A vida é repleta de desafios, e um dos maiores é aprender a não tomar tudo pessoalmente. Vivemos em um mundo onde as interações com os outros são inevitáveis, e por mais que tentemos manter a paz e o respeito, não podemos controlar as palavras e ações das outras pessoas. Contudo, a chave para uma vida mais tranquila e equilibrada está em aprender a não internalizar o que os outros fazem ou dizem, especialmente quando se trata de críticas ou insultos.

Quando alguém nos chama de idiota ou faz qualquer outro comentário negativo, é fundamental entender que, na maioria das vezes, o problema está mais com a pessoa que nos ofende do que com nós mesmos. A projeção de suas frustrações, inseguranças e conflitos internos é frequentemente o que se reflete em suas palavras e atitudes em relação aos outros. Quando não conseguimos separar as emoções alheias das nossas próprias, acabamos nos tornando vulneráveis a essas projeções, o que pode resultar em grande sofrimento e autocrítica.

É claro que, se todos ao nosso redor começarem a nos chamar de idiotas, talvez seja hora de refletir sobre o que estamos transmitindo e por que isso está acontecendo. Mas, fora esse caso extremo, devemos entender que, ao tomarmos tudo para o lado pessoal, abrimos as portas para uma mentalidade defensiva e constantemente ferida. Quando alguém faz uma crítica, por exemplo, ela nos afeta somente se, em algum nível, já nutrimos uma insegurança ou dúvida em relação àquilo que é mencionado. Se você sabe que não é um idiota, o comentário de alguém que lhe chama assim não tem poder sobre você, assim como não tem efeito algum se alguém disser que você tem cabelo azul, quando isso não é verdade.

É importante, então, refletir sobre como reagimos às críticas. Se nos sentimos ofendidos, a pergunta fundamental deve ser: "Por que isso me afetou? Será que, de algum modo, eu acredito nisso também?" A verdade é que, no fundo, somos apenas impactados pelo que os outros dizem se, em algum lugar dentro de nós, existe uma crença que se alinha com aquilo. Se você não se considera uma pessoa incompetente, por que se ofenderia com alguém que lhe chama de incompetente?

Além disso, a forma como reagimos às atitudes dos outros diz muito sobre nós mesmos. Dr. Wayne Dyer disse uma vez: "Como as pessoas te tratam é o karma delas, como você reage é o seu." Esta simples frase nos lembra que a única coisa que podemos controlar é a nossa resposta, e é isso que define nossa paz interior.

Outro ponto importante em nossa jornada pessoal é aprender a escolher cuidadosamente as pessoas com quem nos relacionamos. Por mais que desejemos cultivar boas relações e ser pessoas empáticas, não podemos agradar a todos. Às vezes, simplesmente não existe conexão entre duas pessoas, não importa o quão boas sejam as intenções. Wayne Dyer também afirmou que 50% das pessoas que encontramos ao longo da vida não vão gostar de nós, independente do que façamos ou de quão boas pessoas sejamos. Aceitar isso é libertador e nos permite seguir em frente sem tentar agradar a todos.

Investir tempo e energia em relações tóxicas, seja com familiares, amigos ou parceiros, pode ser extremamente prejudicial à nossa saúde emocional. Relações assim nos drenam, nos fazem sentir menos, nos diminuem. Ao permanecer nelas, corremos o risco de internalizar as críticas e de nos tornarmos pessoas mais negativas, cínicas e infelizes. A verdadeira liberdade está em cercar-se de pessoas que nos inspiram, que acreditam em nós e que nos ajudam a crescer. Como Jim Rohn disse: "Você é a média das cinco pessoas com quem mais convive." A ciência comprovou que as atitudes e emoções são altamente contagiosas. Portanto, se queremos ser pessoas melhores, precisamos nos cercar de pessoas que nos impulsionem para cima.

Por último, devemos abandonar o perfeccionismo. A busca incessante pela perfeição nas relações é um caminho seguro para o desapontamento. Quando esperamos que os outros atinjam padrões irreais, criamos um terreno fértil para a frustração e a falta de aceitação. O perfeccionismo não só prejudica nossas relações, mas também mina nossa autoestima, já que nunca nos sentimos "suficientes". Em vez de buscar a perfeição, devemos nos empenhar pela excelência, reconhecendo que, por mais que tentemos, a perfeição em si nunca será alcançada. Aceitar as falhas e imperfeições nos torna mais resilientes, menos ansiosos e muito mais felizes em nossos relacionamentos.

