As células endoteliais glomerulares são locais onde o capilar invade a fenda inferior do corpo em forma de "S". A Enzima Conversora de Angiotensina (ACE) pode desempenhar um papel crucial no manejo tubular da Angiotensina II (ANG II), sendo observada nas membranas apical e basolateral já nas fases iniciais do néfron. Este padrão de distribuição glomerular na fase fetal da nefrite difere do observado nos rins mais maduros, onde a ACE é predominantemente encontrada nas células endoteliais peritubulares. A mudança da ACE dos vasos glomerulares para os peritubulares com a maturação do sistema renal é bem documentada e ocorre de forma progressiva durante a infância.

Além da regulação hemodinâmica renal, a ANG II gerada localmente no glomérulo também tem a capacidade de estimular a angiogênese por meio da ativação de seus receptores. A ANG II age como um fator de crescimento para as células renais e, portanto, desempenha um papel crucial no desenvolvimento do rim por meio de dois receptores específicos: AT1-R e AT2-R. Ambos os receptores estão presentes de forma independente nos tecidos renais fetais de mamíferos, com predominância do AT2-R. A mRNA do AT2-R foi observada em quase todos os tecidos fetais, incluindo o metanéfro e os tecidos mesenquimatosos e conectivos indiferenciados. O AT1-R, por sua vez, foi encontrado mais especificamente nas glândulas adrenais, fígado e rim.

Dentro do rim, tanto as mRNAs dos receptores AT1-R quanto AT2-R são expressos no metanéfro, no 14º dia de gestação, quando já se iniciou o ramificamento do broto ureteral. A expressão de AT1-R nos glomérulos imaturos coincide com a diferenciação das células mesangiais a partir das pericítas e continua até a vida adulta, tanto nos glomérulos quanto no interstício tubular. A expressão de AT2-R, por outro lado, diminui após o nascimento, exceto em grandes vasos sanguíneos corticais. A mRNA de AT1-R é expressa em glomérulos maduros, nos corpos em forma de "S" em maturação, e nos túbulos proximais e distais também.

Durante o período embrionário, a mRNA de AT2-R é primeiramente expressa nas células mesenquimatosas adjacentes ao pedículo epitelial do ureter, estendendo-se nas células mesenquimatosas da área nefrógena e nos ductos coletores. Além disso, o AT2-R é invariavelmente expresso nas células epiteliais da mácula densa. Estudos sobre a localização dos receptores AT1-R e AT2-R podem ajudar a entender os papéis da ANG II no desenvolvimento renal.

Por meio do AT1-R, a ANG II estimula a proliferação, regula a expressão da óxido nítrico sintase, exerce efeitos promotores de crescimento e atua na diferenciação das células mesangiais glomerulares e tubulares durante a nefrogênese. Além disso, mediatiza ações biológicas como a manutenção da homeostase circulatória e a proliferação celular. A ANG II também participa da regulação negativa da expressão de AT2-R e do gene da renina. Em fetos com crescimento retardado, a expressão de AT2-R foi reduzida, sugerindo uma relação com um risco maior de hipertensão na vida adulta.

Dada a importância fundamental do sistema RAS para a morfogênese renal, a administração de medicamentos com efeitos inibidores da ACE ou agindo como inibidores de AT1-R ou AT2-R durante a gestação é contraindicada. O crescimento renal fetal prejudicado e a glomerulogênese estão associados à morbidade cardiovascular e renal na vida posterior.

O efeito da exposição pré-natal a anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) sobre a taxa de filtração glomerular é uma área de interesse crescente. Existem três isoformas de COX conhecidas: COX-1, que é expressa de forma constitutiva na maioria dos órgãos; COX-2, que pode ser induzida por vários estímulos; e COX-3, que ainda é considerada irrelevante em humanos. Essas enzimas desempenham um papel chave na biossíntese de prostanoides. A síntese renal de prostaglandinas (PG) contrabalança a vasoconstrição induzida por ANG II na arteríola aferente, promovendo vasodilatação. As prostaglandinas vasodilatadoras renais, como PGE2 e PGI2, são derivadas principalmente da COX-2.

