A migração de dados para a nuvem é um processo que exige planejamento detalhado e uma abordagem cuidadosa. No contexto do Azure SQL, a escolha entre migração online ou offline é uma das decisões cruciais para garantir o sucesso da transferência de dados de um servidor local para a nuvem. O processo começa com uma avaliação abrangente dos requisitos e das especificações do projeto de migração.
Primeiramente, é essencial entender as diferentes opções de produtos do Azure SQL e como elas se comparam aos servidores locais. O Azure SQL Database e o Azure SQL Managed Instance são serviços PaaS (Platform as a Service), sendo ideais para quem deseja operar com a versão mais recente do SQL Server. No entanto, para versões específicas do SQL Server ou para requisitos de sistemas operacionais mais antigos, a alternativa é o modelo IaaS (Infrastructure as a Service), que permite criar uma máquina virtual (VM) no Azure e instalar a versão necessária do SQL Server.
A compatibilidade entre o banco de dados local e os produtos do Azure SQL deve ser uma das primeiras considerações. O nível de compatibilidade entre as versões do SQL Server no local e os produtos do Azure pode apresentar desafios, uma vez que o Azure sempre usa as versões mais recentes do SQL Server. Para garantir que a migração seja possível, é necessário verificar o nível de compatibilidade dos bancos de dados, configurando adequadamente o nível desejado no SQL Server, que varia de 80 a 150. Através do comando SELECT, é possível verificar os níveis de compatibilidade e garantir que eles estejam alinhados entre os ambientes local e na nuvem.
Outro ponto crucial é a análise dos recursos necessários para a migração. A decisão sobre qual produto do Azure SQL utilizar, seja o SQL Database ou o Managed Instance, depende das necessidades específicas de cada projeto. Se for necessário usar uma versão de SQL Server mais antiga ou um sistema operacional específico, a criação de uma máquina virtual no Azure pode ser a única opção viável. Essa flexibilidade de configuração é uma das vantagens do modelo IaaS, permitindo a adaptação do ambiente de nuvem às necessidades do banco de dados original.
O tempo de inatividade também deve ser considerado com cuidado. Uma migração offline, na qual o banco de dados é desconectado durante a transferência, pode ser problemática se o tempo de inatividade não for aceitável para as operações da empresa. Embora uma migração online minimize o tempo de inatividade, ela pode ser mais complexa, principalmente quando atualizações de dados ocorrem simultaneamente ao processo de migração. Nesse caso, é fundamental planejar e testar adequadamente a estratégia de migração para determinar qual método (offline ou online) é o mais adequado para o ambiente específico.
A segurança também é uma preocupação importante ao migrar dados para a nuvem. A proteção das informações no ambiente Azure deve ser equivalente à segurança oferecida pelos servidores locais, especialmente quando regulamentações governamentais ou acordos contratuais exigem certos controles de segurança. As organizações devem garantir que o Azure atenda a esses requisitos de segurança, além de considerar onde e como os dados são armazenados. Em algumas situações, pode ser necessário ajustar a estratégia de armazenamento no Azure ou até mesmo adiar a migração se houver restrições contratuais que proíbam o armazenamento de dados na nuvem.
No que diz respeito à execução da migração, a ferramenta Azure Migrate oferece suporte essencial para a coordenação de migrações entre os bancos de dados SQL locais e os produtos do Azure SQL. Uma das maneiras mais simples de realizar a migração é através do modelo "lift and shift", onde a arquitetura SQL local é duplicada em uma máquina virtual no Azure. Embora pareça ser uma solução rápida e fácil, o modelo de "lift and shift" pode não ser sempre a melhor escolha. Em muitos casos, optar por uma solução PaaS, como o Azure SQL Database ou o Managed Instance, pode economizar tempo e recursos.
