A determinação da Zona de Influência (IZ) de montagens em sistemas de ventilação, compostos por uma sequência de elementos como unidades, nós e acessórios, exige um entendimento detalhado de como as forças aerodinâmicas interagem ao longo do sistema. O comprimento da zona de influência é um parâmetro crucial para determinar o impacto de cada componente sobre o comportamento geral do fluxo no duto. Nos casos em que a distância entre os acessórios de duto excede o comprimento da zona de influência, o cálculo da Perda de Carga Local (LDC) pode ser realizado pela soma das LDCs de cada componente individualmente. No entanto, conhecer o comprimento da IZ se torna essencial, especialmente ao selecionar os locais das seções de medição.

O padrão GOST 12.3.018-79 OSSS, que regula as normas de segurança ocupacional, fornece informações úteis sobre a localização das seções de medição. Embora o regulamento não forneça uma especificação exata, ele sugere que as seções de medição devem ser posicionadas "pelo menos duas vezes a distância do medidor antes do ponto de perturbação do fluxo e pelo menos seis vezes a distância do medidor após o ponto de perturbação". Esta recomendação tem o objetivo de assegurar que as medições capturam o comportamento do fluxo antes e depois das alterações no sistema de ventilação causadas pelos acessórios.

Em sistemas compostos por vários elementos, o comportamento da Zona de Influência se torna ainda mais complexo. Como observa Idel’chik (1992), a influência mútua entre componentes pode ser notada quando a distância entre eles se torna menor que a zona de influência de qualquer elemento. Por exemplo, em situações onde os acessórios estão próximos uns dos outros, pode-se observar que a distância entre os elementos deve ser superior a 10–20 vezes o diâmetro do duto para que o cálculo da LDC seja preciso. Isso reflete a necessidade de considerar as interações aerodinâmicas entre os acessórios, que podem modificar significativamente as características do fluxo.

Um estudo numérico de arrasto em acessórios de dutos é uma maneira eficaz de determinar o comprimento da IZ com precisão. A distribuição de pressão ao longo do duto fornece informações valiosas sobre como a pressão total varia conforme o fluxo passa por um acessório, o que pode ser usado para identificar o limite da Zona de Influência. Posohin et al. (2012, 2014) identificaram duas abordagens principais para determinar a IZ: pela assimetria dos campos de velocidade e pela distribuição do campo de pressão total. A primeira abordagem se aplica especialmente em casos onde o acessório introduce uma deformação assimétrica no fluxo, como ocorre em curvas, estreitamentos assimétricos, e nos processos de fusão e divisão lateral de fluxos (como tees ou aberturas laterais de admissão ou exaustão).

Por outro lado, a distribuição de pressão oferece uma solução mais simples e eficiente, pois elimina as dificuldades associadas à medição da assimetria do campo de velocidade. Como foi discutido na Seção 2.2.3, as áreas de comportamento linear e não linear da perda de pressão específica podem ser identificadas ao se analisar a distribuição de pressão ao longo do duto. Em contraste com a computação de LDC, para determinar o comprimento da IZ com maior precisão, podem ser necessárias seções adicionais, localizadas nas fronteiras dessas áreas de comportamento linear e não linear.

Um estudo preliminar do fluxo em uma curva de 90° (Figura 2.7) oferece um exemplo claro de como a assimetria da distribuição de velocidade pode ser usada para determinar a IZ. A análise da distribuição da velocidade e da perda de pressão específica em seções transversais do duto permite calcular o comprimento da zona de influência para esse tipo de configuração. As descobertas indicam que a zona de influência a jusante do acessório é consideravelmente maior do que a zona a montante.

Quando se trata de tees, a geometria do problema muda. Em uma análise com tee (Figura 2.8), a pressão excessiva nas fronteiras é zero, e as seções transversais KM, NQ e QK marcam as fronteiras da zona de influência do acessório. A pressão e a perda de carga podem ser medidas em diferentes pontos do duto para mapear a zona de influência, como mostrado na Figura 2.9, onde são detalhados os comportamentos não lineares e lineares da perda de pressão ao longo do duto. O estudo mostra que a zona de influência a montante do tee está localizada entre 1,91 m < x < 2,0 m, enquanto a zona a jusante está em 2,0 m < x < 4,6 m.

Ao realizar estudos experimentais, como os apresentados por Logachev (2018) para fluxos em direção a capôs de exaustão, é possível validar os modelos numéricos e compreender com mais precisão o comportamento do fluxo em sistemas complexos. Esses estudos fornecem uma base sólida para aprimorar as simulações numéricas e a compreensão das zonas de influência em sistemas de ventilação.

A partir das análises numéricas e experimentais, é possível determinar a extensão das zonas de influência com mais precisão, fornecendo dados cruciais para o dimensionamento e o controle de sistemas de ventilação, evitando perdas excessivas de carga e garantindo a eficiência do fluxo de ar. Além disso, o domínio das técnicas para determinar a IZ é essencial para o design adequado de dutos e acessórios, minimizando impactos negativos nas propriedades do fluxo e melhorando o desempenho geral do sistema.

