No Linux, a interface de rede desempenha um papel crucial na comunicação entre sistemas, seja pela leitura e escrita de arquivos físicos, ou pelo uso de soquetes, como o indicado pela chamada de sistema socket(2). Quando um pacote é recebido, o sistema operacional utiliza a chamada listen(2) para aguardar uma conexão em um soquete. Caso a conexão seja bem-sucedida, a comunicação é iniciada com a chamada accept(2). Nesse momento, o accept(2) retira uma solicitação de conexão da fila de requisições pendentes e estabelece a conexão. Para soquetes TCP, a função listen(2) é responsável por aguardar pacotes SYN e criar as conexões necessárias. A fila de solicitações de conexão que aguardam processamento é chamada de backlog, e o parâmetro do kernel net.core.somaxconn define o tamanho dessa fila. Caso o número de conexões pendentes ultrapasse esse limite, o kernel do Linux considera que uma nova conexão não pode ser estabelecida e descarta o pacote.
Esse comportamento pode impactar a capacidade de processar múltiplas conexões simultâneas, mesmo que os recursos do sistema sejam suficientes. Em ambientes de alta demanda, como servidores que lidam com um grande número de requisições HTTP, a saturação do backlog pode ser um obstáculo, impedindo a conexão de novos clientes. Além disso, é importante entender o conceito de ephemeral ports — faixas de portas que o sistema utiliza para alocar dinamicamente as portas necessárias para a comunicação de pacotes. Em sistemas Linux, as faixas padrão de portas efêmeras variam de 32768 a 60999, mas em sistemas com muitas conexões simultâneas, pode haver o esgotamento dessas portas.
Outro parâmetro importante para o funcionamento da rede é o MTU (Maximum Transmission Unit), que define o tamanho máximo dos pacotes que podem ser transmitidos por uma interface de rede. O valor tradicionalmente utilizado é de 1500 bytes. Contudo, conforme as velocidades de comunicação aumentam e os tamanhos de arquivos enviados também crescem, a necessidade de aumentar o MTU para valores mais elevados, como 9000 bytes, se torna mais evidente. Entretanto, a configuração do MTU deve ser feita com cuidado, pois ele precisa ser compatível com todos os dispositivos que participam da comunicação — incluindo servidores, clientes e equipamentos de rede intermediários.
No desenvolvimento do kernel, o Linux segue um fluxo bem definido, que pode ser dividido em quatro etapas principais. Primeiramente, o hardware executa as instruções em linguagem de máquina, usando assemblies fornecidos pelos fabricantes. Desenvolvedores não precisam criar essas instruções diretamente, mas sim usar APIs de nível superior. A segunda etapa envolve o reconhecimento do hardware pelo kernel, como a CPU, a GPU e a placa de rede, com o auxílio de drivers de dispositivos. Para interagir com o hardware, o kernel precisa de drivers específicos, os quais podem ser desenvolvidos como módulos no Linux. A terceira etapa do fluxo é o uso de chamadas de sistema, que conectam a API fornecida ao driver de dispositivo. Por fim, o fornecedor de hardware oferece os drivers, SDKs e APIs necessários para que os desenvolvedores possam criar aplicativos adicionais, sem precisar entender detalhes complexos sobre a arquitetura do hardware.
A modularidade do kernel Linux facilita o desenvolvimento de novos recursos sem a necessidade de recompilar o kernel inteiro. Módulos do kernel, como drivers de dispositivos e novos protocolos de comunicação, podem ser carregados dinamicamente, otimizando o uso de memória e permitindo a criação de um kernel mais leve. A inclusão de módulos elimina a necessidade de recompilação quando novas funcionalidades são adicionadas. Para criar um módulo, o programador deve usar cabeçalhos específicos, como o Kernel.h e o module.h, além de definir funções para inicializar e finalizar o módulo. A modularidade do kernel permite que novos dispositivos e funcionalidades sejam registrados ou desregistrados conforme necessário, sem interromper o funcionamento do sistema.
No caso de um dispositivo de caractere, por exemplo, o registro pode ser feito com a função register_chrdev, que permite associar uma operação de arquivo ao dispositivo. Isso facilita a comunicação entre o usuário e o dispositivo sem necessidade de modificar o código central do kernel. A capacidade de carregar e descarregar módulos dinamicamente não só torna o sistema mais flexível, mas também reduz significativamente o tempo de desenvolvimento e a complexidade das atualizações do kernel.
Para que o kernel funcione adequadamente, tanto os drivers de dispositivo quanto as chamadas de sistema precisam estar perfeitamente integrados. Embora o Linux forneça um ambiente robusto para o desenvolvimento de módulos e drivers, um entendimento profundo das interações entre hardware, drivers e chamadas de sistema é essencial para desenvolver sistemas eficientes e estáveis.
