Lesões dermatológicas associadas a doenças inflamatórias, como a doença inflamatória intestinal (DII), o granuloma facialis e as manifestações de doenças autoimunes, podem ser desafiadoras tanto no diagnóstico quanto no manejo clínico. Muitas vezes, essas condições não se manifestam de forma isolada, mas se entrelaçam com outras patologias, como diabetes, doenças da tireoide e hiperlipidemia, o que exige uma abordagem terapêutica bem estruturada.

No caso de lesões ulcerativas e granulomatosas, como as que ocorrem em pacientes com sarcoidose, o diagnóstico diferencial deve ser feito com cautela, já que a sobreposição de características clínicas e histológicas pode tornar a identificação mais complexa. Estima-se que cerca de 10 a 30% das lesões ulcerem, o que pode levar a cicatrizes permanentes, frequentemente hipopigmentadas, finas e com telangiectasias. O prognóstico depende amplamente da gravidade da lesão e da rapidez com que se inicia o tratamento. Quando a lesão é superficial e não apresenta esclerose ou atrofia, a pele pode eventualmente retornar ao normal, embora a hiperpigmentação pós-inflamatória possa persistir por um longo tempo.

O tratamento primário para as lesões granulomatosas envolve o uso de corticosteroides tópicos (TCS) de alta potência, preferencialmente sob oclusão, além de fototerapia com PUVA (psoralenos com luz ultravioleta A) sendo mais eficaz do que a UVB devido à profundidade da infiltração. Porém, é crucial que os corticosteroides sejam usados com precaução, especialmente em lesões que envolvem estruturas sensíveis, como tendões, onde o uso desses medicamentos pode comprometer a cicatrização e aumentar o risco de infecções. Em casos de úlceras profundas, com exposição de músculos ou ossos, a aplicação de corticosteroides tópicos pode ser inadequada, sendo necessário o uso de antibióticos sistêmicos devido ao risco de osteomielite e outras complicações infecciosas.

Além dos corticosteroides, tratamentos mais avançados podem ser indicados, como o uso de agentes tópicos JAKs, que, por sua natureza, podem penetrar melhor em lesões finas e atróficas. Além disso, terapias como a pentoxifilina podem ser tentadas, dependendo da resposta do paciente, visto que alguns indivíduos com doenças granulomatosas podem se beneficiar desse tratamento.

No caso de pacientes com doença inflamatória intestinal (DII), como a Doença de Crohn, é importante observar que uma porcentagem significativa de pacientes com esta condição desenvolve manifestações cutâneas. Essas lesões podem ser específicas da doença (como as que se estendem diretamente do ânus) ou complicações secundárias, como psoríase induzida por medicamentos ou dermatites reativas. As lesões dermatológicas associadas à Doença de Crohn podem se espalhar para áreas genitais, orais ou periestomais, refletindo a natureza sistêmica da doença. As úlceras orais, por exemplo, são um sinal comum de inflamação intestinal ativa. Além disso, cerca de 30% dos pacientes com Crohn intestinal apresentam envolvimento genital, o que pode se manifestar por edemas vulvares ou escrotais, podendo ser confundidos com outras condições dermatológicas.

Em relação ao tratamento da Doença de Crohn, os anti-inflamatórios biológicos, como o infliximab, se mostram eficazes e podem ser ajustados conforme o peso do paciente. Nos casos refratários, pode ser necessário investigar co-infecções ou ajustar a dosagem, pois os pacientes podem desenvolver resistência ao tratamento com o tempo.

No manejo de doenças como o granuloma orofacial, é essencial que se considere o diagnóstico de Doença de Crohn até que se prove o contrário. A quelaite granulomatosa, que pode envolver infiltração do filtro superior e protrusão do lábio, é um exemplo clássico dessa manifestação. O tratamento precoce é fundamental para evitar que a condição se torne crônica e irreversível. O uso de corticoides intralesionais, antibióticos como o metronidazol e, em alguns casos, hidroxicloroquina, pode ser útil.

As reações neutrofílicas também merecem atenção especial, pois refletem respostas inflamatórias frequentemente desencadeadas por condições como artrite reumatoide, síndromes mielodisplásicas e doenças inflamatórias intestinais. O tratamento dessas reações geralmente envolve o controle da doença subjacente, com agentes como a talidomida mostrando eficácia em pacientes com síndromes mielodisplásicas associadas.

