Desde a década de 1960, o turismo tem sido apontado como uma estratégia potencial para o desenvolvimento dos países em desenvolvimento, apoiado pela abundância de recursos naturais e mão de obra barata. Inicialmente, o crescimento do turismo esteve ligado a modelos fordistas de desenvolvimento, caracterizados pela concentração espacial em áreas específicas, dependência de investimentos estrangeiros e foco em turismo de massa voltado para praia e sol. Nesse contexto, esperava-se que o efeito multiplicador desse crescimento pudesse transformar as condições socioeconômicas locais, embora, na prática, essa transformação tenha sido limitada e desigual.
Com o avanço das décadas, emergiram críticas a esses modelos, que evidenciaram problemas como crescimento descontrolado, superexploração dos recursos naturais e culturais, dependência excessiva dos países de origem dos turistas, além da distribuição desigual dos benefícios econômicos. Alguns autores apontaram que os ganhos financeiros gerados pelo turismo muitas vezes não chegam às comunidades locais, que ficam sujeitas a empregos precários e especulação imobiliária.
Na virada do século, com a globalização e o avanço tecnológico, o turismo ganhou uma complexidade econômica maior. As empresas multinacionais passaram a dominar o setor, ampliando seus espaços de atuação e usufruindo de incentivos fiscais, ao mesmo tempo que surgiam formas alternativas de turismo, como o ecoturismo e o turismo comunitário, mais alinhadas com as preocupações ambientais e culturais. Essa transformação buscava um modelo que levasse em conta o impacto ambiental, a participação local e a flexibilidade na oferta turística, refletindo teorias de desenvolvimento alternativo e sustentável.
O papel do turismo foi ainda reforçado nos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio e, posteriormente, nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, que reconhecem seu potencial para erradicar a pobreza, promover a igualdade de gênero, proteger o meio ambiente e fomentar o desenvolvimento urbano sustentável. No entanto, a aplicação dessas estratégias ainda enfrenta desafios consideráveis, pois os benefícios do turismo são frequentemente difíceis de demonstrar de forma clara e abrangente. Em muitos casos, eles chegam lentamente ou beneficiam apenas segmentos restritos da população, enquanto os custos sociais e ambientais persistem.
A pandemia de Covid-19 evidenciou a vulnerabilidade dos países que dependem do turismo como principal fonte de receita, mostrando que a perda abrupta de empregos e o colapso nas chegadas internacionais podem aprofundar crises socioeconômicas. Isso reacende o debate sobre os riscos e as potencialidades do turismo no desenvolvimento, sobretudo em contextos onde a economia local é frágil.
A reflexão contemporânea destaca que o turismo não é uma solução automática para o desenvolvimento. O desafio está em identificar os fatores que promovem um desenvolvimento justo e equitativo, levando em consideração as especificidades locais, para evitar armadilhas de desigualdade e degradação ambiental. Novos paradigmas, como o pós-desenvolvimentismo e o decrescimento turístico, propõem uma economia focada na sustentabilidade dos recursos naturais e na prosperidade sem crescimento ilimitado, questionando o modelo tradicional centrado no crescimento econômico a qualquer custo.
É fundamental compreender que o desenvolvimento via turismo deve ser pensado de forma integrada, equilibrando ganhos econômicos, inclusão social, preservação cultural e proteção ambiental. Estratégias que envolvam a participação ativa das comunidades locais, respeitem os limites dos ecossistemas e promovam a diversificação econômica tendem a ser mais eficazes para garantir que o turismo contribua verdadeiramente para a melhoria das condições de vida e a redução das desigualdades.
A abordagem crítica à relação entre turismo e desenvolvimento revela que, além da promoção econômica, é necessário compreender os impactos sociais e ambientais, buscando um equilíbrio sustentável. O turismo, quando gerido com responsabilidade e justiça social, pode ser um instrumento para um futuro mais equitativo, mas requer um esforço consciente para evitar os vícios das políticas tradicionais e as consequências negativas associadas à exploração desenfreada.
