O aumento exponencial de informações disponíveis para todos nós trará um novo significado ao termo "sobrecarga de informações". No futuro, servidores inteligentes serão capazes de filtrar de forma eficaz todo esse conteúdo, apresentando apenas aquilo que o usuário realmente necessita. Com a possibilidade de acessar dados de qualquer lugar, fica claro que será cada vez mais difícil permanecer dependente de arquivos locais e sistemas fechados, como as antigas redes LAN de computadores pessoais. Essas redes, assim como os antigos equipamentos de datilografia, estão se tornando obsoletos. A verdadeira força do sistema virá do uso de servidores altamente funcionais, como o AS/400, que integrarão as informações e recursos de maneira eficiente.
A tecnologia subjacente ao desenvolvimento de aplicações será orientada por objetos (OO). As tecnologias OO já demonstraram seu enorme potencial para aumentar a produtividade no desenvolvimento de software. Novas aplicações serão baseadas nesse paradigma. No entanto, a transição dos programas tradicionais baseados em procedimentos para a programação orientada a objetos será gradual e levará muitos anos. Um dos principais desafios dessa mudança é o nível de habilidades necessárias. A criação de sistemas operacionais e ferramentas de desenvolvimento exigirá conhecimentos profundos, e uma minoria de profissionais utilizará linguagens nativas de OO, como o C++. Por outro lado, fornecedores de soluções e ISVs (Independent Software Vendors) provavelmente adotarão estruturas personalizáveis e componentes reutilizáveis. Até mesmo desenvolvedores sem muita experiência poderão usar ferramentas com interfaces centradas no usuário e que aprendem de forma autônoma.
A tecnologia OO traz uma nova perspectiva para o desenvolvimento de aplicações, uma revolução que começou a ganhar força em 1996. Segundo previsões da Object Management Group (OMG), até 1998, metade das empresas adotará a tecnologia OO para novas aplicações. Em 2000, esse número deve atingir 80%. No entanto, a velocidade dessa transição ainda é uma incógnita. O importante, contudo, é que a direção do mercado já parece clara.
Assim como as tecnologias evoluem rapidamente e algumas se tornam obsoletas, sistemas e empresas de TI também estão sujeitos a mudanças constantes. A história demonstra como sistemas e companhias que permanecem atrelados a tecnologias que perdem valor podem desaparecer. Nos anos 80, empresas como a Wang, com seu sistema de escritório integrado, eram líderes de mercado. Porém, rapidamente a tecnologia foi substituída por sistemas mais robustos, como os da Digital, com seu VAX. Ao longo dos anos, novas soluções se tornaram mais atrativas, e as empresas começaram a se preocupar com a obsolescência de sistemas proprietários. Nos anos 90, o Unix parecia a solução definitiva para garantir a compatibilidade entre sistemas diferentes, mas logo surgiram novas demandas e soluções, como o modelo cliente/servidor, e a popularidade do Unix foi diminuindo.
Na virada do milênio, os custos e a falta de integração dos sistemas PC começaram a se tornar um problema, resultando em mais uma mudança no mercado. Os sistemas da Compaq com Windows NT foram a resposta para as empresas que buscavam o mais recente em tecnologia. Mas, mesmo com todos esses avanços, os desafios continuavam. O custo elevado de manutenção, a constante atualização de hardware e a falta de compatibilidade entre as aplicações de diferentes fornecedores ainda eram questões que dificultavam a verdadeira transformação digital.
Apesar das inovações contínuas, a promessa de um sistema "final" capaz de resolver todos os problemas de uma empresa ainda não se concretizou. A evolução da tecnologia de sistemas empresariais continua a ser um ciclo constante de busca por soluções que, no fim, não eliminam todos os desafios, mas os transformam. O desenvolvimento de novos sistemas, como o esperado VR2000, ilustra o ciclo interminável de tentativas de resolução dos problemas das empresas com uma tecnologia que logo se tornará obsoleta.
