A retirada dos Estados Unidos do TPP (Trans-Pacific Partnership) é um exemplo claro de como decisões políticas podem afetar não apenas a posição econômica de um país, mas também a dinâmica de poder no comércio global. Com a exclusão do TPP, os Estados Unidos perderam o acesso facilitado a um mercado pronto para receber 9,7% de suas exportações, direcionadas principalmente para países do Sudeste Asiático, como Malásia, Singapura, Vietnã e Brunei, os quais não pertencem a pactos como a NAFTA ou a ASEAN. Isso também significou o abandono de uma via alternativa para se engajar no comércio asiático de forma estratégica, o que, em última instância, enfraqueceu sua capacidade de exercer influência política e econômica sobre a China, uma potência rival crescente no cenário global.
A perda da liderança dos Estados Unidos em questões de economia, responsabilidade social e ambiental ficou evidente com essa decisão. O TPP, ao contrário do que foi decidido, oferecia uma oportunidade única para formar uma frente unida com uma grande porção de países asiáticos, o que possibilitaria um combate mais eficiente às mudanças climáticas. A proposta do acordo incluía padrões e práticas ambientais rigorosas em vários segmentos da cadeia produtiva, desde a produção até a distribuição e reciclagem. Em um nível social, o TPP representava um avanço significativo na harmonização de práticas laborais, padrões de governança e direitos humanos, abrangendo mais de 500 milhões de pessoas nos países participantes. Como destacado pelo presidente Barack Obama, essa era uma chance rara de melhorar as condições de trabalho, combater o tráfico de vida selvagem, a exploração infantil, a sobrepesca e o desmatamento.
Com a retirada dos Estados Unidos do acordo, o que se observa agora é a continuação da prática de “dumping social e ambiental” — um conceito que descreve a redução de custos de importação por meio de práticas que ignoram os direitos trabalhistas e os padrões ambientais, gerando maiores lucros para as corporações. Além disso, essa decisão se alinha com uma estratégia mais ampla de desafiar as políticas da Organização Mundial do Comércio (OMC), que não estabelece normas claras sobre responsabilidade ambiental e social. Ao enfraquecer suas relações com outros membros do TPP, os Estados Unidos também aumentam a viabilidade de um afastamento da OMC, o que pode abrir um caminho para ações unilaterais que favoreçam os interesses econômicos do país.
Entretanto, a retirada dos Estados Unidos afetou não apenas o país, mas também os outros membros do TPP. Embora os países da ASEAN, como Singapura, Malásia, Vietnã e Brunei, já estivessem parcialmente integrados a blocos comerciais regionais e não dependessem fortemente do mercado dos Estados Unidos, outras nações como Austrália, Chile, Japão, Peru e Nova Zelândia sofreram consideráveis impactos econômicos. Esses países exportam de 10% a 20% de seus produtos para os Estados Unidos e não são membros de outro grande pacto comercial. A saída dos Estados Unidos enfraqueceu o valor do TPP para esses países, criando um desequilíbrio nas vantagens do acordo. Para o Canadá, que já integra a NAFTA, os efeitos foram menos significativos, mas o México, por exemplo, viu um incentivo para continuar no TPP, buscando compensar as perdas comerciais resultantes do fim do NAFTA.
Além disso, com a decisão de abandonar o TPP, os Estados Unidos perderam o crescimento incremental que se projetava com o acordo, enquanto o gosto amargo deixado pela retirada dificultou suas relações comerciais com os demais países. A perda da liderança política e econômica é clara e os Estados Unidos não só perderam acesso a mercados emergentes, mas também comprometeram sua posição global como defensor de uma economia mais justa e sustentável.
No outro lado do Atlântico, o Reino Unido também fez uma escolha estratégica ao sair da União Europeia, uma decisão que gerou profundas implicações econômicas e políticas. O Reino Unido, antes um dos maiores contribuintes do orçamento da UE, fez uma avaliação racional dos custos elevados de sua adesão ao bloco. A saída do Reino Unido, embora motivada por uma série de fatores internos, também alterou a estrutura econômica da UE. A contribuição líquida do Reino Unido ao orçamento da UE estava em torno de £12,9 bilhões, com um benefício significativo derivado de exportações para países da UE e recebimentos de subsídios agrícolas e projetos de desenvolvimento. Entretanto, com a saída, o Reino Unido enfrentará custos substanciais de separação, estimados em até £100 bilhões.
