No contexto das transformações políticas e sociais dos Estados Unidos, a ascensão de Donald Trump à presidência representou uma nova etapa na relação do Partido Republicano com as tensões raciais que permeiam o país. A obra de John Ehrenberg investiga essa virada histórica, analisando como Trump, enquanto candidato e presidente, não apenas utilizou o tema racial, mas também teve a intenção explícita de converter o Partido Republicano em uma ferramenta política de um regime racial ameaçado.
A partir da década de 1960, a política do Partido Republicano em relação às questões raciais foi marcada por uma progressiva adaptação às tensões raciais do país, mas de uma forma mais sutil, que oscilava entre a negação e a utilização instrumental da raça para fins eleitorais. Entretanto, com Trump, o foco e a explicitidade dessa estratégia se tornaram mais agudos. O que antes era uma ferramenta indireta para angariar votos de grupos que se ressentiam das mudanças sociais e raciais, agora se transformava em um discurso claro e de confronto direto com a diversidade racial e a mudança demográfica do país.
Ehrenberg argumenta que, ao longo das últimas décadas, o Partido Republicano soubera explorar as tensões raciais para engajar eleitores brancos, especialmente na região do Sul e nas áreas mais afetadas pela desindustrialização. Ao adotar um discurso contra a “correção política” e explorar as ansiedades de uma parte significativa da população branca, Trump conseguiu amplificar o apoio à sua candidatura. Essa mobilização foi profundamente alimentada pela percepção de uma ordem racial que estava em risco devido ao crescente poder político e social das minorias, especialmente afro-americanos, latinos e asiáticos.
O livro examina como essa dinâmica se consolidou, destacando figuras-chave como Barry Goldwater, cujas objeções à intervenção federal no Sul se tornaram uma base para o crescente conservadorismo branco, e George W. Bush, que procurou reforçar a imagem do Partido Republicano como aberto aos cidadãos negros. No entanto, o que Trump fez foi radicalizar esse processo, tornando claro que sua plataforma estava, de fato, alinhada com os valores do nacionalismo branco e da exclusão racial. Ao se alinhar explicitamente com esses grupos, Trump não apenas manteve o apoio dos republicanos tradicionais, mas também atraiu uma nova base de apoio composta por nacionalistas brancos e outros grupos que viam suas identidades ameaçadas pelas políticas de inclusão racial.
O nacionalismo branco, portanto, não apenas serviu como um ponto de apoio para a eleição de Trump, mas também se estabeleceu como um pilar fundamental de sua administração. Esse fenômeno é amplamente discutido por Ehrenberg ao traçar as raízes históricas do Partido Republicano na exploração de questões raciais, que remontam ao período pós-Guerra Civil e à resistência à integração racial durante a segunda metade do século XX.
Além disso, é essencial considerar que o apoio ao Trump não se limitou às questões econômicas ou ao ressentimento de classes sociais desamparadas, mas foi alimentado por um ethos de identidade racial que ainda ressoava fortemente em amplas camadas da população branca. O apelo ao medo da perda de status social e político entre os brancos se intensificou à medida que o Partido Republicano se tornava cada vez mais associado a uma agenda de exclusão racial. Trump, ao contrário de outros republicanos antes dele, não procurou suavizar essa linha divisória; ele abraçou-a.
É importante compreender que, embora o Partido Republicano tenha se distanciado de algumas das posturas mais abertamente segregacionistas do passado, ele continuou a explorar, de maneira mais sofisticada, as tensões raciais como um modo de garantir votos. O resultado disso é um partido que, mesmo diante das transformações sociais e raciais nos Estados Unidos, se encontrou em uma posição desconfortável, dividida entre a necessidade de adaptar-se às novas demografias e a vontade de manter sua base de apoio tradicional, profundamente enraizada no medo de um mundo em que a hegemonia branca fosse desafiada.