Em condições como a síndrome de Sweet, que se caracteriza por lesões cutâneas dolorosas e avermelhadas, o tratamento inicial geralmente inclui corticosteroides sistêmicos. O uso de dapsona ou colchicina pode ser considerado em casos crônicos ou recidivantes, embora o início de ação seja mais lento. A síndrome de Sweet pode estar associada a doenças hematológicas, incluindo mielodisplasia e MGUS, sendo que o tratamento de fundo deve ser direcionado para a patologia subjacente.

Por fim, o tratamento de úlceras cutâneas, como no caso do pioderma gangrenoso, exige um cuidado constante com a prevenção de infecções e o manejo da inflamação. A evolução das lesões pode levar à formação de cicatrizes cribriformes, com fusão das úlceras. O diagnóstico histológico é fundamental para excluir outras condições dermatológicas e garantir que a abordagem terapêutica seja adequada. O uso de terapias sistêmicas, como a corticoterapia e a imunossupressão, pode ser necessário em casos graves.

A gestão dessas condições dermatológicas exige uma abordagem holística, considerando tanto as manifestações cutâneas quanto o tratamento das doenças subjacentes. O diagnóstico precoce e a intervenção apropriada são cruciais para prevenir complicações a longo prazo, como cicatrizes permanentes e comprometimento funcional.

Como tratar hiperidrose e lesões cutâneas comuns: estratégias práticas e cuidados essenciais

O tratamento da hiperidrose envolve diversas abordagens, desde medicamentos tópicos e sistêmicos até procedimentos minimamente invasivos. É crucial informar ao paciente que, ao tocar o rosto após usar certos medicamentos, como glicopirrrolato, podem ocorrer efeitos como visão borrada ou midríase, sintomas que não devem ser confundidos com eventos neurológicos graves, como AVC. Medicamentos como o glicopirrrolato, disponível em farmácias canadenses, apresentam concentrações variadas e custo inferior a alternativas mais conhecidas, o que pode favorecer a adesão ao tratamento.

O uso de toxina botulínica para a hiperidrose axilar é aprovado e apresenta eficácia notável. Porém, o custo elevado e a necessidade de grandes quantidades de unidades (cerca de 50 por axila, 100 por palma e até 150 por sola do pé) são considerações importantes. Os frascos são disponibilizados em unidades de 100 ou 200, e a formação de anticorpos neutralizantes, embora rara, pode ocorrer, especialmente se grandes volumes forem aplicados em uma mesma sessão. Recomenda-se evitar tratar palmas e solas simultaneamente para minimizar esse risco, mantendo a dose total abaixo de 300 unidades por aplicação. A cobertura por planos de saúde atinge aproximadamente metade dos pacientes, e há programas de assistência focados no tratamento axilar, os quais demandam o uso correto dos códigos ICD para reembolso.

Antes da aplicação, a depilação três dias antes é recomendada para facilitar a visualização dos folículos pilosos. A dor do procedimento, embora presente, raramente exige anestesia; a aplicação de gelo pode aliviar significativamente o desconforto, especialmente nas palmas. A injeção deve ser feita em um padrão de grade, com volumes muito pequenos em cada ponto, normalmente cerca de 0,1 ml, dependendo da diluição do produto. É fundamental injetar na derme e não nos músculos para evitar fraqueza transitória, que pode afetar a força de preensão por uma ou duas semanas. A duração do efeito é geralmente maior que a observada para aplicações musculares, podendo variar de três a seis meses.

Como último recurso, a simpatectomia pode ser considerada, principalmente para as palmas, mas deve-se estar atento à sudorese compensatória severa que geralmente acompanha esse procedimento.

Na abordagem das lesões cutâneas benignas, como hiperplasia sebácea, é importante reconhecer que podem assemelhar-se clinicamente a carcinomas basocelulares ou pápulas fibrosas. A remoção por eletrocoagulação controlada, com agulha específica e uso de extrator de comedões, deve ser realizada em baixa voltagem para evitar danos epidérmicos excessivos, concentrando a ação na glândula sebácea. O uso de anestésicos tópicos como BLT ou EMLA é recomendável, principalmente em múltiplas lesões, embora para lesões isoladas o resfriamento local possa ser suficiente para minimizar o desconforto. A técnica correta envolve o posicionamento da ponta do equipamento no centro da lesão para efetivar a expulsão do conteúdo sebáceo, evitando a curetagem agressiva e o tempo prolongado de recuperação.

Nevus sebáceo, uma malformação congênita das glândulas sebáceas, deve ser acompanhado até a puberdade para diferenciar o crescimento uniforme esperado do crescimento tumoral desproporcional, que demandaria intervenção. A remoção, geralmente adiada até que o paciente possa consentir adequadamente, é feita sob anestesia local.

