A terapia por campos eletromagnéticos pulsados (PEMF) tem demonstrado um enorme potencial terapêutico, principalmente na medicina veterinária, devido à sua capacidade de promover a recuperação de lesões, acelerar a cicatrização de feridas e reduzir a dor. Isso ocorre por meio da interação de campos eletromagnéticos com as células e tecidos, criando efeitos biofísicos que melhoram a função celular e a comunicação entre as células. A principal vantagem dos dispositivos PEMF é a sua capacidade de ativar as células sem gerar calor excessivo, que poderia danificar tecidos profundos.
Os dispositivos PEMF modernos funcionam com um ciclo de liga/desliga, com a radiofrequência ativa apenas 4% do tempo, o que elimina a produção de calor excessivo e potencialmente prejudicial aos tecidos. Cada órgão do corpo produz seu próprio campo magnético bioelétrico, e as células, que se comunicam por meio de campos eletromagnéticos, são sensíveis a qualquer alteração nesses campos. Esse princípio fundamental explica por que a terapia PEMF tem um efeito tão potente na estimulação da regeneração celular e no alívio da dor. Estudos experimentais, tanto em modelos animais quanto em ensaios clínicos, comprovam a eficácia da PEMF para melhorar a cicatrização óssea e de feridas, reduzir a dor, melhorar a circulação sanguínea e diminuir mediadores inflamatórios.
Em termos de evidências clínicas, há uma quantidade considerável de estudos que comprovam os efeitos benéficos da PEMF. Dispositivos portáteis foram aprovados pela FDA para uso em seres humanos com o objetivo de reduzir o inchaço e o edema dos tecidos moles. Em animais de pequeno porte, a adaptação desses dispositivos tem mostrado resultados promissores, especialmente no tratamento de ferimentos e condições inflamatórias.
No tratamento de dor, por exemplo, dois estudos clínicos demonstraram a eficácia da PEMF direcionada em cães, especialmente em situações pós-cirúrgicas. Um estudo de Zidan e colaboradores (2018) demonstrou que os cães tratados com o dispositivo PEMF portátil (Assisi Loop) mostraram limiares sensoriais mecânicos mais elevados na área da cirurgia, em comparação com o grupo controle placebo. Outro estudo de Alvarez et al. (2019) mostrou uma redução quase dupla no uso de opioides em cães após a cirurgia de hemilaminectomia, quando tratados com PEMF. Isso é consistente com o que tem sido observado em estudos humanos, onde a PEMF tem contribuído para a redução do uso de opioides em pacientes pós-operatórios.
A terapia PEMF também tem efeitos positivos comprovados na cicatrização de feridas, especialmente ao promover a sinalização de óxido nítrico (NO), um mediador que reduz as citocinas inflamatórias e estimula o crescimento de fatores moduladores. Em um ensaio clínico randomizado controlado por placebo, cães em recuperação de hemilaminectomia que receberam tratamento com PEMF mostraram resultados significativamente melhores na cicatrização das incisões em comparação com os cães do grupo controle.
Em termos de aplicações clínicas, os dispositivos PEMF portáteis têm sido particularmente eficazes no tratamento de lesões da medula espinhal em animais, o que sugere que outras condições inflamatórias, como lesões dérmicas, lesões de tecidos moles e osteoartrite, também podem se beneficiar dessa terapia. No entanto, ainda é necessária mais pesquisa em medicina veterinária antes que protocolos definitivos de tratamento possam ser estabelecidos para essas condições.
A facilidade de uso dos dispositivos PEMF em casa também é um fator importante a ser destacado. Os proprietários de animais de estimação têm relatado que esses dispositivos são simples de aplicar, podendo ser colocados diretamente sobre a área afetada ou em volta do membro do animal, o que facilita o tratamento diário e prolongado.
Apesar de sua eficácia, o uso de dispositivos PEMF exige algumas precauções. Como os dispositivos emitem sinais elétricos de baixo nível, eles podem interferir em outras frequências de rádio. Portanto, a principal contraindicação refere-se a pacientes com marca-passos cardíacos ou que apresentam arritmias, uma vez que o campo eletromagnético pode afetar o funcionamento desses dispositivos. Além disso, deve-se tomar cuidado com animais que sofrem de convulsões, evitando o uso de PEMF em torno da cabeça, ou em locais próximos a dispositivos geradores de radiofrequência, como celulares ou dispositivos de estimulação elétrica nervosa (TENS).
