A observabilidade em sistemas legados é um desafio constante para muitas organizações que buscam modernizar suas infraestruturas sem comprometer a funcionalidade crítica. A introdução de métodos de monitoramento eficazes, como o OpenTelemetry e a integração com AIOps, permite uma compreensão mais profunda da operação desses sistemas complexos, facilitando a identificação e resolução de problemas em tempo real.
Nos sistemas legados, frequentemente, a falta de visibilidade impede uma análise detalhada de como os dados fluem, o que torna a detecção de falhas mais difícil. O conceito de observabilidade, fundamentado em três pilares — métricas, logs e rastreamento — se torna a chave para desvendar os mistérios desses sistemas. Para sistemas mais modernos, o rastreamento distribuído e a coleta de métricas em tempo real são processos quase automáticos. Já nos sistemas legados, a integração dessas ferramentas exige um esforço maior e uma compreensão aprofundada da arquitetura do sistema, que muitas vezes é desatualizada.
O OpenTelemetry se destaca como uma solução poderosa para resolver esse impasse. Ao fornecer um conjunto de APIs, bibliotecas e agentes para coletar dados de observabilidade de forma unificada, o OpenTelemetry facilita a integração de diferentes ferramentas de monitoramento com os sistemas legados. Através dele, é possível obter rastreamento distribuído, métricas detalhadas e logs de aplicação, permitindo que problemas em tempo real sejam diagnosticados com mais precisão.
Entretanto, a mera implementação dessas ferramentas não é suficiente. Para que a observabilidade seja eficaz, ela deve ser associada ao uso de AIOps, uma abordagem que utiliza Inteligência Artificial (IA) para automação de operações e tomada de decisões. O AIOps tem o poder de transformar grandes volumes de dados gerados pelos sistemas legados em informações acionáveis, fornecendo insights sobre tendências e padrões que poderiam passar despercebidos por equipes humanas. Com o AIOps, é possível antecipar problemas antes que eles afetem a performance do sistema, permitindo uma resposta mais rápida e eficaz.
A principal vantagem de unir OpenTelemetry e AIOps em sistemas legados é a capacidade de detectar e diagnosticar problemas rapidamente, sem a necessidade de revisões extensas do código ou infraestrutura. Por exemplo, se uma parte do sistema começa a apresentar lentidão, o OpenTelemetry pode detectar a anomalia nos logs e métricas em tempo real, enquanto o AIOps analisa esses dados para identificar padrões que podem ser precursores de falhas mais graves. Esse processo não só melhora a confiabilidade dos sistemas, mas também reduz o tempo de inatividade e os custos operacionais.
Além disso, outro benefício importante é a redução da complexidade na gestão de incidentes. A automação proporcionada pelo AIOps, aliada à visibilidade dos dados de observabilidade oferecida pelo OpenTelemetry, proporciona uma visão consolidada do estado do sistema. Isso não só acelera a resolução de problemas, mas também ajuda a identificar áreas de melhoria na infraestrutura, como partes do sistema que podem ser otimizadas ou substituídas sem impacto significativo.
Entretanto, a integração do OpenTelemetry com AIOps exige um planejamento detalhado. Para que a implementação seja bem-sucedida, é necessário que a arquitetura do sistema seja cuidadosamente analisada para identificar quais pontos precisam ser monitorados e como os dados coletados serão utilizados. Além disso, a equipe responsável pela implementação deve ter conhecimentos tanto sobre o funcionamento do OpenTelemetry quanto sobre as capacidades do AIOps, garantindo que ambos trabalhem em conjunto de maneira eficaz.
Outro aspecto importante é que, embora a observabilidade ofereça uma visibilidade significativa, ela também traz o desafio de lidar com grandes volumes de dados. O uso de ferramentas de AIOps para filtrar, analisar e transformar esses dados em insights acionáveis é fundamental. A habilidade de aplicar a inteligência artificial para classificar e priorizar eventos permite que as equipes de TI se concentrem nos problemas mais críticos, otimizando os recursos e o tempo.
Com a implementação bem-sucedida dessas ferramentas, empresas podem alcançar um nível de eficiência operacional muito mais elevado, mesmo em ambientes onde os sistemas legados são predominantes. A chave para essa transição está na capacidade de adotar essas novas abordagens de maneira incremental, começando com pequenas melhorias e evoluindo para uma integração mais completa, à medida que os benefícios de observabilidade se tornam evidentes.
No entanto, além das soluções tecnológicas, é fundamental que as empresas compreendam a importância da cultura organizacional na adoção de práticas de observabilidade. A formação de equipes com habilidades adequadas, a promoção de uma mentalidade de monitoramento contínuo e a aceitação da automação como uma aliada no processo de melhoria contínua são fatores essenciais para o sucesso dessa transformação.
