O projeto e a modelagem de aberturas de exaustão em dutos de ventilação são fundamentais para otimizar a eficiência energética e reduzir a resistência ao fluxo. Este estudo analisa, com base em dados experimentais e numéricos, os efeitos das diferentes configurações geométricas das aberturas finais e a relação entre o tamanho da abertura e a formação dos vórtices, os quais afetam diretamente o arrasto (LDC - Coeficiente de Arrasto).

Um dos fatores mais significativos analisados foi a presença de um "fim cego" nas aberturas laterais dos dutos. A abertura final de um duto nem sempre se encontra exatamente na extremidade, podendo ser posicionada ligeiramente antes do plugue final, criando um "fim cego" entre o final do duto e a abertura. Essa configuração pode influenciar o arrasto e o comportamento do fluxo. A partir de testes realizados com diferentes proporções entre o comprimento do fim cego e o comprimento total da abertura (s/b), observou-se que embora o aumento no tamanho do fim cego cause uma redução no LDC, o efeito total dessa variação é insignificante. A mudança no LDC entre as variações de s/b de 0,2 a 0,8 foi de apenas 3%, o que sugere que a geometria do fim cego, por si só, não tem impacto substancial no desempenho aerodinâmico, justificando a decisão de não investigar mais profundamente essa variável.

A formação de vórtices (VZ - Vortex Zones) é outro fenômeno importante a ser considerado na análise do fluxo através das aberturas. Os vórtices se formam devido à ruptura do fluxo ao passar por uma borda afiada, como no caso das aberturas laterais do duto. Estudando as formas geométricas dos vórtices, foi possível determinar que as zonas de vórtices podem ser modeladas de forma semelhante, independentemente do tamanho da abertura. Isso leva à conclusão de que é possível obter o contorno dos vórtices para uma determinada abertura escalando o contorno "universal" de um vórtice conhecido, baseado em cálculos realizados para aberturas de tamanho diferente. Essa abordagem é crucial tanto para a teoria quanto para a prática do estudo de fluxos em dutos de exaustão, pois permite aplicar o mesmo modelo geométrico básico de vórtices a diferentes configurações de aberturas, simplificando o processo de modelagem.

Para as simulações numéricas, foi utilizado o contorno básico de um vórtice para uma abertura com uma largura relativa de h/b = 1.875. As comparações entre os resultados numéricos e experimentais revelaram uma boa correspondência entre os dois, confirmando a validade da abordagem. Em casos de aberturas com largura relativa h/b menor (por exemplo, h/b = 0,2), os vórtices apresentaram distorções significativas devido ao impacto da parede exposta ao jato de ar, que resulta em um aumento de velocidade nessa região.

A configuração da abertura, especificamente o formato e o dimensionamento do vórtice, pode ser otimizada para reduzir o arrasto, um dos principais objetivos em projetos de dutos de exaustão. A modelagem de aberturas de exaustão "moldadas" ao longo do contorno de vórtices foi testada, e os resultados numéricos mostraram que a modelagem ao longo de um vórtice específico pode reduzir o LDC. No entanto, o efeito da modelagem ao longo de diferentes vórtices foi analisado e comparado, e foi encontrado que modelar a abertura ao longo do vórtice formado pela borda afiada (VZ1) resulta em uma redução maior do LDC do que ao longo do vórtice formado no canto (VZ2). A modelagem ao longo de ambos os vórtices simultaneamente resultou em uma diminuição adicional de apenas 3%, sugerindo que não é eficiente combinar os dois vórtices na modelagem da abertura.

Além disso, o estudo revelou que a escolha da malha computacional é crucial para garantir a precisão dos resultados. O uso de uma malha mais densa, particularmente nas regiões mais complexas da geometria da abertura, é essencial para representar corretamente o comportamento do fluxo. A verificação dos resultados numéricos foi feita por meio de experimentos práticos, e a comparação entre os LDCs obtidos experimentalmente e numericamente mostrou que a modelagem "moldada" tem um impacto significativo na redução do arrasto em relação a um design não modelado.

Com base nessas descobertas, é evidente que o aprimoramento da geometria das aberturas laterais, seja por meio de modelagem ao longo de vórtices ou pela manipulação de outras características geométricas, pode levar a melhorias significativas na eficiência de exaustão de dutos, particularmente em termos de redução do arrasto aerodinâmico. Esses resultados fornecem um quadro de referência valioso para o desenvolvimento de soluções mais eficientes e econômicas em sistemas de ventilação e exaustão.