O monitoramento do funcionamento interno do hardware é uma parte crítica da observabilidade de infraestrutura, embora seja uma área separada do escopo de monitoramento de software no kernel. Ferramentas como o KUtrace oferecem grande ajuda na análise de processos e chamadas de sistema, permitindo rastrear eventos específicos no kernel. Entretanto, para monitorar possíveis falhas de hardware, é necessário recorrer a benchmarks fornecidos pelos próprios fabricantes ou utilizar ferramentas especializadas em depuração de hardware. Caso o problema esteja no software, o uso de ferramentas como KUtrace pode ajudar a identificar falhas com precisão, enquanto questões de hardware exigem outras abordagens para análise e resolução.
Como a Análise de Causa Raiz (RCA) e a Propagação de Traces Facilitam a Observabilidade em Ambientes Kubernetes Complexos?
Ao implantar novas configurações em uma aplicação, como as alterações no coreapi, é possível observar mudanças importantes em métricas críticas, como a taxa de erro e a latência das requisições. Por exemplo, após uma atualização via Helm, nota-se que a taxa de erros aumenta significativamente, indicando problemas na camada da API. Isso fica claro quando se analisa o gráfico de erros HTTP 500 em conexões entre serviços, apontando para falhas internas que precisam ser tratadas pelo time responsável pela aplicação core-api e seus consumidores.
Entretanto, injetar múltiplas falhas para comparação isolada não é suficiente para entender a fundo a origem dos problemas. A correlação de traces distribuídos emerge como uma ferramenta essencial para a análise de causa raiz (RCA). Com o suporte ao OpenTelemetry, o jobs-app pode ser configurado para exportar traços que, integrados ao Hubble e visualizados via Grafana, permitem associar cada exemplar de requisição HTTP a um trace ID específico. Esses traços detalhados mostram o comportamento e a duração individual das requisições, permitindo identificar falhas, atrasos e retrys que impactam diretamente a latência observada.
A visualização do mapa de serviços (service map) em Hubble transcende o escopo dos microserviços tradicionais, abrangendo também componentes como Kafka, Elasticsearch e Zookeeper, além de chamadas para serviços SaaS externos e comunicação gRPC. A distinção clara entre spans de cliente, servidor e rede possibilita uma compreensão precisa dos gargalos em cada camada, algo difícil de detectar apenas pela análise de códigos de resposta HTTP, que agrupam erros mas não detalham sua origem.
Ao clicar em exemplares de latência alta no Grafana, o usuário é redirecionado para o Tempo, componente da stack LGTM, que oferece uma análise granular dos traços. Essa visualização revela, por exemplo, que a origem da latência pode estar em falhas e tentativas de repetição (retries) de chamadas, permitindo ações direcionadas de mitigação. É fundamental reconhecer, porém, que mesmo com traces distribuídos completos, algumas falhas — como a queda do servidor DNS do Kubernetes — podem escapar dessa análise, exigindo uma abordagem complementar.
A arquitetura moderna de redes em ambientes Kubernetes e na nuvem é altamente complexa, envolvendo múltiplos componentes e fluxos que transitam entre load balancers, servidores CDN, servidores API (fluxos norte-sul), balanceadores da nuvem, servidores DNS e proxies internos (fluxos leste-oeste). Esta complexidade cria pontos únicos de falha (SPOF) que nem sempre são capturados integralmente pelos traces distribuídos, pois estes geralmente cobrem apenas o nível de aplicação (API) e não o kernel ou camadas de rede inferiores.
Sistemas “black box” e protocolos de segurança, como LDAP, são particularmente desafiadores para rastrear, pois não possuem instrumentação nativa e podem se tornar fontes de falhas propagadas em larga escala. Por isso, uma observabilidade eficaz deve abranger toda a infraestrutura, incluindo monitoramento de rede, segurança e comportamento externo das aplicações, complementando os dados obtidos via tracing.
Nesse sentido, o Hubble e o Cilium oferecem uma solução integrada: os mapas de serviço baseados em rede estendem o alcance das análises, permitindo detectar problemas em fluxos internos e externos sem necessidade de modificar o código das aplicações nem adicionar sidecars. A união da instrumentação de rede L3/L7 com tracing distribuído fornece um panorama abrangente, em que se identifica o fluxo geral da aplicação e o desempenho de cada componente.
Por fim, a comparação entre abordagens tradicionais de malhas de serviço, como Istio (implementado via sidecar), e soluções baseadas em CNI e eBPF, como o Cilium, revela vantagens em termos de performance, simplicidade e observabilidade. O uso de políticas de rede Cilium para criar e detectar falhas em diferentes camadas possibilita um processo mais ágil de análise e resolução de problemas, sem a necessidade de ferramentas de caos engineering complexas.
