A ingestão de dados no Elasticsearch é um processo fundamental para a coleta, análise e visualização de informações em tempo real. Para a implementação de um fluxo eficiente de dados, o uso do Fleet Server gerido pelo Elastic Cloud se mostra essencial. No entanto, quando se trata de uma instalação local (on-premises), é necessário configurar o seu próprio Fleet Server para garantir o funcionamento correto da coleta de dados.

O Elastic Agent, por sua vez, possui um componente crucial chamado política, que define um conjunto de entradas e configurações específicas para os dados que um agente precisa coletar. Cada Elastic Agent pode estar vinculado a uma única política, a qual especifica as integrações e as configurações que serão aplicadas para a coleta de dados de diferentes fontes. A política define o comportamento do agente, mas, ao contrário de outras soluções, não existe atualmente um mecanismo de hierarquia ou herança entre múltiplas políticas.

Após a criação de uma política no Fleet UI, o índice correspondente é registrado dentro do Elasticsearch. O Elastic Agent, ao ser configurado, solicita ao Fleet Server a inscrição nessa política, utilizando uma chave de inscrição específica. O Fleet Server monitora constantemente os índices, distribuindo as políticas para todos os agentes registrados. O agente, então, usa essas configurações para coletar e enviar os dados ao Elasticsearch. Além disso, o Elastic Agent mantém uma comunicação regular com o Fleet Server para garantir que as atualizações da política sejam refletidas em tempo real, mantendo a consistência no processo de ingestão de dados.

Além do fluxo padrão de ingestão de dados para o Elasticsearch, o Elastic Agent também oferece flexibilidade ao permitir que Logstash ou Kafka sejam configurados como saídas alternativas. Esta abordagem é particularmente útil em cenários onde é necessária uma transformação avançada ou parsing de dados antes de enviá-los ao Elasticsearch ou a outros pontos de extremidade. A escolha da saída vai depender das necessidades do cenário de dados e da infraestrutura em uso.

Em ambientes de Kubernetes, o Elastic Agent também pode ser implementado através do operador ECK (Elastic Cloud on Kubernetes), garantindo escalabilidade e uma configuração simplificada. A integração do Elastic Agent com o Fleet Server, mesmo em um ambiente Kubernetes, pode ser realizada de forma eficiente através de manuais e receitas específicas que garantem a adequação à infraestrutura baseada em contêineres.

O uso de integrações no Elastic Agent oferece uma maneira padronizada de coletar dados de uma ampla gama de aplicações e serviços, incluindo servidores web como o Apache. As integrações são armazenadas no Elastic Package Registry e podem ser acessadas através do Kibana, permitindo que os usuários configurem e apliquem rapidamente integrações específicas. Por exemplo, ao configurar a integração do Apache HTTP Server, o processo envolve selecionar a integração desejada dentro do Kibana, configurar os parâmetros de coleta de logs e métricas e, finalmente, aplicar essa configuração a uma política existente. Após a configuração, os dados de acesso e erros do Apache começam a ser coletados e exibidos em dashboards no Kibana, permitindo a análise e visualização dos dados.

Além disso, a necessidade de configurar corretamente o Elastic Package Registry, especialmente em ambientes com acesso restrito à internet, é um ponto importante. Em tais ambientes, é possível hospedar um repositório de pacotes interno, garantindo que as integrações sejam acessíveis sem depender do Elastic Package Registry público.

É importante entender que, enquanto o Elastic Agent oferece uma solução prática e integrada para a coleta de dados, o processo de ingestão de dados é apenas uma parte do ciclo completo de observabilidade. Uma vez que os dados são coletados e enviados para o Elasticsearch, eles devem ser devidamente analisados e visualizados para gerar insights acionáveis. A flexibilidade e escalabilidade da ingestão de dados no Elastic Stack, combinadas com a simplicidade das integrações, possibilitam a implementação de soluções de monitoramento eficazes, adaptáveis às necessidades específicas de qualquer infraestrutura ou aplicação.

Como Configurar e Gerenciar o Elastic Stack em Diferentes Ambientes

O Elastic Stack oferece uma gama de opções de implantação para atender às necessidades variadas de empresas que buscam visibilidade e segurança nos seus dados. Pode ser implantado na Elastic Cloud, em ambientes locais (on-premises), ou em uma configuração híbrida e orquestrada. Neste capítulo, vamos explorar diferentes estratégias de implantação do Elastic Stack, abordando desde a criação de uma infraestrutura em Elastic Cloud até configurações complexas com Kubernetes ou soluções autogerenciadas. Ao final, você terá um entendimento abrangente de como configurar e executar implantações do Elastic Stack em diferentes ambientes, incluindo a adição de nós e a utilização de componentes adicionais dentro do cluster.

O Elastic Stack é composto por diversos elementos que trabalham juntos para permitir a ingestão, o armazenamento e a análise de grandes volumes de dados em tempo real. Sua arquitetura é composta por componentes essenciais, como o Elasticsearch, o Kibana, o Beats, e o Fleet, que se interagem para fornecer uma solução robusta para monitoramento, análise e segurança de dados. É fundamental compreender as funções de cada um desses componentes e como eles se relacionam dentro de uma arquitetura maior.