Nos fetos, as PGs são cruciais para a glomerulogênese e subsequente diferenciação dos néfrons. Por exemplo, os metabolitos do ácido araquidônico modulam a atividade da Na+/K+/ATPase ao longo do néfron, sendo essa ação dependente da idade. As prostaglandinas vasodilatadoras atuam contra a alta resistência vascular intraútero e nos primeiros dias de vida. PGE2 e PGI2 também podem atuar como estimuladores potentes e rápidos da secreção de renina, por meio de receptores de PG localizados nas células renais juxtamedulares, como demonstrado em animais mais maduros. Estudos experimentais mostram que a COX-2 cortical e medular constitutiva é superexpressa na vida fetal e nos primeiros dias de vida, o que explica a alta excreção de prostaglandinas vasodilatadoras.

Quatro subtipos de receptores de PGE2 foram identificados no rim: EP1, EP2, EP3 e EP4. Estes estão localizados nos vasos glomerulares (EP1, EP2 e EP4) e em diferentes partes do túbulo (EP1, EP3 e EP4). A superexpressão de alguns desses receptores (EP2 e EP4) foi demonstrada nos vasos aferentes glomerulares do rim em desenvolvimento, permitindo uma maior atividade de prostanoides vasodilatadores. A vasodilatação desses vasos aferentes, por meio desses receptores, é o mecanismo principal pelo qual as prostaglandinas contrabalançam a alta resistência vascular gerada pela vasoconstrição dos vasos eferentes mediada por ANG II, mantendo assim a filtração glomerular na vida fetal e nos primeiros dias pós-natais.

Receptores EP3 tubulares também são superexpressos no túbulo distal e no ducto coletor, sendo essenciais para a formação do líquido amniótico e excreção de água nos primeiros dias de vida, resultando em maior clareamento de água livre. Além disso, a downregulação do canal aquaporina-2 (AQP2) do ducto coletor apical também resulta na excreção de urina hipotônica intraútero e nos primeiros dias de vida.

A expressão do receptor de cálcio sensível no embrião também está envolvida na ação bloqueadora da vasopressina, resultando em urina fetal hipotônica.

O Impacto da Dor e do Estresse no Desenvolvimento Infantil: Prevenção e Tratamento em Neonatos e Crianças Jovens

A dor é definida pela Associação Internacional para o Estudo da Dor (IASP) como uma "experiência sensorial e emocional desagradável associada a danos reais ou potenciais aos tecidos, ou descrita em termos de tal dano". Um aspecto fundamental dessa definição é que "a dor é sempre subjetiva e cada indivíduo aprende a aplicação da palavra dor por meio das experiências relacionadas a lesões na vida precoce". No entanto, nem todas as crianças experimentam a dor de maneira semelhante em sua infância. Algumas vivenciam um grau de sofrimento significativamente maior do que outras, o que pode ter impactos diretos em seu desenvolvimento.

É imprescindível compreender que a dor em crianças não deve ser apenas evitada devido ao desconforto imediato, mas também pelas suas consequências a curto e longo prazo. A dor e o estresse relacionados podem resultar em uma taxa maior de morbidade em um período mais curto. Além disso, no longo prazo, sabe-se que o desenvolvimento das vias de dor continua além do período neonatal, e o ajuste estrutural e funcional do sistema nociceptivo e dos circuitos espinhais é dependente da atividade. Ou seja, estímulos nocivos durante o período neonatal podem afetar negativamente esse desenvolvimento, resultando em consequências prejudiciais ao longo da vida.

O uso de analgesia preventiva durante a fase neonatal é visto como uma estratégia fundamental para evitar os efeitos colaterais a longo prazo da dor. Estudos com animais demonstraram que, na ausência de tratamento adequado para a dor durante experimentos, os efeitos negativos da dor neonatal foram mais intensos. Portanto, o tratamento da dor deve ser considerado uma prioridade para garantir o conforto imediato das crianças e prevenir as consequências prejudiciais a longo prazo. A dor não é apenas incômoda, mas também causa um sofrimento psicológico significativo, que pode afetar o bem-estar da criança e, por conseguinte, o seu desenvolvimento.