Além das práticas descritas, é essencial que o leitor compreenda que a eficácia da observabilidade depende não apenas das ferramentas e técnicas empregadas, mas da integração contínua dessas informações com o ciclo de desenvolvimento e operação. A correta instrumentação, o entendimento das limitações dos métodos usados, e a capacidade de correlacionar múltiplas fontes de dados são a base para um diagnóstico preciso e para a melhoria contínua da resiliência dos sistemas em ambientes distribuídos complexos.
Como garantir interoperabilidade entre OpenTelemetry e soluções comerciais de observabilidade em aplicações Spring Boot?
A integração de diferentes sistemas de observabilidade, como OpenTelemetry e agentes comerciais, apresenta desafios complexos especialmente quando se trabalha com aplicações desenvolvidas em Spring Boot que utilizam Micrometer para instrumentação. Um ponto crucial é entender como os contextos de trace, identificados por trace IDs, são propagados e reconhecidos ao longo do fluxo de uma aplicação distribuída.
Na arquitetura onde um sistema upstream utiliza o Micrometer OpenTelemetry bridge sem agentes comerciais, e o downstream conta com essa ponte e um agente comercial de observabilidade, a comunicação entre esses dois pode falhar se o contexto de trace não for corretamente transferido. Frequentemente, a propagação do trace é realizada internamente entre os serviços e um coletor OpenTelemetry, sem que o contexto seja enviado externamente. Como resultado, apenas as traces do downstream são reconhecidas pela solução comercial, enquanto as do upstream são ignoradas.
Outro problema comum que surge nessa interoperabilidade é a duplicação das traces no downstream. Isso ocorre porque tanto o Micrometer OpenTelemetry bridge quanto o agente comercial estão enviando os mesmos dados para o coletor OpenTelemetry, gerando múltiplos registros para um mesmo evento. A solução prática para esse cenário é desabilitar a ponte OpenTelemetry no downstream, garantindo que o agente comercial seja o único responsável pelo envio dos dados, evitando redundâncias e inconsistências na visualização dos traces.
Além disso, a configuração da interoperabilidade entre OpenTelemetry e agentes comerciais exige cuidado, pois cada solução comercial pode ter peculiaridades em como interpreta e propaga os contextos de trace. Portanto, não há uma configuração padrão universal, sendo necessário ajustar e testar a integração conforme as especificidades do ambiente e dos agentes utilizados.
No contexto de comunicação assíncrona, como em WebSockets ou gRPC, a complexidade da instrumentação aumenta significativamente. Diferentemente do modelo tradicional HTTP, onde cada requisição corresponde a uma resposta, protocolos de streaming bidirecionais permitem que clientes e servidores troquem múltiplas mensagens de forma contínua, potencialmente durante longos períodos. Nesses casos, a instrumentação automática não é suficiente, sendo imprescindível implementar manualmente spans que capturem o início, a duração e o fim das operações dentro do fluxo de mensagens.
No exemplo prático utilizando WebSockets com Spring e o protocolo STOMP, o cliente (publisher) envia mensagens para o servidor, que as converte e as encaminha aos subscribers. Para garantir observabilidade neste cenário, é necessário adicionar anotações específicas (@WithSpan) nas operações relevantes, indicando para o OpenTelemetry que um novo span deve ser criado para cada mensagem enviada ou recebida. Esse detalhamento permite acompanhar o fluxo de mensagens de forma granular, facilitando o diagnóstico de problemas em sistemas onde a comunicação é contínua e multifacetada.
É importante ressaltar que, apesar do uso de ferramentas modernas, a observabilidade eficaz depende da compreensão profunda de como os dados de trace são gerados, propagados e correlacionados entre diferentes componentes e sistemas. A escolha entre Micrometer, agentes comerciais e a configuração do coletor OpenTelemetry deve ser feita com atenção para evitar perda de dados, duplicações e falhas na visibilidade das operações.
A interoperabilidade também demanda atenção às especificidades dos protocolos de comunicação usados pela aplicação. No caso de WebSockets e STOMP, a definição clara dos formatos e rotas de mensagens facilita a instrumentação e o rastreamento. A separação lógica entre publisher, servidor e subscriber, mesmo que em uma única aplicação monolítica para fins de demonstração, deve ser considerada para futuras implementações distribuídas, onde cada componente pode residir em diferentes hosts ou containers, aumentando a complexidade da propagação de contexto.
Por fim, é fundamental lembrar que a instrumentação manual, apesar de trabalhosa, é indispensável em cenários de comunicação complexa e assíncrona. Sem ela, a visibilidade das operações fica comprometida, dificultando a identificação e solução de problemas que impactam diretamente a experiência do usuário e a confiabilidade dos sistemas.