Como a Inclinação de um Plano Impermeável Afeta o Design de Capôs de Exaustão com Flange

A análise do comportamento dos exaustores com flange, modelados com base nas zonas de vórtices (VZ), é fundamental para o desenvolvimento de sistemas de ventilação locais eficientes. Ao estudar a relação geométrica entre os contornos do VZ e o design do capô, observou-se uma forte dependência do desempenho desses sistemas em relação ao comportamento do fluxo de ar nas proximidades de planos impermeáveis. Compreender como as dimensões dos VZ variam com a posição e a inclinação do plano é crucial para otimizar a resistência ao fluxo e, consequentemente, melhorar a eficiência do sistema de exaustão.

A figura 6.39 demonstra a semelhança geométrica entre os contornos do primeiro VZ obtidos numericamente e aqueles encontrados utilizando o fator de escala kk. As linhas contínuas, que representam os contornos obtidos por kk, coincidem com as linhas tracejadas, que indicam os contornos originais. A diferença entre essas duas abordagens não ultrapassa 9%, exceto nos casos de design com os menores comprimentos de flange, onde a discrepância atinge até 25%. Esse fenômeno sugere uma mudança no comportamento do fluxo, evidenciada principalmente quando a distância s/Rs/R é menor ou igual a 2. Isso implica que, ao desenvolver novos designs para capôs de exaustão, deve-se verificar a eficiência dos perfis, especialmente para flanges curtos.

Quando analisamos os contornos do 2VZ, notamos uma falta de semelhança geométrica entre as diferentes configurações, algo que não ocorre com o primeiro VZ. Para o 2VZ, as dimensões são pouco dependentes do design ou da distância s/Rs/R quando s/R>1s/R > 1, o que sugere que um perfil universal poderia ser utilizado para otimizar o design do capô. Isso se aplica particularmente em casos de capôs de exaustão com saídas livres, como discutido em estudos anteriores.

Além disso, a presença de um plano impermeável tem um impacto significativo tanto na resistência quanto nas características geométricas dos VZ. Para distâncias s/R2s/R \leq 2, essa influência deve ser considerada ao projetar capôs de exaustão, especialmente quando se procura melhorar o perfil e a eficiência do sistema.

Ao estudar a inclinação do plano impermeável, como ilustrado nas figuras 6.40 e 6.41, observa-se que as dimensões dos VZ mudam de forma perceptível. A tabela 6.2 indica os ângulos de inclinação β\beta e as distâncias ss para as quais as dimensões do VZ se tornam estáveis, fornecendo dados essenciais para o desenvolvimento de sistemas de exaustão mais precisos e eficazes.

A experimentação, como descrito na Seção 6.2.3, revelou que a perda de pressão no segundo VZ (2VZ) supera a do primeiro VZ (1VZ) quando o capô de exaustão com flange é posicionado em um espaço ilimitado. A modelagem baseada no segundo VZ resulta em uma redução maior na perda de carga, uma vez que a distância de estabilização é mais curta. No entanto, a estabilização do 1VZ exige uma reformulação mais substancial do perfil devido ao seu comportamento dinâmico mais complexo.

É importante destacar que, embora os contornos do VZ sejam estáveis quando o plano impermeável é afastado a uma distância suficiente (cerca de 0,8 a 1,0 vezes a medida do calibre), as simulações experimentais indicam uma queda acentuada na resistência do fluxo até que essa estabilização ocorra. Isso implica que o design de capôs com flange pode ser otimizado substancialmente ao considerar o afastamento do plano impermeável de acordo com a distância crítica.

Comparando os resultados de experimentos de perda de carga, nota-se que o design melhorado do capô com flange apresenta resistência significativamente menor em comparação com o design não moldado. A eficiência do perfil moldado, Δζ\Delta \zeta, foi calculada em cerca de 85%, o que destaca a importância da modelagem precisa dos contornos para melhorar a performance do sistema.

Finalmente, para o capô de exaustão arredondado colocado diante de um plano impermeável, a dependência das zonas de vórtices em relação à distância entre o capô e o plano deve ser cuidadosamente analisada. Essa consideração é crucial ao aplicar os contornos encontrados na ausência do plano impermeável no design do capô de exaustão. Estudos futuros podem investigar a viabilidade de utilizar contornos variáveis com a distância, proporcionando um avanço no design de capôs de exaustão em sistemas de ventilação local.

