A dinâmica de fluxo em sistemas de ventilação, especialmente em componentes como tees, é uma área fundamental para otimizar a eficiência energética e o desempenho de sistemas de distribuição de ar. Em particular, a influência da geometria das conexões entre os ductos, seja em tees de exaustão ou de fornecimento, determina como as perdas de carga e as zonas de separação do fluxo se formam, afetando diretamente o consumo de energia e a eficácia do sistema.
Quando se estuda o comportamento do fluxo em tees, é crucial analisar como o fluxo se divide nas diferentes ramificações do sistema. A simulação computacional de tees com diferentes razões de fluxo (G/G) revela que, mesmo que a geometria do tee não seja alterada drasticamente, a configuração do fluxo pode induzir zonas de separação que afetam o desempenho do sistema. Por exemplo, no caso de tees de fornecimento, os dados mostraram que, com um valor de razão de fluxo G/G = 0,5, as zonas de pressão total ao longo do ducto variam dependendo de onde ocorrem as perdas devido ao atrito ou à presença de elementos perturbadores no fluxo.
Em sistemas com tees de exaustão, observa-se que o tamanho da zona de vórtice, localizada no ducto após a junção, pode variar significativamente com a razão de fluxo. Quando a razão G/G aumenta, o tamanho do vórtice se amplia, mas a zona de influência (IZ) – a área onde a perturbação do fluxo afeta significativamente o comportamento do fluido – permanece praticamente constante. Isso ocorre porque a influência do vórtice, apesar de ser de tamanho menor que a IZ, estende-se muito além de sua zona física. Portanto, é fundamental compreender que a perturbação do fluxo não depende diretamente do tamanho do vórtice, mas da interação entre as zonas de alta e baixa pressão no sistema.
Uma parte significativa dessa análise envolve entender como as perdas de carga se comportam com diferentes formas de tees. A modelagem computacional para tees com formas distintas, como no caso de um tee modelado com uma geometria específica baseada em uma zona de vórtice (G/G = 0,511), mostra que o arrasto do sistema pode ser otimizado dependendo da geometria do tee. A razão de fluxo influencia diretamente o comportamento do arrasto tanto na direção do ducto principal quanto na ramificação lateral, revelando a importância da otimização da geometria para reduzir o consumo de energia.
Além disso, ao estudar as diferentes formas de tees, ficou claro que, para as geometrias mais eficientes, o valor mínimo de arrasto ocorre quando a razão de fluxo entre a ramificação lateral e o ducto principal é equilibrada, ou seja, quando ambos os fluxos estão em condições similares. Esse fenômeno pode ser explicado pela minimização das diferenças de pressão entre os fluxos de entrada e saída, o que reduz as perdas de carga totais no sistema.
No caso da simulação de tees modeladas com diferentes formas (formas 0,236; 0,394; 0,511; 0,711; 0,860), verificou-se que a forma com a razão de fluxo G/G = 0,511 era a mais eficiente, apresentando o menor arrasto em uma faixa ampla de razões de fluxo. Essa forma pode ser considerada como uma opção "universal" ou ótima, que pode ser aplicada em diversos sistemas de ventilação para reduzir o consumo energético e otimizar o desempenho do sistema.
É importante notar que a interação entre o fluxo nas ramificações laterais e no ducto principal de um tee não é apenas uma questão de simetria geométrica. A verdadeira chave para entender as perdas de carga e otimizar a eficiência do sistema está na forma e no comportamento do fluxo dentro do tee, considerando não apenas a geometria estática, mas também a dinâmica do fluxo gerado pelas variações da razão de fluxo. Em tees com fluxo assimétrico, como as de exaustão, a otimização da geometria pode até mesmo mitigar os efeitos da assimetria no desempenho do sistema, fazendo com que as condições de fluxo se igualem em ambos os canais.
Portanto, ao projetar ou otimizar sistemas de ventilação, é fundamental considerar não apenas os aspectos geométricos, mas também a interação complexa entre as diferentes zonas de fluxo e as perdas de carga associadas. O conhecimento sobre a influência de diferentes razões de fluxo e a geometria ideal dos tees pode ser decisivo para alcançar a eficiência energética e a redução das perdas de arrasto, garantindo um sistema de ventilação mais eficiente e econômico.