Siringomas, pequenas pápulas benignas típicas na região periorbital, podem ser tratados por motivos estéticos através de eletrodessicação, laser CO2 ou crioterapia, com escolha da técnica baseada em fatores individuais.

Carcinoma adnexal microcístico, embora raro, é um tumor cutâneo que pode ser subestimado na avaliação clínica, exigindo ressecção ampla e profunda, preferencialmente com técnica de Mohs. A complexidade do tratamento e o tamanho das áreas afetadas ressaltam a importância do aconselhamento pré-procedimento para alinhar expectativas.

No espectro dos tumores vasculares benignos, o hemangioma cereja surge com maior frequência com o envelhecimento e pode variar de vermelho vivo a tons escuros, simulando lesões malignas, o que pode demandar biópsia para diagnóstico diferencial. O laser é o tratamento de escolha, embora a crioterapia seja uma alternativa menos eficaz, mas ocasionalmente utilizada. Lesões vasculares infantis, como o hemangioma de morango, apresentam curso natural com crescimento rápido seguido de involução gradual, sendo o propranolol oral ou timolol tópico indicados para reduzir o tamanho e minimizar sequelas, especialmente para evitar procedimentos cirúrgicos ou a laser que não têm cobertura pelo sistema de saúde.

Granuloma piogênico, caracterizado por crescimento rápido e tendência a sangrar, é tratado com excisão e cauterização, sendo a recorrência mais comum nos casos relacionados a medicamentos do que em gestantes.

Lago venoso, lesão benigna que se apresenta como uma bolha púrpura, especialmente nos lábios, pode ser tratado eficazmente com laser, crioterapia ou excisão, devendo-se confirmar que não há extensão para áreas adjacentes que indicariam malformação vascular.

Tumores de glomus, raros e dolorosos, ocorrem principalmente nas pontas dos dedos de mulheres adultas e são curados por cirurgia especializada.

Malformações vasculares são estruturais e não verdadeiramente expansivas; seu sintoma principal decorre da formação de pequenos trombos que impedem o fluxo sanguíneo regular. A classificação em ectasia, laço vascular e malformação arteriovenosa é essencial para o planejamento terapêutico, que pode incluir ultrassonografia, ressonância magnética e intervenções cirúrgicas específicas para controle do fluxo.

Compreender as nuances das diferentes opções terapêuticas, suas indicações e limitações, bem como o impacto que têm na qualidade de vida dos pacientes, é fundamental para o manejo adequado. Além do tratamento direto das lesões, a comunicação clara sobre efeitos colaterais, expectativas realistas e acompanhamento cuidadoso são pilares que asseguram melhores resultados clínicos e satisfação do paciente.

Como garantir uma sutura perfeita: técnicas, cuidados e detalhes essenciais para o fechamento cirúrgico

O fechamento adequado de uma ferida cirúrgica é um processo minucioso que exige precisão, técnica e um entendimento profundo da anatomia da pele e dos tecidos subjacentes. O objetivo principal é garantir que a cicatriz seja o mais discreta e funcional possível, evitando deformidades e complicações. Para isso, é fundamental que a sutura seja realizada de maneira perpendicular às bordas da ferida, o que ajuda a manter a cicatriz reta e a promover uma cicatrização estética e eficaz, especialmente em áreas delicadas como lábios e pálpebras, onde pequenas imperfeições são facilmente notadas.

Ao inserir a agulha, o ideal é que o trajeto forme um arco simétrico, com a entrada na borda da ferida mais próxima ao operador, atravessando o plano subdérmico e saindo pelo reticular da derme. Essa trajetória, semelhante a um coração quando o nó é feito, exige que a pele seja manipulada com a pinça, facilitando a penetração do fio em profundidade adequada, muitas vezes ultrapassando a junção dermoepidérmica para obter uma eversão leve, necessária para a correta aproximação dos tecidos.

A consistência no ponto onde se segura a agulha é crucial para garantir que o arco do fio seja idêntico em ambos os lados da ferida. Normalmente, segura-se a agulha a um terço do comprimento da ponta, permitindo que o restante da agulha seja usado para criar uma distância simétrica dos pontos em relação à ferida. Caso a agulha seja segurada muito perto da ponta, há risco de perda do controle do fio; muito longe, limita-se o espaço para manobra.

Simular a aproximação da pele antes da sutura, apertando suavemente as bordas, pode ajudar a definir os locais ideais para as picadas. Também pode-se inserir as pinças dentro da ferida e abri-las para identificar o ponto mais largo, auxiliando na precisão dos pontos.

