A comunicação entre veículos aéreos não tripulados (UAVs) e seus usuários é um campo de crescente interesse, especialmente no contexto de sistemas integrados de comunicação e sensoriamento (ISAC). A otimização da taxa de comunicação, a alocação eficiente de recursos e a trajetória do UAV são essenciais para garantir um serviço de qualidade. Neste contexto, exploramos o problema da maximização da taxa de comunicação, levando em consideração diversos fatores como o vetor de beamforming, a associação de usuários, a alocação de tempo de sensoriamento e a trajetória do UAV.

A equação básica do canal de banda base do UAV para o usuário kk é dada por:

hkH(q[n],uk)=βk(q[n],uk)ej2πd(q[n],uk)/λaH(q[n],uk)h^H_k(q[n], u_k) = \sqrt{\beta_k(q[n], u_k)} e^{ -j 2\pi d(q[n], u_k) / \lambda} a^H(q[n], u_k)

onde hkH(q[n],uk)h^H_k(q[n], u_k) é o canal do UAV para o usuário kk, βk(q[n],uk)\beta_k(q[n], u_k) representa a atenuação do canal e aH(q[n],uk)a^H(q[n], u_k) é o vetor de direção do UAV.

O UAV transmite um sinal de informação sks_k para o usuário kk no intervalo de tempo nn, onde skCN(0,1)s_k \sim CN(0, 1) e os sinais são considerados não correlacionados. A equação para o sinal transmitido é expressa por:

x[n]=k=1Kwc[n]αk[n]sk[n]x[n] = \sum_{k=1}^{K} w_c[n] \alpha_k[n] s_k[n]

onde wc[n]w_c[n] é o vetor de beamforming e αk[n]\alpha_k[n] é uma variável binária que indica se o UAV está servindo o usuário kk no instante nn. O sinal recebido pelo usuário kk é dado por:

yk[n]=hc,kH(q[n],uk)wc[n]αk[n]sk[n]+nk[n]y_k[n] = h^H_{c,k}(q[n], u_k) w_c[n] \alpha_k[n] s_k[n] + n_k[n]

onde nk[n]n_k[n] é o ruído AWGN (ruído aditivo branco gaussiano) no receptor do usuário kk.

A relação sinal-ruído (SNR) para o usuário kk quando αk[n]=1\alpha_k[n] = 1 é dada por:

γk[n]=hc,kH(q[n],uk)wc[n]2σn2\gamma_k[n] = \frac{|h^H_{c,k}(q[n], u_k) w_c[n]|^2}{\sigma_n^2}

onde σn2\sigma_n^2 é a potência do ruído no receptor do usuário kk. A taxa de dados para o usuário kk é, então, determinada pela seguinte fórmula:

Rk[n]=log2(1+γk[n])R_k[n] = \log_2(1 + \gamma_k[n])

Além disso, os sinais refletidos dos alvos podem ser utilizados para estimar parâmetros desses alvos, com o ganho do padrão de transmissão para o alvo jj dado por:

aH(q[n],vj)2=EaH(q[n],vj)(x[n])2\left| a^H(q[n], v_j) \right|^2 = \left| E a^H(q[n], v_j) (x[n]) \right|^2

O problema de otimização apresentado neste capítulo visa maximizar a taxa de comunicação alcançável, considerando várias variáveis, incluindo o vetor de beamforming, a associação de usuários, a alocação do tempo de sensoriamento e a trajetória do UAV. Essas otimizações devem atender a restrições relacionadas à frequência de sensoriamento, potência de sensoriamento e aos padrões de qualidade de serviço (QoS). O problema de otimização é formulado da seguinte maneira:

Maximize: n=1Nk=1Kαk[n]Rk[n]\text{Maximize: } \sum_{n=1}^{N} \sum_{k=1}^{K} \alpha_k[n] R_k[n]

Sujeito a diversas restrições, incluindo aquelas relativas ao limite de potência de transmissão, velocidade do UAV e localização inicial e final, entre outras.

O desafio reside no fato de que o problema é não convexo, envolvendo variáveis inteiras que estão fortemente acopladas com a trajetória do UAV e o design do beamforming. A solução ideal é difícil de encontrar devido à complexidade da interação entre esses parâmetros. Para contornar isso, é possível derivar uma expressão fechada para o vetor de beamforming ótimo e calcular um limite inferior apertado para a taxa alcançável.