Quando se fala de implantações, uma das opções mais comuns e de fácil gerenciamento é a Elastic Cloud. A Elastic Cloud simplifica a implantação e manutenção do Elastic Stack ao permitir que você crie um ambiente escalável com apenas alguns cliques. Por meio da Elastic Cloud, você pode escolher o provedor de nuvem (Google Cloud, Azure, AWS) e a região mais adequada para a sua implantação, garantindo flexibilidade e alto desempenho. Além disso, você pode começar com um perfil de hardware básico e, conforme suas necessidades aumentam, ajustar a capacidade da infraestrutura sem interrupções significativas nos serviços.

Ao criar uma implantação na Elastic Cloud, o processo começa com o cadastro de uma conta e a escolha do perfil de implantação, que inclui a definição do provedor de nuvem e a configuração do hardware. Após a criação do deployment, você será direcionado ao Kibana, a interface gráfica que permite o monitoramento e a administração do seu cluster. Aqui, será possível acompanhar o status da implantação, configurar novos nós, e integrar dados de forma eficiente.

A flexibilidade da Elastic Cloud vai além de uma simples implantação. Ela também oferece opções para escalabilidade automática, que permitem que sua infraestrutura se ajuste dinamicamente às demandas de processamento de dados. A elasticidade do Elastic Stack é um dos seus maiores diferenciais, já que ele pode ser configurado para crescer de maneira ordenada e sem a necessidade de intervenção manual constante. A capacidade de adicionar ou remover nós, alterar tipos de nós e ajustar tamanhos de instâncias são características que fazem da Elastic Cloud uma opção altamente escalável.

Entretanto, para empresas que possuem necessidades mais específicas, como uma infraestrutura baseada em Kubernetes, a Elastic Cloud oferece uma solução em nuvem que suporta a execução do Elastic Stack sobre Kubernetes (Elastic Cloud on Kubernetes - ECK). ECK é uma poderosa ferramenta para gerenciar e implantar clusters do Elastic Stack dentro de ambientes Kubernetes, tanto na nuvem quanto on-premises. Usando o Kubernetes, é possível automatizar o gerenciamento de clusters Elasticsearch, garantindo alta disponibilidade, escalabilidade e resiliência.

A instalação do Elastic Stack com o ECK permite aproveitar ao máximo o Kubernetes, utilizando ferramentas nativas para gerenciamento de cargas de trabalho e armazenamento. Além disso, o ECK facilita a configuração de arquiteturas de armazenamento quente-frio, onde dados mais recentes são armazenados em nós de alto desempenho, enquanto dados mais antigos são movidos para nós de menor custo. Essa estratégia de tiering de dados oferece uma solução eficiente para a gestão de grandes volumes de dados, sem comprometer o desempenho das consultas.

Para implantar o Elastic Stack com ECK, é necessário garantir que você tenha um cluster Kubernetes pronto para receber a implantação. Ferramentas como o minikube ou o Google Kubernetes Engine (GKE) são ideais para configurar e testar o Elastic Stack em um ambiente Kubernetes. Depois de configurado o cluster, o ECK pode ser instalado e configurado, permitindo o gerenciamento do Elastic Stack como um serviço altamente disponível e escalável.

Além disso, com a implementação do Elastic Stack em qualquer ambiente, seja na Elastic Cloud ou no Kubernetes, há uma série de práticas que devem ser seguidas para garantir a segurança e o controle adequado do ambiente. A configuração de autenticação, controle de acesso baseado em papéis (RBAC), e filtros de tráfego são fundamentais para proteger os dados e garantir que somente usuários autorizados possam acessar informações sensíveis.

É essencial também que o monitoramento contínuo da saúde da implantação seja realizado. A Elastic Cloud e o ECK oferecem ferramentas para visualização em tempo real da saúde do cluster, permitindo que ações corretivas sejam tomadas rapidamente em caso de falhas ou degradação de desempenho. As práticas de backup e recuperação também são indispensáveis, e devem ser configuradas desde o início para garantir a integridade e a disponibilidade dos dados.

Por fim, ao optar por uma implantação autogerenciada, ou seja, sem o uso da Elastic Cloud, o Elastic Stack pode ser instalado em servidores próprios, oferecendo total controle sobre a infraestrutura. Embora esse tipo de implantação ofereça flexibilidade e personalização, ele exige mais responsabilidades, especialmente no que diz respeito à manutenção da infraestrutura, escalabilidade e segurança. Nesse caso, será necessário configurar manualmente os nós do Elasticsearch, o Kibana, e outros componentes, além de realizar a administração do cluster de forma contínua, lidando com desafios como a atualização de versões, o balanceamento de carga e a configuração de redes seguras.

Para aqueles que buscam soluções de monitoramento e análise de dados de alto desempenho, a compreensão das diferentes opções de implantação do Elastic Stack é crucial. Seja utilizando a Elastic Cloud, o Kubernetes, ou uma solução autogerenciada, é importante saber como cada uma dessas opções impacta a flexibilidade, a escalabilidade, a segurança e a facilidade de manutenção do seu ambiente. O Elastic Stack, com sua poderosa arquitetura e flexibilidade, oferece uma solução robusta para a ingestão, armazenamento e análise de dados, sendo capaz de atender a uma ampla gama de necessidades empresariais.