A profundidade dos pontos é um aspecto delicado: pontos muito superficiais tendem a “cuspir” o fio, ou seja, o fio pode ser expelido pela pele, causando desconforto e cicatrizes inestéticas. Além disso, as extremidades do fio devem ficar do mesmo lado para facilitar o nó, que pode ser feito com diferentes técnicas: nós simples, nós quadrados, ou combinações, conforme a preferência do cirurgião e as exigências do local.

Em locais de alta tensão, é importante que os nós sejam firmes e profundos, enquanto na superfície não é necessário apertar demais para evitar cortes ou necrose do tecido. Caso haja dificuldade na aproximação dos tecidos por tensão excessiva, deve-se realizar descolamento adicional para aliviar essa tensão.

Para áreas delicadas, como face e mãos, a escolha do tipo de sutura superficial é fundamental. Picadas maiores são indicadas para antebraços e costas, onde a pele é mais espessa, e pontos menores para pálpebras, onde a cicatrização é rápida e a pele fina. É essencial evitar que o tecido adiposo seja capturado nos pontos superficiais, pois isso pode levar à necrose e infecção.

Diferentes técnicas de pontos superficiais oferecem vantagens específicas. Pontos simples interrompidos proporcionam boa aproximação em feridas de média a alta tensão, enquanto pontos contínuos são úteis para feridas de baixa tensão, acelerando o procedimento. Os pontos verticais em colchão promovem eversão forte da pele e eliminam espaços mortos, diminuindo o risco de hematomas e infecções. Já os pontos horizontais em colchão, indicados para áreas altamente vascularizadas como o couro cabeludo, oferecem hemostasia eficiente, mas exigem cuidado devido ao risco de estrangulamento do tecido.

O uso de adesivos como o Dermabond é uma alternativa para fechar pequenas feridas, especialmente em idosos, pois evita a necessidade de retirada de pontos e reduz cicatrizes, embora em geral seja menos indicado para a face devido ao resultado estético inferior em comparação com fios absorvíveis.

No controle do sangramento durante o procedimento, é fundamental atuar com proatividade. A anestesia com lidocaína associada à epinefrina ajuda a reduzir o sangramento, mas o conhecimento anatômico e o domínio dos instrumentos eletrocirúrgicos são indispensáveis. A diferenciação entre eletrocauterização e eletrodessicação, bem como o uso correto do bisturi elétrico (Bovie), garante a eficácia na hemostasia sem causar danos excessivos aos tecidos circundantes.

Além dos aspectos técnicos, é importante compreender que o sucesso da sutura depende da harmonia entre a técnica cirúrgica e as condições biológicas do paciente, como a elasticidade da pele, vascularização e capacidade de cicatrização. O manejo cuidadoso dos tecidos, a escolha adequada do tipo de fio e a sequência correta dos nós podem fazer a diferença entre uma cicatriz quase imperceptível e uma cicatriz problemática.

Ao realizar suturas, o cirurgião deve manter uma atenção constante para evitar bordas de epiderme salientes ou sobrepostas, que podem atrapalhar a cicatrização e causar sangramentos. O uso de lupas facilita essa avaliação e a remoção precisa de tecidos excedentes com tesouras finas.

Praticar as técnicas de nó com materiais simples, como cadarços, é recomendável para desenvolver a destreza manual e a precisão dos movimentos, especialmente para procedimentos em áreas de alta tensão, onde o risco de escorregamento do nó é maior. Controlar a tensão dos fios puxando-os paralelamente à ferida evita deformações e maximiza a resistência do fechamento.

Além dos pontos profundos, que sustentam a estrutura da ferida, a camada superficial deve ser fechada de forma a não deixar espaços onde instrumentos possam penetrar, o que aumenta o risco de infecção e de falha na cicatrização. Em caso de áreas abertas, pontos simples interrompidos adicionais podem ser aplicados para reforço.

Endereçar adequadamente as tensões mecânicas e manter a integridade dos tecidos durante o fechamento são fatores cruciais para que o resultado final seja funcional e estético. A precisão nas suturas é um reflexo do domínio técnico e da sensibilidade do cirurgião para com a cicatrização, que deve sempre ser respeitada e protegida.