Além disso, a introdução de uma abordagem baseada em penalidade, com uma estrutura de dois níveis, permite a otimização simultânea da trajetória do UAV, da alocação de usuários e da alocação de tempo de sensoriamento. A solução ótima do problema pode ser encontrada de forma mais eficiente ao relaxar algumas restrições, como as de localização inicial e final do UAV, o que permite explorar a estrutura simétrica das soluções ideais ao longo de diferentes quadros ISAC.

Ao considerar um cenário com uma exponenciação de perda de caminho de 4, a relação sinal-ruído dos sinais refletidos pelos alvos deve exceder um limiar específico para garantir que o sinal recebido seja suficientemente forte para ser detectado. Este modelo reflete a abordagem de sensoriamento bi-estático, em que um receptor separado é utilizado para a análise do eco do sinal refletido, ao invés de um sistema mono-estático. As condições de qualidade de serviço (QoS) impostas pelas restrições garantem que a taxa mínima de dados seja atendida, enquanto as limitações de potência de transmissão e velocidade do UAV asseguram que o sistema opere dentro de seus limites físicos.

Essas considerações e otimizações são cruciais para garantir que a comunicação e o sensoriamento sejam realizados de maneira eficiente e simultânea, maximizando a taxa de comunicação sem comprometer a qualidade do serviço ou a precisão do sensoriamento.

Como o Número de Antenas Impacta a Taxa de Comunicação em Sistemas UAV Integrados de Sensoriamento e Comunicação

No contexto de sistemas UAV habilitados para ISAC (Integrated Sensing and Communication), a otimização de diversos parâmetros é crucial para maximizar a taxa total alcançável. Quando se aborda o problema de comunicação e sensoriamento integrados, é fundamental entender como a quantidade de antenas influencia o desempenho, além da comparação entre métodos de baixa complexidade e algoritmos baseados em penalidades. Este tópico se desvia de uma simples análise de taxas de transmissão, abordando a complexidade estrutural dos sistemas e as nuances de sua implementação em condições reais.

A questão do gap entre o limite inferior da taxa alcançável e a taxa real foi um dos focos principais da análise. Como o problema de otimização (P2) é uma aproximação do problema (P1), é necessário substituir a solução otimizada obtida pelo algoritmo proposto, baseado em penalidades, na função objetivo do problema original (P1) para determinar a taxa real alcançável. Como mostrado na Figura 7.7, esse gap diminui à medida que o número de antenas aumenta. Notavelmente, quando o número de antenas M ultrapassa 16, a diferença entre o valor objetivo original e a aproximação fica abaixo de 1%, o que valida a precisão do limite inferior derivado no Lemma 7.1. Isso sugere que, com um número adequado de antenas, o algoritmo de penalidades se aproxima da solução ótima de maneira significativa, mesmo em cenários de alta complexidade.

Outro aspecto relevante para a comparação de desempenho envolve a análise do desempenho do algoritmo de baixa complexidade em diferentes períodos de voo. A Figura 7.8 ilustra essa comparação, destacando que o algoritmo de baixa complexidade apresenta um ganho de desempenho superior aos benchmarks à medida que o período de voo aumenta. Contudo, esse ganho tende a diminuir com o aumento do período de voo, e após 200 segundos, o algoritmo de baixa complexidade apresenta uma perda de desempenho de no máximo 5% em relação ao algoritmo baseado em penalidades. Esse fenômeno ocorre devido às características estruturais das soluções ótimas em diferentes quadros ISAC. Para períodos de voo mais longos, o tempo gasto viajando do local inicial até o destino final representa uma parte menor do tempo total de voo, permitindo que a taxa de comunicação se aproxime daquela alcançada sem restrições de localização.

Essas observações são essenciais para a concepção e otimização de sistemas de comunicação e sensoriamento em UAVs. A escolha do número de antenas, bem como a decisão entre algoritmos de alta e baixa complexidade, deve ser ponderada em função dos requisitos específicos do sistema, como a duração do voo e a necessidade de garantir uma comunicação eficiente em tempo real.