Com relação aos problemas que surgem em nossa vida, a melhor estratégia é resolvê-los imediatamente. Evitar ou procrastinar as soluções só faz com que o problema se agrave. As dificuldades não desaparecem por si mesmas; elas se transformam e voltam mais intensas. Encarar nossos problemas de frente, mesmo que seja desconfortável, é o único caminho para a verdadeira paz. E, ao enfrentá-los, descobrimos que a dor de enfrentá-los é muito menor do que a ansiedade e o sofrimento que carregamos quando tentamos ignorá-los.

Em resumo, a chave para uma vida mais feliz e saudável está em aprender a não tomar as coisas pessoalmente, a escolher bem as pessoas com quem convivemos, a abandonar as expectativas perfeccionistas e a resolver nossos problemas sem procrastinação. Esses são os pilares para a construção de uma vida equilibrada e satisfatória.

Como Ganhar a Boa Vontade do Outro sem Necessidade de Conflitos

Você nunca ganhará a boa vontade de um oponente, e qual é a sua escolha? A vitória ou a boa vontade de uma pessoa? Já percebeu que quanto mais você discute com alguém, mais teimoso a pessoa se torna? As pessoas precisam se sentir importantes, e enquanto você estiver discutindo com elas, muitos sentem que têm essa importância. Ao invés de perder tempo em discussões, ofereça a sensação de relevância a elas e conquiste sua boa vontade. Os conflitos se resolvem ao se colocar no lugar do outro, tentando sinceramente ver as coisas do ponto de vista dele. Evite discussões. Você não pode se dar ao luxo de perder tempo com isso, nem de arcar com as consequências. Portanto, quando discordar de alguém, lembre-se dos seguintes pontos para que a situação não evolua para uma briga: controle seu temperamento e ouça. Deixe a outra parte falar, sem interromper. Há algum ponto onde você concorda? Seja honesto. Peça desculpas pelos seus erros. Isso surpreenderá o seu oponente – lembre-se, poucas pessoas são capazes de admitir falhas. Prometa estudar as ideias dele, refletir sobre elas e agradeça pelo tempo e feedback. Seja sincero.

Pergunte a si mesmo: “Eles podem estar certos? Que benefício minha reação terá? Qual o preço que terei que pagar se eu estiver certo? É melhor ficar em silêncio? Onde está a oportunidade aqui?” Evite discussões. Você não pode ganhá-las.

O elogio e o reconhecimento são necessidades básicas do ser humano. Todos nós necessitamos nos sentir importantes; buscamos apreciação. Lembre-se de como se sente quando alguém lhe faz um elogio ou lhe dá uma palavra de carinho. Como isso ilumina seu momento, sua tarde, até mesmo seu dia ou semana. Mark Twain disse que poderia viver duas semanas com um bom elogio, e assim posso eu. E você? Estudos provam que equipes com líderes que reconhecem e louvam o trabalho dos outros são até 31% mais produtivas. Empresas que criam um ambiente de trabalho baseado em reconhecimento e elogios multiplicam seus resultados. Não precisamos de estudos para provar isso. Basta lembrar como você se sente. E agora vou lhe contar um segredo: os outros sentirão exatamente como você. Nunca deixe palavras gentis passarem despercebidas, dizendo-as no momento certo. Diga às pessoas as coisas boas que você adoraria ouvir. Não economize em elogios e reconhecimento, pois isso opera milagres – e é completamente gratuito. Não custa nada dizer palavras amáveis aos outros.

Então, a partir de agora, percorra a vida procurando alguém ou algo para elogiar e faça isso. Mas tenha em mente que o elogio deve ser sincero. Caso contrário, não o faça. Elogie o comportamento, e não a pessoa. Isso incentivará os outros a agirem de forma semelhante. Exemplos: “Seu trabalho é excelente” ao invés de “Você é uma pessoa incrível”; “Sua arte é simplesmente linda” ao invés de “Você é um ótimo artista”. Elogiar e reconhecer os outros tem um efeito colateral notável: torna todos os envolvidos felizes. O receptor e o doador de elogios se beneficiam disso. Ver a felicidade e gratidão que você traz aos outros ao adotar esse hábito fará você se sentir incrivelmente bem. Torne o hábito de dizer coisas gentis a pelo menos três pessoas diferentes ao longo do seu dia.