Para facilitar a migração, o Azure Migrate requer a instalação de um agente de software no ambiente local. O Azure Data Migration Assistant (DMA) realiza uma varredura no banco de dados local, detectando problemas de compatibilidade e paridade de recursos com o Azure. Após a análise, o DMA gera um relatório que pode ser enviado para o Azure Migrate, permitindo que os administradores escolham a melhor estratégia de migração com base nas informações fornecidas.
Ao avaliar qual estratégia de migração adotar, é importante lembrar que o tipo de banco de dados e os requisitos de desempenho podem influenciar na escolha entre migração online e offline. Uma análise detalhada da carga de trabalho e do tempo de inatividade aceitável deve ser realizada para determinar a melhor abordagem. A migração online, por sua vez, exige uma infraestrutura de rede robusta e um monitoramento constante para garantir que a transição ocorra sem problemas.
A escolha das ferramentas corretas, juntamente com um planejamento preciso, é a chave para uma migração de dados bem-sucedida para o Azure. Além disso, a compreensão de como a compatibilidade de versões e a configuração de recursos influenciam o processo de migração ajudará a garantir que a transição para a nuvem seja feita de forma eficiente e segura.
Como Funciona o "Always Encrypted" e a Proteção de Dados no SQL Server
O conceito de criptografia no SQL Server, especialmente com o recurso "Always Encrypted", proporciona uma camada robusta de proteção dos dados, fundamental para aqueles que lidam com informações sensíveis, como dados de pagamento e credenciais de clientes. O "Always Encrypted" foi projetado para garantir que os dados permaneçam criptografados não apenas quando em repouso, mas também quando estão em uso, dificultando o acesso por parte de administradores de banco de dados e outros usuários não autorizados.
Ao utilizar o "Always Encrypted", o administrador tem a opção de escolher entre dois tipos principais de criptografia: a criptografia determinística e a criptografia aleatória. A criptografia determinística, embora mais simples, implica que o mesmo valor sempre será criptografado de forma idêntica. Isso facilita operações como comparações de valores e a execução de consultas, mas ao mesmo tempo oferece uma segurança menor, pois permite que se descubra relações entre os dados criptografados. Por outro lado, a criptografia aleatória é mais segura, pois garante que os mesmos dados sejam criptografados de maneiras diferentes a cada vez. No entanto, isso impede que consultas simples sejam feitas diretamente sobre os dados criptografados.
Quando se trata de escolher qual tipo de criptografia aplicar a diferentes colunas de um banco de dados, é importante entender que nem todos os dados exigem o mesmo nível de segurança. Por exemplo, a tabela "Sales.CreditCard" pode armazenar o número do cartão de crédito de um cliente, sendo ideal que essa informação use criptografia determinística, para que a aplicação possa operá-la de maneira funcional. Já informações como a data de expiração do cartão (ExpMonth e ExpYear) podem ser criptografadas com um método aleatório, uma vez que são valores mais curtos e relativamente previsíveis.
A configuração do "Always Encrypted" também envolve a utilização de uma chave mestra para gerar chaves únicas para cada coluna. As chaves mestras podem ser armazenadas em um repositório de certificados do Windows ou em um Azure Key Vault, de acordo com a escolha do administrador. O processo de configuração inclui ainda opções para executar operações criptográficas dentro de enclaves seguros, o que melhora a eficiência das operações de criptografia e descriptografia. Por padrão, essas operações são habilitadas.
Além da criptografia das colunas, outro aspecto importante é o uso de enclaves seguras, que são áreas de memória protegidas contra acesso externo. Essas áreas funcionam como um ambiente de execução confiável, especialmente útil quando é necessário processar dados criptografados, como em consultas SQL que exigem manipulação de dados sensíveis. A implementação de enclaves seguras no Azure geralmente é feita utilizando segurança baseada em virtualização (VBS), uma tecnologia de software que cria um ambiente isolado dentro do espaço de memória do servidor SQL. Outra opção são os enclaves seguros baseados nas Intel Software Guard Extensions (Intel SGX), que usam um ambiente de execução confiável baseado em hardware.