A análise da saída do Reino Unido ilustra como as decisões políticas podem redefinir alianças comerciais e o equilíbrio econômico global. A UE, sem a contribuição do Reino Unido, viu sua estrutura orçamentária fragilizada, com um impacto potencialmente devastador sobre as contribuições de países menores, que poderiam reconsiderar sua permanência no bloco diante de custos mais elevados. Politicamente, o Reino Unido também deixou um legado de instabilidade, refletido na ascensão de partidos populistas, o que gerou incertezas quanto à futura direção política e econômica da Europa.
A possibilidade de um movimento similar na Alemanha, com a ascensão de partidos de extrema-direita, como a AfD, sugere que as fraturas dentro da União Europeia podem se aprofundar. Se a Alemanha, o maior contribuinte do orçamento da UE, seguir o caminho do Reino Unido e se retirar do bloco, as consequências seriam profundas, afetando o comércio interno e externo da UE, e diminuindo a força econômica do bloco, com impactos diretos sobre os acordos comerciais e a confiança dos mercados internacionais.
A retirada de países importantes de blocos comerciais e a ascensão de nacionalismos econômicos podem redefinir o comércio global e criar novas alianças, mas também expõem as economias a vulnerabilidades, como a perda de mercados acessíveis e a intensificação das barreiras comerciais. A globalização, que tanto contribuiu para a integração econômica, está sendo desafiada por essas decisões políticas, o que exige uma reflexão profunda sobre o futuro dos acordos comerciais internacionais.
O que aconteceria se a União Europeia se desintegrasse?
A integração da Europa, simbolizada pela criação da moeda única e o fortalecimento das políticas econômicas comuns, representou uma resposta estruturada aos desafios globais da década de 1990. Antes da União Europeia, o comércio internacional era um emaranhado de políticas tarifárias e normativas descoordenadas, um cenário que tornava difícil a circulação de bens, especialmente entre países em desenvolvimento. A construção do bloco europeu teve como objetivo reduzir custos transacionais e revitalizar a competitividade do continente, como se fosse uma fusão corporativa, visando dar à Europa uma posição mais forte diante dos outros polos econômicos globais. De fato, a adoção da moeda única, o euro, em 1992, e o avanço das políticas de integração econômica, indicaram o fim de uma era de estagnação econômica e o início de uma nova fase para o continente.
Contudo, a integração da Europa não foi unânime nem fácil. Países como a Grécia, Portugal e Espanha enfrentaram enormes dificuldades para atender às exigências fiscais e econômicas do bloco. As condições de adesão, como níveis de dívida e reservas de moeda estrangeira, eram desafiadoras, e os benefícios da integração nem sempre eram evidentes para todas as nações membros. As tensões fiscais e a pressão para cumprir metas de austeridade geraram resistências que poderiam levar a uma fragmentação da União, especialmente se o custo de permanência no bloco se tornasse maior que os benefícios percebidos.
O cenário mais sombrio para a Europa seria a desintegração do bloco. Se, por exemplo, o Reino Unido decidisse abandonar a União Europeia e a Alemanha não conseguisse manter sua coesão, o efeito dominó poderia fazer com que outros países, como Polônia, Romênia e Hungria, seguissem o mesmo caminho. Isso resultaria em um retrocesso à configuração anterior da Europa, composta por pequenos grupos de nações interligadas apenas por acordos econômicos e uma união aduaneira. A ameaça de desintegração não está restrita apenas à estrutura econômica; ela pode ter impactos devastadores nas relações comerciais globais e na estabilidade política da região.
Além disso, a fragmentação da União Europeia implicaria um enfraquecimento das políticas de comércio multilateral. A Organização Mundial do Comércio (OMC), como uma plataforma para a negociação de regras comerciais globais, perderia relevância. No cenário de crescente nacionalismo econômico e isolamento, muitos países poderiam buscar acordos bilaterais que bypassassem as regras da OMC, enfraquecendo suas capacidades de mediação e resolução de disputas. A perda de confiança na OMC e a busca por soluções unilaterais prejudicariam ainda mais o comércio internacional, ampliando os riscos de práticas comerciais desleais e aumentando os custos das transações globais.
