A saúde cardiovascular depende de uma série de fatores, entre eles a alimentação e os suplementos nutricionais. Diversos estudos científicos demonstram que algumas vitaminas e minerais, como a vitamina C, E e niacina, desempenham papéis cruciais na prevenção e no tratamento de doenças do coração, sendo muitas vezes mais eficazes do que os tratamentos convencionais.

A vitamina C, por exemplo, é reconhecida por suas propriedades antioxidantes, que atuam na reversão da oxidação e na prevenção da formação de radicais livres. Dr. W. Lee Cowden enfatiza que, em uma dieta voltada para a redução de gorduras, a vitamina C é um componente fundamental para o reparo do corpo. Para aqueles que já sofrem de doenças cardíacas, ele recomenda doses elevadas de vitamina C, que podem ser aumentadas até o limite de tolerância intestinal, isto é, até o ponto em que não causem diarreia. Durante a fase de tratamento, recomenda-se a ingestão de 3.000 a 10.000 mg diárias, divididas em 3 a 4 doses. A dosagem deve ser reduzida para 3.000 mg diários uma vez resolvido o problema cardiovascular. É importante também que essas doses mais altas sejam acompanhadas de uma quantidade adequada de água, magnésio e vitamina B6 para garantir a eficácia e evitar efeitos adversos. Embora a vitamina C seja essencial para a redução dos níveis de colesterol e triglicerídeos, é necessário também observar que doses muito altas de ácido ascórbico, por um período prolongado, podem retirar cálcio e outros minerais dos ossos e dentes, o que pode ser prejudicial. Dr. Cowden recomenda o uso de ascorbatos minerais, como o magnésio, potássio, zinco e manganês, para balancear os efeitos.

A vitamina E, outro poderoso antioxidante, tem se mostrado fundamental na proteção contra doenças cardiovasculares. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, os indivíduos com baixos níveis de vitamina E apresentam maior risco de doenças cardíacas. Dr. Miller sugere a dose de 800 UI por dia, preferencialmente de vitamina E natural, que contenha uma mistura de tocoferóis (alpha-, beta- e gama-tocoferol), conforme encontrado na natureza. A vitamina E dissolve-se em gordura e, por isso, suas propriedades antioxidantes atuam nos locais do corpo onde são mais eficazes, prevenindo a formação de coágulos sanguíneos anormais. Estudos de Harvard comprovam que a vitamina E é eficaz na redução do risco de doenças cardíacas, tanto em homens quanto em mulheres. Entre os resultados mais notáveis, está a descoberta de que mulheres que tomaram 100 UI de vitamina E por dia durante mais de dois anos apresentaram uma redução de 46% no risco de doenças cardíacas.

Por outro lado, a niacina, também conhecida como vitamina B3, se destaca pela sua capacidade de reduzir os níveis de LDL (colesterol ruim) e aumentar a longevidade de pessoas que sofreram infartos. Estudos realizados com homens que sofreram infarto mostraram que a niacina foi a única substância capaz de reduzir a taxa de mortalidade e aumentar a expectativa de vida. Dr. Mark Stengler recomenda 1.500 mg diários de niacina, na forma de inositol hexanicotinato, que evita os efeitos colaterais comuns, como o formigamento e a sensação de calor no corpo. Iniciar o tratamento com 500 mg e aumentar a dose semanalmente é a abordagem indicada para uma adaptação segura. A niacina se mostrou mais eficaz do que as estatinas, medicamentos amplamente prescritos para controlar o colesterol. No entanto, os médicos convencionais, muitas vezes, não prescrevem niacina devido à falta de lucro para a indústria farmacêutica, pois este suplemento é vendido como genérico, sem patente.

Embora os médicos geralmente se mostrem relutantes em prescrever a niacina, estudos antigos, como o "Coronary Drug Project", já haviam mostrado que este suplemento não só reduz os níveis de colesterol total e LDL, mas também diminui a taxa de mortalidade global. Após 15 anos, foi constatado que os pacientes tratados com niacina apresentaram uma taxa de mortalidade 11% inferior à dos pacientes que tomaram placebo. Em contraste, os pacientes tratados com medicamentos como clofibrato e colestiramina apresentaram uma taxa de mortalidade significativamente maior.

Ao considerar essas abordagens nutricionais, é importante ter em mente que a prevenção e o tratamento das doenças cardiovasculares não devem ser vistos como uma solução única. A dieta, os exercícios físicos e o acompanhamento médico continuam a ser pilares essenciais. No entanto, o uso adequado de vitaminas e suplementos pode ser um aliado poderoso para reduzir os riscos e melhorar a saúde do coração, especialmente para aqueles que já enfrentam condições como hipertensão ou problemas cardíacos. A personalização do tratamento, ajustada às necessidades individuais, sempre deve ser feita sob orientação profissional.

