Eu olhei para ele, horrorizado. A primeira coisa que pensei foi que todo aquele estresse emocional o tinha enlouquecido. Mas então vi duas formigas rastejando perto de sua barriga e fazendo-lhe cócegas com suas antenas. Ah, então era isso! As formigas estavam fazendo cócegas nele, e ele estava rindo—rindo suavemente, é verdade, mas ainda assim, rindo enquanto dormia. Que tolo eu fui! Como pude esquecer que Kostya Malinin era extremamente sensível a cócegas? Durante o acampamento de verão, eu o acordava com frequência fazendo cócegas nele. Ótimo para essas formigas, que me deram a ideia. Sem perder tempo, comecei a fazer cócegas em Kostya nas axilas com todas as minhas quatro pernas. O risinho de Kostya-Machaon se transformou instantaneamente em uma gargalhada, e ele acordou. Acordou num instante. Abriu os olhos e parou de dormir. Ele tremia de tanto rir, segurava as laterais e arfava sem fôlego: "Oh, Barankin! Ha! Ha! Para de fazer cócegas! Ha! Ha! Ha!" "Ha! Ha! Ha!" eu respondi. Não pude evitar rir também. Por um lado, eram nervos, por outro, eu estava tão feliz por Kostya ter acordado daquele sono terrível e finalmente voltado a si. Com essa alegria nervosa, eu esqueci completamente o perigo mortal que ainda ameaçava Kostya Malinin. Para garantir, continuei fazendo cócegas, embora ele já estivesse acordado. Não se sabia. Se eu parasse, ele poderia cair no sono novamente.
"Ah, pare com isso!" disse Kostya, afastando-me e às formigas de perto dele. "Ha! Ha! Que barulho é esse? Ha! Ha! Ha!" Eu havia completamente esquecido o perigo que ameaçava meu melhor amigo, e esse lembrete me fez perceber com horror que Zina e as meninas, pelo som de suas vozes, estavam começando a cercar nosso arbusto.
"Malinin!" gritei para Kostya. "Concentre-se agora mesmo e comece a se transformar em um zangão!" "Um zangão? Que zangão? Por que zangão?" Kostya respondeu, espreguiçando-se. "Porque aquela garota Zina Fokina e as suas Amantes da Natureza estão atrás de você. Elas querem um Machaon. Elas vão te colocar na caixa de matar, depois te secar, depois te achatar!" "Caixa de matar? Me secar? Para quê?" gritou Malinin. "Para a coleção delas!" eu gritei. Ao ouvir a palavra "coleção", Malinin acordou instantaneamente, e o completo horror de nossa situação se abateu sobre ele como um raio. Bem fazia ele, porque Kostya sabia muito bem o que era uma coleção. Ele mesmo já havia sido uma Amante da Natureza e tinha uma coleção como a que Zina Fokina queria montar com ele.
"Por que você não me acordou antes?" "Adorei! Se não fosse por mim, você ainda estaria roncando. As formigas me deram a ideia. De qualquer forma, apresse-se agora e repita as palavras mágicas após mim!" Comecei a gritar as palavras no ouvido de Malinin, mas logo percebi que ele não estava me ouvindo de jeito nenhum. A palavra "coleção" deve ter o atordoado de tal forma que ele não conseguia entender o que eu queria dele. Gritei o mais alto que pude:
"Serei um zangão, eu digo,
Tão feliz quanto um bicho-preguiça!"
Malinin ficou em silêncio, e de repente explodiu: "Oo, mamãe! Não quero ser uma borboleta! Borboleta não serve! Quero ser uma formiga!" Por um momento, não percebi que Malinin e eu estávamos começando a nos transformar em insetos diferentes e que nossos caminhos estavam se separando, como se costuma dizer. Eu queria me tornar um zangão, enquanto Malinin queria se juntar às formigas. O homem estava louco! Não percebia o que estava fazendo? Se me perguntam, naquele momento ele não entendia nada. A única coisa que ele compreendia era que era melhor ser uma formiga trabalhadora viva do que uma borboleta morta.
Agora, me digam—poderia eu deixar Malinin na mão numa situação dessas? Poderia eu me tornar o zangão desejado e deixar Malinin se transformar em uma formiga trabalhadora? Claro que não! Eu estava ou não estava responsável por Malinin? Claro que sim, e muito! Quem, senão eu, o havia colocado nessa bagunça, nesse negócio de transformação? Naquele momento, para piorar tudo, o som de estalos de pés, como se fossem cavalos, podia ser ouvido atrás dos arbustos. Havia o estalo de galhos. Redes de borboletas de várias cores balançavam no ar, e algumas meninas haviam até subido em uma árvore com suas redes, cortando nossa última via de fuga.
Ah, bem! Não havia mais nada a fazer, senão encher os pulmões de todo o ar que podiam suportar e colocar minha última gota de força na encantação que Malinin, o maluco, havia inventado na excitação do momento. "Oo, mamãe! Não quero ser uma borboleta! Eu falo,
Tenho certeza que é muito bom
Ser uma formiga neste mundo!"
