Testar software em produção é um conceito que desafia muitas das convenções tradicionais da engenharia de software. Em vez de limitar os testes a ambientes controlados, onde variáveis externas são minimizadas, a abordagem moderna reconhece a importância de observar o comportamento do sistema diretamente no ambiente de produção. Nesse contexto, as estratégias de validação ativa e passiva se destacam, cada uma com suas vantagens e desafios únicos, complementando-se para fornecer uma visão completa do desempenho e da experiência do usuário.
A validação passiva oferece uma visão detalhada sobre o comportamento real dos usuários. Ao monitorar interações no sistema, a equipe de desenvolvimento consegue entender como os usuários estão utilizando o produto e quais são as suas respostas e reações. Esse tipo de validação não interfere diretamente no funcionamento do sistema e, portanto, permite obter dados reais e não contaminados por um cenário controlado de testes. Um exemplo dessa abordagem foi dado por Seth Eliot, que descreveu o processo de minerar um fluxo de dados do Twitter para entender a recepção dos usuários ao Xbox Kinect. A equipe criou um painel de controle para analisar o sentimento expresso nos tweets—positivo, negativo ou neutro—e palavras-chave recorrentes, como “bug” ou “lixo”. Essa análise forneceu insights importantes sobre a qualidade do produto, permitindo à equipe perceber problemas emergentes, como um aumento no número de comentários negativos após o lançamento de uma nova versão.
Por outro lado, a validação ativa exige que cenários conhecidos e repetíveis sejam executados no ambiente de produção, gerando dados observáveis sobre o desempenho do sistema. Diferentemente da validação passiva, que apenas observa o comportamento, a validação ativa envolve a execução de testes controlados, com o objetivo de verificar métricas específicas, como tempo de resposta ou taxa de disponibilidade. Um exemplo clássico é o uso da Microsoft em sua plataforma Exchange Online. Eles reestruturaram mais de 70.000 casos de teste automatizados, que antes eram executados em laboratório, para rodá-los diretamente em produção. Em vez de buscar um simples "passou" ou "falhou", a equipe passou a analisar indicadores de performance, como a disponibilidade do serviço e o tempo de execução das operações. Isso proporcionou uma visão mais precisa sobre o sucesso ou falha do sistema, dado que os testes estavam sendo executados em condições reais, com dados e cargas de trabalho autênticas.
A implementação de testes em produção, no entanto, não é isenta de desafios. Embora a validação passiva forneça insights valiosos, ela também pode envolver o risco de lidar com dados sensíveis dos usuários. Por sua vez, a validação ativa pode modificar dados dentro do ambiente de produção, o que pode afetar a experiência do usuário, especialmente se os testes não forem cuidadosamente planejados. O uso de dados mal escolhidos para testes ativos pode ser particularmente problemático. Um exemplo notório de falha nesse sentido aconteceu na Amazon, que criou itens de teste para venda em seu sistema de produção. Uma busca por "test ASIN" retornava produtos “à venda” que na verdade eram apenas itens criados para testar a plataforma. Embora a Amazon tenha tentado usar essa abordagem de forma controlada, ela acabou comprometendo a percepção de qualidade do site e expôs os usuários ao risco de encontrarem informações falsas, como preços inflacionados ou produtos fictícios.
Esse tipo de erro não é exclusivo de grandes empresas como a Amazon. Em 1999, a Harvard Business School Publishing (HBSP) adotou uma estratégia de validação ativa em seu novo site, que acabou gerando consequências imprevistas. Um teste de pesquisa "Single Result Search" foi configurado para retornar um único resultado ao buscar o termo “monkey”, o que funcionou bem por três anos até que um segundo livro com o mesmo nome foi lançado. Isso fez com que o teste falhasse, alterando os dados de vendas e impactando negativamente o trabalho do departamento de marketing, que passou a acreditar que as vendas de um único livro estavam sendo subestimadas.
Esses exemplos ilustram como a validação ativa, embora poderosa, pode ser imprevisível e até prejudicial se não for realizada com cautela. De fato, a falha nos testes em produção pode comprometer tanto a experiência do usuário quanto a integridade de dados cruciais para decisões empresariais.