Como a Simulação Numérica e a Pesquisa Experimental Contribuem para a Compreensão do Fluxo de Ar em Capôs de Exaustão

A dinâmica dos fluxos de ar em capôs de exaustão é um tema de relevância considerável em várias áreas da engenharia, especialmente quando se considera a eficiência e o comportamento do ar ao redor de superfícies como as de capôs redondos. A análise precisa dessas interações, envolvendo tanto simulações numéricas quanto experimentações práticas, permite otimizar projetos e melhorar a eficiência do sistema de ventilação, minimizando perdas de pressão e aumentando a performance do fluxo.

Em primeiro lugar, no contexto das simulações numéricas, observa-se uma complexidade particular ao tratar com o comportamento do ar dentro do duto de exaustão. A pressão inicial é considerada como zero, enquanto a pressão no final do duto é afetada pela perda de pressão devido ao atrito, que é expressa pela equação ΔP = R·l. Esta equação descreve as perdas de pressão causadas pela fricção ao longo do comprimento do duto. A pressão dinâmica, por sua vez, é definida como P = ρ·u² / 2, onde ρ representa a densidade do ar e u a velocidade do fluxo. Tais parâmetros são fundamentais para determinar as condições ideais de operação e identificar os pontos críticos de perda de eficiência.

A perda de pressão devido ao atrito no duto é uma variável crucial a ser considerada nas simulações de fluxo, que, ao serem refinadas, proporcionam uma melhor aproximação dos comportamentos físicos observados. O uso de modelos de turbulência, como o RSM (Reynolds Stress Model) combinado com a técnica EWT (Enhanced Wall Treatment), tem mostrado resultados satisfatórios na simulação de fluxos ao redor de capôs, especialmente quando a grade computacional é refinada até atingir valores de y+ menores que 10. Isso leva a uma melhor correlação entre os dados numéricos e os experimentais.

Estudos experimentais realizados com a instalação de um capô redondo também têm fornecido insights valiosos sobre os fluxos de ar. A configuração experimental inclui um sistema de medição preciso com um tubo telescópico montado em um anemômetro, que permite medir os componentes da velocidade do ar em diversas posições ao longo do capô. Usando um sistema de coordenadas cilíndricas, as medições de velocidade axial e radial foram realizadas em 1226 pontos, abrangendo diferentes comprimentos e ângulos de inclinação do capô. As medições experimentais revelaram uma alta confiabilidade quando comparadas com os resultados obtidos através de simulações numéricas. A comparação dos perfis de velocidade axial e radial gerados pelas simulações do software Fluent com os resultados experimentais mostrou uma boa correspondência, especialmente nas zonas de separação de fluxo, onde as simulações numéricas muitas vezes mostraram um comportamento físico mais conservador do que os dados experimentais, sugerindo uma subestimação da extensão da zona de separação de fluxo.

A partir das simulações numéricas e dos experimentos realizados, é possível compreender melhor o comportamento da zona de separação de fluxo (VZ), especialmente em relação ao comportamento do ar na região de borda do capô. A simulação numérica, por meio do método de vórtice discreto (DVM), foi capaz de prever com precisão a localização da zona de separação do fluxo, sendo um modelo de comparação valioso em termos de adequação física dos resultados. No entanto, vale ressaltar que, em algumas simulações, o método de dinâmica de fluidos computacional (CFD) mostrou uma subestimação na área da separação de fluxo, o que indica que esses modelos podem não ser totalmente "físicos" quando comparados com os resultados experimentais.

As distribuições de velocidade axial e radial, dependendo de diferentes configurações do capô (como variações nos ângulos de inclinação e comprimentos do capô), revelam como a geometria influencia diretamente o comportamento do fluxo. A análise estatística dos resultados mostra que, em mais de 90% dos casos, os dados experimentais e numéricos se correlacionam fortemente, com o teste de Pearson indicando uma boa relação entre eles. A precisão das simulações foi validada com a utilização do critério de Fisher, que mostrou que, em mais de 80% dos casos, a dispersão dos dados é satisfatória.

Além das simulações e medições experimentais, é importante observar que a precisão das simulações pode ser afetada pela resolução da malha computacional. Quando o refinamento da malha é suficiente, as soluções param de responder a mudanças nas dimensões das células, o que indica que os resultados se estabilizam e refletem com maior precisão o comportamento físico do fluxo. Esse comportamento é especialmente importante ao lidar com geometrias complexas, como as de capôs de exaustão, onde o fluxo pode se separar da superfície e formar zonas de vórtices. A escolha do modelo de turbulência, como o RSM, e a aplicação de técnicas de simulação avançadas como o EWT podem melhorar a previsão dessas zonas de separação e otimizar o design de sistemas de ventilação.

Portanto, além das conclusões já tiradas das simulações e experimentos realizados, é essencial que o leitor compreenda que, para cada novo design de capô de exaustão, um estudo detalhado sobre a dependência da malha computacional deve ser feito para garantir a precisão da simulação. Este processo envolve um balanceamento entre a resolução da malha e o custo computacional, além da escolha cuidadosa do modelo de turbulência, para que os resultados da simulação possam ser considerados confiáveis e refletir com precisão as condições físicas reais.