No contexto das operações de agregação e consulta de dados, o uso de ferramentas modernas como o OpenTelemetry e o Presto tem se tornado fundamental para a melhoria de performance e a análise detalhada de grandes volumes de dados. Esses sistemas são projetados para oferecer soluções eficazes na coleta e análise de métricas, logs e eventos, permitindo uma compreensão mais clara do comportamento de aplicações e serviços em tempo real.

A forma como as mensagens de log e métricas são geradas e estruturadas em sistemas como o OpenTelemetry é um exemplo de como esses dados podem ser utilizados para facilitar a análise e otimização de sistemas. As mensagens de log no formato OpenTelemetry, como a mostrada no exemplo, incluem informações cruciais como o ID de rastreamento (trace_id), o ID do intervalo (span_id), e o timestamp de quando o evento ocorreu. Essas informações são essenciais para correlacionar eventos e identificar potenciais gargalos em sistemas distribuídos. No entanto, o valor real desse tipo de log vai além da simples coleta de dados. Ele oferece a capacidade de identificar falhas, analisar o tempo de execução de diferentes processos, e detectar falhas intermitentes ou anomalias no comportamento da aplicação.

Além disso, quando tratamos das métricas do OpenTelemetry, o foco se expande para a obtenção de dados detalhados sobre o desempenho do sistema. Por exemplo, as métricas podem incluir informações sobre o tempo de resposta de uma aplicação ou a quantidade de dados processados em um determinado intervalo. O OpenTelemetry oferece uma série de métricas mais complexas do que o Prometheus, o que permite capturar um conjunto mais amplo de informações sobre a execução da aplicação, melhorando a análise do desempenho. A coleta de métricas com o OpenTelemetry é, portanto, uma ferramenta fundamental para a criação de uma visão holística sobre a saúde de um sistema em tempo real.

Por outro lado, o Presto é um motor de consulta projetado para a execução de consultas interativas de baixa latência. Seu design modular, sem um armazenamento dedicado, permite que ele acesse dados diretamente de fontes distribuídas e faça agregações de maneira altamente eficiente. Em um banco de dados tradicional, a execução de consultas depende de um processo de leitura e agregação de dados que pode ser lento e consumir muitos recursos. O Presto, ao ler dados diretamente de fontes distribuídas, reduz consideravelmente a latência, sendo capaz de realizar operações de agregação e consulta interativas sem a sobrecarga dos sistemas tradicionais.

A flexibilidade do Presto em trabalhar com dados em formato ORC e sua habilidade de otimizar processos de CPU e memória tornam-no uma solução poderosa para análise de grandes volumes de dados. O sistema não escreve dados no disco durante a execução das consultas, processando tudo em memória, o que acelera a execução e reduz o tempo necessário para a realização das operações de consulta. No entanto, quando a quantidade de dados supera a capacidade de memória, o Presto opta por esperar que mais recursos se tornem disponíveis ou retorna um erro, indicando a necessidade de ajustes na configuração de memória.

A capacidade de realizar junções distribuídas e a combinação eficiente de tabelas dimensionais e de fatos também são aspectos que destacam o Presto de outras ferramentas de processamento de dados. Ao juntar dados de diferentes fontes e com diferentes tamanhos, o Presto consegue equilibrar o uso de recursos de maneira eficiente. A junção distribuída é um processo onde os dados são agrupados de acordo com a chave de junção, o que permite uma distribuição eficiente da carga de trabalho. Quando as tabelas envolvidas na junção são grandes, o Presto realiza essa operação de forma paralelizada, garantindo que o tempo de execução não seja afetado pelo tamanho dos dados.

Além disso, a agregação de dados em Presto ocorre de forma rápida e eficiente, especialmente quando os dados são carregados em formato ORC. Esse formato permite que a leitura e a agregação de grandes volumes de dados sejam feitas de forma quase instantânea, o que é um grande benefício quando se lida com grandes quantidades de registros.

Porém, a configuração correta do Presto é essencial para garantir seu desempenho ideal. A instalação do Presto envolve a configuração de propriedades importantes, como o limite de memória por consulta e a definição de portas de comunicação. A alocação adequada de memória é fundamental para que o Presto não ultrapasse os limites e cause falhas durante a execução de consultas.

O que mais precisa ser compreendido ao usar ferramentas como OpenTelemetry e Presto?

É importante entender que a simples coleta de métricas e logs não garante, por si só, a otimização dos processos de consulta. A interpretação correta desses dados e sua utilização na criação de planos de execução otimizados é crucial. Quando se utiliza o Presto, por exemplo, a eficiência das consultas depende da capacidade do sistema de alocar e distribuir os recursos de forma equilibrada. É fundamental, portanto, não apenas entender as ferramentas, mas também como configurá-las corretamente, levando em consideração a quantidade de dados e a capacidade do ambiente.

Outro ponto relevante é a limitação de recursos. O Presto, embora altamente eficiente, não pode operar de maneira ideal se os recursos do sistema, como memória e CPU, não forem suficientes para suportar a carga de trabalho. Esse é um fator crítico que deve ser constantemente monitorado para evitar problemas de desempenho, como consultas que consomem mais recursos do que o esperado e afetam a performance do sistema como um todo.

