tradução de endereços virtuais para físicos. O TLB é projetado para conter entradas suficientes para cobrir mais de 95% das traduções, diminuindo a necessidade de buscas mais lentas na tabela de páginas principal.
Além disso, o sistema implementa quatro bits de controle de modo de acesso para cada página: Write Through (W), Caching Inhibited (I), Memory Coherence (M) e Guarded Storage (G). Cada um desses bits regula o comportamento do processador em relação ao cache e à consistência da memória. Por exemplo, o bit W garante que qualquer atualização ao cache seja refletida imediatamente na memória principal, essencial em ambientes multiprocessados onde a consistência é crítica. O bit I desativa o cache para acessos específicos, útil em operações sequenciais de grandes blocos de dados que não devem poluir o cache. O bit M assegura a coerência dos dados, ordenando as gravações para evitar conflitos em sistemas multiprocessados. Já o bit G restringe a execução fora de ordem para garantir a integridade de operações sensíveis, como acessos a dispositivos de entrada/saída, onde execuções especulativas poderiam causar efeitos inesperados.
Por fim, a proteção da memória no AS/400 é realizada em nível de página, permitindo controlar rigorosamente os direitos de leitura e escrita. Diferente dos bits de tag que detectam modificações pós-fato em blocos menores, a proteção de página bloqueia efetivamente acessos não autorizados, combinando bits de proteção presentes na Entrada de Tabela de Página (PTE) com bits de status do processador (MSR). Essa combinação define se um processo está autorizado a acessar a página conforme seu estado (supervisor ou problema) e a chave de armazenamento associada, estabelecendo uma política de segurança robusta.
É importante compreender que a eficácia deste sistema depende da sinergia entre os mecanismos de substituição de página, otimização de tradução de endereços e os controles finos de acesso e proteção. A gestão inteligente desses aspectos não apenas maximiza o desempenho do sistema, minimizando latências e conflitos, mas também assegura a integridade e segurança das operações, fundamentais em ambientes corporativos críticos que utilizam o AS/400. Entender as implicações de cada bit e suas interações oferece uma visão clara da complexidade e sofisticação inerentes ao design do sistema de memória, permitindo o desenvolvimento de aplicações mais eficientes e seguras.
Como a Gestão de Disco e os Segmentos de Armazenamento se Integram no Modelo de Armazenamento de Nível Único?
A gestão de disco no sistema AS/400 é um processo intrincado e fundamental para garantir a integridade e o desempenho do sistema de armazenamento. A manipulação das informações relacionadas ao armazenamento auxiliar (ASPs) tem grande impacto na performance do sistema, principalmente no que diz respeito à alocação de espaço e recuperação de dados.
Os principais objetivos da gestão de disco incluem o gerenciamento de pools de armazenamento auxiliar, a criação e destruição de segmentos no disco, a administração do espaço livre e a manutenção dos diretórios que associam os endereços virtuais aos locais físicos no disco. Para entender completamente como isso funciona, é preciso observar como os sistemas lidam com os dispositivos de armazenamento e as camadas que os tornam transparentes para os aplicativos e sistemas operacionais.
A ideia original do Sistema/38 era garantir que qualquer conhecimento sobre os discos fosse mantido abaixo do nível da Máquina de Interpretação (MI), de modo que o código do sistema e as aplicações não precisassem saber sobre a presença de dispositivos de disco. Essa abordagem visava uma independência tecnológica, em que o software não ficasse dependente de dispositivos de E/S, com exceção de periféricos como terminais e impressoras. A crença predominante na época era de que a tecnologia de discos tinha um futuro limitado, dado o avanço de tecnologias semicondutoras que prometiam substituir os discos magnéticos.
No entanto, como essas novas tecnologias de armazenamento nunca atingiram o nível de evolução esperado, a necessidade de entender e gerenciar os discos no nível do sistema operativo tornou-se clara. Foi aí que surgiram os Pools de Armazenamento Auxiliar (ASPs), uma inovação crucial. Um ASP é essencialmente uma coleção de dispositivos de disco, que se apresentam ao sistema como uma área contínua de memória, sem revelar os detalhes sobre os dispositivos individuais que a compõem. Isso facilita a abstração de hardware para o software, permitindo uma gestão mais eficiente e flexível do armazenamento.
No contexto dos ASPs, a falha de um disco pode ser isolada dentro de um único ASP, reduzindo significativamente o tempo de recuperação, pois apenas uma parte do sistema precisa ser recarregada. Dessa forma, o gerenciamento do disco no AS/400 permite não só uma melhor utilização dos recursos, mas também opções de recuperação mais rápidas e eficientes. Cada ASP pode conter até 16 pools diferentes, sendo que o primeiro é o ASP do sistema, destinado àqueles objetos de sistema essenciais para a operação do AS/400.
Quando um novo segmento é criado, é necessário alocar espaço no disco, o que é feito por meio da distribuição de um ou mais "extents", que são conjuntos de setores contíguos no dispositivo de disco. Cada extent é composto por um número fixo de setores, onde o tamanho mínimo de alocação é de 4 KB (com 8 setores de 520 bytes cada). A gestão de extents simplifica a administração do espaço livre, pois limita a fragmentação do disco. O sistema mantém um índice de todos os extents livres, e combina extents menores em maiores conforme necessário, o que facilita o processo de alocação e liberação de espaço.
Quando um segmento precisa ser expandido, o gerenciamento de armazenamento busca extents disponíveis que possam acomodar a expansão do segmento, até o limite de 16 MB para cada segmento. Isso implica que, embora os segmentos possam ser fisicamente discontíguos, eles são tratados de forma lógica como um único objeto de armazenamento, sem que o sistema precise saber a localização física de cada parte do segmento.
Outro aspecto relevante da gestão de disco é a segmentação dos objetos em "grupos de acesso", que visa otimizar o desempenho da leitura e escrita de objetos temporários associados a um trabalho de usuário no sistema. Um grupo de acesso é composto por dois segmentos: um segmento base, que contém uma tabela de conteúdo (TOC), e um segmento de dados. A utilização de grupos de acesso elimina a sobrecarga de I/O, ao permitir que múltiplos objetos temporários sejam agrupados em um único segmento de dados, reduzindo a quantidade de operações de leitura e escrita necessárias.
No contexto da arquitetura do AS/400, a separação entre a gestão física e lógica dos discos representa uma das grandes inovações do sistema, já que permite uma administração mais eficaz dos recursos, além de proporcionar uma maior flexibilidade e segurança na gestão de dados. A implementação de ASPs e a gestão eficiente de extents e segmentos contribuem para um desempenho mais robusto e para a facilidade de recuperação após falhas.
Ademais, é importante destacar que a abordagem de separar a gestão de dispositivos de disco do sistema de operação se reflete em um design que antecipa mudanças tecnológicas no campo do armazenamento. Embora os discos magnéticos não tenham sido substituídos, o modelo de "armazenamento como memória" ajudou a garantir que o AS/400 fosse mais resiliente às mudanças no hardware, ao mesmo tempo em que oferecia uma solução de gestão de dados altamente eficaz.
Em termos de recuperação de desastres, a estrutura do ASP garante que os dados sejam mantidos em uma configuração que facilita a recuperação rápida, minimizando o impacto de falhas no sistema. Além disso, o uso de segmentos temporários e grupos de acesso assegura que operações de alta demanda, como a manipulação de dados temporários, sejam realizadas com maior eficiência, sem sobrecarregar o sistema com operações excessivas de I/O.

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