Além disso, é importante notar que, embora o monitoramento seja essencial, usá-lo como substituto do teste convencional é um erro comum. Empresas como o Facebook adotaram práticas de teste em produção, focando mais em monitorar o sistema durante a operação real do que realizar testes pré-lançamento. Embora esse modelo tenha funcionado para o Facebook devido à natureza mais flexível de seu produto e à tolerância dos usuários a um nível mais baixo de qualidade, ele não é adequado para todos os tipos de software. A aceitação do risco por parte do usuário deve ser cuidadosamente ponderada, uma vez que isso pode resultar em uma experiência imprevisível e potencialmente insatisfatória para uma parte significativa dos usuários.
Quando falamos em controle de exposição, o conceito de "canary release" surge como uma estratégia importante para gerenciar a liberação gradual de novos recursos ou atualizações de software. Esse conceito, originado na mineração, é utilizado para limitar o impacto negativo que novas versões do software possam ter sobre a base de usuários. O lançamento gradual de uma nova versão, começando com um pequeno grupo de usuários antes de uma liberação mais ampla, permite que a empresa monitore de perto os efeitos da atualização, corrigindo erros antes que eles afetem uma grande quantidade de pessoas.
Assim, ao testar software em produção, a chave para o sucesso está em equilibrar a coleta de dados reais com a preservação da qualidade da experiência do usuário. A validação passiva fornece insights cruciais sobre o comportamento dos usuários, enquanto a validação ativa oferece dados valiosos sobre o desempenho do sistema. No entanto, ambas as abordagens devem ser usadas com cautela, considerando sempre as implicações éticas e práticas de realizar testes em um ambiente ao vivo.
Como Construir Caminhos de Comunicação Efetivos para Colaboração Interdisciplinar
Os caminhos que criamos inicialmente são frágeis, pois são formados entre dois indivíduos. Se alguém em qualquer uma das extremidades deixar o caminho, ele será completamente interrompido. No entanto, os próximos passos na construção de um caminho amadurecem a conexão ao envolver outras pessoas, promovendo uma troca colaborativa entre diferentes disciplinas. Expandir a audiência para o seu intercâmbio de informações é o primeiro passo para solidificar essas conexões. Uma vez que você tenha construído um relacionamento com uma pessoa dentro de uma equipe e compartilhado algo útil com ela, organize uma sessão para que essa informação seja compartilhada com seus colegas. Quando eles compartilham algo útil com você, peça para que realizem uma sessão para seus colegas. Isso ajuda a colocar marcadores ao longo do caminho, permitindo que outros encontrem seu caminho. Isso beneficia não só os membros atuais da equipe, mas também aqueles que irão se juntar à equipe no futuro, além de interessados de outras equipes. É fundamental registrar o conhecimento compartilhado para que ele possa ser acessado posteriormente. Isso pode ser tão simples quanto salvar apresentações de PowerPoint em uma pasta compartilhada, ou até mesmo gravar sessões de compartilhamento de conhecimento para capturar tanto os elementos visuais quanto os verbais. Aqueles que têm mais tempo podem criar recursos de aprendizado específicos para consumo sob demanda, como um caminho de aprendizado, um curso online ou um livro.
Expandir o caminho envolve convidar diferentes perspectivas para contribuir. Dentro da sua organização, isso pode significar: convidar alguém para apresentar seu conhecimento, envolver pessoas de outras disciplinas em atividades de revisão por pares ou descompressão, realizar parcerias interdisciplinares ou colaboração entre equipes em tarefas por meio de mobbing. Além disso, é possível ampliar ainda mais o caminho ao convidar pessoas para participar de apresentações ou conferências da indústria em áreas fora de sua disciplina habitual.
Os passos para construir um caminho podem ser resumidos da seguinte maneira: identificar, conectar, convidar, marcar e expandir.
