A perda auditiva sensorioneural (PASN) é uma condição que pode ter uma variedade de causas, envolvendo tanto fatores genéticos quanto adquiridos. Essa forma de perda auditiva ocorre devido a danos nos neurônios do ouvido interno ou nas células ciliadas que são responsáveis pela transmissão do som para o cérebro. Embora a exposição a níveis elevados de som seja uma das causas mais comuns de PASN, outras condições, como infecções virais e bacterianas, também podem desencadear essa disfunção auditiva.
O herpes zoster, por exemplo, é um vírus conhecido por causar o zóster oticus, uma variante da infecção que pode afetar a orelha interna, resultando em perda auditiva severa, dor no ouvido e paralisia facial. Esse vírus é o mesmo que causa a varicela, mas em casos de reativação, ele pode provocar danos diretos nas células auditivas, gerando uma perda auditiva que frequentemente se manifesta com um tipo de perda auditiva neurossensorial (SNHL). Além disso, a exposição prolongada a níveis de som moderados pode também resultar em danos, especialmente em trabalhadores expostos a ambientes com níveis de ruído elevados, como indústrias e fábricas, onde a exposição constante ao som acima de 80 dB(A) é regulamentada para evitar o desenvolvimento de PASN.
Os níveis elevados de ruído industrial são um fator de risco bem documentado para a perda auditiva induzida por ruído (NIHL). De acordo com diretrizes europeias de 1989, os empregadores devem adotar medidas preventivas quando os níveis de ruído ultrapassam 80 dB(A). A exposição prolongada acima de 85 dB(A) pode afetar indivíduos suscetíveis, e os riscos aumentam significativamente quando os níveis de som ultrapassam 90 dB(A). A avaliação e diagnóstico da PASN relacionados a ruído geralmente são feitos por meio de testes audiométricos, mas deve-se estar atento a outros fatores de risco que possam contribuir para a condição, como a presbiacusia (perda auditiva relacionada à idade).
Outro fator importante que afeta a saúde auditiva são as infecções associadas ao HIV. Indivíduos infectados pelo HIV frequentemente sofrem de infecções virais e bacterianas que podem afetar o sistema auditivo e vestibular. Além disso, medicamentos ototóxicos usados no tratamento dessas infecções também podem contribuir para o desenvolvimento de perda auditiva, tanto sensorioneural quanto condutiva. É necessário um acompanhamento contínuo desses pacientes para avaliar os efeitos adversos dos tratamentos em curso.
Além das infecções virais, a sífilis, embora rara, também é uma causa conhecida de otite média supurativa que pode evoluir para PASN. Infecções como a otite média bacteriana, especialmente quando não tratadas adequadamente, podem se espalhar para o ouvido interno e causar uma labirintite serosa, resultando em perda auditiva acompanhada de desequilíbrio.
A infecção por SARS-CoV-2, o vírus responsável pela COVID-19, emergiu como uma causa associada a uma variedade de perdas auditivas, incluindo a perda auditiva sensorioneural súbita (SSNHL), perda auditiva condutiva e mista. Pacientes com COVID-19 frequentemente apresentam disfunção vestibular associada, e a gravidade da perda auditiva pode variar desde formas leves até profundas, necessitando, em alguns casos, de implantes cocleares. O mecanismo exato da perda auditiva em casos de COVID-19 ainda não está completamente claro, mas pode envolver neurite viral, eventos imunes ou inflamação vascular. O tratamento, embora baseado nas mesmas abordagens para SSNHL, pode evoluir à medida que mais dados se tornam disponíveis.
Além das infecções e exposições a ruídos, condições associadas ao desenvolvimento ósseo do ouvido interno, como a otosclerose, também podem resultar em perda auditiva sensorioneural. Em indivíduos com otosclerose, a perda auditiva pode se agravar progressivamente, levando à necessidade de implantes cocleares quando a audição se torna profundamente comprometida.
Outro fator relevante a ser considerado é o trauma físico, especialmente as fraturas do osso temporal. Esse tipo de lesão pode causar uma perda auditiva súbita, parcial ou total, dependendo da localização e gravidade da fratura. Tanto fraturas longitudinais quanto transversais podem afetar a audição, com as transversais sendo mais frequentemente associadas a perdas auditivas profundas.
Importante destacar é que, além das causas infecciosas e traumáticas, uma variedade de doenças genéticas e síndromes também pode levar à PASN, tornando o diagnóstico mais complexo. Muitas dessas condições envolvem mutações em genes específicos que afetam a audição desde o nascimento ou durante a infância, embora também possa ocorrer perda auditiva em adultos devido a fatores adquiridos.
A perda auditiva sensorioneural, embora não tenha cura, pode ser gerenciada com o uso de aparelhos auditivos em casos mais leves ou moderados, e com implantes cocleares em casos graves. É fundamental que as intervenções sejam realizadas o mais cedo possível para melhorar a qualidade de vida dos pacientes afetados.
Quais são os métodos de imagem mais eficazes para doenças de cabeça e pescoço?
