O uso de medicamentos pode resultar em uma série de efeitos adversos, entre os quais se destacam os problemas oculares. O topiramato, um fármaco amplamente utilizado para o tratamento de epilepsia e enxaquecas, pode provocar uma variedade de efeitos colaterais no sistema ocular, incluindo o glaucoma de ângulo fechado secundário. Esse tipo de glaucoma ocorre quando há um aumento súbito da pressão intraocular, que pode levar à perda da visão se não tratado adequadamente. A associação entre o uso de topiramato e o glaucoma de ângulo fechado foi documentada em estudos como o de Sankar et al. (2001) e Medeiros et al. (2003), que observaram pacientes apresentando desprendimento da úvea e outras complicações associadas ao uso desse medicamento.
Além disso, o topiramato também está relacionado ao desenvolvimento de miopia aguda e estrias retinianas, como discutido por Sen et al. (2001). Esses efeitos podem ser confundidos com outras condições oftalmológicas, tornando essencial que os profissionais de saúde realizem um acompanhamento atento dos pacientes em uso desse medicamento. Esses efeitos adversos podem ocorrer de forma aguda, muitas vezes logo após o início do tratamento, o que reforça a importância do monitoramento regular da saúde ocular.
No campo da farmacologia antimicrobiana, os antibióticos, como as penicilinas, também podem apresentar reações adversas, embora suas consequências oculares sejam menos frequentemente abordadas na literatura. A penicilina, descoberta por Alexander Fleming em 1928, revolucionou o tratamento de infecções bacterianas. No entanto, seu uso não é isento de riscos. Embora raros, efeitos alérgicos graves, como anafilaxia e erupções cutâneas, podem ocorrer, e a possibilidade de reações sistêmicas severas pode afetar a saúde ocular indiretamente.
O mecanismo de ação dos antibióticos β-lactâmicos, como as penicilinas, está relacionado à interferência na síntese da parede celular bacteriana, sendo eficaz contra uma vasta gama de bactérias. No entanto, a resistência a esses antibióticos tem se tornado uma preocupação crescente, especialmente em relação à produção de β-lactamase por algumas cepas bacterianas. O uso indiscriminado ou inadequado desses medicamentos pode levar ao desenvolvimento de cepas resistentes, que por sua vez podem exigir tratamentos mais agressivos e prolongados, com possíveis efeitos adversos sistêmicos que afetam os órgãos, incluindo os olhos.
Ademais, a farmacocinética das penicilinas mostra que essas substâncias não são bem absorvidas pelo trato gastrointestinal, com exceção de algumas variações como a penicilina V e amoxicilina, o que implica que o tratamento com antibióticos orais pode apresentar desafios no controle de infecções em áreas como os olhos. Quando a penicilina é administrada de forma intramuscular ou intravenosa, a absorção e a eficácia podem ser mais controladas, mas isso não elimina o risco de efeitos colaterais. Em pacientes com história de reações alérgicas graves à penicilina, a necessidade de precauções rigorosas, como a desensibilização, pode ser necessária.
É importante também destacar que, embora a resistência à penicilina seja um desafio crescente, essa classe de antibióticos continua sendo essencial no tratamento de diversas infecções. Sua eficácia contra bactérias gram-positivas e alguns gram-negativos, como Streptococcus pneumoniae e Neisseria gonorrhoeae, mantém sua relevância clínica. No entanto, como qualquer medicamento, seu uso deve ser monitorado, não só pela sua eficácia, mas também pelos possíveis efeitos adversos que podem se manifestar em múltiplos sistemas do corpo, incluindo o ocular.
Além disso, é fundamental que os profissionais de saúde estejam atentos aos sinais de efeitos adversos, como mudanças na acuidade visual, dor ocular ou vermelhidão nos olhos. Pacientes em uso de topiramato ou antibióticos devem ser instruídos a reportar qualquer sintoma visual de forma precoce, pois a detecção precoce pode evitar complicações mais graves. A educação dos pacientes sobre os possíveis efeitos colaterais dos medicamentos e o acompanhamento regular da saúde ocular devem ser partes essenciais do manejo terapêutico, minimizando assim os riscos associados ao tratamento.
Como os medicamentos afetam a farmacocinética e a farmacodinâmica em crianças?
A farmacocinética do paracetamol (acetaminofeno) revela uma absorção relativamente baixa através do metabolismo de primeira passagem. A biodisponibilidade relativa entre as formulações retal e oral de acetaminofeno (Fretal/oral) foi relatada como 0,52, com uma variação entre 0,24 e 0,98. Este parâmetro é geralmente mais elevado em neonatos, onde a altura da inserção do supositório pode alterar o padrão de drenagem venosa retal. Estudo anterior demonstrou que a área sob a curva (AUC) de neonatos após administração de supositório foi significativamente maior em comparação com bebês mais velhos. Portanto, a biodisponibilidade relativa das formulações retais parece estar diretamente relacionada à idade do paciente.