Como Integrar Rastreamento Distribuído em Arquiteturas de Mensageria: O Caso do Google PubSub
No contexto de sistemas distribuídos, rastrear a execução de requisições e eventos através de diferentes serviços e componentes é um desafio constante. As soluções modernas para monitoramento, como o OpenTelemetry e o X-Ray, fornecem ferramentas poderosas para lidar com esse desafio. No entanto, em áreas onde a instrumentação direta do trace é difícil ou até impossível, como é o caso de alguns serviços de mensageria, uma abordagem híbrida de rastreamento e logs é muitas vezes necessária. Neste cenário, o Google PubSub surge como uma solução robusta para comunicação assíncrona entre diferentes partes de um sistema, mas sua integração com o rastreamento distribuído exige cuidados específicos.
Para garantir que o rastreamento distribuído seja eficiente, é essencial aplicar traces apenas onde for possível. Em áreas de difícil rastreamento, uma estratégia recomendada é a combinação de traces com logs, o que ajuda a correlacionar eventos e facilita a compreensão do fluxo de dados. Além disso, a criação de um serviço personalizado para gerenciar os endpoints e spans pode ser útil, especialmente em ambientes que utilizam múltiplos serviços e sistemas complexos. O CloudFront e o AWS API Gateway, por exemplo, já possuem suporte integrado para o formato X-Ray, uma ferramenta de rastreamento que pode ser facilmente utilizada com OpenTelemetry para garantir a propagação do trace através de diferentes camadas de um sistema.
Quando se utiliza o Micrometer, X-Ray e OpenTelemetry W3C simultaneamente, é importante ter atenção para possíveis conflitos entre os contextos de rastreamento. Nesses casos, a recomendação é consolidar os traces em um único trace sempre que possível, a fim de manter a integridade dos dados e evitar redundâncias que possam prejudicar a análise.
No caso específico do Google PubSub, a situação é um pouco mais complicada. O PubSub, por ser uma solução assíncrona, não oferece suporte direto para bibliotecas de rastreamento. Como resultado, é necessário implementar manualmente a instrumentação de rastreamento. Em uma arquitetura de mensagens, os publishers (produtores) e subscribers (consumidores) trocam eventos sem um controle rígido de sequência, o que exige um método para correlacionar as mensagens enviadas com as trace spans. A utilização de um identificador de trace (traceparent) nos atributos da mensagem é uma técnica fundamental para garantir que o rastreamento seja consistente, mesmo em sistemas assíncronos.
Para integrar adequadamente o rastreamento no fluxo do Google PubSub, é preciso tratar da serialização e desserialização do contexto de rastreamento manualmente. Cada mensagem enviada para o PubSub precisa ser acompanhada do traceparent nos seus atributos. O mesmo ocorre ao receber a mensagem: o contexto do trace precisa ser extraído do atributo e propagado para o sistema que consome a mensagem.
Exemplo prático de implementação para o envio de mensagens:
Este código realiza a injeção do traceparent no atributo da mensagem, permitindo que o consumidor da mensagem recupere e continue o rastreamento. Quando a mensagem for publicada, o trace será automaticamente associado à requisição e será possível acompanhar o fluxo completo da mensagem através do sistema.
No lado do consumidor, a função de assinatura também precisa ser adaptada para lidar com a propagação do contexto de rastreamento:
Ao implementar essas modificações, cada evento gerado pelo PubSub terá seu rastreamento completo, permitindo a monitoração e análise do fluxo de dados através do sistema. A integração do rastreamento distribuído com o PubSub é, portanto, uma questão de garantir que os traces sejam corretamente propagados, mesmo em sistemas assíncronos.
Outro ponto importante a ser lembrado é que, embora o PubSub facilite a comunicação entre microserviços de forma escalável e resiliente, a integração com rastreamento distribuído deve ser pensada desde o início da arquitetura. O rastreamento adequado pode fornecer insights valiosos sobre a performance do sistema, identificar gargalos e garantir a observabilidade de ponta a ponta. Essa observabilidade é crucial para depuração e resolução rápida de problemas, especialmente quando se trabalha com sistemas altamente distribuídos.
Como Lidar com Inconsistências de Dados e Desafios de Arquitetura em Sistemas Complexos
No contexto de sistemas empresariais e de telecomunicações, a integração de legados com tecnologias modernas é um desafio constante. Sistemas como TIBCO Order Management, Siebel CRM, PeopleSoft ERP, entre outros, frequentemente coexistem com novas soluções, criando um cenário complexo para a arquitetura de TI. A organização eficiente dos processos e a capacidade de monitorar e corrigir falhas nos sistemas são fatores cruciais para garantir a continuidade dos serviços, especialmente quando lidamos com grandes volumes de dados e uma variedade de tecnologias.