Ao utilizar o OpenTelemetry, é fundamental garantir que as informações de rastreamento estejam bem configuradas e que as métricas capturadas reflitam a real performance dos sistemas. A monitorização constante do comportamento da aplicação e a análise detalhada dos logs e métricas permitem não apenas a detecção de problemas, mas também a identificação de oportunidades para melhorias contínuas no desempenho.

Como Implementar Observabilidade em Sistemas Legados e Middleware

Em sistemas complexos, onde múltiplos componentes e servidores interagem para processar transações, implementar uma observabilidade eficaz é essencial para entender o comportamento e o desempenho da infraestrutura. Isso é particularmente desafiador quando lidamos com sistemas legados ou middleware, que muitas vezes não possuem suporte nativo para ferramentas como OpenTelemetry. Neste contexto, surge a necessidade de ampliar a observabilidade, utilizando abordagens como logs, métricas e rastreamento distribuído para melhorar a visibilidade dos processos.

Sistemas legados, que incluem plataformas não baseadas em Linux, como Tandem, AS400 e OS390, ou pacotes como SAP, Siebel e PeopleSoft, frequentemente interagem com servidores EAI (Enterprise Application Integration). Esses servidores, embora cruciais para a integração de sistemas, geralmente não oferecem uma visibilidade clara sobre o que ocorre internamente, o que dificulta o diagnóstico de problemas. O termo “black box” é usado para descrever sistemas cuja estrutura interna é desconhecida ou não acessível, como servidores desenvolvidos em Java ou Python, que não suportam ferramentas como OpenTelemetry.

Quando se lida com um "black box", uma das primeiras ações é monitorar o estado das threads criadas pelo perfil, pois isso pode indicar como as requisições estão sendo processadas. Em um ambiente isolado, é possível observar exatamente quais entradas e saídas estão sendo manipuladas e quantas chamadas estão sendo feitas. Caso o código-fonte esteja disponível, um depurador remoto pode ser utilizado para inspecionar as variáveis dentro dos métodos. No entanto, ao configurar o agente em um sistema sem suporte explícito para rastreamento, a instrumentação automática pode gerar spans desconhecidos, tornando difícil associá-los aos métodos ou endpoints responsáveis.

Uma abordagem eficaz é melhorar a instrumentação do sistema, o que pode ser feito utilizando soluções comerciais de observabilidade, que permitem customizações mais profundas. Essas soluções, por exemplo, permitem a criação de serviços personalizados que podem inserir bytecodes antes e depois de métodos selecionados, medindo a latência e gerando spans. Caso o protocolo utilizado seja HTTP ou JMS, a propagação do rastreamento pode ser configurada automaticamente, reconhecendo o span a partir do contexto, sem necessidade de intervenções adicionais.

Outra forma de aplicar a observabilidade em sistemas legados é configurando logs para registrar informações detalhadas sobre o tráfego, como cabeçalhos e corpo das mensagens. A partir daí, é possível criar spans a partir dos logs, facilitando a conexão entre diferentes etapas de um processo, como em um fluxo ETL (Extract, Transform, Load). Em sistemas que utilizam APIs, a instrumentação pode ser feita através de APIs legadas, que permitem a leitura e escrita de dados relevantes para o rastreamento, sem a necessidade de modificações no código principal.

A introdução da instrumentação de bytecode também facilita a identificação de parâmetros dos métodos, que podem ser gravados diretamente nos logs ou passados para os cabeçalhos do rastreamento. No caso de servidores EAI, como o TIbCo, que suporta OpenTelemetry, a integração é mais direta. Contudo, outros servidores, como o webMethods, não oferecem suporte nativo para telemetria, o que exige o uso de agentes de observabilidade comerciais para realizar a instrumentação.

É importante lembrar que a implementação de observabilidade em middleware pode apresentar desafios adicionais, especialmente quando se lida com servidores que não suportam rastreamento. Servidores de API, como o Apigee e o AWS API Gateway, podem ter limitações no suporte a OpenTelemetry, restringindo a criação de spans e dificultando a medição da latência entre o frontend e o backend. Para superar essas limitações, muitas vezes é necessário adotar uma abordagem incremental, melhorando a instrumentação de cada componente do middleware de forma gradual.

Além disso, servidores de proxy, como o Envoy e o Nginx, que suportam OpenTelemetry, podem ser configurados para criar spans adicionais, ajudando a medir a latência entre microsserviços. No entanto, quando servidores intermediários, como CDNs ou balanceadores de carga, não suportam a propagação de traces, pode ser necessário utilizar scripts personalizados para capturar informações relevantes sobre o tráfego, já que esses servidores frequentemente fornecem apenas a instrumentação básica, sem a capacidade de transferir traces externamente.

A observabilidade eficiente de sistemas legados e middleware exige um entendimento profundo das tecnologias e protocolos envolvidos, bem como a capacidade de integrar diversas ferramentas e técnicas. Além da instrumentação direta com OpenTelemetry ou outras soluções, é fundamental considerar a interação entre os componentes e como as informações de rastreamento podem ser conectadas de maneira coesa. O uso de logs detalhados, a instrumentação por bytecode e a criação de serviços personalizados são estratégias chave para alcançar um nível adequado de visibilidade, especialmente quando o acesso ao código-fonte ou à estrutura interna dos sistemas é limitado.