Nos últimos três décadas, houve uma redução significativa no uso de radiografias simples para a avaliação de distúrbios da cabeça e pescoço, graças ao avanço das tecnologias de ultrassonografia, tomografia computadorizada (TC) e ressonância magnética (RM). Embora as radiografias sejam baratas e amplamente disponíveis, elas carregam o risco de radiação ionizante, o que limita suas indicações a um número reduzido de situações. Atualmente, a utilização das radiografias é restrita, por exemplo, à avaliação de corpos estranhos no pescoço e à verificação da posição e integridade dos eletrodos de implantes cocleares.
A ultrassonografia, por sua vez, é um exame dinâmico que utiliza ondas sonoras de alta frequência (5–20 MHz), proporcionando uma resolução espacial elevada. Esse método é especialmente indicado para a avaliação de estruturas superficiais do pescoço, como as glândulas salivares parótida e submandibular, a glândula tireoide e os linfonodos cervicais. Seu grande benefício está na ausência de radiação ionizante, além de ser relativamente barato e amplamente disponível. No entanto, a qualidade do exame depende bastante da habilidade do operador, já que a ultrassonografia exige técnica e experiência para se alcançar diagnósticos precisos. Além disso, é uma ferramenta eficaz para guiar aspirações com agulha fina e biópsias.
A tomografia computadorizada (TC) utiliza um feixe fino de raios-X, com detectores que giram ao redor do paciente, reconstruindo imagens com espessura inferior a um milímetro. As imagens resultantes são produzidas em formato volumétrico, sem lacunas, e podem ser reconstruídas em diferentes planos, como axial, sagital e coronal, sem perda de detalhes. Essa capacidade da TC é essencial para delinear com clareza a anatomia e patologias dos seios paranasais e dos ossos temporais. Além disso, a TC com contraste iodado intravenoso é fundamental para avaliar patologias infecciosas e malignas que afetam os tecidos moles do pescoço.
A ressonância magnética (RM), que utiliza um poderoso campo magnético para realinhar os átomos de hidrogênio presentes na água do corpo, oferece uma resolução excelente para tecidos moles. Esse método é a escolha preferencial para a avaliação do ângulo cerebelopontino e das cavidades auditivas internas, além de ser crucial para a caracterização de lesões nas glândulas salivares. Contudo, é importante notar que o uso da RM é contraindicado em pacientes com marcapassos, implantes cocleares e estimuladores nervosos, devido à interação do campo magnético com esses dispositivos.
O exame de tomografia por emissão de pósitrons (PET), em que é injetado um radiofármaco como o 18-fluorodesoxiglicose (FDG), é utilizado para obter informações funcionais, especialmente em pacientes com linfonodos metastáticos no pescoço ou para monitoramento de resposta após tratamento com quimioterapia ou radioterapia. O PET fornece imagens dinâmicas ao detectar a emissão de pósitrons provenientes do decaimento do FDG, e quando combinado com TC ou RM, melhora a localização das anomalias e a precisão do diagnóstico.
A avaliação de anomalias congênitas da orelha externa e do canal auditivo pode ser feita por meio de TC, que pode revelar anomalias como a atresia bilateral do canal auditivo externo e a fusão dos ossículos. Em casos de displasias congênitas, a RM pode ser útil para avaliar a integridade do nervo coclear e para verificar a presença de fibrose que possa obliterar o lúmen coclear.
Além disso, a análise de traumas na região temporal é frequentemente realizada com TC, especialmente em casos de suspeita de fraturas do osso temporal, que podem resultar em otorragia, perda auditiva ou líquido cerebrospinal (LCR) no ouvido externo. As fraturas do osso temporal podem ser classificadas como longitudinais ou transversais, e a escolha do método de imagem depende da natureza da fratura e dos sintomas apresentados. Enquanto as fraturas longitudinais estão frequentemente associadas a perda auditiva condutiva, as fraturas transversais tendem a resultar em perda auditiva sensorioneural.
Nos casos de otomastoidite aguda, a TC também é o exame de escolha, especialmente quando se suspeita de complicações. Esse exame pode mostrar a presença de fluido na cavidade do ouvido médio e nas células mastoides, um sinal clássico da doença.
Além de todos os métodos de imagem mencionados, é importante que o médico especialista compreenda as limitações e indicações precisas de cada modalidade para realizar um diagnóstico adequado e selecionar o melhor tratamento para o paciente. O uso de múltiplas técnicas de imagem, de forma integrada, pode ser necessário em muitos casos para proporcionar uma visão abrangente e precisa das condições clínicas do paciente.
Como Lidar com Rinite Alérgica e Outras Condições Nasais: Estratégias e Abordagens Terapêuticas
A rinite alérgica (RA) é uma das condições mais comuns que afeta a saúde nasal, resultando em sintomas como obstrução nasal, secreção, diminuição do olfato e dor ou pressão facial. Ela pode ser desencadeada por uma variedade de fatores, incluindo poluentes ambientais, poeira, ácaros, pêlos de animais e outros alérgenos. Além disso, medicamentos como inibidores da ECA, betabloqueadores e anticoncepcionais orais podem agravar os sintomas nasais. Até mesmo o uso recreativo de drogas, como a insuflação de cocaína, pode causar inflamação nasal.
