O valgo do retropé guiado por alterações no antepé representa uma deformidade complexa e frequentemente mal compreendida. A chave para o entendimento e correção eficaz desta condição está na identificação precisa da sua origem – o colapso ou instabilidade do segmento medial do pé, frequentemente causado por elevação traumática ou iatrogênica do primeiro metatarso ou por instabilidade progressiva da coluna medial.

Alterações estruturais traumáticas ou cirúrgicas no primeiro raio podem elevar o primeiro metatarso, levando o antepé à supinação. Esse movimento força uma adaptação compensatória do retropé em valgo, sobretudo em pacientes com flexibilidade preservada do retropé. Corrigir essa deformidade exige restabelecer a orientação anatômica do primeiro metatarso, endireitando-o em seu vértice de deformidade.

A estabilidade da coluna medial é central no tratamento desses casos. Ela deve ser restaurada de forma eficaz e seletiva, preservando o máximo de articulações possível, ao mesmo tempo em que se busca a correção secundária adequada do retropé. O desafio clínico e cirúrgico reside precisamente em localizar o ponto de instabilidade. Três articulações – tarsometatarsal, naviculocuneiforme e talonavicular – podem apresentar instabilidade isolada ou combinada. Avaliações radiográficas em carga são imprescindíveis, com atenção especial para sinais como alargamento plantar da articulação tarsometatarsal ou queda (sag) nas articulações naviculocuneiforme e talonavicular.

Em casos crônicos, mesmo os complexos ligamentares deltóide e do ligamento de mola podem estar comprometidos, exigindo abordagens cirúrgicas mais amplas. O teste de bloco de Coleman invertido ajuda a prever o potencial de correção, mas sua utilidade isolada permanece questionável. Assim, recomenda-se avaliação intraoperatória criteriosa e uso liberal de técnicas associadas, quando necessário.

A artrodese da primeira articulação tarsometatarsal é indicada especialmente nos casos com hipermobilidade severa isolada. Realizada por via medial, com abordagem in situ, preserva-se o tendão tibial anterior e evita-se o uso de serra para minimizar o risco de encurtamento ósseo. A fixação inclui fio de Kirschner temporário, parafusos de compressão e, posteriormente, placa de estabilização medial.

A fusão da articulação naviculocuneiforme segue técnica semelhante, com abordagem mais proximal. A cápsula articular é aberta com cautela, removendo-se a cartilagem sem comprometer demasiadamente o osso subcondral. Quando necessário, utiliza-se enxerto ósseo autólogo para preencher eventuais lacunas. A fixação pode ser feita com parafusos de 3,5 mm ou sistemas modernos de placas, que oferecem maior estabilidade.

Para fusão da articulação talonavicular, utiliza-se abordagem medial sobre a cabeça do tálus e tuberosidade navicular, preservando a inserção do tendão tibial posterior e o suprimento vascular da cabeça do tálus. A preparação envolve remoção cuidadosa da cartilagem com osteótomos e curetas. A redução do retropé é realizada pela manobra de Myerson, seguida de fixação com parafusos posicionais e de compressão, assegurando a estabilidade tridimensional da articulação.

Em casos com instabilidade difusa da coluna medial, pode-se realizar fusões combinadas envolvendo as articulações tarsometatarsal, naviculocuneiforme e talonavicular. Essa abordagem fortalece de forma significativa o arco longitudinal medial, promovendo correção durável da deformidade do retropé.

A osteotomia de medialização do calcâneo é uma ferramenta cirúrgica complementar frequentemente utilizada quando persiste o valgo do retropé após estabilização do antepé. Realizada por via lateral sobre a tuberosidade do calcâneo, a técnica envolve corte oblíquo com serra oscilante, seguida de deslocamento medial do segmento posterior do calcâneo. A precisão é crucial para evitar sobrecorreção em varo, motivo pelo qual a avaliação intraoperatória com imagem axial é altamente recomendada.