Como Tratar Psoríase e Doenças de Pele Resistente: Uma Abordagem Prática

A psoríase, em sua forma mais agressiva, apresenta desafios complexos para o tratamento. Para os casos mais resistentes, onde os tratamentos convencionais falham, é necessário adotar abordagens específicas e, muitas vezes, prolongadas. Alguns especialistas sugerem uma rotina de tratamentos que envolve a descamação do couro cabeludo com xampu regular ou óleo para psoríase, seguido de aplicação de ácido salicílico, ureia e pomada, para então aplicar loção com vitamina D e corticosteroides tópicos superpotentes (TCS). Esse processo pode ser demorado, levando até 8 semanas, o que pode ser desanimador, especialmente se o paciente se deparar com a dificuldade de seguir um regime tão complexo. A abordagem terapêutica torna-se, nesse sentido, comparável à tarefa de pedir a um alcoólatra para parar de beber para o resto de sua vida – uma demanda difícil de ser cumprida sem uma estratégia mais prática.

Por essa razão, uma abordagem mais realista envolve simplificar a rotina. O uso de clobetasol em um veículo que o paciente esteja disposto a aplicar é uma boa opção. O apoio de familiares, especialmente aqueles com uma atenção maior aos cuidados (como cônjuges), pode ser essencial. Deve-se alertar o paciente de que o medicamento pode causar uma sensação de ardência, que é um indicativo de que está funcionando. É igualmente importante garantir que haja um acompanhamento, seja por telefone ou mensagem, após 3 a 7 dias para avaliar os efeitos do tratamento.

Nos casos mais difíceis, como a psoríase pustulosa ou ceratodermia nas palmas das mãos e solas, o acitretin pode ser útil, mas apresenta um alto custo e sérias restrições para mulheres em idade fértil, já que não podem engravidar enquanto usam o medicamento e por três anos após a exposição ao álcool. Isso ocorre porque o acitretin se esterifica em etretinato, uma substância que permanece no corpo por muito tempo.

É fundamental que se evite a coceira, que pode causar a chamada "Koebnerização", ou seja, o aparecimento de novas lesões na pele devido ao atrito ou lesões físicas. Como se sabe, uma lesão hoje pode se multiplicar em várias em apenas duas semanas. Para doenças mais graves e generalizadas, a terapia com IL23 pode ser o primeiro passo. No entanto, se a rapidez da resposta for uma prioridade, os IL17 são mais eficazes. Mas é importante observar que os IL17 têm uma associação controversa com a Doença Inflamatória Intestinal (IBD), já que, embora não causem diretamente IBD, eles podem agravar condições latentes. Portanto, em pacientes com histórico de artrite, úlceras ou doenças neutrofílicas da pele, o uso de IL17 deve ser cuidadosamente avaliado.

Alternativas aos tratamentos biológicos incluem medicamentos como Apremilast (Otezla), que tem uma taxa de sucesso de cerca de 30%, mas frequentemente causa desconforto gastrointestinal. O Deucravacitinib (Sotyktu), por sua vez, mostra resultados mais promissores, com uma taxa de eficácia de 60%, mas com risco de reativação do herpes simples. Esses medicamentos não exigem monitoramento laboratorial, o que pode ser vantajoso para o paciente. O metotrexato (MTX), acessível e barato, continua sendo uma escolha válida, especialmente quando utilizado em casos graves, como psoríase eritrodérmica. A versão intramuscular do MTX, embora mais eficaz, deve ser administrada com cuidado para evitar efeitos adversos.

Nos casos de psoríase induzida por estreptococos, como a psoríase guttata, o uso de antibióticos como a eritromicina ou a penicilina pode ajudar a controlar a infecção subjacente, contribuindo para a melhora da condição.

Porém, a abordagem não se limita aos tratamentos farmacológicos. Algumas práticas não farmacológicas, como o uso de camas de bronzeamento, podem ser eficazes em certos casos, apesar de muitos dermatologistas duvidarem de sua eficácia. Embora as camas de bronzeamento emitam principalmente raios UVA, que são menos eficazes para tratar a psoríase em comparação aos raios UVB, elas ainda assim podem ser úteis, especialmente quando as doses de UVB administradas são suficientemente altas. A exposição ao sol também pode ser uma solução mais barata, desde que se use proteção solar para evitar danos à pele.

No entanto, nem todos os casos de psoríase são iguais, e as abordagens devem ser individualizadas, levando em consideração as necessidades do paciente e os efeitos colaterais dos tratamentos. Quando a psoríase é resistente ao tratamento, é fundamental procurar soluções mais específicas e detalhadas para o paciente, considerando sempre suas condições de saúde gerais e suas preferências em relação ao tratamento. Evitar a frustração do paciente com regimes longos e difíceis de seguir é crucial para o sucesso terapêutico.