Esse processo culminou em uma reconfiguração política que foi além do simples apelo às questões econômicas, embora a crise econômica também tenha desempenhado um papel importante. A mobilização racial impulsionada por Trump, no entanto, foi mais do que uma estratégia eleitoral; ela revelou uma nova era no uso da política racial nos Estados Unidos, onde a defesa explícita de um nacionalismo branco tornou-se não apenas aceitável, mas central para o Partido Republicano.
Essas observações indicam que o Partido Republicano, ao menos no contexto de Trump, encontrou um dilema profundo. A rejeição de sua história recente de apelos à inclusão racial, por um lado, e o reforço de uma ideologia que remonta aos dias mais sombrios do racismo institucional nos EUA, por outro, moldaram uma nova fase da política americana. Portanto, o futuro do partido e da política racial nos Estados Unidos está, sem dúvida, atrelado a essa polarização crescente e ao impacto das políticas de Trump, que deixaram uma marca indelével na história política do país.
Como a Reação à Mudança Racial Definiu a Política Americana no Século XX
A década de 1960 nos Estados Unidos foi um período de transformações profundas, onde os direitos civis e a luta contra a segregação racial estavam no centro do debate nacional. No entanto, junto ao movimento pelos direitos civis, também surgia uma reação poderosa que se manifestava de maneiras variadas, mas sempre com uma forte ênfase na manutenção de uma ordem social e econômica que favorecia os brancos, especialmente os da classe média e trabalhadora. George Wallace, governador do Alabama, se tornou uma das figuras mais representativas dessa reação, ampliando uma pauta que já estava em gestação no sul dos Estados Unidos e que rapidamente encontrou ressonância no norte do país.
O movimento pelos direitos civis, embora fundamental para redefinir os direitos políticos e sociais de milhões de afro-americanos, gerou também uma onda de resistência por parte de uma grande parcela da população branca. Wallace, com sua retórica de “ordem e lei” e sua oposição às políticas federais de integração e direitos civis, encontrou um terreno fértil entre os trabalhadores brancos, tanto no sul quanto no norte. Ele não foi o criador de uma nova ideologia, mas soube reconhecer as tensões e receios de uma parte significativa da sociedade americana e articulá-los de maneira eficaz. A resistência ao movimento dos direitos civis e à ideia de uma integração racial era alimentada pela preocupação com a perda do status social e econômico dos brancos, especialmente os trabalhadores, diante da redistribuição de recursos e oportunidades.
Em muitas cidades do norte, a política de segregação residencial havia sido consolidada ao longo das décadas. A migração de afro-americanos do sul para o norte em busca de trabalho e melhores condições de vida gerou um sistema de segregação habitacional que foi sustentado por políticas federais, como as que garantiam o financiamento de hipotecas apenas para bairros raciaismente homogêneos. Para muitos trabalhadores brancos do norte, a casa própria representava não apenas segurança financeira, mas também estabilidade social e um símbolo de sua inclusão na classe média americana. A resistência à integração habitacional não era apenas uma questão racial, mas um reflexo da luta por direitos materiais e pela manutenção da estabilidade econômica.
Wallace soube se utilizar dessa realidade. Ele entendeu que a política de segregação não era apenas uma questão de discriminação racial, mas uma questão profundamente enraizada nos interesses materiais de uma grande parte da população branca. A segurança financeira proporcionada pela manutenção da segregação foi um ponto central de sua campanha, tanto no sul quanto no norte. Em vez de atacar diretamente os direitos civis, Wallace falou em termos de proteção da “ordem tradicional” e da defesa contra um governo central que impusesse soluções que ele via como prejudiciais ao bem-estar dos trabalhadores brancos e das pequenas empresas.
O impacto das palavras de Wallace foi particularmente forte em áreas industriais do norte, como Chicago, Detroit e St. Louis, onde a classe trabalhadora branca se via ameaçada não apenas pela crescente inclusão de negros na sociedade, mas também pelo que muitos consideravam uma ameaça à sua posição econômica e cultural. O conceito de "direitos estaduais" e a oposição a uma suposta tirania do governo federal se tornaram pontos-chave na retórica de Wallace. Ele conseguiu atrair eleitores de diversas classes sociais, mas principalmente pequenos proprietários e trabalhadores da classe média baixa, que viam na resistência à integração uma forma de proteger seus direitos materiais e culturais.