Além disso, a terapia com laser de baixa intensidade (PBM) tem se mostrado uma alternativa poderosa para o tratamento de diversas condições veterinárias, com efeitos que se sobrepõem aos da PEMF. O laser de baixa intensidade, ou LLLT, utiliza radiação eletromagnética com propriedades específicas que permitem a penetração nas camadas mais profundas dos tecidos. Os lasers terapêuticos têm sido utilizados para promover a regeneração celular e reduzir a inflamação em diversos tipos de tecido.
A terapia LLLT funciona por meio da absorção de fótons pelas cromóforos das células, o que desencadeia uma série de efeitos biológicos, incluindo a produção de oxigênio, alterações no equilíbrio de cálcio nas células, produção de ATP e redução na produção de citocinas inflamatórias, como COX-2, TNF-α e IL-6. Esses efeitos promovem a reparação tecidual e a regeneração, ajudando na recuperação de lesões e na redução da dor.
A escolha do comprimento de onda do laser é essencial para determinar a profundidade de penetração e a eficácia do tratamento. Comprimentos de onda de 810-830 nm são os mais eficazes para atingir camadas mais profundas de tecido, enquanto os comprimentos de onda entre 600-700 nm são mais indicados para tecidos superficiais. As diferenças nos tipos de laser também são importantes: lasers de Classe 3B são comumente utilizados em reabilitação e não causam danos à visão, enquanto os lasers de Classe 4 são utilizados para tratamentos cirúrgicos e podem produzir calor nos tecidos.
A evidência científica que sustenta o uso de PBM/LLLT é robusta, com estudos demonstrando a eficácia na redução da dor, aceleração da cicatrização e melhora da função celular. Contudo, assim como no caso da PEMF, o uso do laser terapêutico deve ser cuidadosamente monitorado para evitar efeitos adversos devido ao uso excessivo de energia ou a aplicação inadequada.
Como os Exercícios Terapêuticos Podem Melhorar a Mobilidade e Estabilidade Postural dos Cães
À medida que os cães envelhecem, mudanças posturais frequentemente são observadas, incluindo a cifose e a lordose, além de alterações no ângulo da pelve e na posição da cauda. Essas modificações são resultado de uma série de fatores, como sarcopenia, déficits proprioceptivos e alterações visuais e vestibulares. O aumento da oscilação postural, mesmo em repouso, é um sinal comum em cães mais velhos. Em um estudo que comparou o centro de pressão entre cães jovens e idosos, constatou-se que os mais velhos apresentaram uma maior oscilação postural, o que pode ser um indicativo de fraqueza muscular e déficits de controle neuromuscular (Mondino et al., 2022). Essa oscilação aumentada é um reflexo direto de uma perda de estabilidade postural e, nos humanos, está associada a um maior risco de quedas e até mortalidade (Davis et al., 2011). Para minimizar esses riscos, os exercícios terapêuticos são essenciais, pois ajudam a manter a estabilidade postural, reduzem o risco de lesões e promovem um movimento funcional mais eficiente.
A mobilidade do cão depende da flexibilidade dos tecidos moles, como músculos, tendões, ligamentos e cápsulas articulares, que devem estar livres de dor e sem restrições para garantir um movimento suave e eficiente. Quando esses tecidos são capazes de contrair, alongar e esticar de maneira adequada, e quando as articulações têm uma amplitude de movimento normal e sem dor, o movimento torna-se funcional e equilibrado. No entanto, é comum que cães em reabilitação ou aqueles que levam uma vida sedentária apresentem limitações na flexibilidade ou na amplitude de movimento das articulações. Mesmo cães atléticos podem ter restrições que, ao longo do tempo, aumentam o risco de lesões por sobrecarga.
A falta de uso de um membro por um longo período pode levar à atrofia muscular e ao encurtamento das fibras musculares, um fenômeno conhecido como encurtamento adaptativo. Esse processo é comum em cães com doenças crônicas, como as relacionadas ao ligamento cruzado, onde a dor faz com que o cão sobrecarregue a articulação afetada, mantendo-a em posições flexionadas. Com o tempo, isso resulta em músculos encurtados, como os flexores do quadril e os tendões da panturrilha, que permanecem em uma posição contraída. Mesmo quando a dor da articulação é tratada com medicamentos ou cirurgia, o encurtamento adaptativo ainda persiste. Portanto, os exercícios terapêuticos que visam o alongamento muscular ativo são cruciais para restaurar a mobilidade normal e prevenir o agravamento dessas condições.