Entretanto, além da dor física, as crianças também estão expostas a experiências que não são necessariamente dolorosas, mas que são consideradas estressantes. Exemplos disso incluem a troca de fraldas em neonatos criticamente doentes, a alimentação por sonda e exames médicos. Embora esses procedimentos não sejam dolorosos, eles podem ser extremamente estressantes para as crianças, afetando seu estado emocional e fisiológico.

Quando uma criança vivencia estresse, o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HPA) é ativado. Esse eixo desencadeia a produção de hormônios como o corticotrofina, na hipófise, e cortisol, na córtex adrenal. Esses hormônios esteroides desempenham funções multifacetadas no corpo, como a modulação imunológica, e são sensíveis a diversos estressores durante a infância. Por esse motivo, alterações nos níveis desses hormônios, induzidas pelo estresse, podem contribuir para a morbidade neonatal.

Os estudos pioneiros de Anand et al. mostraram que o estresse gerado pela dor não tratada em crianças prematuras submetidas a cirurgias resultou em mudanças hormonais e metabólicas significativas. Essas alterações envolvem níveis elevados de adrenalina, noradrenalina, glucagon, aldosterona, corticosterona, 11-desoxicorticosterona e 11-desoxicortisol, além de alterações nas concentrações de glicose, lactato e piruvato no plasma. Os efeitos dessas mudanças hormonais foram mais intensos nas crianças que não receberam tratamento adequado para a dor, como o uso de fentanil.

O manejo eficaz da dor e do estresse é, portanto, essencial para minimizar os danos a curto e longo prazo nas crianças, especialmente nos primeiros anos de vida. A intervenção precoce, com o uso adequado de analgésicos e a adoção de práticas de cuidado que minimizem o estresse desnecessário, é crucial para evitar que esses impactos comprometam o desenvolvimento neuropsicológico da criança.

Além disso, deve-se ter em mente que o conceito de dor é multifacetado. O que para um adulto pode parecer um simples incômodo, para uma criança pode ser uma experiência avassaladora, principalmente quando essa dor é crônica ou recorrente. A compreensão do sofrimento infantil deve incluir não apenas a dor física, mas também as dimensões emocionais e psicológicas que o acompanham.

Qual é a segurança e a eficácia dos anestésicos locais em crianças?

A utilização de anestésicos locais para bloqueios regionais em crianças, especialmente durante procedimentos cirúrgicos ou diagnósticos, é uma prática amplamente estabelecida. Contudo, a farmacocinética desses anestésicos, como ropivacaína, levobupivacaína e bupivacaína, exige uma atenção cuidadosa devido à diferença nas reações do corpo infantil em comparação com os adultos. Estudos sobre esses fármacos mostram que sua absorção, distribuição, metabolismo e excreção podem variar consideravelmente, refletindo a importância da escolha da dose e da concentração adequadas para garantir a eficácia, sem comprometer a segurança.

A ropivacaína, por exemplo, tem sido estudada em diversas faixas etárias pediátricas, com particular atenção à sua aplicação por via caudal em crianças. A farmacocinética da ropivacaína em crianças pequenas, incluindo recém-nascidos e lactentes, mostrou que as concentrações plasmáticas variam, sendo mais elevadas em crianças mais jovens devido à menor capacidade de metabolização hepática e excreção renal. Tais características exigem um ajuste cuidadoso da dose para evitar a toxicidade sistêmica, que pode se manifestar com sintomas como convulsões e depressão respiratória. Estudos como os de Habre et al. (2000) e McCann et al. (2001) forneceram dados cruciais para entender esses aspectos.

Da mesma forma, a levobupivacaína, um enantiômero da bupivacaína, apresenta propriedades farmacológicas que a tornam uma escolha preferida em muitos cenários clínicos. Sua menor toxicidade cardiovascular e neurológica, aliada à capacidade de fornecer um bloqueio eficaz com menor risco de efeitos adversos, torna-a uma alternativa interessante. No entanto, o uso de levobupivacaína também requer monitoramento rigoroso, especialmente em concentrações elevadas. Ensaios clínicos, como os realizados por Locatelli et al. (2005) e Cortinez et al. (2008), têm explorado a farmacocinética da levobupivacaína em crianças pequenas, destacando tanto sua eficácia quanto os cuidados necessários ao utilizá-la.