O fato de Wallace não recorrer ao racismo aberto, mas sim à defesa de “direitos locais” e à resistência ao governo federal, lhe permitiu criar uma base de apoio ampla, que transcendia as fronteiras do sul. O impacto de suas campanhas não se limitou ao sul dos Estados Unidos, mas também se estendeu ao norte, onde sua retórica de "ordem" e "tradições locais" encontrou uma audiência receptiva. Ele soube explorar a insatisfação com as políticas progressistas e a sensação de que a classe trabalhadora branca estava sendo deixada de lado, enquanto minorias, especialmente afro-americanos, ganhavam destaque político e social.
Além disso, a reação de Wallace à ascensão do movimento negro pode ser vista como parte de um movimento mais amplo de desconstrução do pacto do New Deal. Ao invés de seguir o exemplo de Barry Goldwater e seu ataque frontal ao New Deal, Wallace adotou uma postura mais estratégica. Ele entendia que a classe trabalhadora branca, especialmente no norte, estava profundamente ligada aos benefícios materiais das políticas do New Deal, mas não queria abrir mão da defesa da segregação e da ordem tradicional. Wallace, portanto, tornou-se uma figura chave para aqueles que viam as mudanças sociais dos anos 60 como ameaças à sua estabilidade e status.
Esse movimento conservador, que se opunha às transformações políticas e sociais do pós-guerra, não surgiu do nada. Ele foi construído ao longo das décadas, com políticas habitacionais segregacionistas e com a resistência institucional contra qualquer tipo de política de integração racial. A luta de Wallace reflete a tensão entre duas forças: a luta por uma ordem social mais justa e inclusiva, representada pelo movimento pelos direitos civis, e a tentativa de preservar uma ordem social e econômica que favorecia a classe média branca, especialmente em termos de acesso à propriedade e segurança econômica.
O que é fundamental entender é que a reação a essas mudanças não era apenas uma questão de racismo explícito, mas também uma questão de como diferentes grupos sociais viam seu próprio futuro econômico e social. Para muitos brancos da classe trabalhadora, a promessa do sonho americano, encapsulada na propriedade de uma casa e na estabilidade financeira, estava ameaçada por essas mudanças. Ao mesmo tempo, a reação conservadora representada por Wallace e outros políticos da época forneceu uma forma de articular essa insatisfação sem recorrer diretamente a um discurso de ódio, mas sempre mantendo uma visão de mundo que perpetuava desigualdades raciais e econômicas.
Como a Política Racial Moldou o Partido Republicano e Abertura para Trump
A ascensão de Donald Trump à presidência não foi apenas o triunfo de um político, mas a transformação profunda do Partido Republicano, que se distanciou consideravelmente de suas raízes. Durante décadas, o partido havia manipulado divisões raciais com fins eleitorais, mas, até então, ainda aceitava uma visão inclusiva da cidadania que transcorria as barreiras raciais, religiosas e étnicas. A estratégia de Trump foi romper com essa abordagem e atacar sistematicamente a construção de uma democracia abrangente, que, ao longo da história, buscou corrigir injustiças estruturais, como a escravidão e a segregação racial.
O marco inicial desse movimento foi a luta pela 14ª Emenda à Constituição, que, após a Guerra Civil, visava garantir os direitos de cidadania a todos, incluindo os afro-americanos. No entanto, uma mentalidade profundamente arraigada persistiu, sustentando que pessoas de descendência africana eram incapazes de coexistir com brancos em uma sociedade de liberdade e igualdade. A ideia de que “pessoas da raça africana” não eram cidadãs, um princípio presente na decisão Dred Scott, encontrou ressonância moderna nas promessas de Trump de restaurar uma ordem racial.