No domínio das telecomunicações, por exemplo, o conceito de orquestração é fundamental. Arquiteturas que monitoram EAI (Enterprise Application Integration), BPM (Business Process Management), MDM (Master Data Management), MFT (Managed File Transfer) e ETL (Extract, Transform, Load) são essenciais para garantir a integridade do sistema como um todo. É necessário, portanto, aplicar servidores de orquestração para lidar com transações distribuídas, essenciais para os processos de telecomunicações. Além disso, arquiteturas de baixa latência são indispensáveis em áreas como jogos online e negociação de ativos financeiros, onde cada milissegundo pode fazer diferença.
Porém, falhas em sistemas podem ser originadas não apenas por problemas técnicos, mas também por falhas nos processos de implantação e testes. Quando o código da aplicação não é a causa do erro, a causa pode estar no procedimento de implantação e teste inadequado. Uma das falhas mais comuns, e talvez mais difíceis de resolver, está relacionada à inconsistência de dados. Sistemas com processos complexos podem apresentar dificuldades em identificar e corrigir problemas decorrentes de dados inconsistentes. Por isso, é fundamental que os dashboards de monitoramento sejam configurados de forma a identificar esses problemas e fornecer visibilidade clara dos casos de inconsistência de dados.
A observabilidade, portanto, não se limita a simples gráficos de desempenho e indicadores básicos. Dashboards eficazes devem ser capazes de preencher as lacunas que os gráficos tradicionais não conseguem capturar, como os casos de inconsistência de dados que podem afetar a integridade de todo o sistema. Falhas em microserviços, por exemplo, são frequentemente parciais e não críticas, mas podem se propagar, especialmente se envolvem dados inconsistentes. Embora a identificação e correção de falhas de microserviços seja um processo relativamente rápido, quando se trata de falhas relacionadas aos dados, o processo é significativamente mais complexo.
A resolução de falhas nos dados não pode ser feita sem a colaboração estreita entre os engenheiros de confiabilidade de sites (SREs) e os especialistas de negócios. Os SREs devem não apenas se concentrar na disponibilidade, taxa de erro e latência dos serviços, mas também buscar melhorar a confiabilidade geral dos sistemas. Em muitos casos, a consistência dos dados é garantida por processos de reconciliação manuais ou, em sistemas mais avançados, por soluções automatizadas. A adoção de APIs idempotentes e a aplicação de processos de reconciliação podem ajudar a garantir que a mesma transação seja processada corretamente, mesmo quando ocorrem falhas.
Entretanto, a verdadeira solução para as inconsistências de dados não reside apenas nas ferramentas ou no código; ela exige uma compreensão profunda do negócio e de como os dados fluem ao longo dos processos empresariais. As falhas de dados podem ser pequenas, mas quando são em grande escala, o processo manual de reconciliação torna-se excessivamente demorado e propenso a erros. Nesses casos, soluções automatizadas se tornam não apenas desejáveis, mas essenciais.
Além disso, é importante entender que a construção de sistemas de dados eficientes vai além do uso de tecnologias específicas como REST, bancos de dados relacionais ou arquiteturas síncronas. O futuro tende a se orientar por abordagens assíncronas, eventos e mensagens, utilizando tecnologias como NoSQL, GraphQL e técnicas de não-bloqueio. Essas tecnologias, que fazem parte da arquitetura proposta, proporcionam maior escalabilidade e eficiência na gestão de dados e na comunicação entre os diversos sistemas da infraestrutura.
No entanto, a implementação de observabilidade em arquiteturas emergentes e dinâmicas é um desafio contínuo. Agentes de monitoramento podem se comportar de formas inesperadas, e o uso de ferramentas como OpenTelemetry nem sempre é uma solução perfeita. Quando se lida com tecnologias de ponta e sistemas complexos, falhas de instrumentação e problemas com a precisão dos dados de monitoramento são comuns. Em sistemas de grande escala, a interação entre diferentes agentes e a coleta de dados podem ser confusas, especialmente quando se utiliza uma combinação de ferramentas comerciais e de código aberto.
Em última análise, o papel dos SREs não se resume a monitorar e corrigir problemas técnicos de forma isolada. Eles devem ser capazes de identificar falhas de dados, entender o impacto desses problemas no negócio e trabalhar em colaboração com outros times – como arquitetos e analistas de negócios – para resolver questões de forma rápida e eficaz. O equilíbrio entre as soluções técnicas e as necessidades de negócios é crucial para garantir que os sistemas sejam não apenas funcionais, mas também resilientes, eficientes e capazes de suportar as crescentes demandas do ambiente digital.
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