Embora o uso de anestésicos locais seja amplamente seguro, é importante que os profissionais estejam atentos aos sinais de toxicidade sistêmica. A overdose de anestésicos locais pode levar a complicações graves, como convulsões, arritmias cardíacas e até a morte, caso não sejam tratados prontamente. Estudos como os de Eledjam et al. (2000) e Abouleish et al. (1998) destacam os riscos de intoxicação sistêmica, que podem ser exacerbados por fatores como a administração rápida ou em grandes volumes, especialmente em crianças com menor reserva fisiológica.

Além disso, a escolha do anestésico deve considerar não apenas a farmacocinética, mas também as características do procedimento e a condição clínica do paciente. Enquanto a ropivacaína tem sido frequentemente utilizada em bloqueios caudais, a levobupivacaína tem se mostrado eficaz em bloqueios mais prolongados, como aqueles realizados durante infusões contínuas epidurais. Comparações entre essas drogas revelam diferenças importantes em termos de duração de ação e perfil de segurança, o que deve influenciar a escolha do fármaco conforme as necessidades do paciente.

O entendimento das diferentes respostas fisiológicas das crianças à anestesia regional é fundamental. Por exemplo, a fisiologia do sistema nervoso central das crianças em desenvolvimento pode influenciar a forma como elas respondem à anestesia, com uma maior vulnerabilidade a efeitos adversos, como as convulsões, associadas ao uso de anestésicos locais. Além disso, a imaturidade do fígado e dos rins pode afetar a metabolização e excreção desses fármacos, levando a concentrações plasmáticas mais elevadas por mais tempo, o que aumenta o risco de toxicidade.

A administração de anestésicos locais, particularmente por via caudal, deve ser realizada com cautela, levando em conta a idade e o peso da criança, além da condição clínica geral. O monitoramento contínuo dos parâmetros vitais é essencial para detectar precocemente qualquer sinal de toxicidade sistêmica. A experiência clínica e o conhecimento das particularidades da farmacocinética dos anestésicos locais em crianças são fundamentais para garantir a segurança e a eficácia do procedimento anestésico.

Além da escolha do anestésico, deve-se considerar a técnica anestésica, a qual pode influenciar a absorção e a distribuição do fármaco. O volume e a concentração do anestésico administrado também têm impacto direto na eficácia do bloqueio e no risco de efeitos adversos. Portanto, a personalização da dose e a adaptação à resposta individual do paciente são essenciais para otimizar os resultados e minimizar complicações.

Finalmente, é crucial que os profissionais da saúde, especialmente anestesistas pediátricos, continuem a investigar as melhores práticas e atualizações na farmacocinética dos anestésicos locais em crianças. O campo está em constante evolução, e a compreensão detalhada das particularidades do metabolismo infantil permitirá melhorias na segurança dos procedimentos e a redução dos riscos associados ao uso desses agentes. A colaboração entre pesquisadores, clínicos e educadores em anestesia pediátrica é fundamental para promover um entendimento mais profundo e uma aplicação mais segura desses medicamentos.

Como Diagnosticar e Controlar o Diabetes Tipo 1 em Crianças: Aspectos Clínicos e Terapêuticos

O diabetes tipo 1 (T1DM) é uma condição metabólica crônica caracterizada pela deficiência absoluta de insulina, que leva a um aumento nos níveis de glicose no sangue, com implicações severas no metabolismo de carboidratos, lipídios e proteínas. Em crianças, o diagnóstico precoce é fundamental para evitar complicações graves, como a cetoacidose diabética (DKA), que pode ser fatal se não tratada a tempo.

Os primeiros sinais de T1DM muitas vezes se manifestam de forma aguda, com sintomas como vômitos, cansaço extremo e dor abdominal. Esses sinais podem ser confundidos com sintomas de infecções virais, o que dificulta o diagnóstico precoce. Portanto, é fundamental realizar testes de glicose e corpos cetônicos na urina sempre que uma criança apresentar tais sintomas, para que se possa identificar o diabetes de forma eficaz. A presença de glicose na urina é um bom indicador inicial, mas o diagnóstico definitivo deve ser feito com base em exames de sangue.