Esse fenômeno não surgiu de forma espontânea. A virada política começou há cerca de cinquenta anos, quando o Partido Democrata, ao adotar o movimento pelos direitos civis, provocou uma emigração em massa de brancos do sul para os republicanos. O discurso de Barry Goldwater contra o Civil Rights Act de 1964, que defendia os direitos dos estados, marcou o início dessa mudança. Sua postura foi uma das causas de sua vitória no sul e em Arizona, mas também demonstrou que o Partido Republicano estava se distanciando cada vez mais dos princípios que haviam defendido nos anos anteriores.
Apesar das vitórias legislativas dos direitos civis na década de 1960, os republicanos, com a liderança de Richard Nixon, encontraram uma nova forma de enfraquecer a coalizão do New Deal ao criar uma divisão entre os eleitores negros e os brancos da classe média e classe trabalhadora, o que foi decisivo para o futuro do partido. A resistência dos brancos à implementação de mudanças substanciais – como a dessegregação escolar, a ação afirmativa e a reforma do bem-estar social – criou o terreno fértil para uma direita populista, que tomou o controle do Partido Republicano.
Com a ascensão de Ronald Reagan, o Partido Republicano ampliou seu ataque ao liberalismo político e ao estado de bem-estar social. Reagan combinou um discurso anti-estatal com uma política econômica que favorecia as corporações e os ricos, ao mesmo tempo em que mobilizava a base popular dos trabalhadores e da classe média branca, prometendo proteção contra uma "ameaça" de minorias e elites. Durante sua presidência, o governo federal demonstrou uma postura hostil em relação às conquistas dos anos 1960 e 1970, seja em relação aos direitos civis, seja ao bem-estar social. O próprio Reagan, embora nunca tenha renunciado explicitamente às conquistas da luta pelos direitos civis, deu continuidade a uma agenda que favorecia o crescimento das desigualdades.
O que está em jogo aqui é mais do que uma luta racial ou uma simples questão de política de imigração. O que Trump representou foi a consolidação de um novo oligárquico status quo nos Estados Unidos, uma classe dominante que, além de explorar as divisões raciais, também se beneficiou enormemente do aumento da desigualdade econômica. Sob a égide do MAGA (Make America Great Again), Trump se apropriou da retórica do racismo implícito e levou a política republicana a um ponto de radicalização nunca antes visto.
O que se consolidou ao longo dessas décadas é uma dinâmica política onde a desigualdade econômica se entrelaçou com o ressentimento racial, criando uma base de apoio para a ascensão de Trump. O que vemos hoje é o resultado de uma política que, mais do que apenas oferecer soluções para a classe trabalhadora branca, fez uma promessa de restabelecer uma hierarquia racial, onde os problemas econômicos e sociais seriam atribuídos a imigrantes e minorias. Essa narrativa encontra apoio em um histórico de sofrimento, onde as ansiedades raciais e sociais foram constantemente manipuladas para garantir o controle político da elite branca.
O leitor precisa entender que a ascensão de Trump não é apenas uma peculiaridade da política contemporânea, mas a culminação de um processo longo e gradual de erosão dos avanços conquistados pelas lutas civis do século XX. O Partido Republicano, ao longo das décadas, construiu uma narrativa em que o medo do "outro" – seja ele negro, imigrante ou pobre – se tornou o principal motor de sua política. O resultado disso é uma polarização crescente, que torna cada vez mais difícil o surgimento de movimentos amplos, transraciais e populares que possam desafiar o status quo.
Qual é o Futuro da Cidadania e da Democracia Americana diante do Nacionalismo Étnico?
A sugestão do ex-presidente Trump de que a cidadania deve ser vista como uma questão de sangue, raça e etnia, ao invés de naturalização ou local de nascimento, ilustra uma mudança radical no conceito de pertencimento nacional. Ao repudiar a definição clara de cidadania contida na Décima Quarta Emenda, o ex-presidente foi além da mera contestação do status de seu adversário político. Ele levantou uma questão fundamental: quem é considerado legítimo e quem não é? A seu ver, a cidadania deveria estar atrelada a uma identidade racial ou étnica específica, não ao princípio da naturalização ou da origem territorial. Esse movimento representa algo muito mais profundo do que uma simples disputa eleitoral. Em sua base está uma visão distorcida de um "nacionalismo branco", onde não basta vencer as eleições – é necessário garantir que os votos de certos grupos, sobretudo das minorias, sejam invalidados.