Como a Geometria e o Fluxo de Ar Influenciam o Desempenho de um Tê de Exaustão Assimétrico

O estudo do comportamento do fluxo em sistemas de ventilação, especialmente na transição entre diferentes ramos de um tubo ou ducto, tem grande importância para a engenharia moderna, sendo essencial para otimizar a eficiência energética e reduzir as perdas de pressão. A análise dos parâmetros de fluxo, como os coeficientes de arrasto (LDCs) e a forma das zonas de vórtice, são cruciais para entender como as configurações geométricas afetam o desempenho do sistema. Nesse contexto, a forma de um tê de exaustão, particularmente a versão assimétrica, assume um papel significativo na determinação da eficiência do fluxo de ar.

Para abordar a questão do arrasto em um tê de exaustão assimétrico, é necessário entender como a geometria e a taxa de fluxo dos ramos influenciam a dinâmica do fluxo. Em um cenário típico, o fluxo do ramo lateral se encontra com o fluxo principal e, ao mudar de direção, forma uma zona de vórtice. Esse vórtice é resultado da interação entre os fluxos e das descontinuidades geométricas, como arestas afiadas ou mudanças bruscas de direção. O perfil da zona de vórtice é determinado principalmente pela relação entre as vazões dos fluxos que convergem. Quanto maior a diferença entre essas vazões, maior o impacto sobre a forma e o comportamento do vórtice.

A forma do tê de exaustão é projetada para reduzir a resistência ao fluxo e as perdas de pressão. Para isso, é necessário moldá-lo de acordo com os contornos da zona de vórtice, minimizando os pontos de separação do fluxo. A redução da resistência ao arrasto pode ser conseguida através da modificação da geometria do tê, fazendo-o mais eficiente em termos de consumo de energia. A pesquisa sobre a modificação de formas de exaustão, com base em simulações computacionais, tem mostrado que uma forma projetada de maneira otimizada pode resultar em uma redução significativa na perda de pressão.

Quando se comparam tês de confluência em sistemas de exaustão e fornecimento de ar, surgem diferenças importantes. Embora os sistemas de exaustão sejam mais comuns, especialmente em sistemas de ventilação industrial, o estudo de tês em sistemas de fornecimento de ar, como aqueles usados em ventiladores paralelos, também apresenta relevância. A análise da diferença nos coeficientes de arrasto entre esses dois tipos de tê revela que a configuração do fluxo, seja na exaustão ou no fornecimento, tem um impacto direto no desempenho do sistema.

As simulações computacionais baseadas no modelo de turbulência k–ε, comum para modelar fluxos em ductos, são essenciais para compreender como as mudanças nas taxas de fluxo afetam a pressão e o arrasto ao longo do tê. Ao estudar diferentes cenários, como a variação nas taxas de fluxo entre os ramos do tê, é possível prever as zonas de alta e baixa pressão, além de identificar as áreas onde ocorrem perdas de energia significativas.

Para garantir a precisão dos resultados, um estudo de convergência da malha computacional é essencial. Isso envolve a escolha de um tamanho de célula adequado, garantindo que a solução computacional não dependa da resolução da malha. A escolha do parâmetro de controle, como o coeficiente de arrasto médio, permite verificar a consistência dos resultados à medida que a malha é refinada. Quando a malha é suficientemente refinada, os valores dos coeficientes de arrasto se estabilizam, fornecendo resultados confiáveis para a análise.

Além disso, a consideração das características do fluxo ao longo do tê também deve levar em conta os efeitos do tratamento da camada limite, o que pode alterar o comportamento do fluxo em regiões próximas às superfícies do tê. Quando o modelo de "Funções de Parede Padrão" (SWF) é utilizado, a distância adimensional da malha em relação às paredes deve ser ajustada para garantir uma modelagem precisa da camada limite. Para tratamentos mais avançados da parede, como o uso de "Funções de Parede Aprimoradas" (EWT), o parâmetro y+ deve ser ajustado para valores ao redor de 1, garantindo uma modelagem ainda mais precisa.