O diagnóstico de T1DM é confirmado quando o nível de glicose no sangue é superior a 200 mg/dL (11,1 mmol/L) em uma amostra de sangue aleatória, ou quando o nível de glicose em jejum é superior a 126 mg/dL (7 mmol/L). Além disso, a hemoglobina glicada (HbA1c) também pode ser usada como critério diagnóstico, sendo um valor de 6,5% ou superior indicativo de diabetes. No entanto, a utilização da HbA1c para o diagnóstico em crianças e adolescentes é um tema controverso, já que os estudos epidemiológicos que respaldam esse critério envolvem predominantemente adultos. Por isso, em casos com alta rotatividade celular, como doenças hemolíticas ou em gestantes, os critérios baseados apenas nos níveis de glicose no sangue devem ser priorizados.

Em casos onde os resultados dos testes são discordantes, recomenda-se a repetição dos testes ou a realização de um teste alternativo para confirmação. Em particular, se a glicose plasmática em jejum ou a HbA1c estiverem acima dos valores indicativos de diabetes, o diagnóstico está praticamente confirmado.

Após o diagnóstico de diabetes, a terapia com insulina deve ser iniciada imediatamente para evitar a progressão da descompensação metabólica e prevenir a DKA. Durante o tratamento inicial, ocorre uma recuperação parcial da função das células beta do pâncreas, o que é conhecido como o "período de lua de mel". Durante esse período, que pode durar de semanas a até dois anos, o controle do diabetes é relativamente fácil, mas com o tempo, a capacidade secretora de insulina das células beta diminui permanentemente.

Manter a HbA1c abaixo de 7,5% é essencial para prevenir complicações agudas e crônicas do diabetes tipo 1, especialmente em pacientes com menos de 19 anos, conforme as diretrizes da Sociedade Internacional para Diabetes em Pediatria e Adolescência (ISPAD) e da Associação Americana de Diabetes (ADA). No entanto, é importante lembrar que os pacientes com T1DM têm maior risco de desenvolver outras doenças autoimunes, como a tireoidite de Hashimoto, doença de Graves, doença de Addison, vitiligo, entre outras. Por isso, é crucial monitorar esses pacientes de forma contínua.

A insulina desempenha um papel central na regulação do metabolismo, particularmente na homeostase da glicose. Ela atua de forma primária no fígado, músculo e tecido adiposo. No fígado, a insulina promove a absorção de glicose, a síntese de glicogênio e a conversão de glicose em ácidos graxos, que são armazenados como triglicerídeos. No tecido adiposo, a insulina favorece o armazenamento de lipídios, enquanto no músculo, facilita a captação de glicose e aminoácidos, promovendo a síntese de proteínas e a formação de glicogênio muscular.

É importante compreender que, durante os períodos de jejum, quando os níveis de insulina estão baixos, o corpo ativa processos como a gliconeogênese e a glicogenólise para manter os níveis de glicose sanguínea estáveis. No entanto, após a ingestão de alimentos, o aumento da insulina suprime a produção hepática de glicose, favorecendo a síntese de glicogênio e de ácidos graxos. A insulina também exerce um efeito anabólico, promovendo o armazenamento de gordura e proteínas, e atua no equilíbrio eletrolítico, regulando o transporte de potássio para dentro das células.

Além disso, a insulina não apenas regula o metabolismo energético, mas também influencia a integridade de vários sistemas e processos celulares. Seu papel vai além do simples controle da glicemia, sendo essencial para a funcionalidade de órgãos vitais como o cérebro e os músculos, e para o equilíbrio eletrolítico.

Quando diagnosticado e tratado adequadamente, o diabetes tipo 1 é uma condição gerenciável, mas requer vigilância constante para evitar complicações. O controle eficaz dos níveis de glicose, o monitoramento das comorbidades autoimunes associadas e a educação contínua para os pacientes e suas famílias são fundamentais para uma vida saudável com diabetes.