Adicionalmente, deve-se considerar que, enquanto o número de antenas influencia diretamente a capacidade de comunicação e a precisão do sensoriamento, outros fatores como o tipo de modulação, a frequência de operação, e a natureza das aplicações específicas dos UAVs também desempenham papéis cruciais. Além disso, a implementação real de tais sistemas pode exigir um equilíbrio entre a complexidade do algoritmo e os recursos computacionais disponíveis, já que soluções de alta complexidade podem ser ineficazes em sistemas com limitações de processamento ou que exigem respostas rápidas.

Como otimizar a orientação de antenas direcionais e o trajeto de UAVs em redes de transferência de energia sem fio

A otimização da trajetória de UAVs (Veículos Aéreos Não Tripulados) e a orientação de antenas direcionais desempenham um papel crucial na maximização da eficiência das redes de transferência de energia sem fio (WPT - Wireless Power Transfer), especialmente quando lidamos com padrões de antenas complexos e modelos não lineares de coleta de energia. Esse tipo de otimização visa a maximização da energia colhida, considerando a geometria e os padrões das antenas direcionais, além das trajetórias do UAV, que devem ser ajustadas de maneira inteligente para garantir que a distribuição de energia entre os nós de sensores (SNs) seja a mais eficiente possível.

Ao empregar um arranjo de antenas direcionais, o principal objetivo é maximizar a energia mínima colhida entre todos os SNs. A trajetória do UAV e o ângulo de elevação da antena devem ser otimizados simultaneamente. Para isso, um modelo aproximado do padrão de antena é proposto, juntamente com a quantização da trajetória do UAV, o que transforma o problema original em um problema de otimização não convexo. Essa transformação permite a aplicação de técnicas avançadas de otimização convexa, utilizando uma função de limite inferior côncava para a potência colhida. O resultado final é um problema mais simples de ser resolvido, sem perder a precisão desejada.

As simulações realizadas demonstraram que o algoritmo proposto convergia de forma eficiente, apresentando vantagens significativas das antenas direcionais em comparação com as omni-direcionais, especialmente em cenários com diferentes densidades de SNs e alturas de UAV. Este método de otimização conjunta para a orientação de antenas direcionais e a trajetória do UAV é não apenas eficaz, mas também extensível para outros cenários de design conjunto. Isso inclui casos em que as posições dos SNs são desconhecidas ou os recursos alocados aos mesmos variam, ampliando o campo de aplicação desta abordagem.

Uma das grandes contribuições desse trabalho é a possibilidade de adaptação de suas metodologias a diferentes formas de redes, com a consideração de arrays de antenas em 2D e 3D. O padrão modificado de coseno, utilizado para modelar a direção das antenas, se mantém aplicável, permitindo a expansão do conceito para redes mais complexas. Esse aspecto torna a pesquisa particularmente promissora para o futuro, visto que, enquanto o modelo atual está centrado em uma configuração 1DULA (Unidimensional UAV Lifting Antenna), o avanço para arranjos bidimensionais e tridimensionais pode abrir novas possibilidades para a utilização de UAVs em cenários mais desafiadores e diversificados.

A importância da modelagem de antenas direcionais reside no fato de que, ao contrário das omni-direcionais, elas são capazes de concentrar a energia de maneira mais eficiente, permitindo que o UAV realize uma transferência de energia mais dirigida e precisa. Este tipo de abordagem não só melhora a eficiência do sistema, mas também proporciona maior controle sobre a distribuição da energia, o que é essencial em redes de WPT que operam em condições variáveis, como diferentes altitudes de UAVs e distâncias entre os sensores.

Além disso, é importante destacar que, embora o foco deste estudo tenha sido em um único UAV com um sistema de antena direcional, a transferência de energia sem fio pode ser ampliada para cenários com múltiplos UAVs trabalhando em conjunto. Nesse caso, a colaboração entre várias unidades poderia resultar em uma otimização ainda maior da cobertura e da eficiência do sistema, um conceito que vem sendo explorado com o desenvolvimento de técnicas de comunicação entre UAVs. Tais técnicas poderiam facilitar o gerenciamento dinâmico das trajetórias e da potência transferida, criando redes mais robustas e resilientes.

Em termos de desafios, um aspecto crítico a ser compreendido é o impacto da variação das condições ambientais e das características dos materiais em torno dos UAVs, como os obstáculos e as interferências de sinal. Além disso, é necessário considerar as limitações práticas dos sistemas de antenas direcionais, como a complexidade de seu controle em tempo real, o que pode exigir inovações tecnológicas na integração de hardware e software. O comportamento não linear da coleta de energia também deve ser cuidadosamente modelado, pois ele pode afetar significativamente a eficiência geral do sistema de WPT.