Como garantir a consistência de dados em transações distribuídas: Uma análise detalhada da compensação de ordens e padrões de Saga
A inconsistência de dados sempre ocorre durante a execução de transações distribuídas. As operações em um padrão Saga devem ser executadas em uma ordem específica. Quando não há requisitos de latência elevados ou o número de serviços envolvidos é pequeno, o padrão Saga pode ser uma escolha eficiente para arquiteturas baseadas em microsserviços. Na indústria de telecomunicações, por exemplo, o padrão Saga é utilizado juntamente com o 2PC (Two-Phase Commit). O sistema de gestão de clientes e a cobrança estão conectados por 2PC, enquanto o processo completo de pedidos é orquestrado através do padrão Saga.
O funcionamento do 2PC pode ser descrito de forma simples: o TP (Transaction Processing) é controlado por um TM (Transaction Monitor) e um RM (Resource Manager) via XA (Extended Architecture). Essas especificações técnicas não são de código aberto, e o 2PC depende de softwares comerciais específicos. Um exemplo disso é o Tuxedo, utilizado como monitor de transações, e o Oracle, como suporte de banco de dados para o 2PC. A maioria dos bancos de dados não oferece suporte à funcionalidade XA, o que pode limitar sua aplicação em alguns cenários.
Nos casos de sistemas de pedidos que envolvem transações financeiras, a consistência de dados é um aspecto fundamental. Sistemas de cobrança e gestão de clientes precisam garantir que, mesmo quando uma ordem é cancelada, a integridade e a consistência dos dados sejam mantidas. A transação distribuída entre os sistemas de cobrança e CRM pode ser implementada utilizando 2PC ou compensação. No contexto de um sistema de pedidos em telecomunicações, um cliente cria um pedido e o envia para um servidor de orquestração. Caso ocorra um erro no processamento do pedido, o servidor realiza tentativas de reprocessamento e garante que qualquer rollback ou alteração seja executado de forma confiável, caso um pedido seja cancelado.
Quando um pedido não é completado e está em processo de execução, o cliente pode solicitar alterações. Esses pedidos são chamados de "ordens de revisão" ou "ordens em voo". O servidor de orquestração deve ser capaz de lidar com tipos variados de pedidos, como pedidos de voo, revisões, cancelamentos e alterações. A comunicação entre os sistemas bancários e o servidor de orquestração é feita utilizando um servidor EAI (Enterprise Application Integration).
A compensação de uma ordem de revisão é tratada quando é necessário processar mudanças em um pedido já existente. Para isso, a comparação entre o pedido original e o revisado deve ser realizada, identificando quais componentes foram alterados ou adicionados. Esses componentes podem ser classificados conforme os tipos de compensação: "Undo", "Redo", "Amend Do" e "None". O tipo de compensação determina como o componente será tratado dentro do sistema, sendo a compensação executada pelo "task" (tarefa) associada a cada componente.
A compensação é um aspecto crucial em sistemas distribuídos, especialmente quando se lida com ordens complexas, como as de telecomunicações. Determinar o tipo de compensação para cada componente, seja ele uma adição ou uma alteração de ordem, é vital para garantir que a integridade dos dados seja mantida durante todo o processo. Por exemplo, o tipo "Undo" ocorre quando um componente presente no pedido original não existe no pedido revisado, e a tarefa de compensação precisa desfazer a ação. Já o tipo "Redo" é utilizado quando há uma alteração significativa em um componente que existe tanto no pedido original quanto no revisado. A compensação "Amend Do" é utilizada quando um componente não existe no pedido original, mas está presente no pedido revisado.
A compensação pode ser vista como uma forma de preencher as lacunas deixadas pela Saga em sistemas de maior complexidade. Embora o padrão Saga forneça uma base para o gerenciamento de transações distribuídas, a compensação lida com as exceções e cenários específicos que surgem em transações mais detalhadas. O papel das tarefas (tasks) é essencial nesse processo, pois elas são responsáveis por aplicar a compensação necessária, seja ela um "Do", "Undo", "Redo" ou "Amend Do".
Em orquestração, os componentes são organizados de acordo com diferentes granularidades. A granularidade pode envolver desde o pedido completo, com cabeçalho e corpo, até itens individuais de linha ou partes específicas da mensagem. Cada uma dessas partes precisa ser cuidadosamente analisada e tratada dentro do processo de compensação para garantir que as mudanças nos pedidos sejam corretamente implementadas e que a integridade do sistema seja preservada.
A compensação de ordens não é uma tarefa trivial, mas quando executada corretamente, ela permite que sistemas distribuídos operem de forma eficiente, mesmo diante de falhas ou alterações nos pedidos. Com o uso adequado de padrões como o Saga e o 2PC, além da implementação precisa dos tipos de compensação, é possível construir sistemas robustos, capazes de garantir a consistência de dados e a integridade das transações, essenciais para ambientes críticos como o de telecomunicações.

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