Esses estudos de modelagem computacional não se limitam apenas à análise do fluxo, mas também à determinação das condições ideais para o projeto de sistemas de ventilação mais eficientes. O uso de tês otimizados pode resultar em sistemas de exaustão ou fornecimento de ar mais eficientes, com menores custos operacionais e maior longevidade do equipamento.

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Como Estudar e Validar Fluxos Separados em Tee Assimétrico: Métodos Numéricos e Experimentais

A análise da convergência da malha é crucial para garantir a precisão dos resultados em estudos de dinâmica de fluidos, especialmente quando se trata de tees com fluxos complexos, como os tees de exaustão. A adaptação da malha deve ser realizada até que as variações nos parâmetros dimensionais sejam suficientemente pequenas, indicando que a simulação atingiu um nível de convergência adequado. No caso estudado, a convergência foi alcançada após sete estágios de adaptação, com um valor de y* ≈ 50, conforme as recomendações do ANSYS FLUENT 12.0 (2024), que sugerem que o valor máximo de y* deve ser próximo de 30 para as funções de parede “padrão”. A malha utilizada para a simulação continha um total de 472.140 células e 615.265 nós, com tamanhos lineares de célula variando de 0,195 mm a 1,25 cm. A pesquisa de convergência da malha para um tee de fornecimento com junção assimétrica resultou na escolha do problema final após nove estágios de refinamento, com o parâmetro y* sendo aproximadamente 44. A diferença nas mudanças de pressão ao longo do duto permaneceu dentro de 0,7% entre os estágios 8 e 9, enquanto o coeficiente de arrasto local (LDC) variou em não mais que 0,06% entre os mesmos estágios. A menor dimensão da célula linear foi de 7 mm, com a simulação envolvendo um total de 1,8 milhões de células e 2,4 milhões de nós.

Além disso, um estudo comparativo com tees de exaustão assimétricos revelou uma discrepância de 3,4% no valor do parâmetro ζ para a configuração final de adaptação. Quando comparado aos dados de Idel’chik (1992) para tees de exaustão, as diferenças entre os valores de ζ e M S B S indicaram uma variação considerável, apontando para a diferença significativa no comportamento do fluxo entre tees de fornecimento divergentes e tees de exaustão. A validação numérica para tees de exaustão continua sendo um campo em aberto, e o estudo mais detalhado para esses casos, considerando a faixa completa das relações de taxa de fluxo G/G_B, será abordado posteriormente.

Em relação à simulação de um tee de exaustão, os valores de ζ e ζ, que representam o comportamento do fluxo nas seções de ramo lateral e principal, foram ajustados para diversas condições de taxa de fluxo, usando diferentes configurações de pressão nas fronteiras AB e EF (veja figura 7.1). As medições experimentais realizadas confirmaram que os resultados numéricos, em termos quantitativos e qualitativos, estavam em boa concordância com os dados encontrados na literatura. O comportamento do arrasto para tees de fornecimento divergentes foi notavelmente diferente daquele observado para tees de fornecimento em modo convergente, sugerindo a necessidade de uma análise mais profunda das diferenças no comportamento de fluxo entre estas duas configurações. A investigação do coeficiente de arrasto local para tees de exaustão envolveu também a análise de variáveis dinâmicas e estáticas de pressão nos pontos de confluência, o que permitiu uma avaliação detalhada do impacto de diferentes configurações de válvulas e placas de orifício.

Os dados experimentais coletados, como os apresentados na Tabela 7.5, complementaram os resultados da simulação numérica, com uma comparação entre os valores obtidos experimentalmente e aqueles encontrados por Idel’chik (1992), validando a adequação do modelo de simulação empregado. A comparação gráfica entre os resultados numéricos, experimentais e os de referência também revelou que, embora os resultados experimentais tivessem mostrado uma variação nos valores de LDC, esses dados estavam dentro de uma margem aceitável quando comparados aos resultados anteriores.

Por fim, é importante destacar que o comportamento do fluxo nos tees de exaustão pode variar significativamente dependendo da configuração da malha, da condição de fronteira e do parâmetro de adaptação da simulação. O cuidado na escolha dessas variáveis é fundamental para garantir que os resultados numéricos estejam alinhados com a realidade física do sistema. Além disso, deve-se sempre considerar a necessidade de validação experimental para garantir a precisão dos modelos numéricos, especialmente quando se trabalha com condições de fluxo complexas, como aquelas observadas em tees assimétricos e com junções de fornecimento ou exaustão.