O custo de uma possível saída de grandes economias, como os Estados Unidos, da OMC, também não pode ser ignorado. A rejeição das regras da organização, como o caso do governo Trump, aponta para uma tentativa de manipular os termos comerciais em favor de uma nação específica. O abandono da OMC pode enfraquecer o sistema de resolução de disputas, mas também obrigaria os EUA a lidar com as complexidades do comércio global de forma mais isolada, com custos muito mais altos do que os benefícios que uma retirada traria. Embora os EUA representem uma pequena parte do orçamento da OMC, a decisão de se retirar seria simbólica e representaria um afastamento de um sistema multilateral de governança comercial que, até então, foi essencial para garantir a estabilidade do comércio global.
A resistência crescente ao livre comércio e o declínio da confiança em organismos como a OMC indicam que o mundo está se movendo para um sistema comercial fragmentado e mais voltado para acordos bilaterais. No entanto, esse movimento traz consigo riscos imensos, como o aumento das barreiras tarifárias, o enfraquecimento da governança internacional e a intensificação de conflitos comerciais.
É crucial entender que a sustentabilidade da União Europeia e da OMC depende da capacidade de adaptação às novas dinâmicas globais e do equilíbrio entre interesses nacionais e as necessidades coletivas de estabilidade econômica. A fragmentação das alianças pode parecer uma solução no curto prazo, mas no longo prazo, os custos para a paz econômica e política global podem ser avassaladores.
Como a Globalização Transformou o Comércio Mundial: Uma Análise Histórica
A evolução do comércio mundial é marcada por várias revoluções, cada uma delas impulsionada por mudanças tecnológicas, geopolíticas e sociais significativas. O comércio global, tal como conhecemos hoje, é o resultado de transformações que começaram muito antes da atual era de globalização.
A primeira grande revolução comercial ocorreu a partir das grandes navegações, com destaque para a circunavegação de Magalhães no século XVI. Esse período abriu novas rotas de comércio marítimo, ligando a Europa a mercados na Ásia e na África. No entanto, foi no século XIX, com a Revolução Industrial, que uma nova onda de transformação tomou forma. O surgimento do Canal de Suez, inaugurado em 1869, possibilitou uma ampliação das rotas comerciais, que se expandiram ainda mais no decorrer do tempo, conectando continentes distantes e facilitando a circulação de mercadorias em uma escala nunca antes vista. A população mundial cresceu seis vezes, a produção global aumentou 60 vezes e o comércio mundial multiplicou-se por 140, o que é um reflexo direto da aceleração do processo de industrialização e da diminuição das barreiras comerciais.
O início do século XX foi marcado pela queda nos custos de transporte ferroviário e terrestre, o que impulsionou ainda mais o comércio mundial. Entretanto, o impacto das duas grandes guerras mundiais e da Grande Depressão dos anos 1930 fez com que o comércio mundial sofresse retrocessos consideráveis, com uma queda drástica durante a Grande Depressão, quando o comércio global encolheu em dois terços.
A década de 1970 marcou o início de uma recuperação significativa, com o crescimento do comércio internacional acelerando de forma exponencial. Entre 1990 e 2000, as exportações e importações cresceram a taxas médias anuais de 9% e 8%, respectivamente, e de 2000 a 2008, esse crescimento mais do que dobrou, alcançando 18% e 17%, respectivamente. Entre 1980 e 2011, as exportações mundiais de mercadorias aumentaram nove vezes, de 2 trilhões para 18 trilhões de dólares, e o comércio mundial cresceu entre 7% e 9% ao ano, impulsionado pela industrialização, pelo crescimento populacional e pela redução dos tarifários.
Este fenômeno de globalização através do livre comércio gerou enormes benefícios para a economia mundial, tanto em países desenvolvidos quanto em países em desenvolvimento. A lição aprendida das experiências pós-Primeira Guerra Mundial foi clara: a cooperação econômica internacional era fundamental para garantir a paz e a estabilidade. O papel dos Estados Unidos nesse processo foi essencial, visto que, ao se recuperar da crise dos anos 1930, os EUA tomaram a dianteira na construção de uma ordem econômica global baseada no comércio aberto, estabilidade financeira e integração econômica.
O aumento do comércio entre países desenvolvidos e em desenvolvimento foi uma característica marcante da globalização no século XXI. O comércio com economias em desenvolvimento cresceu de 34% para 47% do comércio global entre 1980 e 2011, refletindo o maior papel que esses países passaram a desempenhar no comércio global. Nesse mesmo período, a participação do comércio dos países desenvolvidos no PIB mundial aumentou substancialmente, de 4,6% em 1870 para 17,2% em 1998.
