A economia do turismo tem evoluído constantemente, especialmente no que tange à avaliação dos impactos econômicos e ambientais gerados pela indústria. Em um mundo cada vez mais globalizado, o turismo não só impulsiona o crescimento econômico de muitos países, mas também impõe desafios complexos à sua sustentabilidade e à gestão dos recursos naturais e culturais. Ao analisar os impactos econômicos, é essencial entender que o turismo, como qualquer outra atividade econômica, interage diretamente com o ambiente e com os recursos públicos, exigindo uma abordagem que contemple tanto as contribuições diretas quanto indiretas dessa indústria.
A principal dificuldade em mensurar os impactos do turismo reside na natureza pública de muitos bens e serviços relacionados ao setor, como os recursos naturais e culturais dos destinos turísticos. Estes bens, por sua vez, frequentemente apresentam características de consumo não-rival e não-exclusivo, o que significa que seu uso por uma pessoa não impede que outros os usufruam simultaneamente. Dessa forma, a medição do impacto econômico do turismo enfrenta um grande obstáculo: a dificuldade de mensurar de forma monetária os efeitos de bens e serviços que não são comercializados diretamente no mercado. Este é um problema que pesquisadores da área enfrentam há décadas, sendo objeto de contínuas inovações nas metodologias de avaliação econômica, como a criação de valores para ativos ambientais e o desenvolvimento de modelos de estimativa.
A partir dos anos 1990, com a introdução do "Tourism Satellite Account" (TSA) – uma conta satélite dedicada a mensurar a contribuição econômica do turismo – surgiram novas formas de análise, especialmente para avaliar o impacto do turismo a nível global. O TSA, no entanto, mede apenas a contribuição direta do turismo para a economia. Para avaliar sua contribuição total, incluindo os efeitos indiretos, é necessário o uso de modelos multi-setoriais como os modelos de insumo-produto, que inicialmente tentaram estudar o turismo sob uma perspectiva integrada. Contudo, esses modelos possuem limitações, como a suposição de preços fixos e coeficientes constantes. Para superar tais restrições, os modelos de equilíbrio geral computável (CGE, na sigla em inglês) surgiram como uma solução mais sofisticada, permitindo uma análise mais dinâmica e precisa dos impactos econômicos.
No entanto, o crescente interesse acadêmico pelo turismo vai além da simples análise econômica do setor. A interdisciplinaridade se torna essencial para abordar as complexas questões enfrentadas pelos destinos turísticos, que envolvem não apenas a economia, mas também os aspectos ambientais, sociais, culturais e até mesmo políticos. A interação entre o turismo e o meio ambiente, por exemplo, é um tema central, pois a indústria pode causar tanto impactos negativos, como a degradação ambiental e a poluição, quanto ser uma força de preservação e valorização dos recursos naturais, quando bem gerida.
Além disso, um dos maiores desafios atuais do turismo é a questão da sazonalidade e da superlotação dos destinos, fenômenos cada vez mais presentes à medida que o turismo global cresce. O fenômeno da "overtourism" – que se refere ao excesso de turistas em determinados locais, prejudicando a experiência turística e os próprios residentes – tornou-se um tópico de grande relevância. A análise de tais questões exige uma visão holística, que leve em consideração não apenas os aspectos econômicos, mas também os sociais e culturais, para garantir a sustentabilidade a longo prazo dos destinos turísticos.
Em termos de futuras pesquisas, o campo da economia do turismo precisa continuar a expandir suas fronteiras. Além de novas metodologias para avaliar os impactos econômicos, é essencial incorporar a análise de variáveis muitas vezes negligenciadas, como o impacto das crises globais – sejam elas causadas por mudanças climáticas, pandemias, ou conflitos geopolíticos – no comportamento do turismo e nos mercados turísticos. O turismo também deve ser estudado no contexto de novos desenvolvimentos tecnológicos, como o uso da internet para personalização de serviços e o impacto da transformação digital na dinâmica do setor.
Além disso, é fundamental considerar o impacto das infraestruturas turísticas no desenvolvimento regional. O retorno dos investimentos públicos em infraestrutura turística e a integração entre turismo e transporte são áreas de pesquisa promissoras, que podem contribuir para o entendimento dos efeitos diretos e indiretos do turismo na economia. Essas questões são especialmente relevantes quando se observa o papel crescente do turismo no comércio internacional e no crescimento do PIB de muitos países.