A chave para o sucesso dessas abordagens está na compreensão de que o tratamento deve ser dirigido não ao retropé em si, mas à sua causa primária – a instabilidade do antepé e da coluna medial. A correção da deformidade depende da identificação precisa do vértice da instabilidade, da escolha criteriosa da técnica e da aplicação simultânea de procedimentos complementares quando necessário. Mais do que uma simples artrodese isolada, trata-se de uma reconstrução funcional da arquitetura medial do pé, com o objetivo de restaurar o equilíbrio entre antepé e retropé.

Além da abordagem cirúrgica, é essencial considerar o impacto funcional da deformidade no ciclo da marcha, na distribuição da carga plantar e no risco de artropatias secundárias, caso a instabilidade permaneça não tratada. A avaliação clínica deve incluir testes funcionais dinâmicos e a análise do comportamento do arco plantar em carga. A decisão de intervir cirurgicamente deve sempre ser precedida por uma análise biomecânica minuciosa e personalizada, reconhecendo que cada pé apresenta um padrão único de adaptação e colapso estrutural.

Como Diagnosticar e Tratar a Síndrome Compartimental: Abordagens Clínicas e Cirúrgicas

A síndrome compartimental (SC) é uma condição grave e frequentemente subdiagnosticada, que ocorre quando há aumento da pressão em um compartimento muscular fechado, comprometendo a circulação sanguínea e, consequentemente, a perfusão tecidual. O diagnóstico precoce é essencial para evitar danos irreversíveis aos tecidos, como necrose muscular e falência de órgãos. Para a medição da pressão intra-compartimental, existem dois métodos principais: a pressão absoluta e a pressão diferencial (Delta). A pressão absoluta é uma medição direta da pressão dentro do compartimento, enquanto a pressão diferencial é obtida subtraindo-se a pressão do compartimento da pressão diastólica. Quando o valor da pressão diferencial é inferior a 30 mmHg, pode indicar perfusão inadequada do tecido, isquemia e até necrose tecidual. Em casos de dúvida, é recomendada a repetição das medições a cada hora, para ajudar na decisão sobre o tratamento cirúrgico.

Um método promissor para auxiliar no diagnóstico da síndrome compartimental é a espectroscopia de infravermelho próximo (NIRS), uma técnica não invasiva e fácil de aplicar, que permite o monitoramento das variações de oxigênio nos tecidos, até profundidades de vários centímetros. A diminuição da oxigenação nos tecidos pode ser um indicativo indireto do aumento da pressão no compartimento. No entanto, essa ferramenta diagnóstica ainda não foi completamente validada para o uso clínico rotineiro. Além disso, a medição de CPK (creatina fosfoquinase) no sangue periférico pode fornecer informações adicionais sobre o dano tecidual. Alterações significativas de CPK podem ser observadas 2 horas após o trauma, com níveis elevados por até 48 horas. Após uma fratura isolada de tíbia ou fíbula, sem síndrome compartimental associada, o CPK pode variar entre 300 e 400 IU/L (sendo 200 IU/L o valor máximo normal). Em lesões de tecidos moles mais graves, como as causadas por acidentes automobilísticos de alta velocidade, valores superiores a 2000 IU/L são altamente sugestivos da síndrome compartimental. Quando o CPK ultrapassa os 4000 IU/L, até 92% dos casos já apresentam síndrome compartimental aguda, especialmente em pacientes sedados ou em ventilação mecânica.

Apesar da utilidade dessas ferramentas auxiliares, os especialistas enfatizam a importância de um diagnóstico baseado na história clínica e no exame físico. Métodos como a medição de pressão e exames laboratoriais não devem atrasar o tratamento definitivo do paciente. O tratamento para a síndrome compartimental é a liberação do compartimento afetado por meio de uma fasciotomia. O objetivo é realizar uma incisão na pele e no tecido celular subcutâneo, permitindo a expansão do tecido muscular. Esse procedimento facilita a avaliação do tecido afetado (quanto à coloração, consistência e capacidade contrátil). Caso o tecido apresente aparência devitalizada, deve-se realizar o desbridamento para evitar o risco de infecção. Após a decompressão do compartimento e a exploração adequada dos tecidos afetados, pode-se considerar o fechamento parcial da ferida. Técnicas como o uso de sutura trançada ou sistemas de pressão negativa podem ser utilizadas para facilitar a revisão posterior.