Essa história de constante evolução tecnológica nos mostra como as empresas, independentemente de seu porte ou setor, não podem se dar ao luxo de ignorar a rápida obsolescência das tecnologias. A constante reinvenção e adaptação aos novos paradigmas de TI não é apenas uma tendência, mas uma necessidade para a sobrevivência no mercado.
Para as empresas que buscam uma posição competitiva, é essencial compreender que a evolução tecnológica é inevitável. A introdução de novas ferramentas e sistemas será sempre uma constante. A chave para o sucesso está em como as organizações se adaptam a essas mudanças. Estar à frente no desenvolvimento e adoção de novas tecnologias, como a programação orientada a objetos, pode ser o diferencial competitivo necessário. No entanto, a transição deve ser feita de forma consciente e planejada, considerando o impacto nas operações do dia a dia e nos custos associados.
Qual o Impacto das Arquiteturas Centricas em Processadores na Evolução Tecnológica?
A evolução das arquiteturas centradas em processadores tem sido um dos principais motores do desenvolvimento da computação moderna, com impactos profundos nas tecnologias e nas práticas de programação. Desde os primeiros processadores de 32 bits, como o PowerPC 801, até os mais avançados sistemas de 64 bits, como o PowerPC 604 e as arquiteturas RISC (Reduced Instruction Set Computing), a busca por maior desempenho e eficiência energética continua a impulsionar inovações tecnológicas. As diferentes gerações de processadores, ao longo das décadas, não apenas melhoraram a velocidade e a capacidade de cálculo, mas também permitiram o desenvolvimento de sistemas operacionais mais sofisticados e eficientes, adaptados às novas demandas de mercado.
O PowerPC, por exemplo, que teve um papel central na transição para os processadores de 64 bits, representa um marco importante na história das arquiteturas centradas em processadores. Sua evolução culminou em versões como o PowerPC 630 e o PowerPC 604, que se destacaram pela performance aprimorada e pela capacidade de suportar sistemas operacionais mais complexos, como o AS/400. Essas arquiteturas também foram fundamentais para a evolução de sistemas embarcados e computação de alto desempenho, onde o baixo consumo de energia se tornou um requisito essencial.
Outro marco na evolução das arquiteturas centradas em processadores é o advento da tecnologia C-RISC, que representa um modelo de simplificação da instrução e da execução dos processadores, permitindo maior velocidade e menor consumo de energia. A flexibilidade das arquiteturas RISC e C-RISC contribuiu para o surgimento de novos tipos de processadores de alto desempenho e baixa potência, como o Cobra e o Cobra-Lite. Estes modelos de processadores foram projetados para serem integrados em um único chip, uma inovação que permitiu reduzir o tamanho e o custo das unidades de processamento, ao mesmo tempo em que aumentava a eficiência.
O uso de processadores em sistemas de múltiplos núcleos, como o AS/400, também desempenhou um papel crucial na adaptação das arquiteturas para lidar com a crescente demanda por maior desempenho e paralelismo. A introdução de arquiteturas como o POWER2 e o POWER3, por exemplo, abriu caminho para sistemas que poderiam processar múltiplos fluxos de dados simultaneamente, trazendo melhorias significativas em termos de desempenho e escalabilidade.
O conceito de "single-level store", onde a memória física e virtual são gerenciadas de forma mais integrada, tem sido central para melhorar a eficiência na utilização de recursos. Ao permitir que os dados sejam acessados diretamente de um único espaço de armazenamento, sem a necessidade de tradução constante de endereços de memória, as arquiteturas centradas em processadores reduziram significativamente o tempo de acesso à memória e aumentaram a velocidade geral dos sistemas.
À medida que os sistemas se tornam mais complexos, surgem também desafios em termos de gerenciamento de memória, como a necessidade de garantir a integridade dos dados em sistemas de múltiplos processadores e a introdução de técnicas como o "journaling" para assegurar a confiabilidade dos dados. Esses avanços ajudaram a estabelecer uma base sólida para a computação moderna, com sistemas cada vez mais seguros e resilientes.