Cada pessoa que você encontra tem uma história tão interessante e complexa quanto a sua. Assim como você é extraordinário, todos os outros também são. Dê a todos uma chance justa de interagir com você. Não cometa o erro de julgar ou descartar alguém imediatamente. Você pode aprender algo valioso de cada pessoa que cruza o seu caminho. Em muitos momentos da minha vida, pessoas que inicialmente considerei "estranhas" ou "não muito inteligentes" se tornaram minhas melhores amigas. Encontre as pessoas com gentileza e respeito, e grandes coisas podem surgir disso. De vez em quando, você pode se sentir desapontado quando for gentil com alguém, e a pessoa não responder da mesma maneira, ou até tentar se aproveitar disso. Não deixe que isso mude quem você é. Não é o seu problema; é o deles. Vale a pena pagar esse preço para conhecer todas as outras pessoas incríveis que entrarão em sua vida. Mesmo as pessoas rudes merecem sua bondade e respeito. Na verdade, são elas que provavelmente mais precisam disso. Lembre-se: se alguém for rude com você, o problema é deles, não seu. Tenha em mente que “o que vai, volta”. Se você tratar os outros com paciência, respeito e gentileza, atrairá pessoas boas para sua vida a longo prazo.

Uma técnica que aprendi há muito tempo, quando era garçom na Disneyworld, na Flórida, é que, quando alguém se mostrava rude comigo, eu ficava cada vez mais gentil com a pessoa. Quanto mais ofensiva ela ficava, mais educado eu me tornava. E funcionava. Em 99% dos casos, eu acabava conquistando sua simpatia. Eles não estavam acostumados com isso, pois geralmente recebem energia de pessoas que reagem defensivamente ou com raiva. A melhor maneira de mostrar os dentes para uma pessoa rude é sorrir para ela. Trate todos com gentileza e respeito. Eles merecem isso. Mesmo os "maus".

As pessoas não gostam de receber ordens diretas. Isso vai contra a nossa natureza. Você pode convencer alguém muito mais suavemente, fazendo perguntas do tipo: “Você considerou essa opção?”, “Você acha que isso funcionaria?”, “O que você acha disso?”, “Talvez essa opção seja melhor?” Sempre dê às pessoas a oportunidade de fazer as coisas por conta própria. Deixe-as chegar às suas próprias soluções; deixe-as aprender com seus erros. Isso cria um incentivo para a cooperação, em vez de gerar resistência. Além disso, evita ressentimentos e raiva. Fazer perguntas não é apenas uma maneira mais suave de alcançar resultados, mas também estimula a criatividade da pessoa a quem você pergunta. É muito mais fácil para as pessoas aceitarem uma decisão ou ordem se elas sentirem que participaram do processo. Muitas vezes, ao enfrentar um desafio, é muito mais eficaz explicar a situação para seus colegas, amigos ou familiares perguntando, ao invés de dar ordens. Se você perguntar, eles apresentarão as melhores soluções. Use esse potencial. Líderes eficazes utilizam o poder das perguntas, em vez de impor ordens diretas.

Quando um dos seus colaboradores ou membros de equipe começa a ter um desempenho abaixo do esperado, você pode ameaçá-lo, o que só causará ressentimento e possivelmente um pior desempenho, ou você pode até demiti-lo, mas isso realmente não resolve nada, certo? Custará três vezes o salário anual dele para contratar, treinar e integrar um novo funcionário ao nível dele. Um amigo meu, empresário bem-sucedido, resolve esse tipo de situação de uma maneira diferente: ele convida o colaborador para uma conversa sincera. Ele diz que está satisfeito com o trabalho da pessoa, mas percebeu uma queda de desempenho e pergunta o que pode fazer para ajudar. “Como podemos resolver esse problema juntos?” Se você quer melhorar uma habilidade específica em alguém, aja como se essa pessoa já possuísse essa habilidade. Goethe já sabia disso há centenas de anos: “Se tratarmos as pessoas como elas devem ser, ajudamos a torná-las o que são capazes de se tornar.” Lembre o colaborador de seus feitos passados, dê-lhe uma visão de si mesmo que ele queira atingir, acredite nele, e ele superará suas dificuldades. Funciona. Não é mágica. É o efeito Pygmalion: nossa crença no potencial de uma pessoa traz esse potencial à tona. Veja-a como se ela já possuísse a habilidade, fale com ela como se já tivesse essa capacidade. Deixe o efeito Pygmalion trabalhar a seu favor e você verá milagres acontecerem.