As falsas alegações de fraude eleitoral e a ideia de que o presidente Biden foi "illegítimo" abriram caminho para uma postura clara do Partido Republicano: a intenção de negar o direito ao voto a milhões de americanos com base em raça ou etnia. Esse é o núcleo do movimento atual que busca restringir o direito de voto, reescrever as regras eleitorais e utilizar práticas de gerrymandering para estabelecer as fundações de um governo dominado por uma minoria branca. A ideia de que "alguns cidadãos são mais cidadãos do que outros" está se tornando cada vez mais visível na política dos EUA, onde certos grupos são marginalizados de forma intencional.
Isso vai além de Trump e do contexto imediato. Trata-se de um movimento que começou muito antes de sua ascensão à presidência e provavelmente persistirá muito tempo depois de sua saída do cenário político. O Partido Republicano, diante da transformação demográfica do país, segue se distanciando da aceitação dos princípios democráticos básicos, como o governo da maioria, para se concentrar em uma base eleitoral cada vez mais ressentida e amedrontada. Essa base é predominantemente branca, e alimentada por um medo crescente de perda de privilégios, que alimenta o movimento de negação da democracia.
Essa tensão, entre uma crescente diversidade demográfica e a insistência de uma parte significativa da população branca em preservar um status quo que favorece seus interesses, está por trás da ideologia do "roubo eleitoral" promovida por Trump. Mesmo diante de uma derrota clara nas urnas em 2020, a alegação republicana de fraude eleitoral não só persistiu, mas se intensificou, criando uma nova narrativa para justificar a negação de resultados democráticos. Mais importante ainda, essa retórica se alinha a uma visão subjacente de que as eleições só são válidas quando os republicanos vencem.
Um fenômeno alarmante é a crescente disposição de uma parte significativa da base republicana em abandonar os princípios democráticos tradicionais. Pesquisas revelam que muitos republicanos estão dispostos a justificar o uso da força para "salvar o modo de vida americano tradicional", ou até mesmo a violar as leis e subverter os resultados eleitorais. A reação de uma parte substancial da base republicana à ascensão de grupos minoritários e imigrantes é uma das maiores fontes de apoio à retórica antidemocrática. A questão racial e étnica está no centro de sua raiva e da sua disposição de recorrer à violência para defender o que percebem como um direito legítimo à manutenção do poder político.
Esses sentimentos, alimentados pela desesperança econômica e pelo medo da perda de posição social, criaram um caldo cultural onde as instituições democráticas começam a ser vistas com desconfiança. Para muitos, a ideia de que a democracia americana, em sua essência, favorece os "outros", ou seja, aqueles considerados não-brancos, é uma ameaça existencial. O que antes era uma questão política passou a ser uma questão de sobrevivência cultural e racial.
A transformação do Partido Republicano em uma força política que aposta no ressentimento étnico e na exclusão de grandes parcelas da população não branca tem consequências profundas para a sociedade americana. Embora essa tendência tenha raízes profundas, remontando a movimentos passados como o de Barry Goldwater, o que se observa hoje é uma radicalização que beira o etnonacionalismo. Essa virada ideológica tem uma base massiva, especialmente entre aqueles que sentem que seu privilégio está em risco devido ao crescente poder das minorias.
A ideologia que sustenta essa visão de um "governo da minoria branca" é alimentada pela crença de que a democracia é uma ameaça quando não serve aos interesses da base republicana. O ressentimento racial e étnico não apenas ameaça a estabilidade democrática, mas também cria um terreno fértil para a propagação de discursos de ódio e divisão.
É crucial entender que o movimento que busca transformar a cidadania em um conceito étnico e racial não é apenas uma reação a eventos atuais, mas é uma estratégia que remonta à própria fundação do conservadorismo americano, que desde sempre esteve intimamente ligado à defesa de privilégios raciais. A resistência à mudança e a aceitação de soluções autoritárias ou violentas representam um desafio constante à democracia.
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