Em fraturas abertas, o risco de síndrome compartimental não é excluído, e a presença dessa lesão não deve desviar a atenção do diagnóstico e tratamento rápidos. Mesmo em fraturas expostas, a síndrome compartimental deve ser tratada com urgência, sem que se perca tempo com a gestão da fratura.

A técnica mais comumente utilizada para a liberação de quatro compartimentos envolve duas incisões: uma anterolateral e uma posteromedial. A incisão anterolateral permite o acesso aos compartimentos lateral e anterior, enquanto a incisão medial dá acesso aos compartimentos posterior superficial e profundo. Para realizar essas incisões, é fundamental ter referências anatômicas precisas, como a cabeça da fíbula, o maléolo peroneal e a borda anterior da fíbula, entre outras. A abordagem lateral começa a 5–7 cm distal à cabeça da fíbula, evitando lesionar o nervo fibular comum, e se estende até 2–3 cm proximal ao maléolo lateral. Uma vez identificada a septo intermuscular anterior, faz-se a incisão clássica em "H" sobre a fáscia para liberar o compartimento.

No caso da abordagem medial, a incisão inicia-se 2–3 cm atrás da crista tibial anterior, na altura da tuberosidade tibial anterior, e se estende até 3–4 cm proximal ao maléolo medial. Após a abertura da fáscia do compartimento posterior superficial, é necessário localizar a borda posteromedial da tíbia e o músculo sóleo, que deve ser liberado da face posterior da tíbia. Essa técnica permite a liberação do compartimento posterior profundo, completando a decomposição de todos os quatro compartimentos.

Em algumas situações, pode-se optar por uma abordagem de uma única incisão lateral, conhecida como técnica de Davey. Nesse caso, após a liberação dos compartimentos anterior e lateral, faz-se uma dissecção posterior para liberar o compartimento posterior superficial. Essa técnica exige um conhecimento anatômico profundo e habilidade no manuseio dos tecidos moles.

Em casos específicos, a liberação seletiva dos compartimentos pode ser considerada. Isso é indicado quando, após uma avaliação física cuidadosa e a medição da pressão nos compartimentos, apenas o compartimento anterior e/ou lateral está afetado. Essa abordagem pode ser menos invasiva e, portanto, preferível em certos casos.

É crucial que o diagnóstico da síndrome compartimental seja rápido e preciso, uma vez que a falha em tratar essa condição pode levar a danos permanentes, como a perda funcional de membros e até morte tecidual irreversível. Assim, uma combinação de métodos clínicos, laboratoriais e de monitoramento de pressão deve ser empregada para tomar a decisão mais apropriada quanto à intervenção cirúrgica, garantindo a melhor recuperação possível para o paciente.

Protocolo Pós-Operatório em Deformidades do Pé Pediátrico: O Caso do Metatarso Adduzido e Pé Cavovaro

O manejo pós-operatório de deformidades no pé pediátrico exige cuidados rigorosos e um protocolo bem estruturado para garantir a recuperação completa do paciente. Após intervenções cirúrgicas, a maioria dos pacientes é imobilizada com um gesso de perna curta. No entanto, o regime de peso suportado varia dependendo da complexidade da cirurgia. Caso a cirurgia envolva apenas liberação de tecidos moles, o paciente pode imediatamente começar a suportar peso [43]. Quando transferências de tendões ou osteotomias são necessárias, o paciente deve evitar o peso por, no mínimo, seis semanas [14, 42, 174].

Se a etiologia do pé cavovaro for progressiva, a transição para uma órtese personalizada articulada tornozelo-pé (AFO) é recomendada para manutenção da correção da deformidade [37, 39, 43]. Essa abordagem é essencial para evitar recidivas, já que a deformidade pode piorar ao longo do tempo se não for adequadamente monitorada.

A vigilância constante durante o crescimento da criança é um aspecto crucial para detectar e tratar precocemente qualquer recidiva. O acompanhamento de perto e a transição para um cirurgião adulto são fundamentais se a causa subjacente da deformidade for progressiva [43]. Este processo de monitoramento contínuo assegura que a correção do pé cavovaro seja mantida ao longo do tempo, adaptando-se às mudanças naturais do corpo da criança.