Ao aplicar a teoria dos caminhos de comunicação para construir relacionamentos interdisciplinares dentro das equipes, é fundamental primeiro identificar pessoas com as quais você não tem uma conexão direta, mas que têm algum vínculo com o que você entrega. Isso pode incluir pessoas das áreas de operações, suporte, inteligência de negócios, análise, central de atendimento, entre outras. Ao fazer isso, você está criando uma rede que pode ser fundamental para o desenvolvimento de sua colaboração.
A partir do momento em que você identifica um grupo de pessoas, o próximo passo é estabelecer uma conexão individual. Se você tiver sorte, a lista pode incluir pessoas com as quais já tem uma boa relação. Talvez sejam ex-colegas, amigos ou pessoas com quem você interage fora do ambiente de trabalho por meio de atividades compartilhadas. Caso contrário, o ideal é começar fazendo perguntas gerais por e-mail: O que você faz no seu dia a dia? Quais ferramentas você utiliza? Com quem você mais interage? O que você sabe sobre meu papel? Como acha que eu poderia ajudá-lo?
A chave para estabelecer uma conexão pode estar nas perguntas. Quando você se aproxima de uma pessoa com interesse genuíno pelo seu trabalho e pelo que ela faz, cria-se uma oportunidade de colaboração. Em uma situação real, isso pode ocorrer por meio da troca de informações essenciais sobre o trabalho de cada um. Por exemplo, Ioana Serban, uma Engenheira de Testes, compartilhou sua experiência em estabelecer uma conexão com um Engenheiro de Operações ao fazer perguntas sobre o processo de implantação de uma falha: Como funciona o processo de implantação? Onde está a monitoração? Quais são os alertas? Como eu acessei os logs? O que deu errado e como foi corrigido?
Fazer perguntas é uma maneira proativa de se conectar com as pessoas da organização, e isso pode ser feito de várias maneiras, seja de forma direta ou, como alternativa, criando oportunidades para outras pessoas de fora da sua equipe interagirem com você. Uma maneira de fazer isso é descrever suas atividades de forma suficientemente detalhada para que outros possam entender como poderiam ajudá-lo a concluir uma tarefa. Isso é especialmente importante em ambientes ágeis, onde a informação compartilhada nas reuniões diárias nem sempre é clara ou detalhada o suficiente para promover colaborações eficazes. Quando você é específico sobre suas atividades durante uma reunião, torna-se mais fácil para os outros entenderem seu trabalho e identificarem oportunidades de colaboração.
Visualizar informações e expô-las também pode estimular a conexão. Registros que marcam o entendimento compartilhado dentro de um grupo específico podem convidar interações de pessoas de fora, que ficam curiosas sobre o que está sendo exposto. A prática de manter registros visuais, como quadros brancos, ao invés de anotações detalhadas em computadores, tem sido vista como uma maneira eficaz de promover um ambiente colaborativo mais transparente. Maaret Pyhäjärvi, por exemplo, descreve como mudou seu comportamento em reuniões, passando de alguém que fazia anotações detalhadas para alguém que fazia notas conceituais visuais, um processo que gerou muito mais interações e feedback.
No entanto, a colaboração não se limita apenas à troca de informações. Ao construir esses caminhos, a transparência se torna uma ferramenta essencial. A habilidade de descrever e visualizar seu trabalho torna o que antes era invisível, acessível e convidativo para outros. Isso facilita o processo de ampliação do caminho, pois mais pessoas passam a entender o valor do que está sendo realizado e contribuem com novas perspectivas.
Como Aumentar a Colaboração Através da Visualização e Interação Criativa no Teste de Software
A visualização desempenha um papel crucial no desenvolvimento de um entendimento compartilhado dentro das equipes, especialmente quando se trata de atividades complexas como o teste de software. A criação de diagramas e fluxogramas, frequentemente vistos como ferramentas pessoais, podem se transformar em artefatos colaborativos quando usados de maneira estratégica. Esses artefatos, quando compartilhados e discutidos abertamente, não só ajudam a clarear o processo de teste, mas também convidam a discussões mais profundas e a troca de ideias valiosas entre os membros da equipe.