Por padrão, os enclaves seguros estão desabilitados em uma nova instância de banco de dados SQL no Azure. Para habilitar essa funcionalidade, o administrador deve acessar a guia de segurança no portal do Azure e ativar a opção de enclaves seguros, o que garante a proteção extra ao processar dados criptografados. Caso seja necessário ativar enclaves seguros em uma base de dados já existente, isso pode ser feito com o comando T-SQL específico, ajustando a configuração do banco de dados.
É importante destacar que, ao se utilizar a criptografia no SQL Server, especialmente com a opção de "Always Encrypted", a segurança no trânsito dos dados também deve ser considerada. O protocolo de segurança TLS (Transport Layer Security) é essencial para criptografar o tráfego entre os servidores SQL e as aplicações cliente. O Azure SQL Database oferece controles para definir a versão mínima do TLS, assegurando que as comunicações entre o banco de dados e os clientes sejam realizadas de maneira segura. O protocolo TLS, desde sua versão 1.0, vem sendo amplamente utilizado para proteger comunicações na internet, e a versão mais recente, TLS 1.3, oferece melhorias significativas em termos de segurança.
Além disso, para melhorar a segurança e evitar acessos indesejados, é possível criar links privados para conectar a rede do cliente ao banco de dados SQL no Azure, o que elimina a necessidade de acessar os dados através de IPs públicos, aumentando assim a proteção da comunicação.
Portanto, ao implementar o "Always Encrypted" e as medidas de segurança associadas, os administradores de banco de dados devem estar atentos não só à escolha do tipo de criptografia a ser utilizada, mas também ao uso de enclaves seguros e ao controle de conexões com o banco, tanto em termos de rede quanto de segurança de tráfego. A combinação dessas tecnologias forma uma camada robusta de proteção para dados sensíveis, garantindo a conformidade com regulamentos e a segurança contra possíveis ataques ou vazamentos.
Como Gerenciar Recursos e Escalabilidade no SQL Server e Azure SQL Managed Instance
O recurso "Resource Governor" no SQL Server e no Azure SQL Managed Instance é desativado por padrão. Para habilitá-lo, os administradores devem utilizar o SSMS (SQL Server Management Studio) e navegar até a página de Gerenciamento no Object Explorer. Ao clicar com o botão direito em "Resource Governor", o administrador pode selecionar "Propriedades" no menu de contexto. Na página de propriedades do Resource Governor, deve-se marcar a caixa "Habilitar Resource Governor" para ativá-lo. A habilitação também pode ser realizada por meio do T-SQL, com o seguinte comando:
O Resource Governor permite que os administradores criem grupos de carga de trabalho (workload groups) para controlar a alocação de recursos a diferentes cargas de trabalho no mesmo servidor. A configuração de pools de recursos permite que sejam alocados subconjuntos de CPU, memória e armazenamento do servidor. Parte de cada pool pode se sobrepor a outros pools, maximizando o uso de recursos, enquanto outra parte fica exclusivamente dedicada ao pool em questão.
No que diz respeito à configuração do banco de dados, o SQL Server oferece diversas configurações ao nível do servidor, que se aplicam a todos os bancos em execução naquele sistema. Contudo, com as versões mais recentes do SQL Server, diversas funcionalidades passaram a ter configurações específicas para cada banco de dados. Isso permite que os administradores personalizem a configuração de maneira individualizada para cada banco, atendendo às necessidades específicas de cada ambiente.
Existem dois comandos no T-SQL que podem ser usados para configurar essas opções específicas de banco de dados. O comando ALTER DATABASE é utilizado para configurar características como o modelo de recuperação do banco de dados, a opção de afinação automática, a criação e atualização de estatísticas, as opções do Query Store, a isolação de instantâneos (snapshot isolation), entre outras. Essas configurações permitem que o administrador tenha um controle mais refinado sobre o comportamento de cada banco de dados, além de otimizar o desempenho conforme as características das cargas de trabalho específicas.