A resolução espontânea do metatarso adductus pode ocorrer até os quatro anos de idade, e uma deformidade residual leve raramente leva a limitações funcionais. Porém, o tratamento do pé cavovaro, por outro lado, pode ser um desafio, pois exige uma compreensão aprofundada da etiologia, das deformidades concomitantes e dos desequilíbrios musculares para determinar a abordagem terapêutica mais eficaz.

No caso das deformidades progressivas, as recidivas são frequentes, o que torna imprescindível o acompanhamento próximo e a intervenção precoce para evitar complicações futuras. O tratamento deve ser individualizado, levando em consideração a gravidade da deformidade e a resposta ao tratamento conservador, antes de considerar intervenções cirúrgicas mais invasivas.

Outro ponto importante é o tratamento do metatarso adductus. Para casos não graves, o tratamento conservador é preferido, utilizando órteses ou mesmo técnicas de alongamento muscular. Em situações mais complexas, onde a deformidade não responde ao tratamento inicial, procedimentos cirúrgicos, como liberação capsular ou osteotomias, podem ser necessários. A classificação do metatarso adductus é crucial para determinar a melhor estratégia terapêutica e prever os resultados do tratamento [14].

Entender a interação entre os diferentes tipos de deformidades do pé é essencial para um manejo eficaz. Por exemplo, a associação entre o metatarso adductus e outras condições, como a displasia do quadril, pode complicar o quadro clínico e exigir um plano de tratamento mais elaborado [5, 6, 9]. Além disso, a presença de desequilíbrios musculares, como o alongamento ou encurtamento de determinados tendões, pode influenciar diretamente a abordagem cirúrgica e os resultados a longo prazo [12, 13].

Em crianças com deformidades progressivas, a escolha do tipo de cirurgia depende da gravidade da condição, da idade do paciente e da resposta aos tratamentos anteriores. Em casos de pé cavovaro severo, as osteotomias são frequentemente necessárias para corrigir a posição dos ossos e restaurar a funcionalidade do pé [35, 41]. Embora eficazes, essas intervenções exigem um acompanhamento pós-operatório rigoroso para prevenir recidivas e garantir a mobilidade normal do paciente.

O papel da família no acompanhamento pós-operatório não pode ser subestimado. Programas de reabilitação e adesão rigorosa ao uso das órteses são fundamentais para o sucesso do tratamento, especialmente em deformidades que exigem um longo período de correção [22, 23, 27]. Além disso, a educação dos pais sobre os sinais de complicações e a necessidade de monitoramento contínuo pode contribuir significativamente para a eficácia do tratamento.

No caso de deformidades congênitas, como o pé equinovaro, que compartilham muitas características com o pé cavovaro, os protocolos de tratamento devem ser ajustados para cada tipo de condição. A literatura sugere que a correção precoce e o manejo adequado da deformidade podem minimizar os efeitos a longo prazo e evitar a necessidade de intervenções cirúrgicas mais agressivas [2, 10].

Em síntese, o manejo pós-operatório de deformidades do pé pediátrico deve ser adaptado às necessidades individuais de cada paciente, com atenção constante ao monitoramento da evolução da deformidade. As intervenções podem variar de simples ajustes ortopédicos a procedimentos cirúrgicos complexos, sempre com o objetivo de garantir a funcionalidade e evitar complicações futuras.

Correção Cirúrgica da Brachimetatarsia: Abordagens e Desafios no Tratamento da Deficiência de Comprimento Metatarsal

A brachimetatarsia é uma condição rara, mas complexa, que envolve o encurtamento de múltiplos metatarsos em relação à parábola metatarsal normal. O tratamento cirúrgico dessa deformidade pode ser desafiador, uma vez que exige uma avaliação cuidadosa da extensão da correção necessária e da preservação da vascularidade digital. Embora métodos de correção aguda e gradual tenham sido desenvolvidos, a abordagem gradual tem mostrado vantagens notáveis, especialmente para pacientes com deformidades significativas.