Além disso, a resistência cardiopulmonar também é um aspecto importante a ser considerado. Ela refere-se à capacidade do cão de realizar movimentos repetitivos e de baixo impacto por períodos prolongados. Exemplos de atividades que podem melhorar a resistência cardiopulmonar incluem uma caminhada contínua de 20 minutos ou uma natação de 5 minutos sem pausas. Estas atividades não só beneficiam a saúde do coração e dos pulmões, mas também ajudam a manter a mobilidade funcional em cães de todas as idades.
Outro componente essencial da reabilitação é o desempenho muscular, que envolve força, resistência e potência muscular. A força muscular é a capacidade de um músculo ou grupo de músculos exercer força máxima durante a contração. Para melhorar a força muscular, os exercícios terapêuticos devem ser realizados de forma controlada, garantindo que o músculo alvo seja trabalhado adequadamente, sem compensações de outros músculos. Quando um músculo pode repetir essas contrações ao longo do tempo, isso é denominado resistência muscular. A potência muscular, por sua vez, envolve a força da contração e a rapidez com que ela ocorre. Exercícios de alta intensidade, como sprints ou pliometria, são indicados para cães que praticam esportes ou realizam atividades de alta performance, como cães policiais ou de agilidade.
A propriocepção também desempenha um papel vital na estabilidade e no movimento funcional do cão. A estimulação dos proprioceptores nos músculos, tendões, ligamentos e articulações ajuda a melhorar a estabilidade, sendo um fator crucial na reabilitação de cães com osteoartrite ou lesões. Com o envelhecimento, a propriocepção tende a diminuir, o que pode prejudicar a capacidade do cão de manter o equilíbrio e aumentar o risco de lesões. Exercícios que estimulam essa percepção são, portanto, essenciais para prolongar a mobilidade e reduzir os riscos de quedas ou acidentes. Movimentar-se sobre superfícies variadas, como grama, areia ou colchões sensoriais, é uma excelente maneira de treinar a propriocepção. Outros exercícios eficazes incluem caminhar sobre cavaletes com alturas e distâncias irregulares, ou sobre superfícies instáveis, como discos de equilíbrio ou plataformas de espuma.
Por fim, a estabilização postural também é um aspecto fundamental dos exercícios terapêuticos. Cães utilizam uma combinação de sinais visuais, proprioceptivos e sensoriais para manter o equilíbrio. Para estabilizar a postura, é necessário ativar os músculos que sustentam as articulações durante as posturas de repouso, como quando o cão está deitado de barriga para baixo, sentado ou em pé. Os músculos antigravitacionais, como os tríceps, glúteos, quadríceps e gastrocnêmios, desempenham um papel importante nessa estabilização. Exercícios que envolvem a mudança de peso em várias direções, ou o uso de dispositivos de equilíbrio, como o Bosu ou plataformas de equilíbrio, são eficazes para melhorar a postura e o equilíbrio. Outros exercícios incluem o "posture sphinx", em que o cão mantém a flexão total das pernas traseiras e uma leve extensão da coluna, e o "posture sit", uma posição de sentar com as articulações flexionadas sem adução ou abdução das pernas traseiras.
Em conclusão, os exercícios terapêuticos são fundamentais para melhorar a mobilidade e a estabilidade postural dos cães, especialmente em idosos ou cães com limitações físicas. Esses exercícios não apenas ajudam a aliviar a dor e melhorar a força muscular, mas também promovem uma melhor propriocepção, equilíbrio e resistência cardiopulmonar. A combinação dessas práticas pode melhorar a qualidade de vida e garantir uma recuperação eficaz, aumentando a longevidade e a funcionalidade do animal.
Disfunções do Cotovelo e Deformidades de Crescimento no Membro Torácico Canino
A ossificação do côndilo humeral ocorre por volta dos 70 ± 14 dias de idade, conforme relatado por de Bakker et al. (2011) e Hattersley et al. (2011). No entanto, estudos de imagem, especialmente os realizados por meio de exames transversais, sugerem que as fissuras intracondilares do úmero (HIF) podem ser resultado de fraturas por estresse. Observações indicam o desenvolvimento de fissuras em cotovelos previamente não afetados (Witte et al., 2010; Farrell et al., 2011) e a extensão das HIFs até o forame supratroclear, além da placa cartilaginosa. Embora a hipótese de fraturas por estresse associadas a esse tipo de fissura seja plausível, a evidência atual não exclui a possibilidade de que a ossificação incompleta ocorra em cães mais jovens, enquanto as fraturas por estresse sejam mais comuns em cães de idade avançada.