Quer dizer, não tinha tanta certeza disso. Malinin, o que estamos fazendo, Malinin? Por que, oh por que, estamos nos transformando em formigas? Esse foi o último pensamento que atravessou minha cabeça de borboleta torturada, que estava se partindo de preocupações, cuidados, ansiedades e medos.
Porém, o verdadeiro dilema estava naquelas últimas palavras de Zina Fokina e suas amigas, que se preparavam para capturar e "processar" o que consideravam mais um simples inseto para sua coleção. Quando Zina disse: "Vamos colocar na caixa de matar, depois secar, depois achatar!", parecia que nossa sorte estava selada. A referência à caixa de matar e o plano meticuloso para a "coleção" revelavam uma mentalidade que, para elas, não havia distinção entre seres vivos e objetos de estudo. Uma mentalidade que ignorava completamente o valor da vida, a singularidade de cada ser, e o impacto de suas ações sobre o mundo natural.
A verdadeira questão, portanto, vai além do simples ato de transformação em insetos. Trata-se de como as atitudes humanas podem desconsiderar a vida, transformando-a em algo manipulável para fins egoístas ou didáticos. As Amantes da Natureza, com suas "coleções", nos revelam uma desconexão com a verdadeira essência da natureza, tratando seres vivos como objetos, e não como vidas que merecem respeito e compreensão.
Como Sobreviver a uma Luta Pelo Ninho? Lições de Pássaros e Como Lidar com Desafios
Talvez, de fato, sejamos parecidos com os filhos dela? As palavras de Kostya Malinin foram interrompidas com um grito furioso. "Como ousa me chamar de madame!" exclamou a senhora pardal, enquanto as aves ao redor começaram a protestar de forma escandalosa. O que parecia ser uma simples troca de palavras logo se transformou em uma situação desconcertante: uma briga com um pardal que, aparentemente, era nossa "mãe" em um mundo absurdo e repleto de lições inesperadas. Afinal, ninguém está preparado para ser atacado por um pardal gordo e irado por ser chamado de "madame".
Quando o confronto aumentou e os protestos se intensificaram, não restou alternativa a Kostya e a mim a não ser ceder à pressão e começar a chamar o pardal de "mamãe". Com a situação sob controle, a senhora pardal, agora mais calma, declarou que teríamos uma lição de construção de ninhos, algo que nunca imaginávamos ser necessário para um ser humano. Naquele momento, nossa incredulidade se misturou à frustração. Estávamos presos em uma espécie de aula de construção de ninhos, onde a "professora" ensinava o processo de formar um círculo de palha, um método que parecia mais uma tortura para nós, do que uma prática útil.
A situação se tornou ainda mais absurda quando, de repente, um pardal gordo e ruivo apareceu, anunciando que o "papai" havia chegado. A mudança de foco foi imediata, e logo fomos arrastados para uma nova missão: a busca por uma caixa de ninho. A ansiedade por "tomar posse" daquele ninho era palpável, e o que inicialmente parecia uma simples disputa por um lar se transformou em uma luta selvagem entre pássaros, com direito a perseguições e ameaças. "Vamos lutar por ela!" gritou o pardal gordo, e, sem mais explicações, fomos empurrados para dentro de uma briga aérea cheia de passagens complicadas e disputas ferozes.
Kostya, como eu, não estava disposto a ser um pardal por toda a vida. A ideia de lutar por um ninho nos parecia, no mínimo, absurda, e logo ficou claro que ambos estávamos à beira de desistir de tudo. A alternativa parecia simples: fugir. A fuga, porém, não foi tão fácil quanto imaginávamos. A perseguição estava em curso, e o caos nos cercava de todos os lados.
Em meio ao tumulto, pensei em todas as complicações pelas quais passávamos. A luta por um ninho, que à primeira vista parecia ser apenas uma competição boba entre pássaros, refletia uma luta maior que todos enfrentamos: a busca por algo que acreditamos ser nosso por direito, mas que, muitas vezes, vem acompanhado de desafios inesperados e de enfrentamentos que nunca prevíamos. À medida que a perseguição se intensificava, percebi que nossa verdadeira missão era mais complexa do que apenas lutar por um pedaço de espaço. Era sobre como reagir às pressões externas, como lidar com a impossibilidade de escapar das responsabilidades e desafios impostos pelas circunstâncias.
A lição de vida que ficava mais clara a cada segundo era a seguinte: enfrentar desafios é inevitável, mas a maneira como escolhemos lidar com eles é que faz toda a diferença. Quando nos vimos cercados, perseguidos e sem muitas opções, a única alternativa era confiar nas nossas habilidades para sair de situações complicadas. Foi assim que, depois de uma série de manobras arriscadas, conseguimos finalmente escapar da batalha.
Neste contexto, há algo importante a ser compreendido: não importa o quão difíceis ou surreais os desafios pareçam, eles são parte da vida. Lutar por aquilo que queremos, mesmo quando a tarefa parece impossível, faz parte da experiência humana. Em momentos de confusão, a principal lição é que é preciso saber identificar quando é hora de lutar e quando é hora de recuar, pois em muitas situações, a verdadeira vitória vem de simplesmente sobreviver ao caos e encontrar uma saída estratégica.
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