A Ásia, especialmente a China, se destacou como um dos maiores centros de crescimento comercial. As exportações pelo porto de Xangai, por exemplo, cresceram entre 20% e 30% ao ano entre 1994 e 2006. A China se tornou um dos maiores beneficiários da globalização, com uma taxa média de crescimento do comércio de 3,7% entre 1995 e 2000. Após sua adesão à Organização Mundial do Comércio (OMC) em 2001, esse crescimento disparou para 10% ao ano. Durante esse período, a China se consolidou como a plataforma preferencial para fornecimento de produtos de baixo custo, superando países como Índia, Vietnã e México.
Hoje, a Europa continua a ser a maior exportadora global, representando 40% das exportações mundiais de bens e serviços, seguida pela região do Extremo Oriente, com 31%. A América do Norte, por sua vez, exporta apenas 13% do total mundial. Em termos de importação, a Europa lidera novamente, com 38% do total global, seguida pela Ásia e pelos Estados Unidos. A balança comercial dos Estados Unidos, por exemplo, passou de um déficit de 109 bilhões de dólares em 1989 para 802 bilhões em 2016, refletindo o crescente desequilíbrio nas trocas comerciais globais. Isso resultou em uma depreciação do dólar, o que, embora tenha tornado as exportações americanas mais baratas, também encareceu os produtos importados.
Esse fenômeno de globalização acelerada e a constante troca de bens e serviços entre as nações têm proporcionado uma maior integração econômica global. O comércio internacional se tornou a espinha dorsal da economia mundial, com cadeias de suprimentos se estendendo por todos os continentes, ligando mercados distantes de maneiras impensáveis no passado. A interconexão entre economias de diferentes partes do mundo tem, por um lado, facilitado o crescimento econômico, mas, por outro lado, tem gerado desafios, como a crescente dependência de mercados estrangeiros, a volatilidade nas taxas de câmbio e os impactos ambientais.
A compreensão dessas dinâmicas comerciais é essencial para se posicionar no mercado global contemporâneo. A adaptação rápida às novas tendências do comércio internacional, como a digitalização e a criação de acordos comerciais multilaterais, será crucial para a continuidade do crescimento das economias. Além disso, é importante reconhecer que o crescimento do comércio mundial tem um impacto direto sobre a política e a sociedade, uma vez que as decisões econômicas influenciam as relações diplomáticas e o equilíbrio de poder global.
Quais os Desafios e Implicações do Comércio Internacional no Século XXI?
O comércio internacional tem sido uma força motriz do desenvolvimento econômico global, mas seu papel e impacto estão em constante evolução. Desde o início do século XXI, as dinâmicas do comércio global passaram a ser definidas não apenas por acordos regionais, como a Área de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA) ou a União Europeia (UE), mas também por novos desafios econômicos e geopolíticos que moldam as relações comerciais entre os países. O crescimento das economias emergentes, especialmente a China, e a ascensão de novas tecnologias de transporte e comunicação alteraram profundamente os fluxos comerciais e a estrutura dos mercados globais.
Um aspecto importante é o crescente desequilíbrio nas balanças comerciais, como evidenciado pelo déficit comercial dos Estados Unidos com a China. Em 2016, o déficit comercial dos EUA foi de 502 bilhões de dólares, sendo 349 bilhões com a China, o que representa aproximadamente 70% do déficit total. Esse desequilíbrio reflete não apenas diferenças nas políticas de comércio, mas também nas vantagens comparativas e na competitividade das economias globais. Embora as estatísticas revelem números imponentes, essas cifras devem ser analisadas com cautela, pois, para uma comparação justa, é necessário considerar os superávits comerciais dos EUA com outros países, o que pode reduzir o impacto da China na balança comercial.
Além disso, o aumento do comércio digital e a expansão de acordos multilaterais de comércio, como o Transpacífico (TPP), introduziram novas camadas de complexidade. O TPP, por exemplo, tem como objetivo reduzir barreiras comerciais em uma vasta região que inclui países como Japão, Vietnã, e México. No entanto, sua implementação foi marcada por desafios políticos e pela necessidade de ajustes internos nas economias participantes para garantir a eficácia do acordo. Em muitos casos, os países precisam alinhar suas políticas internas com as exigências dos acordos multilaterais, o que pode gerar tensões entre as aspirações de crescimento econômico e a proteção das indústrias nacionais.