A absorção do paracetamol do duodeno para a circulação sistêmica é rápida, com uma meia-vida de absorção (T1/2,abs) de 2,7 a 6,8 minutos. Contudo, em crianças menores de 3 meses, essa absorção é retardada em um fator de aproximadamente 3,68, devido à dependência do esvaziamento gástrico, que é lento e errático nos neonatos. Além disso, a absorção oral é consideravelmente mais lenta em neonatos prematuros, especialmente nos primeiros dias de vida. Já a absorção retal é imprevisível e varia significativamente. Em bebês com menos de 3 meses, a meia-vida de absorção das formulações retais é prolongada, sendo 1,51 vezes maior do que em crianças mais velhas. A disponibilidade do acetaminofeno intravenoso atualmente pode contornar essas dificuldades, caso necessário.
O metabolismo do paracetamol também varia conforme a idade. Nos recém-nascidos, a maior parte do paracetamol é metabolizada por sulfatação, e com o aumento da idade, a glucuronidação torna-se mais importante. Com o aumento da idade gestacional, a proporção de glucuronídeo em relação ao paracetamol aumenta, enquanto a sulfatação diminui. A proporção de cisteína e mercapturato permanece constante em crianças nascidas prematuras. Aproximadamente 4% do paracetamol é excretado na urina de forma inalterada, sendo esse valor dependente do fluxo urinário. A depuração do paracetamol aumenta de 1,87 L por hora por 70 kg em pacientes com 27 semanas de idade, atingindo 84% do valor maduro ao completar 1 ano de idade.
Cerca de 5% a 10% do paracetamol é metabolizado pelo sistema enzimático do citocromo P-450, especialmente pela enzima CYP2E1, formando o metabolito tóxico N-acetil-p-benzoquinona imina (NAPQI). Esse metabolito se liga às macromoléculas intracelulares hepáticas, causando necrose celular e danos ao fígado.
Os efeitos farmacodinâmicos do paracetamol mostram uma redução na necessidade de opioides pós-operatórios em uma dose dependente, com efeitos significativos a partir de doses de 40 ou 60 mg por kg. A dose calculada de acetaminofeno em que 50% das crianças não necessitam de opioides de resgate foi de 35 mg por kg. Tanto os efeitos antitérmicos quanto analgésicos do paracetamol não estão diretamente relacionados à concentração plasmática. Existe um atraso de cerca de uma hora entre a concentração máxima e o efeito máximo, complicando a interpretação de estudos clínicos devido a flutuações na dor e no tipo de dor, além do efeito placebo.
O uso de uma formulação intravenosa de acetaminofeno permite maior precisão na dosagem, menor variabilidade farmacocinética atribuída à absorção e um início mais rápido do efeito. No entanto, o uso de acetaminofeno deve ser cuidadosamente monitorado, pois doses excessivas podem levar a hepatotoxicidade. A overdose de paracetamol resulta em aumento na produção de metabolitos altamente reativos, causadores de necrose hepática. A formação do NAPQI por meio das enzimas CYP2E1, CYP1A2 e CYP3A4 é responsável por danos hepáticos significativos. Crianças com pouca depuração hepática apresentam concentrações mais altas de acetaminofeno após doses regulares de 15 mg por kg a cada 4 horas.
A toxicidade hepática devido ao paracetamol tem sido observada em doses superiores a 300 mg por dia por kg durante 1 a 6 dias. A mortalidade relacionada a hepatotoxicidade ocorre com doses acima de 75 mg por kg por dia em crianças e 90 mg por kg por dia em bebês. Mesmo doses abaixo desses limites podem causar danos hepáticos se administradas por mais de 2 a 3 dias.
Além disso, a toxicidade hepática é mais pronunciada em casos de doenças hepáticas ou renais significativas, desnutrição e desidratação. Medicamentos que induzem os sistemas enzimáticos hepáticos, como fenobarbital, fenitoína e rifampicina, podem aumentar o risco de hepatotoxicidade. A ingestão de paracetamol, em combinação com outros fatores como agentes virais, pode potencializar o risco de lesão hepática.
A farmacocinética e farmacodinâmica do paracetamol, assim como seu risco de toxicidade, variam substancialmente em diferentes faixas etárias. No entanto, sua administração controlada e monitorada, considerando as peculiaridades de cada fase do desenvolvimento infantil, pode minimizar os riscos de efeitos adversos graves, como a hepatotoxicidade.
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