Em um contexto mais amplo, a crise do Covid-19 demonstrou a vulnerabilidade do setor e a necessidade de resiliência. A adaptação do turismo às mudanças climáticas, as estratégias de recuperação pós-pandemia e a redefinição de políticas públicas para mitigar os impactos ambientais são questões que demandam a atenção de acadêmicos e formuladores de políticas.
Por fim, é fundamental que os pesquisadores da economia do turismo se aprofundem no estudo das dinâmicas de mercado e nas relações entre as organizações empresariais do setor. A análise do comportamento das empresas turísticas, a definição de fronteiras de mercado e as estratégias competitivas, incluindo as coalizões estratégicas e práticas de fixação de preços, são essenciais para entender as forças que moldam a competitividade e a sustentabilidade dos destinos turísticos.
Como a economia da experiência redefine o turismo e a criação de valor para o viajante contemporâneo?
No cerne da experiência turística encontra-se algo muito mais complexo do que a simples busca por prazer ou satisfação momentânea. A experiência, enquanto fenômeno existencial, não pode ser reduzida a um produto de consumo padronizado ou a um item de uma lista turística obrigatória. Ela é, por essência, uma manifestação do estar-no-mundo, conceito central da ontologia heideggeriana, onde o indivíduo se engaja plena e cognitivamente com o que o cerca, transcendendo a função meramente hedonista atribuída ao turismo pelas abordagens convencionais.
A chamada “economia da experiência”, sistematizada por Pine e Gilmore no início do século XXI, surge como uma nova etapa da evolução econômica, sucedendo as economias agrária, industrial e de serviços. Nesse novo paradigma, o valor não está mais no produto ou no serviço em si, mas na vivência proporcionada ao consumidor. No contexto turístico, isso implica um deslocamento fundamental: o turista deixa de ser apenas um receptor de serviços e passa a ser co-criador de significados e emoções com o destino visitado. A experiência torna-se então um serviço cocriado, uma intersecção entre a oferta simbólica do lugar e a disposição afetiva e cognitiva do viajante.
Contudo, a teoria da experiência aplicada ao turismo ainda carece de modelos consensuais e operacionais que permitam compreender plenamente sua natureza e potencial. A maior parte das abordagens permanece descritiva, carente de normatividade ou capacidade preditiva. Isso limita não apenas o desenvolvimento de experiências turísticas mais eficazes, mas também o entendimento profundo de como tais vivências se conectam com o bem-estar e a qualidade de vida dos envolvidos.
A pandemia de Covid-19 evidenciou a fragilidade dos modelos tradicionais e reforçou a necessidade de repensar o turismo como prática cultural, social e emocional. O desafio agora não é apenas proporcionar satisfação, mas construir experiências sustentáveis que contribuam para o bem-estar dos turistas, das comunidades anfitriãs e dos demais stakeholders. A experiência turística, para além de seu aspecto comercial, deve ser compreendida como processo de transformação pessoal e social, que incorpora elementos de autenticidade, envolvimento emocional e reconhecimento mútuo entre viajante e lugar.
Na prática, observa-se uma crescente valorização de experiências simbólicas e autênticas, em detrimento de serviços genéricos e massificados. Um exemplo claro é o reposicionamento de alojamentos independentes, que passam a oferecer não apenas abrigo, mas uma narrativa imersiva do destino. O mesmo ocorre com a gastronomia: chefs expostos em cozinhas abertas não estão apenas preparando pratos, mas atuando em um palco relacional onde a experiência sensorial é cocriada em tempo real com o cliente.
Essa teatralização do cotidiano — onde o trabalho é percebido como performance e o consumo como ritual simbólico — revela uma profunda mudança na sensibilidade contemporânea: os consumidores buscam, cada vez mais, autenticidade. E a autenticidade, neste novo regime de valor, não é uma qualidade objetiva do produto, mas o resultado de uma percepção subjetiva construída no encontro entre sujeito e objeto, turista e destino, anfitrião e visitante.
Com isso, a economia da experiência redefine o papel do turismo na sociedade. Ele deixa de ser apenas setor econômico e passa a ser espaço de experimentação existencial. Os turistas não querem apenas ver, mas sentir, pertencer, transformar-se. O valor não está mais apenas na entrega, mas na capacidade da experiência de reverberar no tempo, modificando identidades, perspectivas e afetos.
É nesse contexto que se insere a urgência de novos modelos teóricos — capazes de integrar as dimensões hedônicas e eudaimônicas da experiência, como propõem Ryan e Deci. Modelos que não apenas descrevam o que acontece, mas orientem práticas efetivas para a criação de experiências significativas, sustentáveis e humanas. Afinal, o verdadeiro potencial do turismo na economia da experiência não reside no consumo, mas na possibilidade de conexão, transformação e construção de sentido.