Além disso, a otimização do ciclo de instruções e a implementação de tecnologias de previsão e prefetching, como o uso de caches de instruções e a análise de padrões de execução de programas, têm sido fundamentais para melhorar a eficiência dos processadores. O foco na otimização de ciclos de instrução permitiu aos processadores modernos realizar mais operações por ciclo de relógio, aumentando ainda mais a velocidade dos sistemas.
A evolução das arquiteturas centradas em processadores também foi acompanhada por inovações em relação ao gerenciamento de recursos, como a introdução de sistemas de "multithreading" e a capacidade de gerenciar múltiplos processadores dentro de uma única unidade de processamento. Esses desenvolvimentos trouxeram uma melhoria considerável na capacidade de execução paralela, um aspecto fundamental para lidar com as crescentes exigências de processamento de dados em tempo real.
Importante, o impacto dessas inovações vai além da simples melhoria do desempenho dos processadores. A evolução das arquiteturas centricas também tem sido um fator-chave para a criação de novas metodologias de programação e sistemas operacionais, além de facilitar a integração de tecnologias emergentes, como a computação em nuvem e a inteligência artificial.
O que deve ser compreendido é que o avanço das arquiteturas centradas em processadores não se dá apenas por uma corrida pela velocidade, mas também pela busca por soluções mais eficientes, seguras e adaptáveis às necessidades de diferentes tipos de aplicação, desde sistemas de baixa potência até soluções de alto desempenho. A capacidade de adaptação e a flexibilidade das arquiteturas, como a integração de novos modelos de instrução e o uso de técnicas avançadas de cache, garantem que os processadores continuarão a evoluir, impulsionando a inovação tecnológica nos próximos anos.
Qual a Importância da Integração e da Flexibilidade nos Sistemas Computacionais?
Nos sistemas computacionais, a integração de componentes distintos é um dos desafios centrais que as empresas enfrentam, uma vez que a dependência da infraestrutura subjacente, como o hardware, continua sendo um fator limitante para o pleno desempenho e flexibilidade. Embora as soluções integradas possam fornecer uma série de vantagens, como a otimização de processos e a centralização de funções, o preço da flexibilidade é frequentemente um custo muito alto. Em sistemas altamente integrados, a solução muitas vezes é "tudo ou nada", o que significa que o cliente não pode escolher componentes de diferentes fornecedores, como sistemas operacionais, bancos de dados ou pacotes de segurança, para criar uma solução personalizada. Os componentes de diferentes fabricantes são, na maioria das vezes, projetados de forma independente, sem garantir uma interoperabilidade fácil e fluida. Consequentemente, os sistemas acabam por exigir interfaces diversas e duplicações de funções, o que gera ineficiências e limitações operacionais.
O principal benefício de optar por componentes separados é a flexibilidade total de escolha. Isso permite que o cliente utilize as soluções que melhor atendem às suas necessidades, seja em termos de custo ou de funcionalidades específicas. No entanto, o preço da flexibilidade inclui a complexidade da integração, que pode acarretar custos elevados. Integrar esses componentes em um sistema coeso exige não apenas habilidades técnicas, mas também custos relacionados ao treinamento de usuários e operadores para lidar com interfaces distintas, que podem variar muito entre si. Além disso, há o custo contínuo de manutenção, pois a atualização ou modificação de um componente pode afetar adversamente outro, gerando instabilidade no sistema. Em um cenário em que esses componentes estão interconectados em redes, o gerenciamento dessas conexões se torna mais complexo e oneroso.