A condição afeta principalmente as raças de spaniels, e foi identificada uma herança recessiva poligênica (de Bakker et al., 2011; Hattersley et al., 2011). O diagnóstico de HIF/IOHC pode ser feito por radiografias convencionais, utilizando uma visão craniomedial/caudolateral de 15°. Contudo, a tomografia computadorizada (TC) é mais sensível e específica (Farrell et al., 2011). Há uma crescente consideração de que uma fratura por estresse do côndilo humeral poderia ser decorrente de incongruência do cotovelo. Estudos indicam que, em 25-56% dos casos de IOHC em spaniels, também se observa a presença de MCorD (de Bakker et al., 2011). Um estudo descreveu a presença de lesões cartilaginosas na parte caudal do úmero de spaniels com HIF, resultantes de incongruência humero-anconeal (Danielski & Yeadon, 2022), levando alguns cirurgiões a modificar a anatomia do cotovelo por meio de uma técnica oblíqua de PUO, seguida pela cicatrização da HIF (Danielski et al., 2023; Karydas & Danielski, 2023).
A técnica tradicional envolve a colocação de um parafuso transcondilar para evitar o movimento microscópico da fissura, o que poderia resultar em fratura do côndilo (Hattersley et al., 2011). A HIF pode levar à fratura do côndilo humeral com trauma mínimo, embora alguns cães possam não apresentar sintomas (Moores & Moores, 2017). O diagnóstico geralmente ocorre quando o animal apresenta uma fratura lateral do côndilo humeral após um trauma leve no membro (Hattersley et al., 2011). Esses cães devem ser evitados para reprodução e devem abster-se de atividades de alto impacto.
Além disso, a displasia do crescimento do antebraço (ABGD) ocorre quando o crescimento distal da ulna é interrompido antes dos 8 meses de idade, levando à deformidade (Carrig, 1975; Fox, 1984). A principal mecânica da deformidade é o efeito restritivo da ulna sobre o rádio, o que causa curvatura cranial/medial do rádio e torção externa. Isso resulta em hiperextensão e subluxação do carpo, além de rotação externa do pé (Fox, 1984). O diagnóstico é feito com base no exame físico e radiografias, sendo possível caracterizar e quantificar a deformidade por meio da comparação de radiografias ou imagens de TC dos membros afetados e não afetados (Crosse & Worth, 2010).
Quando a interrupção do crescimento da ulna ocorre antes da deformidade radial significativa e ainda há crescimento substancial do membro, pode-se realizar uma osteotomia distal da ulna para remover o efeito de restrição (Boudrieau, 2003). Caso a deformidade radial já tenha ocorrido, pode-se realizar uma osteotomia corretiva dinâmica ou estática do rádio, juntamente com uma osteotomia ou osteectomia da ulna (Boudrieau, 2003). O uso de guias de corte e redução específicos para o paciente, impressas em 3D, tem ajudado a melhorar a precisão e reduzir as complicações do procedimento (Carwardine et al., 2021).
Nos casos em que há uma discrepância considerável no comprimento dos membros, pode-se realizar osteogênese por distração juntamente com a correção da deformidade.
É fundamental entender que as deformidades do crescimento do antebraço e as fraturas intracondilares do úmero não são condições isoladas; elas frequentemente ocorrem em conjunto com outras patologias e requerem uma abordagem multifacetada para o diagnóstico e tratamento. O monitoramento contínuo do desenvolvimento ósseo, em especial durante os primeiros meses de vida, pode ser essencial para detectar precocemente anomalias e proporcionar um tratamento oportuno. Além disso, a escolha da abordagem terapêutica deve levar em consideração o estágio de crescimento do animal, o grau da deformidade e a funcionalidade do membro afetado. Em cães com deformidades graves, mesmo após intervenções cirúrgicas, o risco de desenvolvimento de osteoartrite pode ser significativo, afetando a qualidade de vida do animal a longo prazo.
Reabilitação Neurocanina: Avaliação e Intervenção Baseada em Evidências
A reabilitação neurocanina (RNC) é uma área especializada dentro da fisioterapia veterinária que visa gerenciar, avaliar e tratar disfunções de movimento em cães com condições neurológicas. Seu objetivo primário é melhorar a qualidade de vida (QoL), aliviar a dor e abordar deficiências e limitações funcionais causadas por distúrbios no sistema neuromuscular. Uma abordagem bem-sucedida na reabilitação requer a elaboração de um plano de cuidados (POC) abrangente, que considere a história do paciente, os resultados dos exames físicos e os objetivos dos tutores ou responsáveis.
A intervenção precoce desempenha um papel crucial, maximizando o potencial de recuperação da independência funcional e da neuroplasticidade adaptativa. Quando a lesão é aguda, o foco está no manejo da dor e na restauração das funções do paciente ao seu nível anterior. Já nas condições progressivas e degenerativas, a prioridade é manter a qualidade de vida atual e, se possível, desacelerar o progresso da doença.