A compreensão profunda da experiência turística exige ainda uma ampliação do olhar analítico para além do turista individual. É preciso considerar a teia relacional na qual essa experiência se insere: as interações com outros viajantes, com os residentes locais, com os sistemas de produção e com os próprios imaginários culturais que estruturam a expectativa e a memória. A experiência não é um objeto isolado, mas um fenômeno emergente, tecido por múltiplos atores, temporalidades e camadas de significado.
O que é o humanismo contemporâneo e como ele se relaciona com o turismo?
O humanismo contemporâneo não deve ser confundido com antropocentrismo, onde o ser humano é colocado acima do mundo não humano. Muito pelo contrário, o humanismo atual se apresenta como uma teoria de posição que destaca as capacidades e responsabilidades morais dos seres humanos, não apenas entre si, mas em relação ao mundo mais amplo que os cerca. Isso significa que o humanismo é um convite para refletirmos sobre como podemos agir e ser em relação aos outros — humanos e não humanos — de maneira ética e responsável. Na pesquisa turística, essa perspectiva humanista requer um engajamento explícito com valores, contrapondo-se ao pós-positivismo e alinhando-se a paradigmas interpretativos, críticos e outras formas de investigação que valorizam sentidos e interpretações complexas.
Essa abordagem filosófica, que reconhece o turismo como um ato de "fazer mundo", amplia o papel do turismo para além de sua função econômica ou recreativa, colocando-o como uma prática ética e socialmente significativa. O humanismo abre espaço para alianças com o pós-humanismo, que expande as fronteiras do que pode ser sujeito de consideração ética, ao mesmo tempo em que mantém o foco nas instituições humanas como locais centrais de responsabilidade moral.
No campo do turismo, esse humanismo crítico promove a inclusão das diversas formas de humanidade na produção de conhecimento, incentivando o uso de metodologias não tradicionais, como abordagens artísticas e expressões humanísticas que enriquecem o currículo acadêmico. O turismo, assim, se transforma em um terreno fértil para experimentações epistemológicas que ampliam os limites do saber e da expressão, incorporando insights da filosofia, artes, geografia, antropologia e história.
Além do humanismo, o humor surge como uma dimensão relevante dentro do estudo do turismo. Ele é universal, porém culturalmente e individualmente variado, sendo uma forma de comunicação que pode gerar estados emocionais positivos como alegria e entusiasmo. No turismo, o humor é frequentemente utilizado para melhorar a experiência do turista, promovendo conforto, diversão, atenção e a construção de vínculos entre guias e visitantes. Muitos guias empregam um humor autodepreciativo, que reforça uma imagem profissional ao mesmo tempo que torna a experiência mais leve e prazerosa.
No entanto, o uso do humor em contextos turísticos é delicado. O humor deve ser cuidadosamente calibrado para respeitar o contexto cultural e linguístico dos turistas, evitando falhas que podem gerar constrangimento, confusão ou até comprometer mensagens importantes, como alertas de segurança. O humor mal aplicado pode prejudicar a imagem da experiência turística e afetar negativamente as percepções dos visitantes.
Os estudos recentes indicam que o humor não apenas beneficia os turistas, mas também pode ser uma ferramenta valiosa para os profissionais do turismo, aumentando o engajamento e a qualidade da prestação dos serviços. O potencial do humor vai além da simples diversão, podendo contribuir para a construção de uma imagem mais profissional e empática do turismo.
É fundamental compreender que o turismo é um campo multifacetado, onde fatores culturais, sociais e éticos se entrelaçam. O humanismo, ao focar na responsabilidade moral e na valorização do outro, desafia os pesquisadores e profissionais do turismo a repensarem suas práticas e propósitos. Simultaneamente, o humor emerge como um recurso complexo e potente, cuja eficácia depende de sua sensibilidade ao contexto e à diversidade cultural.
Assim, para além do que está explicitado, é importante que o leitor reconheça a necessidade de um diálogo contínuo entre as dimensões éticas e afetivas no turismo. O entendimento profundo das relações humanas e não humanas, junto com a apreciação cuidadosa das nuances culturais, torna-se essencial para a construção de experiências turísticas mais justas, significativas e enriquecedoras. A reflexão crítica sobre o papel do turismo no mundo contemporâneo deve abraçar tanto a responsabilidade moral quanto a leveza e o humor como componentes indissociáveis dessa prática social complexa.