Muitas empresas, ao lidarem com sistemas distribuídos ou ambientes de rede, não percebem os custos ocultos associados à gestão desses sistemas. No mundo dos PCs, por exemplo, os custos adicionais frequentemente não são visíveis à primeira vista. A aquisição inicial de hardware pode representar apenas uma pequena fração do custo total de propriedade de um computador ao longo de sua vida útil. Estudos mostraram que o custo total de um PC em um ambiente empresarial, considerando manutenção, rede, treinamento e outros custos operacionais, pode superar $50.000 ao longo de cinco anos. Muitas vezes, no entanto, as empresas fazem suas escolhas com base apenas no preço de compra inicial, ignorando esses custos adicionais.
A tentativa de consolidar todos os componentes de software sob um único fornecedor não tem se mostrado uma solução eficaz em muitos casos. Embora isso possa simplificar a gestão em teoria, na prática as soluções integradas muitas vezes não atendem às necessidades específicas das empresas, criando novas dificuldades. Um exemplo que ilustra essa situação é o caso de um sistema de home theater: um único controle remoto pode até controlar alguns dispositivos, mas não todos, e cada um apresenta uma interface diferente, o que exige que o usuário lide com múltiplos controles, cada um com funções e disposições distintas. Esse tipo de dissonância de interfaces é comum em sistemas integrados em muitos negócios, onde múltiplos "controles remotos" são necessários para gerenciar uma série de funções de TI.
A integração de sistemas operacionais desempenha um papel crucial nesse contexto. Quando falamos sobre sistemas como o OS/400 do AS/400, a integração entre os programas que gerenciam os recursos do sistema e os programas de aplicação é feita de maneira a garantir a independência de hardware. A estrutura desse sistema é dividida entre o OS/400, que gerencia os recursos e os objetos do sistema, e o LIC (Licensed Internal Code), que é o "elo" entre o hardware e o sistema operacional. A função do LIC é garantir que as mudanças no hardware não afetem diretamente o funcionamento das aplicações, preservando a independência da tecnologia.
O LIC tem a tarefa de controlar componentes que dependem do hardware, como o gerenciamento de memória, enquanto o OS/400 gerencia funções mais independentes. Para que o sistema funcione sem problemas, é essencial que essa separação seja bem definida, como, por exemplo, nas implementações de banco de dados. Algumas partes da implementação de um banco de dados podem precisar de conhecimento detalhado sobre a estrutura física do disco, enquanto outras podem ser mais independentes de hardware. Determinar qual parte do software será implementada no OS/400 e qual será gerenciada pelo LIC exige uma análise detalhada de cada componente.
A divisão entre OS/400 e LIC nem sempre é simples, e existem muitas nuances que precisam ser entendidas para garantir que os sistemas operacionais atendam aos requisitos de negócios de forma eficaz. Um componente de sistema que esteja implementado no OS/400, por exemplo, deve ser visível para o sistema, e seus dados e estruturas devem estar localizados nos objetos do OS/400. Por outro lado, o LIC cuida das interações de baixo nível, muitas vezes invisíveis para o sistema operacional, garantindo que as aplicações se comuniquem com o hardware sem depender das especificidades físicas.
Este arranjo permite uma abordagem de gestão de sistemas mais flexível e, ao mesmo tempo, minimiza a necessidade de ajustes frequentes ao hardware. A interface com o usuário pode ser otimizada através da abstração oferecida pelo LIC, e a estrutura de gerenciamento de processos e tarefas é descentralizada, permitindo que as funções que não dependem diretamente do hardware sejam tratadas de forma mais ágil no OS/400. Com esse modelo, a flexibilidade de integração é aumentada, proporcionando ao sistema maior capacidade de adaptação às necessidades do negócio.
Como a Gestão de Processos e a Organização da Memória Influenciam o Desempenho dos Sistemas Computacionais?
A gestão de processos é um dos pilares fundamentais no funcionamento dos sistemas operacionais modernos, garantindo que múltiplas tarefas possam coexistir e ser executadas de forma eficiente e coordenada. O gerenciamento de memória, por sua vez, complementa essa função ao oferecer mecanismos que permitem o acesso rápido, seguro e organizado às informações necessárias para a execução dos processos. A complexidade desses sistemas cresce à medida que incorporam técnicas como tradução de endereços virtuais para reais, segmentação de memória e armazenamento auxiliar, elementos essenciais para o desempenho e a segurança computacional.