Como a Doença Cardíaca Tem Sido Tratada e o Que Está Faltando no Debate Atual?

A doença cardíaca, uma das principais causas de morte no mundo, continua a ser tratada de maneiras convencionais que, embora eficazes em muitos casos, não abordam a questão fundamental que perpetua sua prevalência. Dr. Garry E. Gordon, médico e co-fundador do American College of Advancement in Medicine, alerta que a visão tradicional sobre doenças do coração — baseada em dietas restritivas de gordura e medicamentos para baixar o colesterol — é ultrapassada e inadequada. De acordo com o Dr. Gordon, é imperativo entender o novo paradigma que aborda a saúde do coração com base em fatores como a inflamação arterial e a presença de placas vulneráveis, em vez de apenas focar no colesterol e nas gorduras.

A grande falha das abordagens atuais é a simplificação excessiva da questão. Embora a medicina convencional recomende o uso de medicamentos como os estatinas para reduzir o colesterol, essa abordagem ignora fatores críticos como a oxidação do colesterol, que é um dos maiores preditores de doenças cardíacas. Além disso, a ênfase em dietas pobres em gorduras, que não distinguem entre as gorduras benéficas e as prejudiciais, tem levado muitas pessoas a adotarem hábitos alimentares que não são apenas ineficazes, mas também prejudiciais. O impacto disso é uma epidemia de doenças cardiovasculares, especialmente nos Estados Unidos, onde a doença cardíaca causa a morte de cerca de 954.000 pessoas anualmente, representando 42% de todas as mortes no país.

Dr. Gordon sugere que, para realmente prevenir doenças cardíacas, é essencial uma compreensão mais profunda do que realmente causa a formação das placas arteriais. As placas vulneráveis, que são responsáveis por aproximadamente 85% de todos os infartos e derrames, são muito mais perigosas do que as placas calcificadas tradicionalmente associadas à aterosclerose. Essas placas vulneráveis não são apenas resultado de altos níveis de colesterol, mas também de uma combinação de fatores inflamatórios e infecções nas artérias, que muitas vezes são negligenciados nas abordagens convencionais de tratamento. A inclusão de marcadores moleculares, como a proteína C-reativa, fibrinogênio e homocisteína, como indicadores de risco, pode ser uma chave importante na prevenção e diagnóstico precoce de doenças cardíacas.

Além disso, a adoção de tratamentos naturais com menores efeitos colaterais, como mudanças na alimentação, redução do estresse e suplementos nutricionais, pode ser uma estratégia mais eficaz e menos invasiva para reduzir o risco de doenças cardíacas, evitando tratamentos drásticos como cirurgia de revascularização ou o uso prolongado de medicamentos. O Dr. W. Lee Cowden, médico especializado, reforça a ideia de que a doença cardíaca é uma das doenças crônicas mais preveníveis, desde que o paciente tome medidas para controlar esses fatores de risco com uma abordagem mais holística e baseada em evidências mais recentes.

É importante que o leitor entenda que as recomendações tradicionais de tratamento da doença cardíaca, como a utilização de estatinas para reduzir o colesterol, podem ser, em muitos casos, ineficazes ou até prejudiciais a longo prazo. Embora os estatinas possam ajudar a reduzir os níveis de colesterol, eles não tratam a verdadeira causa subjacente das doenças cardíacas: a inflamação arterial e a presença de placas vulneráveis. Além disso, os efeitos colaterais desses medicamentos — que incluem danos ao fígado e interações adversas com outros medicamentos — levantam sérias questões sobre sua utilização indiscriminada.

Outro ponto crucial é a mudança no estilo de vida, que deve ser vista não apenas como uma recomendação, mas como uma necessidade urgente. O sedentarismo, o estresse excessivo e a alimentação inadequada são fatores que contribuem para o agravamento das doenças cardiovasculares, tornando a população especialmente vulnerável. A incorporação de hábitos saudáveis, como a prática regular de exercícios, uma dieta balanceada rica em nutrientes essenciais e a redução do estresse, é uma das formas mais eficazes de prevenir problemas cardíacos.

Em resumo, a verdadeira prevenção e tratamento das doenças cardíacas exige uma compreensão mais abrangente da patologia, focando na saúde das artérias, na inflamação e nos fatores moleculares de risco, em vez de apenas tratar os sintomas, como a redução do colesterol. A ênfase deve estar em métodos naturais e estratégias de controle de risco que não envolvam apenas medicamentos ou intervenções invasivas.