M. Y. Lermontov Da poesia "Os Circassianos"

O comandante ordenou a todas as tropasSe reunirem para a batalha, soouO sino de alarme; as tropas se aglomeram,Se retorcem, se organizam, se separam;As portas da fortaleza se fecharam. -Alguns, como um redemoinho, partiramPara deter o poder circassiano,Ou, com glória, provar a sepultura.E pode-se ver a luz do incêndio ao redor;Os circassianos cobrem o campo;As fileiras passam como leões;Com o som metálico, as espadas se chocam;E, de repente, o bravo desaparece.Um projétil cortou a escuridão, E uma linha inteira de destemidos caiu;Mas tudo se misturou na fumaça negra.Aqui, o cavalo selvagem com uma lança cravada,Erguendo-se, relincha;Passa pelas linhas russas;Cai no chão, se agita fortemente,Escondendo o cavaleiro com seu corpo, -Em todo lugar se ouvem gemidos e uivos.                       XO estrondo das canhões ressoa por toda parte;E aqui, o herói feridoTenta chamar seus companheiros leais;E sua voz falha nos lábios.Outro corre pelo campo de batalha;Corre, engolindo poeira e cinzas;Três vezes sua espada de aço brilha,E a espada fica imóvel no ar;O anel de ferro cai com um som estridente;A lança atravessa o ombro, E o sangue jorra deles como um rio.O infeliz aperta suas feridasCom a mão fria e trêmula. Ainda procura sua arma;Por toda parte, os sons de tiros, e as balas assobiam;Por toda parte, ouve-se o grito dos canhões;Em todo lugar, morte e pavor se espalhamNas montanhas, nos vales e nas florestas;Na cidade, os habitantes tremem;E o ruído ecoa nos céus.Alguém atinge o circassiano;Sua espada brilha sem resultado.Balança mais uma vez; sua mão,Erguida, se torna rígida.Queria fugir. Sua pernaEstremece, imobilizada, congelada;Levanta-se e cai. Mas eis que surgeUm circassiano destemido, a cavalo,Passando pela linha de bayonetas;Ele se lança com forçaE segura sua espada sobre a cabeça;Entra em combate com um cosaco;Suas espadas afiadas brilham intensamente;O arco zune, a flecha treme;O golpe fatal se aproxima.A flecha brilha, assobia, passa, E instantaneamente mata o cosaco.Mas de repente é cercado pela multidão;Perfurado por lanças afiadas.O príncipe morre da ferida;Cai do cavalo - e todos fogem,Abandonando o campo de batalha.Apenas os canhões russos rugemSobre suas cabeças, terrivelmente devoradoras.Devagar, o tumulto da batalha se acalma;Apenas sob as montanhas a poeira se levanta.Los circassianos derrotados fogem,Seguidos pela multidãoDos filhos destemidos do Don,Que o Reno, o Loire e o RonaViram nas suas margens,Levando com eles a morte e o medo.                       XII

Tudo se aquieta; apenas de vez em quandoOuvem-se tiros além da montanha;Raramente se vê o cosacoCorrendo diretamente para a batalha,E no campo russo já reina a paz.A cidade e o rio estão salvos, E o farol brilha, e o vigia caminha;Ele observa com um olhar atentoE carrega sua arma no ombro.Só se ouve: quem está vindo, Só se ouve a distância ecoar; Só de vez em quando passaO cosaco veloz pelo campo russo.Só de vez em quando grita o corvoNegro, devorando os corpos;Só de vez em quando brilha, reluzente, o fogoNa tenda dos soldados.E raramente a espada de aço brilha,Enferrujada pelo sangue da batalha,Ou um vigia russo, de repente, gritaEm silêncio, perto do campo de batalha;Em todo lugar, reina a tranquilidade.