Portanto, o entendimento completo dessa área envolve a consideração não apenas dos modelos de otimização, mas também da dinâmica dos UAVs, das antenas, e da própria rede de sensores. O design da trajetória e a orientação das antenas devem ser sempre vistos de maneira integrada, com atenção à adaptabilidade das soluções propostas em face de cenários dinâmicos e imprevisíveis.

Como o FFCNN Melhora a Detecção e Resposta a Incidentes em Redes de UAVs

O uso de arquiteturas de Redes Neurais Profundas (DNNs) no contexto de redes de Veículos Aéreos Não Tripulados (UAVs) tem se mostrado uma estratégia altamente eficaz para detecção de intrusões e gerenciamento de incidentes em tempo real. O treinamento de uma arquitetura FFCNN (Fully Feedforward Convolutional Neural Network) para 200 épocas, com uma taxa de dropout de 75%, resulta em uma melhoria significativa na trajetória de precisão, tanto para conjuntos de dados unidimensionais quanto bidimensionais de UAVs interconectados. Essa abordagem alcança uma precisão de detecção de 98,23% após 105 iterações de treinamento, superando em muito os modelos tradicionais, que frequentemente apresentam taxas de precisão entre 80% e 95%.

O modelo FFCNN foi submetido a uma análise minuciosa dos índices de desempenho, incluindo métricas como Recall, Precisão, F1-Score, taxa de Alarmes Falsos e a Taxa de Erro. Em uma avaliação do sistema de intrusão colaborativa com UAVs, observou-se que a taxa de Recall para UAVs como o Parrot Bepob foi de 99,87%, enquanto a precisão atingiu 99,95%, demonstrando a robustez do modelo em reconhecer ameaças com precisão quase perfeita. A análise das taxas de erro e alarmes falsos indicou que o sistema não apenas é altamente eficiente, mas também minimiza o impacto de falsos positivos, um desafio constante em sistemas de segurança cibernética.

A resposta a incidentes, uma das etapas críticas para a segurança de redes de UAVs, também se mostrou eficaz. O UAV-PRPSI (UAV-Real-time Processing for Security Incidents) utilizou a plataforma Apache Storm para a detecção de eventos e a emissão de alertas. Esses alertas são filtrados e processados por um mecanismo de correlação de eventos, gerando arquivos que são então enviados ao orquestrador de segurança. Testes realizados com 100 eventos de alarme em frequências de 5, 10 e 20 Hz demonstraram a capacidade do sistema de lidar com uma carga significativa sem sobrecarregar o sistema. Os tempos de resposta dos detectores de incidentes foram mantidos estáveis, mesmo durante picos de tráfego, como evidenciado pelo aumento da latência a 260 ms em eventos a 10 Hz, mas com retorno à normalidade sem comprometimento da operação.

Além disso, o teste de resposta a incidentes durante cenários de carga elevada revelou que, embora o sistema consiga lidar com até 20 Hz de eventos por segundo, a recuperação da estabilidade após picos de tráfego se torna mais lenta. Esse comportamento sugere a necessidade de aprimoramentos na capacidade de escalabilidade do sistema, especialmente em redes de UAVs de grande escala, onde a frequência de eventos pode ser muito maior.

Embora os resultados obtidos com a implementação do FFCNN em sistemas de detecção de intrusões para UAVs sejam impressionantes, há ainda diversas oportunidades para aprimorar o sistema. O desenvolvimento de sistemas de planejamento de rotas multipath poderia fornecer uma camada adicional de segurança, criando redundâncias e rotas alternativas para a comunicação, garantindo maior resiliência contra ataques de negação de serviço (DoS) ou spoofing de GPS. Este aspecto ainda não foi integrado ao estudo, mas seria um avanço significativo para melhorar a confiabilidade e a segurança de UAVs em redes colaborativas.