No manejo da rinite alérgica, uma abordagem personalizada e cuidadosamente adaptada às necessidades do paciente é fundamental. A terapia pode ser realizada pelo próprio paciente (autotratamento), ou sob a orientação de um médico, que ajustará o tratamento conforme a gravidade dos sintomas e a resposta ao tratamento. As recomendações do ARIA (Allergic Rhinitis and its Impact on Asthma) e de outros grupos de especialistas são úteis para guiar a escolha da terapia mais eficaz. Embora muitas terapias proporcionem alívio temporário dos sintomas, o tratamento de longo prazo é frequentemente necessário, pois a maioria dos tratamentos não proporciona efeitos duradouros além do controle sintomático.
A rinite medicamentosa (RM) é uma forma específica de rinite causada pelo uso excessivo de descongestionantes nasais tópicos. Este tipo de rinite ocorre devido à adaptação do corpo aos efeitos do medicamento, exigindo doses cada vez maiores para obter alívio, o que acaba exacerbando os sintomas. Já a rinite não alérgica ocupacional pode ser desencadeada por fatores ambientais relacionados ao trabalho, como exposição a substâncias irritantes ou alérgenos, e pode ser tanto alérgica quanto não alérgica.
Outro tipo comum de rinite é a rinite hormonal, que pode surgir durante a gravidez devido às mudanças hormonais, além da rinite atrófica, caracterizada pela degeneração das glândulas mucosas e transporte mucociliar prejudicado, frequentemente associada a infecções bacterianas crônicas. A rinite idiopática, também conhecida como rinite vasomotora, é uma condição caracterizada por sintomas semelhantes aos da rinite alérgica, mas sem um alérgeno identificável. É importante que o diagnóstico seja feito com base em uma avaliação cuidadosa da história do paciente, exame clínico e exames complementares, como a endoscopia nasal e tomografia computadorizada (TC), que podem ajudar a diferenciar entre AR, NAR (rinite não alérgica) e sinusite crônica.
Em relação ao tratamento farmacológico, os corticosteroides nasais são os mais eficazes para controlar a rinite alérgica. Eles atuam alterando a transcrição nuclear, promovendo a produção de compostos anti-inflamatórios e diminuindo a produção de substâncias pró-inflamatórias. Embora esses medicamentos apresentem um excelente perfil de eficácia, é importante que os pacientes sejam informados de que pode levar de duas a três semanas para que os efeitos terapêuticos se tornem visíveis. Além disso, apesar de os corticosteroides nasais serem geralmente bem tolerados, alguns efeitos adversos podem ocorrer, como ressecamento nasal, sangramentos menores ou irritações nas mucosas.
Os anti-histamínicos de segunda geração, como loratadina, cetirizina e fexofenadina, são amplamente utilizados no tratamento da rinite alérgica. Esses medicamentos são menos sedativos do que os anti-histamínicos de primeira geração, como a clorferamina e a difenidramina, e podem ser eficazes em pacientes com sintomas intermitentes. Quando administrados regularmente, esses anti-histamínicos podem proporcionar um alívio considerável. Em casos mais graves ou persistentes, os corticosteroides sistêmicos podem ser utilizados, mas geralmente por períodos curtos devido ao risco de efeitos adversos associados ao uso prolongado.
A imunoterapia (SIT), que envolve a exposição gradual a alérgenos específicos para induzir a tolerância, é uma opção a longo prazo para pacientes com rinite alérgica resistente ao tratamento convencional. Embora seja um tratamento demorado (geralmente de 3 a 5 anos), pode oferecer alívio duradouro. No entanto, a imunoterapia não é indicada para todos os pacientes, especialmente aqueles com doenças autoimunes ativas ou com contra-indicações como gravidez e asma grave.
Além dos tratamentos farmacológicos, a educação do paciente é um componente essencial no manejo da rinite alérgica e outras condições nasais. Muitos pacientes não reconhecem os sintomas como sendo de rinite alérgica, e acabam se auto-medicalizando com terapias ineficazes. Ensinar os pacientes a identificar os fatores desencadeantes, como ácaros, pólen e pelos de animais, e a adotar medidas preventivas adequadas pode ajudá-los a controlar melhor os sintomas. Medidas simples, como o uso de filtros HEPA, a lavagem frequente da roupa de cama e a ventilação adequada dos ambientes, podem reduzir significativamente a exposição aos alérgenos.
Importante também é entender que a total eliminação de alérgenos, como os ácaros, pode ser quase impossível sem mudanças radicais no ambiente, como a mudança para uma região de clima mais seco. Contudo, estratégias como a redução da exposição à poeira e a manutenção de um ambiente limpo e bem ventilado podem contribuir para o controle dos sintomas, mesmo que não seja possível evitar completamente os desencadeantes.
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