Quando se opta pela correção gradual, a distração óssea é geralmente realizada a uma taxa de 0,5–0,75 mm por dia. Essa taxa pode ser ajustada dependendo de diversos fatores, como a idade do paciente, sua saúde geral, comorbidades médicas, e o estágio da distração. Pacientes pediátricos, por exemplo, têm uma capacidade maior de distrair rapidamente devido à regeneração óssea mais rápida, enquanto em adultos, a taxa de distração pode ser reduzida se houver sinais de dor excessiva ou formação de regenerado ósseo mais lenta. Durante a correção gradual, o paciente é encorajado a manter a mobilidade imediata, o que representa uma grande vantagem em relação a outros métodos que exigem imobilização por períodos mais longos.

O uso de fixadores externos é um método comum para realizar essa correção gradual. A aplicação de fixadores monolaterais no dorso do pé permite que o paciente ambule durante o processo de distração, o que é particularmente importante para evitar a atrofia muscular e outras complicações relacionadas à imobilização. Contudo, mesmo com essa vantagem, há desafios, como a infecção no local dos pinos e a rigidez da articulação metatarsofalângica (MTPJ). As infecções nos locais dos pinos, embora comumente tratadas com antibióticos orais, não costumam levar a infecções mais profundas. A rigidez articular, no entanto, continua a ser uma preocupação significativa, e apesar dos esforços para preservar a amplitude de movimento (ROM) articular por meio de fixações que atravessam a articulação e técnicas de mobilização precoce, não houve uma solução definitiva que consiga reduzir o risco de rigidez e artrose a longo prazo.

Além disso, a distração gradual apresenta uma taxa de sucesso mais alta em pacientes com deformidades superiores a 15 mm ou quando a deformidade representa menos de 40% do comprimento original. Isso amplia as possibilidades de correção para aqueles que anteriormente poderiam não ser candidatos à intervenção cirúrgica. No entanto, uma das principais limitações da distração gradual é a necessidade de um monitoramento constante da regeneração óssea, o que pode exigir radiografias frequentes e visitas regulares ao médico para ajustar o plano de tratamento.

No que diz respeito ao protocolo pós-operatório, a recuperação após a cirurgia geralmente segue uma linha do tempo estabelecida. Um exemplo típico pode incluir a osteotomia e a aplicação do fixador no primeiro dia, seguido por um período de latência de seis dias antes do início da distração óssea. A cada dois dias, o fixador é ajustado para promover uma distração de 0,5 mm por dia, com um monitoramento cuidadoso da formação de regenerado ósseo. O fixador é mantido até que haja sinais claros de consolidação óssea, momento em que pode ser removido, com um tempo médio de recuperação de até 16 semanas após a cirurgia.

Um dos maiores riscos associados à fixação externa e à correção gradual é a falta de consolidação óssea, ou a "união atrasada" do osso. Em casos em que a formação de regenerado não ocorre adequadamente, é necessário investigar possíveis deficiências metabólicas ou nutricionais que possam estar interferindo no processo de cicatrização. Se essas deficiências forem descartadas, métodos como a estimulação óssea por meio de aparelhos de estimulação elétrica ou a manipulação direta do regenerado podem ser necessários. Em casos mais graves, a conversão para uma fixação interna com placa e enxerto ósseo pode ser indicada para garantir a estabilidade e a consolidação do osso.

Importante frisar que, ao optar pela correção da brachimetatarsia, o acompanhamento de longo prazo é essencial para avaliar a integridade articular e a funcionalidade do pé. Embora as técnicas de correção tenham avançado consideravelmente, a rigidez articular e o risco de artrose permanecem como desafios permanentes para muitos pacientes. Isso exige que os profissionais de saúde comuniquem claramente os riscos e as limitações do tratamento aos pacientes, para que eles tenham expectativas realistas sobre os resultados da cirurgia. Além disso, é importante que os pacientes mantenham uma comunicação constante com sua equipe médica para detectar precocemente qualquer complicação que possa surgir durante o processo de recuperação.