Como a Elasticidade de Oferta e Demanda Influenciam o Setor de Turismo e o Papel do eLearning no Desenvolvimento do Turismo
A elasticidade de oferta e demanda é um conceito central para compreender a dinâmica do setor turístico. Um produto turístico pode ser classificado como um “bem necessário” quando a demanda por ele se mantém relativamente estável mesmo diante de variações de preço. Contudo, existem casos em que os consumidores podem reduzir o consumo de determinado produto turístico diante de aumentos de renda, caracterizando-o como um “bem inferior” (Ey,x < 0). Essa variação no consumo reflete uma sensibilidade não apenas ao preço, mas também à renda e a outros fatores, exigindo uma análise detalhada dos determinantes da demanda.
A elasticidade-preço da oferta, que mede a rapidez e a capacidade de adaptação da produção frente a variações de preço, assume papel crucial no turismo. Produções turísticas complexas, que demandam equipamentos especializados, mão de obra qualificada, uma ampla rede de fornecedores e altos custos em pesquisa e desenvolvimento, tendem a apresentar elasticidades de oferta menores. Isso se deve ao tempo necessário para ajustar a oferta e à dificuldade em armazenar produtos turísticos, aspectos que limitam a resposta rápida a flutuações de mercado.
A elasticidade-preço da demanda no turismo é frequentemente negativa, indicando que aumentos nos preços tendem a reduzir a demanda, ainda que essa relação possa variar conforme o segmento específico do turismo e outros fatores contextuais. A composição do preço turístico é complexa, englobando não só os bens e serviços consumidos no destino, mas também custos de transporte, hospedagem e outros elementos integrados, o que dificulta a definição de uma elasticidade única e universal para o setor.
Outro aspecto importante é a elasticidade cruzada da demanda, que avalia a sensibilidade da demanda de um produto turístico em relação à variação de preço de outro produto ou destino. Isso é relevante para entender a substituição entre destinos ou serviços turísticos e para o planejamento estratégico de marketing e precificação.
Além da economia do turismo, o desenvolvimento do eLearning tem desempenhado papel transformador na educação e formação do setor. O ensino online passou por três gerações principais: a primeira, marcada pela digitalização passiva dos conteúdos; a segunda, caracterizada pela incorporação de recursos multimídia e ambientes virtuais mais interativos; e a terceira, que enfatiza a colaboração, o aprendizado baseado em projetos e a personalização da experiência educacional. A pandemia de Covid-19 acelerou ainda mais a adoção do eLearning como resposta emergencial, normalizando seu uso e exigindo a evolução das metodologias pedagógicas para garantir qualidade e efetividade.
No contexto do turismo, o eLearning tem se mostrado especialmente eficaz no ensino superior, atendendo a uma nova geração de estudantes que busca formatos mais flexíveis, interativos e colaborativos. Os cursos online massivos e abertos (MOOCs), iniciados no setor de hospitalidade em 2013, exemplificam essa tendência, promovendo o acesso ao conhecimento de forma democrática e globalizada.
O avanço do eLearning no turismo não apenas facilita a disseminação de conhecimentos técnicos e teóricos, mas também possibilita a adaptação às rápidas mudanças do mercado turístico, integrando inovação, gestão e sustentabilidade. A personalização do aprendizado e o desenvolvimento de habilidades específicas são fundamentais para preparar profissionais capazes de responder às demandas complexas e mutantes do setor.
Entender a elasticidade no turismo requer, portanto, uma visão abrangente que considere as múltiplas variáveis econômicas e as especificidades do produto turístico. A integração da tecnologia educacional via eLearning complementa essa compreensão ao capacitar os atores do setor a lidar com essas nuances. Ademais, é essencial reconhecer que a elasticidade não é estática: ela varia conforme o contexto econômico, social, tecnológico e ambiental, demandando constante atualização e pesquisa para aprimorar modelos e estratégias.
Endtext
Como o Modelo de Correção de Erros (ECM) Pode Ser Aplicado ao Turismo em Eritreia
O turismo, embora represente uma parte menor do PIB de Eritreia, possui uma característica peculiar e crescente, centrada especialmente em sua diáspora. O setor de turismo tem se beneficiado significativamente das visitas de amigos e parentes, fato que ajudou a consolidar a infraestrutura turística do país. Este fenômeno ocorre em um contexto onde, apesar das profundas transformações sociais e culturais que o país vivenciou, os princípios políticos ainda permanecem marcados por valores autoritários. O desenvolvimento contínuo da indústria turística na Eritreia está, portanto, intimamente ligado ao sucesso de uma possível transição política.