Como a Escolha do Modelo de Turbulência Afeta a Solução Numérica de Fluxos Turbulentos em Dutos com Expansões Súbitas
O conhecimento sobre LDC (Losses due to Deformation and Friction) permite validar a solução numérica para determinar a escolha mais correta das configurações e modelos utilizados em simulações. O problema foi abordado em um contexto de fluxo turbulento bidimensional, utilizando diferentes modelos de turbulência, incluindo o k-ε “padrão” (SKE), o k-ω “padrão” (SKW), e o k-ω SST (SSTKW), com o objetivo de resolver as equações de movimento do fluido. Em especial, foi dada atenção à precisão da simulação das camadas limites, essencial para a obtenção de resultados representativos.
A simulação do fluxo foi realizada em um modelo de ducto simétrico, considerando apenas a metade superior da área de cálculo devido à simetria. A validação inicial foi focada no efeito das combinações de modelos de turbulência e métodos de simulação de paredes sobre a solução numérica. Para isso, foi observado o arrasto em um ponto de expansão súbita, de acordo com a equação de Borda-Carnot, e as dimensões da zona de vórtices (VZ). Essa zona de vórtices, cuja extensão foi investigada por diversos autores, é uma característica importante em simulações de fluxo em dutos.
A abordagem da simulação utilizou duas técnicas principais para a representação das paredes próximas ao fluxo: as "Funções de Parede Padrão" (SWF) e os "Tratamentos Avançados de Parede" (EWT). A escolha dessas técnicas é crítica, pois elas influenciam diretamente a precisão do comportamento do fluxo nas regiões próximas às paredes e, consequentemente, afetam os resultados globais das simulações.
O modelo numérico foi aplicado a uma expansão súbita do ducto, onde a largura do ducto varia de 0,1 m para a parte estreita a 0,2 m para a parte larga. Para evitar a influência das condições de contorno e de perturbações no LDC, os comprimentos dos dutos antes e depois da expansão súbita foram escolhidos de forma a garantir uma área de simulação adequada para a análise de perdas. Dessa forma, foi possível realizar uma validação quantitativa e qualitativa das perdas de pressão associadas ao fluxo.
Ao determinar as perdas de pressão específicas, o método calculou a distribuição de pressões totais ao longo do ducto, considerando as variações do fluxo e as perdas de pressão relacionadas ao atrito. Essas variações de pressão ocorrem devido à fricção e deformação do fluxo, que, por sua vez, resultam em uma queda de pressão não linear, especialmente nas zonas de transição entre a parte estreita e a parte larga do ducto. A definição da zona de influência (IZ), que é a área afetada pela expansão súbita, mostrou-se de grande importância, pois a perda de pressão não é concentrada apenas na região da expansão, mas se distribui ao longo de uma área maior.
O estudo da LDC e das zonas de separação de fluxo foi validado através de um estudo de dependência de malha, onde diferentes resoluções de malha foram testadas para verificar a convergência das soluções numéricas. Além disso, a combinação dos modelos de turbulência e os tratamentos de parede foi verificada por meio da comparação dos resultados obtidos com cada configuração.
Deve-se compreender que, ao realizar a modelagem numérica de fluxos turbulentos, a precisão dos modelos de turbulência e dos métodos de simulação das condições de contorno nas regiões próximas às paredes são fundamentais para a obtenção de resultados que refletem com fidelidade o comportamento do fluxo real. No caso de uma expansão súbita, a complexidade do movimento vorticoso torna as perdas de pressão mais difíceis de modelar, exigindo uma análise detalhada dos diferentes parâmetros envolvidos.
Além disso, a implementação de um modelo de turbulência adequado não só afeta a precisão das simulações, mas também impacta diretamente na otimização de projetos de sistemas de ventilação e outros sistemas de fluxo de fluido. Em particular, a escolha do modelo de turbulência e o tratamento da camada limite podem melhorar a eficiência do design ao reduzir o impacto das perdas de pressão e otimizar a performance dos sistemas.
Com relação aos testes de malha, deve-se destacar que, ao reduzir a dimensão das células da malha para melhorar a precisão dos resultados, existe sempre um compromisso entre a complexidade computacional e a precisão. Por isso, o uso de uma malha suficientemente refinada, mas sem tornar a simulação excessivamente onerosa, é uma prática essencial para alcançar soluções de boa qualidade.
Por fim, deve-se destacar que a avaliação das perdas de pressão deve ser feita de maneira precisa, levando em consideração não apenas as perdas de atrito, mas também as perdas decorrentes das deformações do fluxo. Essa consideração é crucial para qualquer projeto envolvendo fluxo de ar ou outros fluídos em sistemas com ductos, especialmente quando há expansões ou contrações súbitas no percurso do fluido.