Historicamente, a RNC priorizava a compensação pelas habilidades funcionais perdidas. Contudo, uma abordagem mais moderna, conhecida como terapia baseada em atividade (TBA), fundamentada nos princípios da neuroplasticidade, busca restaurar as funções sensoriais e motoras para otimizar a recuperação. Embora a RNC combine técnicas tradicionais e contemporâneas, a adoção de uma prática baseada em evidências é fundamental para alcançar os melhores resultados funcionais de maneira eficiente e eficaz.
A avaliação da reabilitação neurocanina complementa a feita pelo neurologista veterinário, embora com maior ênfase na análise da capacidade do paciente em assumir e manter posturas e movimentos funcionais. Ao identificar deficiências, limitações e desafios, o clínico e a equipe interdisciplinar de reabilitação podem ajudar a restaurar habilidades funcionais, recuperar a independência e reintegrar o paciente ao seu nível de função anterior. Além disso, a identificação das forças, oportunidades e prognósticos de melhoria fornece uma base sólida para orientar os tutores no manejo do paciente em casa.
A avaliação começa com a consolidação das informações médicas veterinárias, incluindo a história do distúrbio atual e do histórico médico veterinário passado, além dos resultados de exames de imagem, histologia, patologia e relatórios de especialistas e intervenções anteriores. A atenção ao plano do veterinário responsável, incluindo intervenções recomendadas e medicamentos prescritos (bem como a resposta do paciente a intervenções passadas), é essencial para garantir uma abordagem interdisciplinar coesa.
Um dos aspectos essenciais da avaliação da RNC é a análise das posturas e dos movimentos do paciente, que pode indicar a presença de disfunções musculoesqueléticas ou neurológicas que comprometem a mobilidade e a funcionalidade. O clínico observa como o paciente se comporta em situações de repouso e movimento, procurando identificar padrões de compensação que possam estar mascarando deficiências motoras subjacentes. Além disso, é importante realizar avaliações clínicas detalhadas para verificar o reflexo da dor, resposta a estímulos e presença de rigidez muscular ou atrofia.
Nos casos de condições degenerativas, como a mielopatia degenerativa, a RNC concentra-se principalmente na manutenção da mobilidade funcional e na prevenção de complicações secundárias, como escaras e rigidez muscular. A abordagem baseada em atividades deve ser planejada de forma a estimular a função neurológica e melhorar a coordenação motora. Técnicas como a terapia aquática, exercícios de fortalecimento e a estimulação elétrica funcional são frequentemente integradas ao POC, pois favorecem a ativação neurológica e a manutenção das funções motoras.
Além disso, a gestão das expectativas do tutor é um aspecto fundamental. O entendimento claro de que, em alguns casos, a recuperação completa pode não ser possível deve ser comunicado de forma transparente, garantindo que os tutores compreendam as limitações e as potencialidades de cada abordagem terapêutica. A adaptação constante das intervenções, acompanhada de um monitoramento contínuo da evolução do paciente, assegura que as metas do tratamento sejam ajustadas conforme a resposta do cão à reabilitação.
Em conjunto com a abordagem clínica, a reabilitação neurocanina também deve se beneficiar de um contexto multidisciplinar. A colaboração entre fisioterapeutas, veterinários especialistas em neurologia e os tutores é crucial para uma reabilitação eficaz. A educação contínua do tutor sobre como fornecer cuidados em casa, como realizar exercícios terapêuticos simples e como ajustar o ambiente para facilitar a mobilidade do paciente, é parte integrante do processo de recuperação. Isso garante que a reabilitação não se limite ao ambiente clínico, mas seja um esforço contínuo e colaborativo entre a equipe de saúde e a família do animal.
Em condições como lesões na medula espinhal, a reabilitação pode se concentrar não apenas na mobilização da coluna, mas também na recuperação das funções respiratórias, controle da bexiga e cuidados com a prevenção de infecções. O uso de órteses e dispositivos de suporte também pode ser uma ferramenta importante na reabilitação de cães com dificuldades de locomoção.
Além disso, um ponto crucial no processo de reabilitação é o entendimento do impacto psicológico das condições neurológicas no animal. O estresse relacionado à dor, à limitação de movimentos e à mudança na rotina pode afetar significativamente o bem-estar geral do cão. Nesse sentido, técnicas de relaxamento, como a estimulação manual, massagens terapêuticas e o uso de música e ambientes tranquilos, podem auxiliar na redução do estresse e na melhoria da qualidade de vida do paciente.

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