A tradução de endereços virtuais em endereços reais é uma técnica crucial para abstrair o espaço físico da memória, permitindo que processos operem de maneira isolada e independente. Essa tradução é geralmente suportada por estruturas como tabelas de páginas, que fazem a correspondência entre endereços virtuais — usados pelos programas — e endereços reais na memória física. A utilização dessa técnica não apenas aumenta a segurança, evitando que um processo acesse a memória de outro, mas também otimiza o uso dos recursos de hardware, ao permitir que a memória seja compartilhada ou realocada conforme a necessidade.
Outro aspecto fundamental é o uso dos chamados espaços de endereçamento segmentados, que dividem a memória em áreas específicas para código, dados e pilha. Essa segmentação facilita a organização interna dos processos, oferecendo controle mais preciso sobre permissões de acesso e possibilitando uma melhor proteção contra acessos indevidos. Além disso, o conceito de memória auxiliar — como discos rígidos ou SSDs — é utilizado para armazenar dados e processos que não cabem completamente na memória principal, ampliando a capacidade de trabalho do sistema, embora com latências maiores.
Os mecanismos de gerenciamento de processos também envolvem filas de envio e recebimento de dados, permitindo uma comunicação eficiente entre diferentes tarefas e dispositivos. Em ambientes multiprocessadores, esses mecanismos se tornam ainda mais sofisticados, pois é necessário coordenar a execução concorrente de processos em múltiplos núcleos, assegurando a integridade dos dados e evitando condições de corrida.
Além dos aspectos técnicos, a compreensão dos modelos de acesso à memória, como o cache e os níveis de hierarquia de memória, é vital para entender como o sistema otimiza a velocidade de acesso e reduz os gargalos. A eficiência da gestão de memória impacta diretamente o desempenho global do sistema, influenciando desde a rapidez de resposta até a capacidade de executar múltiplas aplicações simultaneamente.
É importante que o leitor entenda que a gestão de processos e memória não são funções isoladas, mas sim componentes integrados de um sistema complexo que exige sincronização precisa e mecanismos de proteção robustos. A evolução contínua das arquiteturas computacionais, com a introdução de novos métodos de tradução de endereços, virtualização e técnicas avançadas de segmentação, reflete a necessidade constante de otimizar recursos e garantir segurança.
Além disso, o conhecimento dessas técnicas possibilita uma visão crítica sobre os desafios atuais, como a escalabilidade em sistemas multiprocessados, a mitigação de falhas de segurança e a eficiência energética dos sistemas operacionais. Essa compreensão fundamenta a base para a inovação e desenvolvimento de soluções mais eficientes, tanto em ambientes corporativos quanto em dispositivos pessoais.
Como o modelo de processo ILE e o suporte a threads redefiniram a arquitetura de jobs no AS/400?
O modelo de armazenamento e gerenciamento de processos no AS/400 passou por transformações significativas com a introdução do modelo ILE (Integrated Language Environment). Essa evolução não apenas alterou a estrutura dos jobs no sistema, como também redefiniu a maneira como os recursos são atribuídos e isolados entre diferentes componentes de uma aplicação. Tradicionalmente, um job no AS/400 era uma entidade monolítica, na qual todos os programas compartilhavam os mesmos arquivos, áreas de armazenamento e contexto de controle de compromisso. Isso oferecia certa simplicidade, mas também impunha limitações severas à reutilização de componentes, paralelismo e isolamento.
Com o advento do modelo ILE, a estrutura dos jobs tornou-se mais flexível e granular. Agora, cada aplicação dentro de um job pode possuir sua própria área de armazenamento — estática, automática (stack) e dinâmica (heap) — com proteção explícita entre elas. Além disso, nomes externos que anteriormente eram visíveis em todo o job passaram a ser isolados por aplicação, proporcionando maior encapsulamento e evitando conflitos entre bibliotecas ou módulos reutilizados em diferentes contextos.