Como a Geometria de Aberturas de Exaustão Afeta o Fluxo de Ar: Uma Abordagem Teórica e Experimental
No estudo da dinâmica de fluxos em sistemas de ventilação, especialmente em relação às aberturas de exaustão, é crucial compreender como diferentes formas e tamanhos dessas aberturas influenciam o comportamento do ar. A pesquisa de Logachev et al. (2010c), por exemplo, utilizou a teoria das mapeações conformes e a modelagem de campos vetoriais para analisar o fluxo em torno de uma abertura de exaustão. A partir dessa análise, foi possível determinar como o fluxo de ar se comporta dependendo da geometria da abertura e sua posição em relação à parede do sistema.
A principal proposta foi utilizar a fórmula de Borda para determinar o Coeficiente de Compressão do Fluxo (LDC), que expressa a mudança na velocidade do ar ao passar pela abertura. Este coeficiente pode ser calculado como ζ = (1/δ – 1)², sendo que, em casos extremos, quando a entrada é livre, o coeficiente de compressão δ é 0,5 e o LDC ζ resulta em 1, enquanto para uma abertura fendida em uma parede infinita, o valor de δ é π/(π + 2) e o LDC ζ é aproximadamente 0,405. Esse tipo de análise foi essencial para melhorar a compreensão das perdas de carga e da distribuição do fluxo em sistemas complexos de ventilação.
Em outro estudo importante, os pesquisadores observaram o fluxo em ductos de exaustão com aberturas de formas e localizações variadas. Por exemplo, Averkova et al. (2013c) exploraram o comportamento do fluxo ao entrar em uma capô com uma conexão quadrada livre no espaço, enquanto Logachev et al. (2010a, 2010b) e Averkova et al. (2013a, 2013b) analisaram o impacto de telas impermeáveis e aberturas localizadas dentro de capôs. Estes estudos avançaram na aplicação de Modelos de Vetores Dinâmicos (DVMs) e mapeamentos conformes, proporcionando uma visão mais precisa das características de escoamento em configurações mais complexas.
Além disso, é interessante observar a análise do fluxo em aberturas laterais, que compartilham semelhanças com o fluxo em tees, onde o ar que passa pelo ducto principal se mistura com o fluxo que entra pela abertura lateral, resultando em perdas por choque. No caso das aberturas laterais, o fluxo faz uma curva de 180°, diferentemente dos tees, onde o fluxo entra em um ângulo de 90°. No entanto, a análise de Barkalov et al. (1992) nos mostra que as informações sobre perdas de carga para esses tipos de aberturas são limitadas e muitas vezes imprecisas, com dados disponíveis para um intervalo restrito de parâmetros, como a razão entre a área da abertura e a área da seção transversal do ducto, variando de 0,1 a 0,6.
Além disso, os estudos de Saito e Ikohagi (1994) demonstram que a variação do LDC para fluxos que passam por aberturas laterais e aberturas de fornecimento exibe comportamentos semelhantes aos fluxos em tees, com um bom ajuste entre os valores experimentais e teóricos dos coeficientes de compressão, especialmente no que diz respeito à relação entre as áreas de abertura e a velocidade do ar no ducto. Porém, é importante notar que em aberturas laterais em pipes, como ilustrado por Idel'chik (1992), o comportamento do LDC não depende das dimensões do ramo lateral, o que contrasta com os achados de Maeda et al. (1960).
Além da teoria, os dados experimentais de Hanzhonkov e Davydenko (1959) complementam a análise ao detalharem o comportamento do LDC para aberturas finais de exaustão, dependendo da razão entre a área da abertura e a área do ducto. Quando essa razão se aproxima de 1, o LDC diminui acentuadamente, devido a uma mudança qualitativa no fluxo: o ar entra na abertura e, ao atingir a extremidade do ducto, se divide em dois fluxos que seguem ao longo das paredes, desviando-se ao redor do jato principal. Esse comportamento é especialmente importante para a compreensão do fluxo em sistemas de exaustão com aberturas de grandes dimensões.
A análise experimental dos fluxos em aberturas de exaustão e seus comportamentos dinâmicos oferece um ponto de partida crucial para o projeto eficiente de sistemas de ventilação. Compreender como as características geométricas das aberturas influenciam o fluxo de ar e as perdas associadas permite otimizar o desempenho desses sistemas. A aplicação de teorias como a das mapeações conformes e a utilização de fórmulas como a de Borda são ferramentas indispensáveis para engenheiros e projetistas, especialmente em contextos industriais onde a eficiência do sistema de ventilação é crucial.

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