Ao refletir sobre a implementação de um sistema de detecção de intrusões em UAVs, é fundamental reconhecer a importância de um design eficiente e escalável. A precisão da detecção, a minimização de alarmes falsos, e a capacidade de resposta rápida são os pilares de qualquer sistema de segurança eficaz. Além disso, a interação entre os diversos componentes, como detectores de incidentes, mecanismos de correlação de eventos e módulos de resposta, deve ser perfeitamente orquestrada para garantir que os UAVs possam operar de forma segura e confiável, mesmo em ambientes de rede dinâmicos e potencialmente adversos. O desafio de manter a estabilidade e a eficiência do sistema diante de picos de tráfego deve ser constantemente monitorado e ajustado, de modo a garantir a continuidade das operações.

Como o Design da Trajetória de UAV Pode Maximizar a Transferência de Energia em Redes Sem Fio Multiusuário

A rápida evolução dos veículos aéreos não tripulados (UAVs) tem revolucionado diversas áreas, especialmente nas redes de comunicação sem fio. Com sua alta mobilidade, flexibilidade de implantação e capacidade de operar no espaço tridimensional, os UAVs oferecem benefícios substanciais para aumentar a eficiência e a cobertura dos sistemas de comunicação modernos. Quando comparados às redes terrestres convencionais, os sistemas habilitados por UAVs demonstram uma superior adaptabilidade e capacidades dinâmicas, tornando-os particularmente vantajosos em ambientes onde a infraestrutura fixa é impraticável ou excessivamente cara de implementar.

No contexto das comunicações sem fio, os UAVs têm sido utilizados em diversas aplicações, incluindo como estações base aéreas ou atuando como retransmissores móveis para suportar dispositivos terrestres (GDs). Aproveitando sua altitude e mobilidade, os UAVs conseguem estabelecer links de comunicação com linha de visão (LoS), mitigando a obstrução causada por obstáculos no terreno e permitindo uma transmissão de dados mais eficiente.

O foco deste capítulo está na otimização da trajetória de UAVs para maximizar a transferência de energia sem fio (WPT) em uma rede multiusuário. Em um sistema deste tipo, um UAV é utilizado para transferir energia para vários dispositivos terrestres distribuídos em uma região específica. O objetivo principal é otimizar a trajetória do UAV de forma que a energia mínima coletada pelos GDs seja maximizada durante um período de carga definido, respeitando a limitação da velocidade máxima de voo do UAV.

A maioria dos trabalhos anteriores que abordam esse problema utilizam modelos simplificados de captação de energia (EH) lineares, que não refletem as condições reais dos sistemas de transferência de energia sem fio. Este estudo, por outro lado, introduz um modelo não linear mais realista de EH, que, pela primeira vez, é aplicado no design da trajetória de UAVs para transferências de energia sem fio.

A principal dificuldade desse problema reside no fato de que a otimização da trajetória é altamente não convexa, o que envolve uma infinidade de variáveis e torna o problema desafiador. Para superar esse obstáculo, propõe-se uma abordagem sistemática em três etapas. A primeira etapa consiste em caracterizar rigorosamente a trajetória ótima, que adota uma estrutura de voo sucessivo de pairar e voar (SHF), onde o UAV paira em pontos designados para realizar a transferência eficiente de energia e se desloca à velocidade máxima ao longo dos arcos entre esses pontos.

Na segunda etapa, a reformulação do problema permite identificar pontos de inflexão onde o UAV pode mudar de direção durante o voo à máxima velocidade, sem a necessidade de pairar novamente, o que simplifica a solução. Por fim, técnicas de aproximação convexa são empregadas para resolver o problema reformulado. Ao explorar as propriedades convexas do modelo não linear de EH, uma abordagem iterativa é utilizada para resolver uma série de problemas de otimização convexa, refinando progressivamente a trajetória do UAV até uma solução de alta qualidade.

Os resultados numéricos confirmam a convergência da abordagem proposta e comprovam suas vantagens de desempenho em comparação com os benchmarks existentes. O método demonstrou ser eficiente em termos de tempo de cálculo e capaz de fornecer soluções mais precisas, especialmente em cenários de rede mais complexos.

Importante destacar que, além da otimização da trajetória, a equidade na distribuição de energia entre os diferentes GDs é um aspecto fundamental. A busca por um equilíbrio entre as energias coletadas por cada dispositivo é essencial para garantir que todos os usuários da rede se beneficiem de forma justa e eficiente da transferência de energia. A implementação de algoritmos que considerem essas questões de justiça energética e as limitações físicas dos UAVs pode ser crucial para o sucesso de tais redes no mundo real.