A revolução tecnológica e a digitalização da economia também desempenham um papel crescente. O aumento do comércio eletrônico e as novas formas de logística, como o frete aéreo e a digitalização do transporte marítimo, transformaram a natureza do comércio internacional. Os avanços na automação e na inteligência artificial têm o potencial de reduzir os custos de produção e transporte, permitindo que empresas menores acessem mercados globais de forma mais competitiva. Porém, a rapidez com que essas inovações ocorrem também traz desafios regulatórios, pois os governos precisam lidar com questões de privacidade, tributação digital e proteção contra práticas comerciais desleais.
Outro fator de relevância é o papel crescente de economias emergentes, como os países da ASEAN (Associação das Nações do Sudeste Asiático), que têm se consolidado como hubs de produção e consumo no comércio internacional. Ao mesmo tempo, o fortalecimento dessas economias pode gerar novos desafios para as economias desenvolvidas, que, muitas vezes, enfrentam a competição com países que têm custos de produção mais baixos. As mudanças nas cadeias globais de valor, em que as empresas terceirizam partes da produção para países com vantagens comparativas, têm gerado profundas transformações nas relações comerciais internacionais.
É também essencial compreender as implicações das políticas de preferências comerciais, como o Sistema Geral de Preferências (SGP), que oferece condições favoráveis de acesso a mercados para os países em desenvolvimento. Essas políticas podem representar uma oportunidade para países menos desenvolvidos expandirem suas exportações e integrarem-se mais efetivamente ao sistema comercial global. No entanto, as políticas de preferências nem sempre são bem-sucedidas em garantir o crescimento sustentável, pois, em alguns casos, elas podem criar dependências que dificultam o desenvolvimento de capacidades produtivas locais.
A evolução das políticas comerciais internacionais também tem um impacto direto no campo das infraestruturas logísticas globais. O Canal de Suez, por exemplo, continua a ser um ponto crítico para o comércio entre o Oriente e o Ocidente. No entanto, com o aumento do transporte marítimo e a globalização das cadeias de suprimentos, a infraestrutura global está sendo constantemente desafiada. Investimentos em grandes projetos de infraestrutura, como portos e rotas logísticas, são fundamentais para garantir que os fluxos de comércio internacional sejam ágeis e eficientes, respondendo às novas demandas do mercado.
Além disso, é importante ressaltar que, embora o comércio internacional seja uma via de desenvolvimento econômico, ele também pode criar desigualdades. O acesso a mercados internacionais e a capacidade de competir em nível global nem sempre são distribuídos de forma equitativa entre todos os países e regiões. As grandes economias, como os Estados Unidos e a União Europeia, frequentemente dominam o comércio global, enquanto os países em desenvolvimento enfrentam barreiras significativas, tanto em termos de tarifas quanto em termos de condições de acesso a mercados. As políticas de comércio internacional precisam ser revisadas constantemente para garantir que todos os países tenham a oportunidade de participar do comércio global de forma justa e benéfica.
O comércio internacional, portanto, é uma área complexa e dinâmica que exige uma compreensão profunda não apenas das estatísticas e acordos, mas também das relações geopolíticas, tecnológicas e econômicas subjacentes. É crucial que os países busquem formas de equilibrar os benefícios do comércio com as necessidades de desenvolvimento sustentável e a proteção de suas economias locais. Para tanto, é necessário um foco contínuo em acordos comerciais equitativos, inovação em infraestrutura logística e o aprimoramento das capacidades produtivas dos países em desenvolvimento, de forma a garantir que os benefícios do comércio sejam compartilhados de maneira mais ampla e inclusiva.
O impacto das tendências atuais no comércio intracomunitário de mercadorias da UE e o papel das exportações alemãs
A análise recente do comércio intracomunitário de mercadorias dentro da União Europeia (UE) revela tendências interessantes que podem redefinir a dinâmica econômica regional. Um aspecto fundamental neste contexto é o crescimento significativo nas exportações alemãs entre janeiro e junho de 2017, que se duplicaram, aproximando-se dos resultados anuais esperados. Este aumento é indicativo não apenas da recuperação econômica da Alemanha, mas também de uma mudança nas condições de comércio dentro da União Europeia, que estão moldando a forma como os países membros interagem comercialmente.