O estudo do turismo na Eritreia, por meio do Modelo de Correção de Erros (ECM), tem se tornado uma ferramenta confiável para analisar as dinâmicas do setor. O ECM, frequentemente utilizado em pesquisas de turismo devido à sua capacidade de modelar fenômenos dinâmicos, permite ajustar variáveis de curto e longo prazo, proporcionando uma compreensão mais clara de como os comportamentos turísticos se alinham com os objetivos de longo prazo, como o crescimento sustentável do setor. A aplicação desse modelo na Eritreia pode trazer insights cruciais para entender como os impactos do turismo podem ser geridos ao longo do tempo, equilibrando a necessidade de crescimento econômico com a preservação dos aspectos culturais e ambientais do país.
O ECM é eficaz ao integrar tanto o comportamento de longo prazo quanto as flutuações de curto prazo das variáveis, ajustando-se para corrigir qualquer desvio da relação de equilíbrio a longo prazo. Este modelo é particularmente útil para prever e ajustar as tendências do turismo, principalmente quando se trabalha com dados agregados de séries temporais. No entanto, deve-se ter em mente que os modelos de regressão dinâmica são aproximações, sendo que a escolha do modelo adequado depende do tipo específico de análise que se deseja realizar, como a previsão de demanda turística ou o entendimento da relação entre o turismo e variáveis econômicas.
Ao aplicar o ECM ao turismo em Eritreia, é fundamental que os formuladores de políticas e investidores do setor compreendam a relevância do modelo para orientar estratégias eficazes de planejamento e promoção. O maior desafio desse modelo, no entanto, está em sua interpretação econômica, especialmente no que diz respeito à integração simultânea das dinâmicas de curto e longo prazo. A comunicação clara sobre essas interações, tanto com o público geral quanto com especialistas, é essencial para garantir que as decisões tomadas estejam bem fundamentadas.
Além disso, a questão do “escape” no turismo tem se mostrado um conceito essencial para entender as motivações dos turistas, incluindo os que visitam Eritreia. O "escape" no contexto do turismo pode ser abordado de diversas maneiras, dependendo da disciplina. Sociologicamente, é considerado uma tentativa de escapar da rotina diária, buscando experiências que proporcionem um alívio temporário de tensões e estresses. No campo da antropologia, a ideia de liminalidade descreve o turismo como uma travessia de limiares, onde os turistas transitam de um mundo profano para um mundo sagrado, retornando com novas perspectivas. A geografia, por sua vez, vê o turismo como um escape de lugares conhecidos e familiares, com a promessa de redução das pressões diárias.
Com o advento das tecnologias de comunicação e informação, o conceito tradicional de escapismo tem sido desafiado. Hoje, os turistas estão cada vez mais conectados com suas redes sociais e familiares, o que diminui a sensação de escape total, uma vez que o vínculo com o mundo cotidiano permanece constante. Este fenômeno, muitas vezes denominado "elasticidade digital", reflete como a conectividade pode influenciar a experiência turística, levando a uma diluição das fronteiras entre o cotidiano e o lazer.
O "escape digital" é uma dimensão crucial a ser observada no turismo contemporâneo. As tecnologias digitais, ao permitir que os turistas se mantenham constantemente conectados com suas casas e redes sociais, diminuem o impacto psicológico do escapismo. O turismo hoje não é mais apenas uma viagem física para um lugar distante; também envolve a desconexão mental e emocional, o que torna ainda mais importante que os turistas, e os pesquisadores do setor, compreendam as múltiplas facetas do "escape" que são agora influenciadas pelas inovações tecnológicas.
A reflexão sobre o escapismo no turismo de Eritreia, especialmente no contexto da diáspora e dos turistas que retornam ao país, exige uma análise crítica de como os elementos de escapismo tradicional interagem com as novas formas de conexão digital. O desafio está em entender como o comportamento turístico evolui quando os turistas buscam não só um distanciamento físico, mas também uma desconexão psicológica do cotidiano, algo que deve ser incentivado para uma experiência de turismo mais autêntica e restauradora. Portanto, a indústria turística da Eritreia deve considerar as diferentes formas de escapismo que podem atrair turistas, ajustando sua oferta de acordo com as mudanças nos padrões de comportamento e nas necessidades emocionais dos viajantes.