Como a política turística, a legislação e a infraestrutura impactam o desenvolvimento do turismo na Letônia
A Letônia, situada no Leste Europeu, entre a Rússia, Bielorrússia e os outros países bálticos, apresenta um potencial turístico promissor, ainda que esteja em estágio inicial de desenvolvimento em relação ao turismo de massa. Com uma área de 64.589 km² e uma população de cerca de 1,9 milhão em 2020, o país oferece um patrimônio natural e cultural significativo, destacando-se principalmente pelas atrações ligadas ao Mar Báltico. O turismo na Letônia tem crescido progressivamente, refletido no aumento das chegadas internacionais de turistas que passaram de 1,3 milhão em 2009 para quase 2 milhões em 2019, além de um crescimento expressivo no número de excursionistas internacionais de um dia.
A economia do país é baseada em atividades tradicionais, como o processamento de madeira, agricultura, indústria eletrônica e de máquinas, e serviços de trânsito. O Produto Interno Bruto da Letônia alcança aproximadamente 30 bilhões de euros, e o turismo contribui significativamente para o desenvolvimento econômico. Em 2016, o turismo representava 4,5% do valor agregado bruto nacional, além de compor 8,5% do total do emprego e 5% das exportações. Este cenário ressalta a importância do setor turístico como vetor de crescimento econômico e geração de receita em divisas.
Apesar do crescimento, a Letônia enfrenta desafios estruturais, sobretudo na ausência de uma estratégia coesa para o planejamento e desenvolvimento do turismo, especialmente no que concerne à educação e capacitação profissional. Embora existam cursos acadêmicos voltados ao setor, a desconexão entre instituições de ensino e empregadores limita o atendimento das necessidades do mercado de trabalho. A falta de uma política integrada e de infraestrutura educacional adequada compromete a formação de recursos humanos qualificados, imprescindíveis para sustentar o crescimento do turismo.
A entrada da Letônia na zona do euro em 2014, aliada a uma malha aérea eficiente, com voos de baixo custo e conexões facilitadas para várias regiões da Europa, contribuiu para impulsionar o fluxo turístico. O governo reconhece o turismo como uma oportunidade estratégica para o desenvolvimento econômico, considerando-o um segmento chave para o futuro.
Em termos regulatórios, o turismo está inserido em um complexo arcabouço jurídico que envolve desde o direito contratual e regulatório até questões de responsabilidade civil, direitos do consumidor, legislação trabalhista e normas específicas do setor aéreo, marítimo e rodoviário. As regulamentações visam proteger tanto os turistas quanto os fornecedores de serviços, prevenindo abusos como overbooking, problemas com bagagens, segurança em hotéis, além de harmonizar direitos e obrigações internacionalmente, como observado em convenções globais como a de Montreal (1999) e Atenas (1974).
A União Europeia exerce papel fundamental na harmonização dessas normas, com regulamentos que asseguram direitos dos passageiros aéreos, marítimos e rodoviários, proporcionando um ambiente jurídico mais seguro e previsível. As decisões do Tribunal de Justiça da União Europeia consolidam os princípios do direito do turismo, fortalecendo o status dos turistas como consumidores protegidos.
Além disso, a evolução das normas de proteção ao consumidor e as questões relativas à concorrência e às práticas antitruste impactam diretamente o direito do turismo. Isso demonstra a necessidade de integração entre políticas públicas, desenvolvimento econômico, proteção legal e educação para criar um ambiente propício ao crescimento sustentável do setor.
A compreensão aprofundada desse panorama é essencial para perceber que o desenvolvimento turístico não se limita à promoção dos atrativos naturais e culturais. É necessário compreender a complexidade das estruturas políticas, econômicas, jurídicas e educacionais que permeiam o setor. O fortalecimento do turismo exige planejamento estratégico integrado, harmonização regulatória eficiente e capacitação qualificada, elementos que asseguram a sustentabilidade econômica, social e ambiental do turismo.
É igualmente fundamental entender que o turismo moderno opera em um contexto globalizado, onde a competitividade está diretamente ligada à capacidade do país em oferecer segurança jurídica, infraestrutura adequada e serviços de qualidade. Assim, a Letônia, ao aprimorar sua política turística, deve investir não apenas na valorização dos seus recursos naturais e culturais, mas também na consolidação de um sistema jurídico robusto, na cooperação entre academia e mercado de trabalho e na promoção de um ambiente de negócios transparente e competitivo.