O comércio intra-UE é, sem dúvida, um dos pilares do mercado único europeu, e os dados recentes fornecem uma visão clara de como a Alemanha, com seu papel central na economia da região, está respondendo a pressões externas e internas. A Alemanha continua sendo o maior exportador dentro da União Europeia, e a análise de seus resultados comerciais mostra uma forte tendência de adaptação às mudanças globais nas práticas comerciais, especialmente no contexto da globalização e da crescente importância dos acordos multilaterais. O mercado europeu, com sua grande integração econômica, oferece um terreno fértil para uma maior diversificação das exportações, o que pode ser observado no crescimento de diversos setores, como tecnologia e automóveis, que dominam as exportações alemãs.
Essas exportações não são apenas um reflexo do desempenho interno da Alemanha, mas também um termômetro de como as políticas de comércio da UE afetam seus membros. A forma como os produtos alemães são aceitos nos mercados intraeuropeus e o impacto de políticas como as tarifas e os regulamentos ambientais e comerciais da UE também desempenham um papel importante. A análise de dados da Comissão Europeia sobre o comércio intra-UE revela que, embora o comércio de mercadorias continue a crescer, há desafios significativos relacionados à adaptação das regulamentações internas, que podem afetar os fluxos comerciais de maneira desigual entre os Estados-membros.
A crescente interdependência dos países da UE também coloca à prova as relações comerciais internacionais, especialmente com parceiros fora da região. As exportações alemãs, em particular, ilustram como o mercado europeu continua sendo vital para o crescimento econômico, mas também como as novas dinâmicas de mercado e as mudanças nas políticas de comércio global impactam o equilíbrio econômico dentro da União. A competitividade das economias nacionais, em especial a da Alemanha, depende de como essas nações conseguem equilibrar os benefícios do comércio livre com a necessidade de manter uma base industrial sólida e uma política econômica que favoreça o crescimento sustentável.
Além disso, é crucial que os países da UE, ao explorar os mercados globais, considerem o impacto de eventos externos, como as políticas de comércio dos Estados Unidos e da China, que podem afetar diretamente os fluxos comerciais dentro da União. Tais dinâmicas são particularmente evidentes em momentos de crises econômicas ou políticas, como as que marcaram os últimos anos com o Brexit e as tensões comerciais globais. O impacto do Brexit, por exemplo, demonstrou como a saída de um membro da UE pode alterar profundamente as relações comerciais, tanto dentro quanto fora do bloco.
Embora os resultados de 2017 tenham mostrado uma tendência positiva para as exportações da Alemanha, é importante considerar que o comércio dentro da UE é, em grande parte, uma via de mão dupla. A dependência dos mercados internos da UE não pode obscurecer o fato de que, em longo prazo, os países membros devem se adaptar a um comércio global cada vez mais competitivo e dinâmico. Nesse contexto, uma compreensão mais profunda do impacto das políticas internas e externas, das mudanças tecnológicas e das transformações no consumo global pode fornecer uma visão mais clara sobre os desafios e as oportunidades que se apresentam no horizonte.
A análise de dados sobre o comércio intra-UE deve considerar não apenas os números brutos, mas também as variações nas categorias de produtos e as mudanças nos mercados-alvo, que podem ser influenciadas por fatores externos. A adaptação das estratégias comerciais, tanto no nível das empresas quanto dos governos, será crucial para garantir que as economias nacionais, como a da Alemanha, continuem a se beneficiar das oportunidades oferecidas pelo mercado único europeu, sem perder de vista a necessidade de se preparar para as mudanças nas condições globais.
Como a Alimentação Plant-Based Pode Transformar Sua Vida
Como Determinar as Zonas de Influência e Medir a Velocidade em Sistemas de Ventilação com Capôs de Exaustão
Como a Observabilidade Transforma Sistemas Legados: Métodos e Soluções com OpenTelemetry e AIOps
Qual a Importância do Monitoramento Terapêutico e Interações Medicamentosas com Antiepilépticos?

Deutsch
Francais
Nederlands
Svenska
Norsk
Dansk
Suomi
Espanol
Italiano
Portugues
Magyar
Polski
Cestina
Русский