Algumas configurações relacionadas ao banco de dados podem ser alteradas usando o comando ALTER DATABASE SCOPED CONFIGURATION, como, por exemplo, o grau máximo de paralelismo (MaxDOP), a estimativa de cardinalidade legada, a captura dos planos de execução das consultas, a otimização para cargas de trabalho ad hoc, entre outras. Essas opções, anteriormente configuráveis apenas a nível de servidor, permitem uma flexibilidade maior e a adaptação mais precisa às necessidades específicas de cada banco.
Além disso, a configuração de recursos de computação e armazenamento para escalabilidade é uma questão fundamental no gerenciamento de bases de dados em ambientes de grande escala. No Azure, por exemplo, a infraestrutura de serviço gerenciado oferece vários níveis de serviços que podem ser ajustados conforme a demanda, permitindo uma expansão eficiente das capacidades computacionais ou de armazenamento. Isso é especialmente relevante em cenários de flutuações sazonais ou variações nas cargas de trabalho. O modelo de compra baseado em vCore, por exemplo, oferece três níveis de serviço: "General Purpose", "Business Critical" e "Hyperscale", com diferentes capacidades de desempenho e escalabilidade.
O nível "General Purpose" é adequado para a maioria das cargas de trabalho típicas, com custos mais baixos, enquanto o nível "Business Critical" oferece maior desempenho de I/O e maior tolerância a falhas e alta disponibilidade. Já o nível "Hyperscale" é projetado para cargas de trabalho de grande escala, com capacidade de escalabilidade massiva, tanto em termos de recursos de computação quanto de armazenamento.
Existem ainda duas opções de computação para esses níveis: provisionado e sem servidor (serverless). No modelo provisionado, os recursos são alocados continuamente ao servidor, enquanto no modelo serverless, os recursos de computação são alocados automaticamente conforme a demanda. O modelo serverless também tem a vantagem de suspender os recursos computacionais quando o banco de dados está ocioso, reduzindo assim os custos durante períodos de inatividade.
Para bancos de dados que exigem maior escalabilidade, como aqueles que lidam com grandes volumes de dados, o nível "Business Critical" pode ser mais adequado, enquanto o "Hyperscale" atende a necessidades ainda mais exigentes, com suportes para bancos de dados de até 100 TB. A configuração dos recursos de computação e armazenamento deve ser feita de forma criteriosa, levando em consideração as características específicas do ambiente de produção e os requisitos de desempenho.
A introdução do "Intelligent Query Processing" (IQP) nas versões de 2017, 2019 e 2022 do SQL Server traz um conjunto de recursos voltados para otimização do desempenho de consultas. Esses recursos agora também estão disponíveis no Azure SQL Database e no Azure SQL Managed Instance. O IQP visa melhorar aspectos de desempenho que tradicionalmente eram problemáticos, como o planejamento de consultas e a utilização de índices. A elegibilidade para o IQP depende do nível de compatibilidade do banco de dados. As versões de compatibilidade 110, 140, 150 e 160 são as que oferecem suporte para essas funcionalidades.
É importante que os administradores verifiquem o nível de compatibilidade de seus bancos de dados para garantir que possam utilizar as melhorias de desempenho proporcionadas pelo IQP. O nível de compatibilidade de um banco pode ser alterado usando o T-SQL, permitindo que o administrador defina a versão mais adequada para o seu ambiente.
A escolha e a configuração dos recursos, seja de computação, armazenamento ou processamento de consultas, devem ser feitas com base nas necessidades específicas do banco de dados e nas características das cargas de trabalho que ele precisa atender. Essas configurações têm impacto direto no desempenho, na escalabilidade e nos custos operacionais, o que torna fundamental o entendimento aprofundado dos recursos disponíveis no SQL Server e no Azure SQL Managed Instance.
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