O controle de compromisso também foi refinado. Enquanto antes ele se aplicava obrigatoriamente ao job inteiro, o novo modelo permite definir escopos distintos por aplicação, possibilitando maior controle transacional em ambientes compostos. O suporte a múltiplas ativações de um mesmo programa dentro de um único job se tornou possível, uma característica vital para aplicações complexas, orientadas a componentes reutilizáveis e paralelismo interno.
Essa reestruturação conceitual dos jobs também impactou diretamente o modelo de processos implementado pelo AS/400, que difere da abordagem adotada por outros sistemas operacionais. Enquanto muitos sistemas modernos, baseados em POSIX, definem um processo como uma unidade leve e facilmente descartável, o AS/400 manteve uma abordagem mais robusta, tratando o job como uma unidade completa de trabalho, pesada, mas com capacidades aprimoradas de segurança e compartilhamento de recursos.
No entanto, a necessidade de suportar padrões modernos como POSIX e o Ambiente de Computação Distribuída (DCE) obrigou os engenheiros do AS/400 a considerar a introdução de threads. Para isso, dois modelos foram analisados. O primeiro, mais alinhado com a definição industrial de threads, permitiria que cada grupo de ativação tivesse sua própria TDE (Thread Dispatchable Entity), funcionando como unidades independentes de despacho dentro de um processo. Mas esse modelo exigiria alterações estruturais profundas no sistema operacional, o que inviabilizou sua implementação imediata na versão V3R1.
A solução adotada foi um segundo modelo: o conceito de grupo de ativação compartilhado. Neste arranjo, vários jobs do OS/400 compartilham o mesmo grupo de ativação, sendo que cada job representa um thread individual dentro de um processo POSIX. Todos compartilham a mesma área de armazenamento estática e heap, mas mantêm stacks individuais, respeitando a semântica básica de execução paralela.
Este modelo, embora funcional, apresentou um problema evidente: a criação de um job no OS/400 é uma operação custosa em termos de tempo, muito mais demorada do que a criação de uma thread em sistemas baseados em processos leves. Para mitigar esse impacto, foi implementado um pool de jobs pré-criados — o "standby pool". Esse recurso permite a reutilização de jobs existentes para simular a criação rápida de threads, evitando os custos de inicialização a cada nova solicitação de execução concorrente.
Com o crescimento das aplicações compatíveis com POSIX, especialmente em ambientes distribuídos e multiusuário, torna-se inevitável a evolução do AS/400 para adotar um modelo mais próximo ao primeiro proposto, com suporte real a múltiplas TDEs e agilidade de criação de threads compatível com as exigências modernas de desempenho e escalabilidade.
É fundamental compreender que o AS/400 não implementa o conceito de processo como unidade básica de execução, como ocorre em sistemas Unix-like. Em vez disso, ele abstrai o processo dentro da estrutura de job, o que, embora mais pesado, oferece níveis superiores de isolamento, controle e segurança. Essa abordagem foi pensada para sustentar cargas de trabalho críticas em ambientes empresariais, priorizando robustez e integridade dos dados acima da leveza operacional.
Para os desenvolvedores que desejam tirar o máximo proveito do modelo do AS/400, é essencial internalizar a diferença entre jobs, processos, grupos de ativação e threads. Entender como os recursos são isolados, compartilhados e alocados dinamicamente dentro deste ambiente é um pré-requisito para projetar aplicações escaláveis, seguras e eficientes.
Além disso, deve-se considerar que a coexistência de diferentes paradigmas — como o tradicional modelo de job e o moderno modelo de thread — exige um pensamento arquitetônico híbrido. Aplicações que buscam paralelismo, modularidade e escalabilidade precisam ser cuidadosamente estruturadas para alavancar os pontos fortes do AS/400 sem incorrer nos custos inerentes à sua arquitetura mais pesada.

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