Os Impactos do Aumento do Gasto com Turismo em um Destino: Uma Perspectiva Multidisciplinar
O crescimento do turismo, à medida que se expande como uma indústria, tem impactos profundos tanto na economia local quanto na sociedade como um todo. A economia do turismo, em sua essência, não é apenas um campo de estudo, mas uma prática que gera vencedores e perdedores, afetando diversos setores. Em suas primeiras investigações, geógrafos do turismo como Roy Wolfe e Lisle Mitchell ressaltaram a importância dos métodos empíricos, da morfologia, do planejamento e da previsão dentro do estudo das dinâmicas turísticas. Estes estudos tentavam explicar não apenas os volumes de turistas, mas também os padrões de deslocamento e os fatores que tornam determinados destinos mais populares do que outros, algo que é crucial para políticas públicas eficazes.
Com o passar das décadas, o campo da economia do turismo se tornou cada vez mais quantitativo. A ascensão de modelos como o modelo gravitacional, que prediz os fluxos turísticos com base em variáveis como a proximidade e a atratividade de destinos, ilustra a tentativa de moldar os dados de forma preditiva. Contudo, isso também trouxe um distanciamento das abordagens holísticas, deixando de lado as complexidades do fenômeno turístico. O avanço do turismo gerou novos desafios, não apenas para os acadêmicos, mas também para os formuladores de políticas que lidam com questões como a sustentabilidade, a preservação cultural e os impactos sociais decorrentes da superlotação de determinados locais.
Em termos de evolução, é importante reconhecer que o turismo não afeta todas as regiões de forma igual. Em economias emergentes, como China e Índia, os geógrafos focam, em grande parte, em estudos empíricos sobre a morfologia de resorts, planejamento de destinos e o impacto das políticas públicas locais. Por outro lado, em países desenvolvidos, especialmente na Europa e na América do Norte, o estudo do turismo é mais voltado para as consequências sociais e ambientais, explorando desde o impacto nas comunidades locais até as mudanças nos padrões de consumo de lazer.
À medida que o turismo se torna mais global, os modelos econômicos e os métodos analíticos tradicionais são questionados. As tendências globais exigem uma abordagem pluralista que una diferentes disciplinas e métodos. Esse olhar multidisciplinar vai além da economia, incorporando elementos de sociologia, psicologia, ciência política e estudos ambientais. Uma das áreas emergentes, por exemplo, é a economia ecológica, que tenta entender como o turismo pode ser mais sustentável e menos prejudicial ao meio ambiente. Já a psicologia do turismo busca entender as motivações dos turistas e como suas experiências são formadas, o que tem implicações para o marketing e a gestão de destinos turísticos.
Além disso, a mobilidade das pessoas, algo que se intensificou nas últimas décadas, trouxe à tona novas formas de se estudar o turismo. Pesquisadores como John Urry, Kevin Hannam e Jonas Larsen abordaram o conceito de "mobilidade" como um fenômeno fundamental que afeta a experiência do turista e a dinâmica dos destinos. Eles observaram que o turismo não é apenas um ato de viajar, mas também de mobilidade social e cultural, o que reflete nas mudanças nos padrões globais de consumo.
Dentro desse quadro, surgiram novas abordagens, como a psicologia positiva, que se concentra em como as experiências turísticas podem melhorar a qualidade de vida dos visitantes e até mesmo das comunidades anfitriãs. A pesquisa sobre o bem-estar da comunidade, que ganha cada vez mais atenção, sugere que a expansão do turismo deve ser cuidadosamente gerenciada para evitar o esgotamento de recursos locais e garantir que os benefícios sejam distribuídos de maneira justa.
O aumento do gasto com turismo também tem levado a uma transformação no modo como os destinos são percebidos e gerenciados. A pesquisa em turismo e marketing, desde os pioneiros John Hunt e Jost Krippendorf, tem se aprofundado na experiência do turista e na fidelização. Hoje, o uso de ferramentas psicológicas e abordagens quantitativas permite uma avaliação mais detalhada das motivações, satisfação e lealdade dos turistas. A medição da experiência do visitante se tornou crucial para entender o impacto do turismo e melhorar as estratégias de gestão e desenvolvimento de destinos.
Portanto, o impacto do aumento do gasto com turismo não pode ser analisado isoladamente. Ele é o reflexo de uma série de fatores que envolvem a interação entre economia, cultura, psicologia, política e meio ambiente. Para entender verdadeiramente esses efeitos, é fundamental adotar uma abordagem interdisciplinar que leve em consideração não apenas os dados quantitativos, mas também as complexidades subjetivas e os aspectos qualitativos do comportamento turístico. A integração dessas diversas perspectivas proporcionará uma compreensão mais rica e abrangente dos desafios e oportunidades do turismo no cenário global.
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