Como a teoria dos jogos e a gamificação influenciam o desenvolvimento do turismo na Gâmbia?
A Gâmbia, conhecida como a "Costa Sorridente da África", é um dos menores países do continente, mas sua economia turística tem uma importância simbiótica com seus recursos naturais — sol, areia e mar. Inicialmente, havia apenas dois hotéis não classificados em Banjul, capital do país. Porém, com o crescimento dos negócios nos anos 1970 e 1980, especialmente na municipalidade de Kanifing, houve uma proliferação de hotéis, pousadas, ecolodges e motéis. As praias, sempre um dos principais atrativos turísticos, tornaram-se não apenas fonte de receita, mas também elemento-chave para a preservação ambiental local, evidenciando uma relação direta entre turismo e sustentabilidade.
No plano nacional, o turismo é fundamental para o Plano Nacional de Desenvolvimento, denominado Visão 2020, que busca transformar a Gâmbia em um destino turístico de referência por meio da inovação em produtos, melhoria da qualidade e diversificação da oferta. Essa estratégia visa ainda elevar a qualidade da infraestrutura hoteleira, ampliar oportunidades de emprego e incrementar as receitas do setor.
A teoria dos jogos, embora mais comumente aplicada a disciplinas como finanças e marketing, oferece um método matemático sofisticado para a tomada de decisões em situações competitivas e interdependentes, como as existentes na cadeia de suprimentos turística. Em termos simples, esta teoria avalia as possíveis ações de cada ator no mercado — hotéis, operadores turísticos, fornecedores — e prevê os resultados com base na interação entre esses agentes. No contexto da Gâmbia, isso permite analisar cenários complexos, como o impacto da alteração dos preços pelos hotéis em todo o destino ou os efeitos das parcerias estratégicas, por exemplo, entre operadores turísticos e hotéis.
A aplicação da teoria dos jogos no turismo tem se mostrado valiosa para entender decisões estratégicas relativas a precificação, marketing, qualidade de serviço, e desenvolvimento de parques temáticos, além de facilitar o manejo sustentável dos destinos. Pesquisas indicam que a compreensão das decisões dos turistas ao escolher atrações em regiões específicas pode otimizar toda a cadeia turística, desde a oferta até o consumo, ampliando a eficácia das políticas e investimentos públicos e privados.
Complementarmente, a gamificação emerge como uma ferramenta inovadora que transcende o uso tradicional dos jogos, aplicando mecânicas lúdicas para influenciar comportamentos e aumentar o engajamento, tanto de turistas quanto de profissionais do setor. Na Gâmbia, a gamificação pode transformar a experiência turística ao incentivar a exploração diversificada dos atrativos, aumentar a conscientização sobre marcas locais, fortalecer a fidelidade do visitante e melhorar o treinamento dos colaboradores com elementos de diversão e desafio. Elementos como pontos, medalhas, rankings e desafios sociais estimulam tanto motivações extrínsecas quanto intrínsecas, contribuindo para mudanças comportamentais mais profundas.
É importante destacar que, para a consolidação dessas estratégias, o investimento em formação profissional é imprescindível. Instituições como o Instituto de Turismo e Hospitalidade da Gâmbia e centros de capacitação técnica desempenham papel crucial na preparação de pessoal qualificado, essencial para sustentar o crescimento e a competitividade do setor.
Além disso, o desenvolvimento sustentável do turismo na Gâmbia depende de pesquisa contínua para equilibrar a sazonalidade, atrair investimentos estrangeiros e ampliar a participação da comunidade local. A integração do conhecimento gerado pela teoria dos jogos e pela gamificação pode oferecer modelos preditivos valiosos, facilitando decisões mais informadas e eficazes no planejamento turístico.
Compreender essas ferramentas intelectuais e práticas amplia o horizonte do leitor para além dos aspectos convencionais do turismo. Revela-se essencial perceber que o turismo moderno é um sistema dinâmico e interconectado, onde decisões de um agente reverberam por toda a cadeia produtiva e que a inovação tecnológica e estratégica — como a teoria dos jogos e a gamificação — são alavancas decisivas para o desenvolvimento sustentável e competitivo dos destinos turísticos.

Deutsch
Francais
Nederlands
Svenska
Norsk
Dansk
Suomi
Espanol
Italiano
Portugues
Magyar
Polski
Cestina
Русский