A ideia de transformar um simples quadro branco em uma ferramenta interativa de discussão reflete essa dinâmica colaborativa. Como Maaret Pyhäjärvi descreve, ao desenhar diagramas visuais no quadro, abre-se espaço para a troca de correções, acréscimos e reflexões mais complexas sobre o trabalho que está sendo realizado. A natureza visual dos diagramas — com suas caixas e setas — ajuda as pessoas a se lembrarem de informações, a visualizarem o progresso e a se aprofundarem nos tópicos discutidos. As imagens tiradas com o celular, que registram essas discussões visuais, muitas vezes são mais eficazes do que notas escritas detalhadas, já que a visualização do processo facilita a compreensão de pontos mais sutis que poderiam passar despercebidos.
A verdadeira força da visualização não reside apenas no que é mostrado, mas também em como isso propicia conexões entre os membros da equipe. Christina Ohanian, defensora do conceito de “paredes criativas”, destaca o impacto positivo de expor essas visualizações no ambiente de trabalho. As ideias, ao serem colocadas em um espaço compartilhado, atuam como catalisadores para novas discussões e insights. Como ela aponta, uma parede criativa serve como um excelente ponto de partida para conversas, e frequentemente leva pessoas a refletirem: “Eu nunca tinha pensado nisso dessa maneira.”
Além disso, o ato de visualização não se limita ao nível micro, como a criação de diagramas de fluxo para testes específicos, mas também pode ser expandido para uma visão macro, como modelos de cobertura de testes e diagramas de transição de estados. Esses modelos podem evoluir com o tempo, criando um registro dinâmico das mudanças e das contribuições das equipes. Essa evolução contínua oferece uma oportunidade para todos se envolverem mais profundamente, acompanhando a transformação do modelo e como ele responde a novas demandas ou observações.
O trabalho colaborativo entre as equipes de desenvolvimento e operações, por exemplo, pode ser facilitado por essas visualizações. Um projeto que exija tanto mudanças no código de automação de testes quanto na configuração do ambiente de testes pode reunir essas equipes em torno de uma causa comum. Um exemplo disso pode ser observado em projetos como a implementação de uma Selenium Grid baseada em nuvem, que requer tanto a expertise dos desenvolvedores de testes quanto a colaboração das equipes de operações para provisionar os ambientes necessários. A sinergia gerada entre essas equipes pode ser um poderoso motor para resultados mais rápidos e eficazes, fortalecendo ainda mais o vínculo entre as disciplinas.
Essa colaboração transcende a simples troca de informações técnicas. Ela depende de um interesse genuíno nas funções e desafios dos outros, o que se traduz em ações práticas como a visitação aos espaços de trabalho dos colegas, a troca de pequenas gentilezas, ou até mesmo a curiosidade sobre o que eles estão criando. Como ilustra Ioana Serban, o simples gesto de oferecer um doce ou perguntar sobre o dia de trabalho de alguém pode criar um ambiente mais propício para o intercâmbio de ideias.
A ideia de convidar outros a participar, seja de discussões informais ou apresentações formais como workshops ou encontros de conhecimento, também é fundamental para fortalecer essas conexões. Kate Falanga, por exemplo, descreve como ela encoraja sua equipe a aprender com outras áreas da organização, convidando membros de diferentes disciplinas para se apresentarem em reuniões de equipe. Esse tipo de ação facilita a criação de uma rede de colaboração contínua, onde o aprendizado mútuo é a chave.
Ao registrar esses momentos de colaboração — seja através de anotações, gravações de reuniões ou documentos compartilhados — as equipes criam um “marcador” que preserva o conhecimento adquirido para referência futura. Esses registros são vitais, pois garantem que o que foi discutido não se perca e possa ser consultado quando necessário, criando uma base sólida para o crescimento contínuo da colaboração.
Por fim, o processo de "alargar o caminho" envolve envolver mais pessoas em cada etapa da troca de informações. Ao convidar novas perspectivas e incluir diferentes vozes, cria-se um ciclo de aprendizado mais amplo e profundo, enriquecendo o entendimento coletivo sobre os testes e sobre o que é necessário para aprimorar o produto. Isso reflete o poder da colaboração interdisciplinar, onde cada contribuição, não importa quão pequena, pode levar a grandes melhorias no processo como um todo.
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